ㅤ⩨. =͟͟͞♡𝐃αєנєσท !? . ⤾
ㅤㅤSemanas depois, Jung-kook estava jogado num pufe do quarto de Ho-seok, lendo um gibi, quando seu celular vibra com uma notificação de mensagem. Ele pensa ser sua namorada que havia voltado da casa da amiga e o pega rapidamente, mas seu sorriso desaparece quando vê que era algo de seu pai.
ㅤㅤ— Vem pra casa da sua irmã. Onde você está? — diz, curto e grosso.
ㅤㅤ— Esse é o recorde de tempo que você já esqueceu que tem um filho. Você se superou novamente, papai! — diz com ironia.
ㅤㅤ— Não me enche, garoto. Vem logo pra cá.
ㅤㅤJung-kook bufa e o guarda, pensando se era uma boa ir ou não. Por pura curiosidade, ele se levanta para ir até lá.
ㅤㅤAo chegar na sala, ele encontra Ho-seok agarrado com uma garota loira, aos beijos e quase que outra coisa.
ㅤㅤ— Ei, Kook... — nota sua presença e se afasta pouco da garota, dando a mostrar sua boca toda suja do batom vermelho que ela usava.
ㅤㅤ— Tá usando batom, Hobi? — debocha, guardando suas coisas em uma mochila.
ㅤㅤ— Engraçadinho, essa é a Momo! — Aponta para a garota de companhia.
ㅤㅤ— Que legal, hein... — continua.
ㅤㅤ— O que você está fazendo? — pergunta, deixando-a deitada no sofá e se leavntando.
ㅤㅤ— Meu pai lembrou que eu existo, acho que vou voltar pra lá. — diz, colocando a mochila nas costas.
ㅤㅤ— Caraca, que triste... — a garota comenta.
ㅤㅤ— Olha, ela fala... — debocha mais uma vez e a garota dá um riso sarcástico. — É sério, você é a única das namoradas dele que já falou perto de mim e olha que eu conheci algumas, viu? — diz,, arqueando as sobrancelhas e cruzando os braços.
ㅤㅤ— Ha-ha-ha, que engraçado! — O tira de perto dela para parar de falar. — Agora cala a boca! — Lhe dá uma cotovelada.
ㅤㅤ— Tá, já tô indo. — Revira os olhos.
ㅤㅤ— Não precisa ir, se não quiser, é só não acabar com todo o investimento... — diz baixinho.
ㅤㅤ— Não, é sério, Hobi. Já tá na hora de eu parar de te dar trabalho — ou o contrário — e ir embora. — Dá uns tapinhas em seu ombro e se vira para ir.
ㅤㅤ— Ok, pode vir aqui quando precisar! — Acena e ele acena de volta, continuando seu caminho.
ㅤㅤHo-seok abre um sorriso ainda maior e volta para a garota, ficando no meio de suas pernas.
ㅤㅤ— Então, temos o quarto só para nós, agora. — diz, sorrindo maliciosamente.
ㅤㅤ— Legal... — Enrola seu cabelo em seu dedo. — Então... namoradas? — O olha, buscando respostas.
ㅤㅤ...
ㅤㅤJung-kook chega na casa e toca a campainha, já que era praticamente um visitante ali. Não sentia como se fosse sua família. E talvez realmente não fosse...
ㅤㅤTzu-yu abre a porta e sorri.
ㅤㅤ— Pode entrar, seu pai está esperando. — seu tom se parecia mais com uma secretária ou assistente do velho.
ㅤㅤ— Que legal... — Adentra o local de cabeça baixa e joga sua mochila no sofá, fazendo o mesmo com seu próprio corpo, logo em seguida.
ㅤㅤEm minutos, ele aparece de mãos dadas com uma mulher com um forte batom vermelho, salto altos e cabelo loiros. Sua aparência não era estranha, mas ele também não conseguia lembrar de onde a conhecia.
ㅤㅤ— Jung-kook! — mas sua voz enjoativa lhe entregava. — Quando tempo não te vejo... — Fica de joelhos para ficar à sua altura.
ㅤㅤ— Chae-young... — Suspira, quase que achando graça da situação.
ㅤㅤ— Filho... — Sorri.
ㅤㅤ— Não me chama assim! — Cruza os braços e franze o cenho.
