ㅤㅤ𝗖𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝟰: 𝗘𝘃𝗶𝗱𝗲𝗻𝗰𝗲 𝗼𝗳 𝗮 𝗖𝗿𝗶𝗺𝗲
ㅤㅤNa sua casa sozinho, Christopher parecia reviver o momento em que matou Ji-sung, naquele mesmo quarto. Matar nunca foi um problema para ele, principalmente quando ele sabia bem como esconder um cadáver. O grande problema era ouvir sua família falando sobre isso, tornava as coisas bem mais pesadas do que ele sempre pensou.
ㅤㅤAgora ele tinha uma pasta aberta que dizia tudo sobre Han, menos suas fotos que ficavam em uma pasta trancada em seu computador. Ele analisava dado por dado, como se isso fosse ajudar a revivê-lo.
ㅤㅤNa verdade, ele não se arrependia do que fez, pois faria tudo de novo. Mas isso não impediu que sentisse culpa por ter feito. Era realmente uma sensação estranha, algo que ele nunca havia sentido antes.
ㅤㅤOuviu a campainha tocar e juntou todas as fotos dentro da pasta e as deixou em um canto da sala. Ninguém entraria ali sem sua permissão, logo seu segredo estava guardado.
ㅤㅤQuando abriu a porta, encontrou-se de frente com Jeong-in, com aquele mesmo olhar inocente de sempre e um sorriso doce. Algo nele fazia com que Christopher ficasse sem reação alguma.
ㅤㅤ— Pensei em fazer uma visita, agradecer o bolo, e... você sabe. — Riu sem graça. — Já que não vai dizer nada, eu posso entrar?
ㅤㅤ— Claro! Desculpe... — Deu espaço para que ele entrasse.
ㅤㅤYang se acomodou, se sentando no sofá da sala, enquanto olhava em volta. Tudo levava a crer que Bang era só um adulto morando sozinho sem cabeça para muito luxo. Ele via isso como uma qualidade.
ㅤㅤ— Vou fazer um café. — disse brevemente, o deixando sozinho no espaço
ㅤㅤA cabeça de Christopher estava cheia com a presença de mais alguém ali junto com ele. Não recebia visitas a muito tempo, nem mesmo seus pais chegaram a conhecer aquele apartamento já que moravam na Austrália. Como dava para perceber, ele também não tinha amigos.
ㅤㅤMas desde que conheceu Yang, parecia que alguma coisa tinha mudado. Como se tivesse nascido uma esperança de que algo bom poderia acontecer na sua vida, mesmo quando só plantava coisas ruins.
ㅤㅤE quando voltou para a sala, duas xícaras de café em suas mãos, seu corpo estremeceu. Jeong-in estava segurando a pasta de seu próprio irmão. Sentiu o mundo se abrir debaixo de seus pés.
ㅤㅤ— Por que você tem isso? — perguntou, olhando diretamente em seus olhos.
ㅤㅤChristopher não sabia mentir bem. Tudo que ele precisava fazer era convidar homens para sua casa no intuito de transar, e quando eles já estavam amarrados e drogados, ele poderia finalmente revelar quem ele realmente era.
ㅤㅤ— Me diz. O que isso está fazendo aqui?
ㅤㅤEra hora de manter a calma. Não poderia deixar toda sua vida desabar por um momento de descuido. Precisava medir cada palavra antes de dizer qualquer coisa que pudesse lhe prejudicar.
ㅤㅤMas os olhos de Jeong-in... Era muito difícil mentir para alguém como ele, não tinha maldade em nada, dava para perceber isso.
ㅤㅤChris recuperou a postura e deixou as duas xícaras na mesa de centro, tirando o arquivo de suas mãos.
ㅤㅤ— Eu tenho um amigo que é policial, ele trabalha nesse caso. — disse, mas não parecia explicar muita coisa. — Eu tenho que admitir, fiquei interessado por este, em específico. — explicou.
ㅤㅤ— Então... é por isso que saiu daquele jeito da minha casa ontem?
ㅤㅤSuas perguntas eram sempre as mais complicadas de responder. Provavelmente Jeong-in era o único que conseguia deixá-lo sem palavras.
ㅤㅤ— Sim. É por isso. — Pegou sua xícara, bebendo um gole do líquido que preparou.
ㅤㅤ— Posso te perguntar mais uma coisa? — não conseguia ficar calado por mais de um minuto, de jeito nenhum.
ㅤㅤ— Pergunte. — Bebeu mais um gole.
ㅤㅤ— O que você faz da vida? Quer dizer, você não pode simplesmente ajudar nas investigações desse seu amigo, certo? — para um jovem, ele parecia sempre saber o que perguntar.
ㅤㅤ— Eu tiro fotografias. — respondeu secamente.
ㅤㅤ— Isso é sério?! Então, você é um fotógrafo! — disse empolgado. — Posso pedir uma coisa? Juro que é a última! — Juntou as mãos.
ㅤㅤ— Pode, sim. — Acabou deixando escapar um sorrisinho com toda sua agitação ao saber de sua profissão.
ㅤㅤ— Posso ver algumas fotos suas?
ㅤㅤNesse momento, Christopher engoliu em seco. É claro que, quando as pessoas dizem que são fotógrafas, a primeira coisa que as pessas querem ver são as fotos, certo? Mas ele não contava com isso.
ㅤㅤPara sua sorte, haviam algumas fotos que havia tirado no passado de pessoas apenas vivendo suas vidas. Apesar de parecer um pouco stalker, não era ilegal como as outras que tinha.
ㅤㅤ— Claro. Vamos até o meu quarto. — Se levantou, deixando sua xícara ali mesmo. Jeong-in fez o mesmo, seguindo-o até seu recinto.
ㅤㅤChegando lá, Christopher se sentou em uma mesinha e desbloqueou o computador, abrindo a pasta das fotos mais leves. Algumas fotos eram realmente tiradas na sua casa, depois que os garotos estavam drogados, mas não dava para perceber. Parecia que eles estavam somente dormindo.
ㅤㅤOs olhos de Jeong-in se iluminaram, deslumbrado com o que via. Apesar da situação, ele parecia estar vendo uma exposição de arte em tempo real.
ㅤㅤ— Você é muito talentoso, Christopher. — falou animado, sentado atrás dele em sua cama.
ㅤㅤ— Obrigado. — Sorriu leve, continuando a mostrar.
ㅤㅤ— Tem mais uma coisa que eu queria pedir... — disse, atraindo seu olhar para si quando ele abandonou o computador. — Eu quero ser seu modelo.
ㅤㅤ— O que? — pareceu surpreso com a pergunta, não esperava por isso.
ㅤㅤ— Só uma única vez. Eu quero ver como é.
ㅤㅤSe ele soubesse como era, não diria isso.
ㅤㅤDesde o momento em que Christopher o viu, ele não imaginou que ele seria sua próxima vítima, mesmo que soubesse que fotografá-lo seria perfeito. Seus olhos inocentes, suas palavras espontâneas... tudo isso deveria ser capturado em uma foto para que ele nunca se esquecesse que o conheceu.
ㅤㅤDepois de pensar por alguns segundos, Bang balançou a cabeça, aceitando a proposta.
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