ㅤㅤ𝓒apítulo 2: 𝓣zu-yu
ㅤㅤO quarto em total silêncio. Tzu-yu abraçava suas próprias pernas em um canto qualquer do cômodo. Tudo que ouvia eram seus pais brigando. Suas mãos foram até seu ouvido e ela apertou com força. Aquele era seu inferno pessoal, ninguém podia fugir disso.
ㅤㅤDe repente, ouviu seu celular tocando. Rapidamente o alcançou e viu uma ligação de Ji-soo. Suspirou, encarando a tela enquanto tocava. As lágrimas começaram a surgir quando sua mão começou a tremer. Não adianta, nada que fizessem iria tirá-la daquele pesadelo.
ㅤㅤAtendeu o celular.
ㅤㅤ— E aí, Tzu, como você tá? — parecia animada do outro lado da linha. — Eu tava pensando, quem negaria tomar uma cervejinha com os amigos, né? — Mas Chou não disse absolutamente nada. — Ei...
ㅤㅤ— Eu não aguento mais, Ji-soo... — Começou a chorar, libertando os demônios presos na sua cabeça. — Por que eles não podem... só parar.
ㅤㅤ— Eu sinto muito, Tzu-yu. Eu queria estar aí... Quer saber? Eu vou para aí agora mesmo.
ㅤㅤ— O quê?! Não pode fazer isso... — Se levantou.
ㅤㅤ— Me impeça. — Desligou.
ㅤㅤNesse momento, o coração de Tzu-yu pareceu querer parar, de tão forte que batia. Seu quarto estava uma completa zona. Ela não era daquelas garotas que tinha um quarto arrumadinho e fofo. Nesse aspecto, ela se assemelhava mais ao padrão masculino.
ㅤㅤTzu-yu sabia que tinha seus amigos que poderia contar a hora que precisasse, mas não pensou que eles levariam ao pé da letra. Quer dizer, não "eles"... A verdade era que Ji-soo tinha um lugar especial reservado no coração de Chou.
ㅤㅤOuviu a campainha tocar depois de algum tempo. Reuniu toda força que tinha dentro de si e desceu as escadas, prestes a interromper alguma coisa, ou seja lá o quê que seus pais tivessem fazendo.
ㅤㅤ— Oi, Ji-soo! — Sua mão abriu a porta, tentando disfarçar que estava descabelada com um sorriso no rosto. — Você está linda, como tem passado?
ㅤㅤ— Estou bem, senhora Chou. A Tzu-yu está? — perguntou, sendo o mais educada possível. Park sabia bem como ser discreta.
ㅤㅤ— Oi, tô aqui! — Levantou a mão para que ela pudesse vê-la da escada.
ㅤㅤ— Por que não entra, querida? — ofereceu. Seu pai não tinha nem mesmo a coragem de olhar pro rosto dela, mesmo que não tivesse nada contra a amizade dela com a filha.
ㅤㅤ— Obrigada. — Sorriu, abaixando levemente sua cabeça.
ㅤㅤEntão, ela passou pela mulher mais velha e foi até o encontro de Tzu-yu, que sorria tristemente. Mesmo se não fosse sua amiga há tanto tempo, saberia que algo estava errado.
ㅤㅤChou segurou sua mão e se dirigiu até seu quarto no andar de cima. Sua casa era luxuosa, todos no grupo de amigos sabia que Tzu-yu era a mais rica entre eles, talvez até da cidade. Sua família era dona de um maldito chalé em uma montanha. Não tinha como negar que sua situação financeira era mais do que confortável.
ㅤㅤQuando a porta do quarto se fechou, o clima pesado dava para se sentir no ar. Ji-soo estava ali pro que der e vier, mas como demonstrar isso? Tzu-yu só queria chorar.
ㅤㅤ— Vem cá... — Abriu os braços, indo até ela.
ㅤㅤTzu-yu sabia que a melhor coisa a se fazer era se entregar ao momento, e deixar com que Ji-soo cuidasse de tudo que era ruim com seu toque doce. Chou não trocaria isso por qualquer coisa no fundo, Ji-soo era a única para ela.
ㅤㅤ— Ji-soo... — Levantou a cabeça, olhando diretamente em seus olhos. — Tem uma coisa que eu quero te dizer há tanto tempo...
ㅤㅤMas o celular de Ji-soo tocou, demonstrando o fim da brincadeira. Era um momento em que Tzu-yu ia dizer tudo que vinha guardando em seu coração todo esse tempo. Mas, em um instante, ela agradeceu por ter sido interrompida. O que Ji-soo diria?
ㅤㅤ— Desculpa, eu meio que combinei com a Kyung-wan e a Na-yeon que a gente ia beber uma com elas... — disse, se separando do abraço. — Posso confirmar sua presença, dama? — Pegou o celular, se virando para um dos cantos do quarto.
ㅤㅤ— Claro... — Forçou um sorriso.
ㅤㅤJi-soo digitou algo no celular rapidamente e se virou, voltando para ela. Soltou um suspiro culposo, como se tivesse a deixado estagnada por um mínimo tempo.
ㅤㅤ— O que ia dizer mesmo? — voltou atrás, tentando se consertar.
ㅤㅤ— Só... que bom que tirou aquela roupa de academia. — resolveu brincar para fazê-la rir.
ㅤㅤ— Idiota. Vamos logo! — Puxou sua mão para sair do quarto.
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