ㅤㅤ— Tudo bem, eu entendo que não goste... — Fica de pé, enxergando seu lugar.
ㅤㅤ— Consigo considerar a Tzu-yu mais minha mãe do que você! — ironiza, arrancando uma expressão de surpresa da morena.
ㅤㅤ— Jung-kook! — Seu pai o olha, sério, o repreendendo.
ㅤㅤ— Vim aqui falar com você, querido... — diz, abrindo um sorriso fraco.
ㅤㅤ— Comigo? — A olha, cruzando as pernas.
ㅤㅤ— Sim... Primeiramente, queria falar que eu e seu pai estamos juntos novamente... — Segura a mão dele.
ㅤㅤ— Coragem sua. A última vez que ele esteve com alguém, ele engravidou e abandonou. — diz, como se estivesse apenas esperando uma brecha para dizer isso.
ㅤㅤ— É, mas ele já fez isso comigo. — ela diz com um pouco de sarcasmo, e Jung-kook era o próprio fruto disso.
ㅤㅤ— E vai voltar com ele? — Arqueia as sobrancelhas.
ㅤㅤ— Sim. — Assente, confiante.
ㅤㅤ— Então tente cuidar do filho, na próxima. Porque eu não quero que meu irmão tenha que morar com pai tão... — O olha, procurando um adjetivo que não o faça apanhar.
ㅤㅤ— Tão? — O olha, cruzando os braços.
ㅤㅤ— Agitado... — Força um sorriso.
ㅤㅤ— Enfim, o que nós viemos dizer é que... Jung-kook, queremos um futuro para você, querido. — Vai até ele.
ㅤㅤ— ... Não vou morar com você! — diz, se levantando.
ㅤㅤ— Não é isso... — Suspira. — A gente conseguiu uma bolsa para você em uma universidade em Daejeon. — diz, abrindo um sorriso.
ㅤㅤ— O quê?! — parece incrédulo.
ㅤㅤ— E você ainda pode escolher o curso que quiser! — Seu sorriso aumenta, como se isso melhorasse algo.
ㅤㅤ— Tá de sacanagem, né? — Os olha, esperando que fosse brincadeira.
ㅤㅤ— Não. — ele responde.
ㅤㅤ— E-eu não vou sair daqui! — diz, engolindo seco e se jogando no sofá novamente.
ㅤㅤ— O que quer, garoto? — Ele vai até ele, ficando na sua frente. — Quer mesmo passar o resto da sua vida estudando naquela escola que você não se esforça para nada e ficar encostado em mim?
ㅤㅤ— Sim! — diz como se fosse óbvio.
ㅤㅤ— Não vou sustentar um desempregado. — Vira de costas e caminha para fora dali. — Se eu fosse você, faria suas malas. — diz antes de sair.
ㅤㅤ— Não mesmo... — diz baixinho para si mesmo.
ㅤㅤ— Então prepare-se para sair de casa. — Sai do quarto com suas malas prontas.
ㅤㅤ— Você vai sair daqui? — Franze o cenho.
ㅤㅤ— Acabamos de dizer que voltamos, é claro que vou morar com sua mãe. — Dá de ombros.
ㅤㅤ— Que merda... — Leva a mão à cabeça.
ㅤㅤ— O vôo é amanhã, é melhor vir com a gente por hoje. — Chae-young diz.
ㅤㅤ— E-eu... — parece não encontrar saída.
ㅤㅤEntão, ele apenas corre para fora dali, procurando buscar conforto em algo. Ou seja, Pranpriya.
ㅤㅤ...
ㅤㅤPranpriya acabou de chegar em casa e estava deitada na cama, digitando algo para seu namorado, quando ouve uma batida na porta.
ㅤㅤ— Jung-kook? O que você está fazendo aqui? — sua mãe o recebe com uma cara nada agradável e, por sorte dele, Pranpriya ouve seu nome lá de cima e desce correndo.
ㅤㅤ— Jung-kook? — estranha ele ter ido ali, já que estavam juntos, escondidos.
ㅤㅤSem responder nada, o garoto apenas corre até Pranpriya e a abraça.
ㅤㅤ— O que isso significa? — Ji-woo franze o cenho e cruza os braços.
ㅤㅤ— E-eu não sei... — mas retribui o abraço dele.
