ㅤㅤLalisa fez as compras de seu sonho, literalmente! Comprou uma peruca preta e curta, maquiagens diferentes, colocou uma lente verde e colocou roupas largas. Quando se olhou no espelho, surpresa, estava irreconhecível com aquele par de óculos. Até ela mesma se via como uma menina diferente.

ㅤㅤDesceu as escadas orgulhosa. Quando sua mãe a viu, deu um grito, pensando ser uma invasora — o que era bem comum em sua vida — e até mandou seguranças a prenderem.

ㅤㅤ— Mãe, sou eu! — teve que dizer, antes que acabasse do lado de fora de sua própria casa. Os seguranças a soltaram, até um pouco perdidos. — Só estou... usando roupas diferentes...

ㅤㅤ— Você chama tudo isso de "só usar roupas diferentes"? — Colocou sua franja para trás, se recompondo do susto.

ㅤㅤ— Olha, papai, mamãe, quero conversar com vocês. — Se sentou no sofá. Seus pais a olhavam como se ela tivesse perdido a cabeça de vez. — Quero viver a vida de uma garota normal por um tempo... Eu preciso!

ㅤㅤ— Lalisa, você ficou louca?! — seu pai finalmente falou algo, se levantando e ajeitando seus óculos.

ㅤㅤ— Pai, eu só quero ter uma vida normal! Sem seguranças e fãs obcecados por mim vinte e quatro horas por dia. — disse e os dois ficaram sem palavras.

ㅤㅤLogo em seguida, sua mãe levantou e a abraçou docemente. Ela previa que iria ouvir um não bem grande do jeito que as coisas estavam indo.

ㅤㅤ— Faça o que quiser, querida. — A olhou com um sorriso no rosto. Talvez finalmente percebeu que sua bebêzinha havia crescido.

ㅤㅤ— Tudo bem, mas com uma condição. — Seu pai interrompeu, quando a mãe se separou do abraço. — Vou escolheu um apartamento para você, e terá que levar, no mínimo duas empregadas. — essa era, com certeza, a melhor das condições.

ㅤㅤ— Tudo bem!

ㅤㅤAssim, ela se tornava, pela primeira vez, Asil Labonam. E é claro que, essa garota mais do que normal, precisava ir para a escola. Adeus aulas em casa! Ela nunca esteve tão empolgada. Subiu para seu quarto, retocou a maquiagem e desceu novamente com uma mochila nas costas. Nunca em sua vida passou por isso, então era algo super novo.

ㅤㅤSaiu de casa quando os seguranças abriram o portão e seguiu o caminho que mal conhecia, rezando para não acabar se perdendo. E nesse mesmo caminho, ela acabou dando o azar de esbarrar com um cachorro que não foi nada com sua cara, começando a rosnar.

ㅤㅤEla não teve muita escolha a não ser correr o mais rápido que conseguia. Foi quando ouviu um skate se aproximando e afastando-o para longe. Ela parou de correr e inclinou o corpo, de apoiando em suas próprias pernas para recuperar o fôlego que havia perdido.

ㅤㅤQuando olhou para cima, viu seu salvador recuperando seu skate. E, nossa, ele era super fofo com seus cabelos vermelhos, cor de cereja, cobertos por uma touca.

ㅤㅤ— Ei, você acabou de salvar a minha vida! — fala ao se aproximar dele, parecendo lisonjeada.

ㅤㅤ— O que está dizendo? Eu só deixei meu skate escapar. — disse, quase que tirando sarro do que havia dito.

ㅤㅤ— Mesmo assim vale! — falou com um sorriso simpático no rosto. — Qual seu nome?

ㅤㅤ— Você não é meu tipo, docinho.

ㅤㅤEspera... ele acabou de lhe dar um fora? Seu corpo paralisou, essa era a primeira vez que isso acontecia na história de sua vida. Ele passou por ela como se não fosse ninguém, e isso feria um pouco seu ego.

ㅤㅤQuando entrou no prédio da escola, viu várias pessoa passando ao seu redor com roupas de marcas, mas, talvez por ser uma das embaixadoras delas, sabia que eram falsas. Mesmo assim, as pessoas a olhavam como se fosse nojenta, ou algo assim. Se pudesse fazer um chute, diria que era por causa de suas próprias roupas.

ㅤㅤE quando entrou na sala, então? Ninguém a olhou, pela primeira vez em toda sua vida, ela não chama o mínimo de atenção. E, nossa, essa era uma sensação incrível! Porém, quando tentou se sentar ao lado de uma garota, ela tirou o chiclete que estava mascando da boca e colocou no banco ao seu lado.

ㅤㅤ— Eu não me sento com perdedoras!

ㅤㅤEla disse perdedora? Ha, ela não sabia de nada mesmo...

ㅤㅤQuando virou para o lado, ela viu o garoto de cabelos vermelhos a qual ainda não sabia o nome entrar pelas portas da sala. Tudo parecia em câmera lenta.