Corro atrás de Okuyasu pelos corredores, até que chegamos no pátio da escola.

Ao chegar, me deparo com o moreno observando as crianças brincarem na área infantil.

- eu tô com medo maninho! - dois irmãos brincavam no escorrega.

- calma, pode descer, eu te seguro - o outro garoto tentava tranquilizar seu irmão e então ele desce, caindo nos braços do jovem.

- obrigado mano... - ele agradecia sorrindo.

- eu disse que você podia confiar em mim.

Okuyasu ficava de costas pra mim, cobrindo seus olhos e molhando as mangas de seu uniforme.

- Okuyasu... eu... - eu tento me aproximar, mas ele começa a falar de repente.

- Josuke... você tem razão, eu era um desgosto para Keicho, por isso ele me odiava - ele se vira, olhando em meus olhos - eu queria que Keicho não tivesse me deixado daquela forma, eu nunca pude fazer ele sentir orgulho de mim.

- cara... o que eu falei foi coisa do momento... eu fui um idiota, me desculpa - chego perto o suficiente para abraçá-lo - ele pode não ter demonstrado nada, mas eu sei que o Keicho tinha muito orgulho de você.

Sinto as lágrimas de Okuyasu escorrendo pelo meu ombro.

- me desculpa por ter te dito aquilo, eu prometo nunca mais falar daquele jeito contigo - ele levanta sua cabeça, me olhando ainda com lágrimas alojadas em seus olhos - você me perdoa?

- hm... não sei... - ele desviava seu olhar emburrado como uma criança mimada.

- qual é, eu sei que você não resiste a esse meu rostinho lindo - brinco depositando um beijo em sua bochecha molhada.

Vejo sua expressão ruborizar.

- i-idiota... - ele me fitava com sua voz trêmula e envergonhada.

- ei, "não me chame assim, eu tenho sentimentos" - brinco com sua própria frase e então começo a rir docemente.

Sem avisar, Okuyasu pega em meu pulso bruscamente, me puxando para si e pressionando seus lábios contra os meus.

Aceito seu beijo de bom grado, colocando meus braços entre seu pescoço.

Depois de algum momento trocando carícias, nos separamos para recuperar o fôlego.

- Okuyasu... - sussurro em seu ouvido, o fazendo arrepiar.

Ficamos nos olhando de forma intensa, até lembrarmos da aula.

- a aula! - gritamos ao mesmo tempo, voltando pra sala correndo.

Todos olhavam Josuke e Okuyasu confusos.

- ah... desculpe pela saída repentina professor, Okuyasu não estava se sentindo muito bem - invento uma desculpa esfarrapada.

- então vocês deveriam ter ido para a enfermaria não? - o professor perguntava desconfiado.

- é que ele só passou mal mesmo, mas já tá melhor né Oku? - começo a suar de nervosismo.

- é! Isso aí! - ele também começou a ficar nervoso.

- ok... melhor irem para suas cadeiras então - e assim íamos para nossos lugares, aonde ficamos até o final da aula.

Depois que a aula acabou, nós dois ficamos no portão da escola esperando Koichi, o qual aparecia depois de um tempo.

- Josuke! - Koichi vinha até nós dois cheio de animação - eae galera, o Yuuya me chamou pra ir pro fliperama, vocês também vão?

- sim, ele veio perguntar pra mim por mensagem, eu tentei perguntar pro Okuyasu mas na hora ele não me respondeu.

- hm... não sei não pessoal, o meu pai não pode ficar muito tempo sozinho em casa - ele coçava a nuca.

- mas a gente não vai ficar lá por muito tempo, só vamos jogar e pouco e depois voltamos pra casa - Okuyasu começa a ficar pensativo.

- hm... tá bom, eu topo - ele aceitava, tirando um sorriso de Koichi - mas eu não vou poder ficar lá até tarde.

- ai sim hein! - comemoro dando um soquinho em seu braço, e então começamos a rir juntos.

- .... - Koichi ficava em silêncio segurando vela.

- ah... Koichi - percebo o seu silêncio e vou até o mesmo - nós precisamos te contar algo.

- o que? - ele me olha confuso.

- eu e o Okuyasu... estamos namorando - Okuyasu me fita surpreso.

Porém, Koichi apenas me lançou um sorriso.

- eu já sabia - me choco na hora.

- o que?! - eu e Okuyasu o olhamos arregalando nossos olhos.

- sério, vocês não sabem fingir, aposto que todo mundo já sabe - ele cruzava os braços rindo de nós dois.

- caramba... somos tão ruins assim? - Okuyasu brincava meio sem jeito.

- péssimos - nós três começávamos a rir.

Depois daquela conversa, decidimos ir até o fliperama, o qual não ficava muito longe da escola.

Ao chegarmos lá, encontramos Yuuya rodeado de suas admiradoras, outros de nossos amigos também estavam lá, como Mikitaka e Hazamada.

Imediatamente nos juntamos a eles.

- Koichi! Finalmente você chegou! Vem! Eu encontrei um jogo irado pra a gente jogar! - Hazamada puxava Koichi, correndo em direção ao tal jogo.

- e lá vai ele... - digo vendo Koichi ir para o lado negro da força.

- ei Josuke, bora jogar street fighters! - Okuyasu me puxa e eu acabo indo com ele.

Colocamos uma moeda e começávamos a jogar, competindo um com o outro.

Passamos horas jogando, e eu já estava perdendo para Okuyasu.

Para virar o jogo, bolo uma estratégia, começando a empurrar Okuyasu discretamente.

Depois de um tempo eu via que aqueles empurrões não causavam efeito algum em Okuyasu, que permanecia jogando firmemente.

Então, eu jogo meu último truque na manga.

- ha! Tá com 1 de vida po- o interrompo dando um beijo em sua bochecha, fazendo ele me olhar surpreso.

Aproveito a distração para derrotá-lo na hora.

- ganhei - olho Okuyasu com cara de santinho.

- não valeu! Isso foi golpe baixo! - ele exclama indignado.

- vale tudo na guerra queridoh.

- eu quero uma revanche! Isso não valeu! - ele continuava irritado - humpf! Seu trapaceiro!

- mas você ama esse trapaceiro né? - ele corava mas ainda assim Okuyasu tenta manter sua expressão irritada - bobo.

De repente, as pessoas do fliperama nos olhavam de forma estranha e eu começo a ficar desconfortável.

- que esquisito... - comento baixinho com Okuyasu.

- o que? - ele me questiona sem entender o que se passava.

- tá todo mundo encarando a gente de forma esquisita...

Um grupo de garotos nos olharam durante todo o tempo que ficamos no fliperama e eu não conseguia relaxar por conta disso.

Jogamos praticamente todos os jogos do fliperama.

Após Okuyasu me avisar que iria para casa eu decido ir com ele, me despedindo de meus amigos.

- Okuyasu... você viu o jeito de como aqueles garotos estavam nos olhando? - pergunto caminhando ao lado de Okuyasu cheio de preocupação.

- vi... esses moleques querem arranjar briga só pode - nós chegávamos na casa de Okuyasu.

- muito obrigado por ter me deixado ficar aqui - agradeço já indo pegar minhas malas.

- que isso Josuke, pode vir aqui quando quiser - ele dava seu típico sorriso fofo, então eu não aguentei e beijei sua bochecha sem avisar, deixando seu rosto corar.

- até amanhã... - me despeço dele, indo para minha casa.

《Narrador on》

Okuyasu ficava paralisado olhando Josuke ir, era como se ele tivesse levado seu coração com ele.

- espero que volte logo Josuke... - ele corava, fazendo seu coração bater forte.