ㅤㅤ— Meu pai quer me mandar para Daejeon... — diz, em tom de choro.
ㅤㅤ— O quê?! — Ela se separa do abraço para olhá-lo.
ㅤㅤ— Quer que eu faça a merda de uma faculdade qualquer... Eu não quero ir! — diz, e Pranpriya vê as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
ㅤㅤ— E-ei, calma... — Ji-woo vai até ele e coloca mão sobre seu ombro. — Por que veio aqui? — Franze o cenho.
ㅤㅤ— M-mãe, estamos namorando... — Pranpriya responde.
ㅤㅤ— Eu não queriaouvir... mas ouvi... Está namorando o filho do meu ex? — A olha.
ㅤㅤ— Desculpa, mas... — Segura a mão dele, receosamente. — A gente se ama... — A olha de volta.
ㅤㅤ— Argh... — Suspira. — Não pode se esconder de seu pai aqui, não quero que ele sonhe com isso. — ela diz, saindo de perto deles.
ㅤㅤ— Vem... — ela o convida para subir.
ㅤㅤJung-kook segura a mão dela e sobe com a garota, enxugando suas lágrimas. Eles chegam no quarto e ela fecha a porta, enquanto ele se senta na cama.
ㅤㅤ— Desculpa por vir aqui... — diz, olhando para o outro lado para que ela não o visse chorando.
ㅤㅤ— Não tem problema, ela ia descobrir de qualquer forma... — Suspira e se senta na fente dele. — Como você tá? — pergunta, sem saber direito o que falar.
ㅤㅤ— Olha pra mim, Pranpriya! Como acha que eu estou? — diz, alterando-se.
ㅤㅤ— Tá, desculpa aí... — Desvia o olhar.
ㅤㅤ— Olha, não é culpa sua... — Segura sua mão. — Eu te amo e não quero ter que te deixar... — diz.
ㅤㅤ— Por que ele inventou isso do nada? — diz, confusa.
ㅤㅤ— Deve ter sido ideia da minha mãe "querendo um futuro melhor" para o filho que ela abandonou... — diz com sarcasmo. — E meu pai, com certeza, já deve desconfiar que estamos juntos e quer me mandar pra bem longe para não saber da sua mãe... — diz, sabendo que essa teoria faria todo sentido com o mau caratismo de seu pai.
ㅤㅤ— Cara, que filho da puta... — diz, com raiva. Com certeza, se o homem tivesse ali, Pranpriya seria a primeira a bater nele.
ㅤㅤ— Bota filho da puta nisso... — ele suspira.
ㅤㅤ— Como vai fazer? — O olha.
ㅤㅤ— Acho que vou ser obrigado a ir... — diz, em desistência.
ㅤㅤ— O quê?! Não! — diz, agarrando sua mão, com medo de perdê-lo.
ㅤㅤ— Ele disse que ia me colocar na rua, se não fosse....
ㅤㅤ— Que merda... — Solta sua mão, sem ideias para fazer isso.
ㅤㅤ— Pois é...
ㅤㅤ— V-você... não pode ficar aqui? — pergunta, como última solução.
ㅤㅤ— Sua mãe não vai aceitar, de jeito nenhum. E eu entendo ela, também iria querer distância do meu pai, se fosse ela... — Desvia o olhar.
ㅤㅤ— E seu amigo, o Ho-seok? — a última luz no fim do túnel.
ㅤㅤ— O Hobi mora sozinho e tem trabalho para pagar as contas da casa... Já dei trabalho suficiente para ele. — Se levanta.
ㅤㅤ— O-onde você vai? — Se levanta também, com medo.
ㅤㅤ— Onde eu vou acabar indo de qualquer jeito, Priya. — Se vira e a olha.
ㅤㅤPranpriya apenas o abraça, como se não quisesse largar mais.
ㅤㅤ— Jung-kook...
ㅤㅤ— Oi...? — retribui o abraço.
ㅤㅤ— Como a gente fica? — a pergunta que ele costumava fazer, vindo dela.
ㅤㅤ— Eu não sei... — Suspira.
ㅤㅤ— Promete que... vai manter contato? — O olha, ainda em seu abraço.
ㅤㅤ— Claro que vou. Não quero nem pensar em desistir da gente, agora que a gente conseguiu estar juntos... — diz, acariciando os cabelos da prateada.
