ㅤㅤA cena que se passava diante dos olhos de Ji-soo eram as piores de toda sua vida. Voltar naquele dia era como uma tortura que estava se repetindo mais vezes do que ela aguentava.

ㅤㅤA estrada, os vidros cobertos de gotas de chuva, aquele mesmo aperto no peito de que estava fazendo algo errado. E não tinha ideia de como. Como esse dia mudaria sua vida tão drasticamente, a ponto de esquecer todas as coisas boas.

ㅤㅤNaquele dia, ela não sabia disso. Não sabia o quanto tudo poderia ficar catastrófico se ela... simplesmente não atendesse a ligação de Sana naquele dia. O celular tocou, seu coração batendo forte.

ㅤㅤ— Alô...?

ㅤㅤ— Quero falar com você.

ㅤㅤFoi a última coisa que ouviu, antes de ver o carro girando na estrada, depois de bater em alguma coisa que ela sequer viu. Sua vida toda dependia do que acertou sua cabeça naquele momento, e sua visão apagou. Foi a última coisa que se lembrava daquele maldito dia.

ㅤㅤQuando abriu os olhos, ouviu um grito de uma voz que ela conhecia bem. Ao conseguir distinguir entre a realidade e sua cabeça, estava Sana com as pernas aberta, enquanto um líquido estranho descia pelas suas pernas.

ㅤㅤ— O que está acontecendo...? — perguntou, tremendo a resposta ser muito óbvia,

ㅤㅤ— A bolsa estourou... — falou, em um misto de emoções entre felicidade e medo.

ㅤㅤ— Oh, meu Deus. — Ji-soo se levantou, devagar, com medo de dar qualquer passo sem cuidado e acabar fazendo algo errado. — O que eu faço agora, meu amor?

ㅤㅤ— Me leva pro hospital... Antes que- Ai! — Colocou a mão na barriga, soltando um grito.

ㅤㅤ— Tudo bem, tudo bem. — Foi até ela, abraçando-a por trás e pegando a mala que Sana deixou preparada para esse momento. — Já vamos, aguenta firme.

ㅤㅤCom as mãos segurando-a firme, ela a levou até a porta com cuidado, ouvindo gemidos de dor por cada movimento. Assim que chegaram na porta, teve a sorte de ver um táxi livre passando e, mesmo com as mãos ocupadas, deu um jeito de fazer sinal. Por sorte ele parou e Ji-soo puxou Sana apressadamente para dentro do carro, mesmo que com um excesso de cuidado.

ㅤㅤO caminho para o hospital foi tranquilo, mas a chegada foi um pouco complicada. As pernas de Sana estava doendo muito e ela não conseguia andar direito. Sem muito tempo para pensar, Ji-soo pegou sua mulher no braços, com cuidado para não causar ainda mais dor, e a levou para dentro do hospital.

ㅤㅤ— Por favor, eu preciso de atendimento rápido, minha mulher tá ganhando um bebê!

ㅤㅤ— Vamos levá-la agora para a sala. — A secretária saiu de trás da bancada e foi até Sana, a levando com todo cuidado para dentro. Ji-soo as seguiu.

ㅤㅤViu Sana ser vestida com uma roupa própria para a situação e deitar-se numa cama do hospital. Ji-soo vestiu as roupas de acompanhante e entrou na sala.

ㅤㅤ— Eu tô do seu lado, ok?

ㅤㅤ— Eu te amo. — Sorriu, antes de ter uma contração maior e soltar um grito alto.

ㅤㅤ— Ok, Sana, eu quero que você empurre com toda sua força agora, tá bom? — o médico instruiu.

ㅤㅤ— Tudo bem... — Respirou fundo.

ㅤㅤ— Segura minha mão. — Entrelaçou sua mão na dela, mostrando que estava ali, não importa o que acontecesse. Sana balançou a cabeça com o gesto e começou a empurrar e gritar de dor.

ㅤㅤMas tudo valeu a pena quando ouviram aquele choro de bebê, simbolizando que estava tudo bem, e tudo deu certo. O sorriso no rosto das duas se iluminou como uma luz no fim do túnel que finalmente tinha chego.

ㅤㅤ— Parabéns, é uma menina. — Deixou a pequena nos braços de Sana que não conseguia conter seu sorriso.

ㅤㅤ— Já pensou em um nome? — Ji-soo compartilhava da mesma alegria, agora seriam mães de uma garotinha.

ㅤㅤ— Pensei em Momo. O que você acha?

ㅤㅤ— Momo? Acho uma graça. — Sorriu.