Da-hyun estava trancada em um corredor escuro e apertado, o ar era pesado e denso. Ela tentou forçar a porta que havia se fechado atrás dela, mas era inútil. Tudo ao seu redor estava completamente silencioso, exceto pelo som suave de algo... quase como um sussurro.

Enquanto respirava fundo, tentando controlar seu medo, Da-hyun olhou ao redor, procurando uma saída. A luz fraca que se filtrava pelas velhas lâmpadas no teto mal iluminava o espaço. Foi quando seus olhos caíram sobre algo no canto, uma pequena estante de livros empoeirada. Em qualquer outro cenário, ela teria ignorado, mas algo naquele lugar chamava sua atenção de uma forma estranha. Ela caminhou lentamente até a estante e puxou um dos livros.

Era um volume grosso, com uma capa de couro envelhecida e letras quase apagadas. O título estava escrito em um idioma que ela não conhecia, mas mesmo assim, algo nela sentiu a urgência de abri-lo. Ao abrir a primeira página, o cheiro de mofo encheu suas narinas, mas havia algo mais.

O texto estava cheio de símbolos estranhos e imagens perturbadoras: pessoas presas em labirintos, portas que nunca levavam ao mesmo lugar, e sombras que pareciam vigiar os personagens. Da-hyun virou as páginas rapidamente, e seus olhos se arregalaram ao ler uma anotação feita à mão no final do livro.

"Este lugar está amaldiçoado. Não há saída. O hotel vive. Ele nos observa. Quem entra nunca sai igual."

Da-hyun sentiu o arrepio percorrer sua espinha. O hotel não era apenas estranho, era perigoso. Estava amaldiçoado. E agora, ela estava presa dentro de suas paredes que se moviam, à mercê de algo além de sua compreensão.

Enquanto isso, em outro ponto do hotel, Kyung-wan corria desesperada. Ela sabia que tinha feito uma escolha, mas jamais imaginou que o hotel fosse separá-las daquele jeito. O medo de perder mais alguém estava sufocando-a.

Quando Kyung-wan voltou ao salão principal para encontrar o resto do grupo, Tzu-yu foi a primeira a vê-la. O olhar de Tzu-yu era feroz, cheio de fúria. Ela sabia, no fundo, que Kyung-wan tinha algo a ver com o desaparecimento de Da-hyun, já que ela não estava mais ao seu lado. O medo e o pavor de perder sua namorada se misturavam com a raiva latente que ela guardava de sua briga anterior com Kyung-wan.

— Kyung-wan! — gritou Tzu-yu, avançando em sua direção com passos largos.

Antes que Kyungt-wan pudesse sequer dizer algo, Tzu-yu a empurrou com força, o impacto quase a derrubando. Kyung-wan tentou se defender, levantando as mãos.

— Onde está a Da-hyun?! — Tzu-yu gritou, seus olhos brilhando de fúria. — O que você fez com ela? Você a trancou de propósito, não foi? Você quer se vingar de mim?

Kyung-wan sentiu a culpa e o medo se misturarem dentro de si, mas tentou manter o controle. Da-hyun havia desaparecido, e agora o grupo estava ainda mais fragmentado.

— Eu não fiz isso de propósito! — Kyung-wan retrucou, tentando se defender. — As paredes se moveram, o hotel está vivo!

Tzu-yu, no entanto, estava cega de raiva. Ela avançou para socar Kyung-wan, mas Mina e Chae-young conseguiram segurá-la a tempo, tentando acalmá-la.

— Isso não vai ajudar em nada, Tzu-yu! — Mina disse, segurando-a firme. — Precisamos focar em encontrar a Da-hyun, não em brigar!

— Ela a trancou! Da-hyun está desaparecida por causa dela! — Tzu-yu gritou, tentando se soltar. Chae-young olhava em silêncio, sua expressão de preocupação profunda.

Na-yeon entrou no meio da discussão, tentando mediar a situação.

— Todo mundo precisa se acalmar! Brigar não vai nos trazer a Da-hyun de volta. Se o hotel realmente está amaldiçoado, como está parecendo, então precisamos trabalhar juntas para sobreviver a isso!

Kyung-wan se endireitou, ainda chocada com o ataque de Tzu-yu, mas sabia que Na-yeon estava certa. O grupo não sobreviveria se continuassem brigando entre si.