ㅤㅤ— Nem eu... — Se segura para não chorar. — Posso... contar com você? — O olha novamente. — Posso contar que... não vai arranjar outra garota?
ㅤㅤ— Claro que não vou, meu amor... — A beija rapidamente. — Então... posso arranjar um garoto? — brinca, para quebrar o clima tenso e triste.
ㅤㅤ— Idiota... — Lhe dá um soquinho na barriga, brincando.
ㅤㅤ— Ai, amor. Era brincadeira... — Ri e deita a cabeça no ombro dela.
ㅤㅤ— Sei disso, bebê... — Faz carinho em seu cabelo. — Olha, pensa pelo lado bom... Você pode fazer novos amigos e vai ter uma casa lá... — diz, tentando ser positiva.
ㅤㅤ— Acho que vou fazer faculdade de música... Sempre que Ho-seok emprestava sua guitarra, eu tocava bem... eu acho.
ㅤㅤ— Tenho certeza que sim. Você vai conseguir ir longe com isso. — Assente, sorrindo.
ㅤㅤ— Espero que sim... Você... pode me visitar de vez em quando? — A olha.
ㅤㅤ— Posso tentar convencer minha mãe a pagar, mas não sei se vai dar para fazer isso com frequência... — diz, cabisbaixa.
ㅤㅤ— Vou sentir saudades, gatinha... — diz, acariciando os cabelos da mesma.
ㅤㅤ— Eu também... — Suspira, apoiando sua cabeça no peito dele.
ㅤㅤApós um tempo abraçado com ela, ele se afastada delicadamente e deixa um beijo em sua testa, por cima de sua franja. Ela limpa algumas lágrimas que insistiam em estar no rosto dele e ele se separa completamente, dando um sorriso triste e se aproxima da porta para ir embora, em silêncio, que não era um silêncio constrangedor, mas sim um silêncio triste e conformado.
ㅤㅤPranpriya desce em seguida dele e abre a porta para ele ir.
ㅤㅤ— Se cuida, Priya... — ele diz.
ㅤㅤ— Você também. — Sorri.
ㅤㅤE ele se vira e vai embora. Ela fecha a porta lentamente, sem saber se deveria se preocupar muito ou se sentir triste. Quer dizer, não era cimpletamente um término... era?!
ㅤㅤ...
ㅤㅤEntão, sua mãe aparece atrás de si, com duas mãos na cintura e uma expressão nada agradável.
ㅤㅤ— Muito bonito, Pranpriya! Namorando o filho do meu ex que me abandonou grávida! — diz, parecendo que iria "voar" na prateada a qualquer momento.
ㅤㅤ— M-mãe... — não tinha cabaçea para discutir sobre isso. Já era um assunto passado.
ㅤㅤ— Não ter argumentos para isso, mocinha...
ㅤㅤ— Mãe! — fala em um tm mais alto, mas logo volta a se acalmar. — Ele vai ter que ir fazer uma faculdade em Daejeon... Não temos tanto tempo juntos mais...
ㅤㅤ— E ainda assim você quer continuar essa relação? Você quer me desafiar, é isso?! — seu extremo narcisista.
ㅤㅤ— Não, mãe! — Se joga no sofá. — Não acha que se eu não gostasse dele de verdade, eu não teria terminado?! Por favor...
ㅤㅤ— Isso não está certo, vocês vão ter uma irmã em comum! — afirma o fato de que não iria tirar a criança. — Não podem ficar juntos! — ela grita a última parte e sai de lá pisando forte.
ㅤㅤ— Aish... — Pranpriya leva a mão à cabeça, que doia um pouco. — Ótimo... e além de tudo, eu ainda borrei minha unha! — diz e sai de lá no mesmo estado que a mulher.
ㅤㅤ...
ㅤㅤÀ noite, Jung-kook estava arrumando suas malas e estava indo para a casa de Chae-young, completamente emburrado e sem olhar na cara de ninguém.
ㅤㅤ— Ei, Jung-kook... — Ji-soo diz, entrando no quarto e se sentando na cama.
ㅤㅤ— Eu ia pedir privacidade, mas lembrei que seria hipocrisia, já que temos o pai que temos... — debocha, dado ao fato de que eles dormiam no mesmo quarto, separados por um colchão no chão, que era de Jung-kook.
