ㅤㅤDentro do carro da Price, o vento entrava pelas janelas enquanto seu braço estava apoiado na mesma, o Sol refletindo em seus olhos azuis e um sorriso ambiente no rosto.

ㅤㅤ— Faz um tempo, não é? — puxou um assunto, já que Max foi incapaz de fazer isso.

ㅤㅤ— Você mudou tanto, Chloe... Nem parece mais a mesma pessoa. — disse, mas ela ficou em silêncio.

ㅤㅤ— Pois é, você não estava aqui para acompanhar essa mudança. — a primeira indireta.

ㅤㅤ— Chloe, eu... Eu sinto muito por não estar aqui depois que o seu pai... — não teve coragem de terminar a frase, não sabia como ela iria lidar com esse comentário.

ㅤㅤ— Relaxa, minha mãe já arranjou um babaca para ficar no lugar dele. — Revirou os olhos.

ㅤㅤ— E para onde estamos indo? — perguntou, mantendo o foco no caminho.

ㅤㅤ— Minha casa.

ㅤㅤ— A-a velha casa?

ㅤㅤ— A velha casa. Algo contra?

ㅤㅤ— Claro que não. Vai ser bom relembrar.

ㅤㅤA música no rádio dava uma sensação de que tudo estava bem novamente, apesar de estar no carro da garota que acabou de salvar a vida a algum tempo. Nem sabia mais quanto tempo tinha, parecia que já era outro dia dentro daquele.

ㅤㅤO carro finalmente parou na garagem da casa. Ela parecia diferente do que ela se lembrava, mas é claro que ela mudaria depois de tanto tempo. Desceram ambas do carro e Max parou para admirar o cenário que não via há muito tempo.

ㅤㅤ[...]

ㅤㅤQuando chegaram no quarto, Max não esperava que a primeira coisa que Chloe fosse fazer era acender um baseado, enquanto dançava em cima da cama.

ㅤㅤ— Bora balançar essa bunda, Max! Coloca alguma música!

ㅤㅤClaro que ela não ia negar um pedido de sua maconheira preferida. Começou a procurar um CD para colocar no toca-som, mas acabou achando o que não deveria. Vários cartazes que diziam "Rachel Amber, desaparecida". Então era Chloe quem estava espalhando isso por aí. E ainda achou uma foto de ambas juntas mostrando o dedo do meio. Pareciam bem íntimas.

ㅤㅤ— Não mexa nisso. — Tirou de suas mãos.

ㅤㅤ— Parece que era amiga da garota que desapareceu. — disse, olhando-a sentada ao seu lado.

ㅤㅤ— Rachel era meu anjo. Ela salvou minha vida. Depois que você foi embora. — Se levantou, deixando a erva no cinzeiro.

ㅤㅤMax também ficou de pé, vendo que não tinha mais clima para mais nada. Então ela finalmente olhou na sua bolsa, vendo sua bolsa quebrada.

ㅤㅤ— Merda... Nathan quebrou minha câmera. — Bufou de raiva. O que faria agora?

ㅤㅤ— As ferramentas do papai ainda estão lá embaixo. Se quiser dar uma olhada... — ofereceu.

ㅤㅤ— Vou fazer isso. Obrigada.

ㅤㅤEla foi até a porta e deixou Chloe sozinha enquanto descia até o porão, onde as ferramentas costumavam ficar. Andar por aquela lhe trazia a sensação de ser adolescente de novo e estar por aí brincando de pirata com sua melhor amiga.

ㅤㅤMas as memórias não consertavam câmeras, muito menos as ferramentas que estavam ali. Sem sucesso, Max subiu de volta para o quarto, encontrando novamente a garota de cabelos azuis.

ㅤㅤ— Não adianta... Não consigo consertá-la. — Tirou do bolso, frustrada, mas uma foto caiu junto.

ㅤㅤ— Onde você tirou essa foto? — Chloe a pegou nas mãos, parecendo ter uma memória vívida. — Espera... Foi você. Você me salvou do Nathan hoje no banheiro... M-mas como você... Obrigada, Max.

ㅤㅤ— Não se preocupe em me agradecer. — Sentiu um alívio por não ter que explicar.

ㅤㅤChloe caminhou até o canto de seu quarto e pegou um objeto em suas mãos, uma câmera antiga que guardava com todo carinho. Ela pensou por alguns segundos antes de se virar de volta para Max.

ㅤㅤ— Essa câmera era do meu pai... Mas acho que ela ficará em melhores mãos com você. — Estendeu.

ㅤㅤ— Chloe, eu... Não posso aceitar. — recusou de primeira.

ㅤㅤ— Se você não usar, ela vai ficar parada aqui pra sempre. — usou um argumento que funcionou bem na sua cabeça. Max, mesmo receosa, aceitou o presente de bom grado, abrindo um sorriso. — Agora será que pode colocar a música?

ㅤㅤChloe voltou para cima da cama enquanto Max colocou alguma coisa para ouvirem. Ela começou a dançar enquanto fumava, Caulfield tentando imitar seus movimentos no que chamava de dança.