Entre todas as decepções e fracassos,
Eu vi a metamorfose dos dias;
Sendo todas essa pílulas
Tão verdades quanto mentiras,
Eu as engoli metodicamente
Como se não houvesse
a menor possibilidade
De overdose.

Eu era um frágil espelho de carne
e indiferença
Fervendo silenciosamente...
De emoções frívolas;
Com olhos cinzentos de pena;
Que cada vez mais duvidavam
Se os erros precedem a vitória,
E todos os medos levavam a coragem.

Tudo deve ter um fim, ouvia;
Como se pensamentos sem ideias
Não tivessem o direito
De inocentemente flutuar pelo vento,
Como se cada capítulo precisasse fazer parte do inteiro,
Ou cada história precisasse ter capítulos.
Mesmo em meio a melancolia
De todos os sorrisos,
Cheios daquela tristeza sensual,
Havia algo
Capaz de fazer todas as mesmices
Rejuvecescerem em meio a velhice;
Renascia a cada dia,
Com olheiras profundas,
Olhar meigo, estranho
Azedo,
Incapaz de viver o futuro,
De não corar ao relembrá-lo.