ㅤㅤ— É, realmente. — a morena ri e ele suspira, continuando o que estava fazendo. — Então, vai para Daejeon?
ㅤㅤ— Você sabe que sim, Ji-soo... — Suspira novamente.
ㅤㅤ— É... é que... é estranho... — Ela faz uma careta.
ㅤㅤ— Olha só quem acha algo estranho... — Ri sarcástico.
ㅤㅤ— Deixa de ser idiota! — O empurra.
ㅤㅤ— Ai! — Franze o cenho.
ㅤㅤ— A gente passou a infância inteira juntos! O Tae-hyung sempre ficou longe e o papai... Bom, você sabe!
ㅤㅤ— Só falta dizer que me ama... — ele brinca, rindo.
ㅤㅤ— ... — Suspira. — Na verdade, eu te odeio! — ele franze o cenho, voltando sua atenção para ela.
ㅤㅤ— Mas vou sentir falta de te odiar... — ela o abraça repentinamente.
ㅤㅤ— Ô, Ji-soo... — Ele faz carinho em seus cabelos. — A última vez que me abraçou eu tinha cinco anos... — ele ri.
ㅤㅤ— Não me abrace! — Ela o empurra e coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha.
ㅤㅤ— .... Você é muito estranha, sabia disso? — Franze o cenho, a olhando intrigado.
ㅤㅤEla o encara por alguns segundos com uma sobrancelha arqueada. Então, ela simplesmente vai embora. Já acostumado com o comportamento duvidoso de sua irmã, Jung-kook continua fazendo suas malas.
ㅤㅤDepois de um tempo, ele estava acenando para Tzu-yu para ir para a casa de Chae-young. O que, só de pensar, lhe dava nos nervos. A mulher que o abandonou junto com o cara que não dá a mínima para sua existência... Não parecia um par perfeito?!
ㅤㅤBom, assim ele o fez, bateu na porta da loira e ela atendeu, abrindo um sorriso estridente quando o viu.
ㅤㅤ— Que bom que veio! — O abraça rapidamente, e não é retribuída. — Bom... — Ela finge uma tosse. — Entre! Seu pai está fazendo o jantar... — Dá espaço para ele entrar.
ㅤㅤ— Hum... — faz um mínimo movimento com as cordas vocais e entra, vendo o pai cozinhando, parecendo que estava se obrigando a fazer aquilo.
ㅤㅤO homem lhe olha por uns segundos, sem expressão nada e volta ao que estava fazendo.
ㅤㅤ— Tem um quarto improvisado no porão, você pode ficar lá... — ela diz.
ㅤㅤ— Que maravilha! Vou dormir no porão... — ele murmura.
ㅤㅤ— Pra quem já dormiu com a própria meia-irmã... — ele retruca. É claro que não ia perder essa "maravilhosa" oportunidade.
ㅤㅤJung-kook suspira e volta para o quarto no porão. Lá, havia um violão velho, mas que ainda dava para ser utilizada. É claro que Jung-kook não conseguia tirar os olhos daquela relíquia antes de tocá-lo.
ㅤㅤEle joga sua mochila num colchão que levanta poeira ao recebê-la. Ele tosse, mas ignora. Ele se senta no mesmo colchão, já que não havia muitas opções, e pega o violão.
ㅤㅤEle se acostuma com as cordas um pouco velhas e fecha os olhos, começando a tocar uma melodia que estava em sua cabeça à um tempo, desde que começou a gostar de Pranpriya. Não era algo pronto, mas algo que gostava. Mais como uma base de música, mas já era um começo.
ㅤㅤ— Eu preciso de você, garota... Por que eu preciso de você mesmo sabendo que vou me machucar? Eu preciso de você, garota, você é linda...
ㅤㅤEle abre os olhos após fazer esse pequeno pedaço e dá um pulinho para trás de susto ao ver Chae-young lhe olhando na porta com um sorriso no rosto.
ㅤㅤ— Porra... — ele leva a mão ao coração e desvia o olhar.
ㅤㅤ— Eu costumava usar esse violão, quando era adolescente... — Ela entra no quarto, ainda sorrindo.
ㅤㅤ— E ele ainda está vivo... — debocha.
