ㅤㅤQuando tudo aconteceu, Hyun-jin foi o único a abrir os olhos. Viu a situação em que estava, todos pareciam estar sem vida naquele lugar, especialmente Nam-joon, que teve a metade do corpo cortado ao meio com o impacto. Mas ele não podia perder todos ali. Havia alguém que lhe interessava.

ㅤㅤTentou sair de onde estava e encontrar Han com os olhos, mas só via corpos jogados. Foi quando viu uma pulseira vermelha brilhando no meio de tudo aquilo, acompanhada pela sua mão. Um sorriso surgiu no seu rosto na mesma hora.

ㅤㅤ[...]

ㅤㅤ— Eu amo parques! Como você adivinhou? Eu nunca te disse isso. — falou, olhando-o com as bochechas coradas.

ㅤㅤ— Eu já te falei isso antes. Eu consigo ler as pessoas. — Sorriu, dando de ombros.

ㅤㅤ— Eu pareço com alguém que gosta de parques? — brincou, enquanto sorria junto a ele.

ㅤㅤ— Está escrito na sua testa. — Colocou o dedo na mesma, arrancando ainda mais gargalhadas.

ㅤㅤ— Você trouxe dinheiro? Temos que pegar aquelas pulseiras. — Apontou para uma moça que entregava pulseiras vermelhas às pessoas que entravam no parque.

ㅤㅤ— Não vamos pagar. — Tirou duas pulseiras vermelhas do bolso, muito mais confortáveis do que as que eram entregues. — Quero que fique com ela no seu braço para sempre. Vai que precisa entrar em algum parque de novo. — brincou, colocando-a envolta do pulso de Han.

ㅤㅤ— Eu prometo. — Sorriu, enquanto olhava em seus olhos.

ㅤㅤHyun-jin sorriu de volta e agarrou sua mão, pulando a barreira que os impedia de entrar sem que nem mesmo fossem vistos. Ele era um profissional nos crimes que cometia, por isso Ji-sung sentia tanta confiança em andar de mãos dadas com ele.

ㅤㅤO primeiro brinquedo que foram foi na roda-gigante. Hyun-jin adorava adrenalina, e Ji-sung adorava sentir a adrenalina ao lado dele. Parecia bem diferente quando era ao lado de Hwang.

ㅤㅤ— Você não ama essa sensação? — Ji-sung saiu de lá e rodopiou à luz do luar e os brinquedos à sua volta.

ㅤㅤ— Defina a sensação. — O abraçou por trás, ficando ainda mais próximo dele. Seu coração disparou de um jeito que nunca tinha sentido antes em toda sua vida.

ㅤㅤ— Eu amo ficar do seu lado, Hyun. — Se virou de frente para ele, finalmente encarando seus olhos como queria.

ㅤㅤ— É mesmo? — provocou, chegando seu rosto ainda mais perto. Han queria gaguejar naquele momento, mas se controlou para não fazer isso, pois sabia que Hwang fazia de propósito.

ㅤㅤ— É mesmo. — Respirou fundo.

ㅤㅤHyun-jin fechou os olhos e tocou seus lábios, dando início ao primeiro beijo da vida de Han, e também o mais doce e macio. Era como comer algodão doce, mas era ainda mais doce. Hyun-jin costumava ser uma pessoa ruim, do tipo que se deveria ficar longe. Mas, quando estava com ele, tudo que Han conseguia sentir era a mais plena segurança, pois sabia que ele faria qualquer coisa por ele.

ㅤㅤ— Eu acho que estou apaixonado por você. — O olhou, seus olhos brilhando como uma constelação.

ㅤㅤ— Eu tenho certeza disso há muito tempo. — Mordiscou seu lábio, arrancando um risinho bobo.

ㅤㅤSua mão segurou as dele com delicadeza, encostando as pulseiras que ele fez. Han sabia que aquele dia ficaria em uma memória por muito tempo. Ele não se apagaria nem com um tiro em seu coração.

ㅤㅤ[...]

ㅤㅤHan Ji-sung acordou nos braços de Hyun-jin, sendo carregado para fora junto com uma maleta em cima de seu corpo. Se lembrou primeiramente daquele dia no parque, onde tudo era perfeito. Agora ele via seu rosto ensanguentado, e ele se esforçando pelo que lhe importava ali.

ㅤㅤ— Hyun-jin...? — Forçou os olhos para vê-lo direito.

ㅤㅤ— Achou que eu ia te deixar ali? Não, não, garotinho. Se eu vou ficar rico, você vem comigo. — disse, fazendo-o rir.

ㅤㅤ— Você conseguiu, então. — Deixou seus olhos fecharem com tranquilidade. Se sentia seguro quando estava perto de Hwang.

ㅤㅤ— Quase... — disse quando viu algo que poderia mudar seus planos. Devagar, deixou Ji-sung sentando no chão, encostado no caminhão em que bateram, mas manteve o dinheiro consigo.

ㅤㅤYeon-jun se arrastava para fora da van amassada com dificuldades. Sua perna direita estava destruída, não saberia nem mesmo se teria um jeito de recuperá-lo. Mas Hwang só via um potencial rival.

ㅤㅤ— Hyun-jin... — Levantou o olhar e o viu, com o dinheiro. — P-por favor... — Se ajoelhou, já que também não tinha mais forças. — Eu só quero viver, fica com o dinheiro... — disse, enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto.

ㅤㅤHyun-jin ouvia o barulho de um carro policial se aproximando. Ele sabia bem de quem se tratava, e era alguém que iria atrapalhá-lo no seu plano. A escolha já estava tomada. Pegou a arma nas mãos e posicionou na cabeça de Yeon-jun.

ㅤㅤ— Hyun-jin, você não precisa fazer isso! — Ji-sung gritou, tentando impedir antes que fosse tarde demais. Sabia que isso era cruel, e Ji-sung não merecia morrer.

ㅤㅤMas ele atirou. Bem no meio de sua testa, vendo o corpo bater no chão como se não fosse nada. O carro, então, parou, quando Choi viu a cena que tinha acabado de acontecer, sem que ele pudesse evitar. Yeon-jun estava morto, e Soo-bin tinha-o nos braços, mas sem vida.

ㅤㅤHyun-jin caminhava até Ji-sung, pegando-o nos braços novamente e andando para longe dali, onde ninguém mais poderia os encontrar. Seu destino estava bem na sua frente, nada podia fazê-lo tirar isso de sua cabeça.

ㅤㅤ— Por que fez isso? — Han perguntou, seus ouvidos ainda zunindo com o som de sua arma. Não esqueceria a cena que viu na sua frente.

ㅤㅤ— Eu nunca matei porque eu precisava. — disse simples, fazendo-o pensar o homem sem coração que estava. Talvez ele sempre viveu numa fantasia, pensando que Hwang era alguém que o protegeria, mas não percebia que ele era o motivo do caos em que se encontrava. E, o pior de tudo, era que não tinha um pingo de remorso em seus olhos.