ㅤㅤ— Ei! — ela ri e se senta do lado dele. — Eu gostava dele, mas preferi a guitarra... Por isso, a guitarra acabou... "morrendo". — Ri. — E ele continua aí... firme e forte... — Olha para ele.
ㅤㅤ— Também prefiro as guitarras, o som é melhor... Mas o violão me traz mais... romantismo... — ele fala pensando em uma certa pessoa.
ㅤㅤ— Hum, romantismo? E eu posso saber pra quem você dedica todo seu romantismo? — Arqueia a sobrancelha.
ㅤㅤ— ... Não. — Volta a olhar pro violão.
ㅤㅤ— Ah, qual é! — Ri. — Por que não?
ㅤㅤ— Talvez porque eu não seja obrigado a me abrir com uma mulher que me deixou com um babaca até hoje? — A olha com cara de "Não é obvio, porra?!".
ㅤㅤ— Tudo bem... Mas eu queria te a chance de te conhecer melhor... Eu queria cuidar de você, Jung-kook! Mas eu era muito nova e imatura... Preferi que seu pai fizesse isso... Sei que errei... — Suspira, olhando para baixo.
ㅤㅤ— Aish... Eu conto se você contar o seu primeiro. — Revira os olhos.
ㅤㅤ— Justo! Mas acho que não preciso nem contar... O cara que eu escrevia minhas canções adolescentes está agora fazendo o jantar. — Ela ri.
ㅤㅤ— Então, você deve estar realizada...
ㅤㅤ— Depois de tantos anos?! Juro que nesse tempo todo eu já quis matá-lo de mil formas diferentes. — ela diz e arranca uma gargalhada do garoto.
ㅤㅤ— É, eu não posso discordar. — diz, rindo.
ㅤㅤ— Agora é sua vez! — Arqueia as sobrancelhas e apoia os cotovelos no joelho.
ㅤㅤ— Tudo bem... Eu... meio que estou namorando... Quer dizer, não meio... Se ela ouvir eu dizer "meio", me mata... — pensa na reação da garora, dando um pequeno sorriso de canto.
ㅤㅤ— Já imagino que deve ser uma peça! — ela ri.
ㅤㅤ— Sim, ela é louca! — diz num tom tão sério que não trazia dúvidas e realmente não era mentira. — Enfim, ela é filha da última... "namorada" do meu pai...
ㅤㅤ— Ah, agora eu entendi o porquê ele fica jogando piadinhas... — Suspira. — Não é uma história fácil, não posso julgá-lo... — Ele revira os olhos imediatamente. — Mas também não posso te julgar porque se apaixonou por ela... — ela diz e ele se surpreende.
ㅤㅤ— Sério? — Franze o cenho.
ㅤㅤ— Se é ela, você tem que sempre correr atrás dela, filho... — Coloca a mão em seu ombro e, pela primeira vez, ele não desvia ou tira.
ㅤㅤ— Mas esse é o problema! Eu não posso correr atrás dela me mudando para Daejeon! — diz, cansado, largando o violão na cama.
ㅤㅤ— É, eu sei... Mas, se tem uma coisa que eu aprendi, é que as histórias não terminam quando achamos que terminam... Você indo para lá, você vai garantir seu futuro no curso que escolher e cuidar dessa garota!
ㅤㅤ— Não é tão fácil assim... Enquanto isso, ela pode achar outra pessoa...
ㅤㅤ— Se ela te ama de verdade, ela não vai... Apesar de eu não ser conhecida como uma mulher muito "santa" e monogâmica, o único homem que eu sonhei em ter um futuro, foi o seu pai.
ㅤㅤ— Que gosto o seu... — ele sussurra.
ㅤㅤ— Eu ouvi isso! — Ri. — Não se preocupa, se vocês realmente nasceram um para o outro, não tem distância que vá separá-los... — ela termina e ele suspira.
ㅤㅤ— É, eu espero que esteja certa...
ㅤㅤ— Tenho certeza do que estou dizendo! — Ri fraco. — Mudando um pouco de assunto, já sabe qual curso vai escolher?
ㅤㅤ— Eu estava agora mesmo tocando um violão, o que você acha?! — ele diz como se fosse óbvio.
ㅤㅤ— Música, então. — ela ri e ele assente. — Você deveria levar essa guitarra... Eles vão gostar que você tenha uma própria. E... você pode trocar as cordas para umas mais novas. — sugere.
ㅤㅤ— Posso? — A olha. Mesmo sendo velha, era uma ótima oportunidade.
ㅤㅤ— Claro! — Sorri. — Você é um menino ousado, puxou a mãe. — ela brinca,mas logo percebe que não era uma boa coisa a ser dita na situação em que eles viviam. — É... me desculpa, Jung-kook...
ㅤㅤ— Pelo quê? — Franze o cenho e a olha, sem entender de cara o que ela estava querendo dizer.
ㅤㅤ— Por ter te deixado... Eu fui uma péssima mãe, mesmo não sendo minha culpa... Sei que você e seu pai não se batem, mas- — é interrompido.
ㅤㅤ— Eu odeio ele. — ele completa.
ㅤㅤ— Sim, eu sei... — Suspira. — Mas ele não foi tão ruim quanto eu e cuidou de você a vida toda. Quando você nasceu, eu não podia aceitar e nem quis saber, já ele, te registrou, escolheu seu nome e cuidou de você até hoje...
ㅤㅤ— Do jeito dele, né?... — faz cara de deboche.
ㅤㅤ— O que importa agora é que... ele foi um bom pai, queria que tentasse enxergar isso, e eu não fui... Eu sinto muito por isso, filho. — O olha, dando para ver o remorso em seus olhos. — Se eu fosse mais madura naquela época, juro que seria diferente... Entendo se nunca mais quiser olhar pra mim ou lembrar que eu existo, mas queria que soubesse como eu me sinto... — Suspira.
ㅤㅤ— Sabe que isso não muda nada, certo...? — desvia o olhar e começa a mexer nas cordas do violão com cuidado para não arrebentar.
ㅤㅤ— Sei... — Olha para baixo.
ㅤㅤ— Mas, tudo bem... Acho que já passou, certo? — A olha.
ㅤㅤ— Que bom... — Sorri. — Posso... te abraçar? — diz, parecendo que queria muito isso, para se sentir bem.
ㅤㅤ— Ah... — pensa por um instante. — Acho que tudo bem... — Sorri fraco.
ㅤㅤA mulher se aproxima devagar e o abraça forte. Jung-kook retribui, pela primeira vez, estava abraçando sua mãe.
ㅤㅤ— Obrigada, Jung-kook... — Sorri, meio emocionada.
ㅤㅤ— Pode me chamar de filho... — Sorri fraco.
ㅤㅤChae-young assente e sorri. Então, ela pega o violão.
ㅤㅤ— Eu sinto sua falta... — ela começa a tocar e acompanha a melodia cantando. — Quando eu digo isso, eu sinto ainda mais sua falta... Eu sinto sua falta... O tempo é tão cruel... Eu odeio o nós... Agora até olhar um para o outro se tornou difícil... — ela dedilha e deixa o violão de lado.
ㅤㅤ— Você é boa... — isso soa como um "uau".
ㅤㅤ— Tive muito tempo repetindo no ensino médio pra fazer isso pro seu pai. — Ela se levanta, rindo.
ㅤㅤJung-kook ri e ela sai do quarto.
ㅤㅤEle pensa um pouco, colocando o violão no colo e depois vai jantar, assim que ouve o mulher gritando "O jantar está na mesa! Queimado, mas está...!".
ㅤㅤTudo correu como ele imaginava... estranho. O pai ficou calado e lançando olhares de raiva e desconfiança para ele, já a mãe, tentava fingir que nada estava acontecendo e puxar alguns assuntos bobos, mas sempre seguido por uma piadinha de um dos dois, sempre se bicando.
ㅤㅤ...
ㅤㅤEnquanto isso, Pranpriya estava jogada na cama, completamente no tédio. Ela simplesmente não podia mandar mensagem para Jung-kook, isso só a iludiria mais. Mas estava tão preocupada...
ㅤㅤGraças à sua pura sorte, Roseanne lhe manda uma mensagem.
ㅤㅤ— Como está, neném? — sempre om seu jeitinho fofo, que arrancava um sorrisinho bobo nos lábios de Pranpriya.
ㅤㅤ— Nervosa, Rosé... — responde, soltando um suspiro.
ㅤㅤ— O que houve, meu bem? — pergunta, já preocupada pelo outro lado da tela.
ㅤㅤ— O Jung-kook, lembra? Eu te falei que a gente tava namorando... e todos os problemas disso.
ㅤㅤ— Sim, eu me lembro... Mas qual o problema?
ㅤㅤ— Ele vai estudar fora... em Daejeon... Sei que é meu hipocrisia falar sobre distância contigo, mas...
ㅤㅤ— Eu entendo, gatinha... Mas acredito que você não tenha que se preocupar... Se ele te ama, ele vai continuar mantendo o contato...
ㅤㅤ— Eu tô tentando pensar nisso... Mas só de imaginar ele conhecendo outra garotas, aish! — Cora de raiva só de pensar.
ㅤㅤ— Ei, tudo bem... É normal ter ciúmes...
ㅤㅤ— Não é ciúmes, Rosé!
ㅤㅤ— É, esqueci que você é assim... — ela diz e a garota acaba rindo.
ㅤㅤ— Aish... — bico.
ㅤㅤ— Olha, meu amor... Não tem problema, isso não vai acontecer. Vocês vão dar um jeito de ficar juntos, não se preocupa. Você só tem que confiar nele, pra dar certo. Você falou com sua mãe?
ㅤㅤ— Nem me fale disso, Rosé...
ㅤㅤ— Já imaginava... Sinto muito, Lice.
ㅤㅤ— Mas obrigada! Vou tentar pensar que vai dar tudo certo... Só uma última coisa... Acha que devo procurar ele amanhã? Pra despedir de novo no aeroporto e tal...
ㅤㅤ— Na minha opinião, acho que deveria ir, mas é você quem deve decidir isso...
ㅤㅤ— Ah, tudo bem... De qualquer forma, obrigada, Rosie!
ㅤㅤ— De nada, meu amor. Saiba que tô áqui pro que precisar, gatinha. — diz, seguido de um coração vermelho gigante.
ㅤㅤ— Eu sei disso, você também. — Sorri do outro lado da tela e retribui o coração, que servia paradar um ponto final na conversa. Isso entrisecia Pranpriya, que amava conversar com Roseanne, que sempre a confortava. Mas, dessa vez, sabia que ela que deveria se confortar e a única coisa que iria a ajudar naquele momento, era Jung-kook.
ㅤㅤEla decidia em sua cabeça e em seu horóscopo se iria vê-lo ir embora.
ㅤㅤEntão, ela pega o celular para falar tudo isso com Jennie.
ㅤㅤ— Amiga, preciso de ajuda! — diz e Jennie entra online no mesmo segundo.
ㅤㅤ— Sorvete já tá na bolsa, capitã! — ela diz, imaginando que seria pra isso.
ㅤㅤ— Não é isso, Jenn...
ㅤㅤ— Nenhum acidente com garotos? — estranha.
ㅤㅤ— Mais ou menos, mas não pdo sorvete, só de uma opinião.
ㅤㅤ— Manda!
ㅤㅤ— O Jung-kook vai pra Daejeon amanhã fazer faculdade por causa do pai...
ㅤㅤ— Caralho, que merda... Sinto muito, amiga.
ㅤㅤ— É, eu também... — Suspira.
ㅤㅤ— Mas vocês não terminaram, né?! — Pranpriya consegue imaginar seu tom dizendo isso.
ㅤㅤ— Não! Não quero nem pensar nisso...
ㅤㅤ— Mas... e se ele arrumar outra lá? — ela sugere o que Pranpriya tinha acabado de esquecer.
ㅤㅤ— Porra, Jennie, eu te chamei aqui pra me ajudar, não pra me deixar mais louca! — Bufa.
ㅤㅤ— Isso seria impossível, gata. — provoca.
ㅤㅤ— Cala a boca, ou eu vou sair da conversa!
ㅤㅤ— Não tente mandar em mim, Manoban! Tá, fala logo!
ㅤㅤ— Agora não quero mais, obrigada!
ㅤㅤ— Vai pedir ajuda pra sua amiguinha virtual?
ㅤㅤ— Ela já ajudou, obrigada. — provoca.
ㅤㅤJennie sai do bate-papo e Pranpriya revira os olhos. Na verdade, ela estava apenas fazendo drama e iria acabar perguntando, mas os ciúmes de Jennie eram muito fortes.
ㅤㅤEla teria que decidir sozinha de qualquer forma. No fundo, a resposta era óbvia.
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