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𝟔𝟐. 𝗍𝗁𝖾 𝖽𝖺𝗋𝗄 𝗅𝗈𝗋𝖽 𝗋𝖾𝗍𝗎𝗋𝗇𝗌

˖ ଽ *.₊˚❛ CHAPTER SIXTY TWO ៳ׄ ֢ ♡
⩇⩇. - ✶𝗈 𝗅𝗈𝗋𝖽𝖾 𝖽𝖺𝗌 𝗍𝗋𝖾𝗏𝖺𝗌 𝗋𝖾𝗍𝗈𝗋𝗇𝖺 ❜

❛ Eles vão me matar, Ron... ❜

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CONTÉM MENÇÃO A AUTOMUTILAÇÃO ˖ ࣪ !

⸻ NÃO SE FOI NÃO! ⸻ Bradou Harry Potter com a voz rasgando o ar.

Aquele grito quebrou algo dentro de Hydra. Seus olhos cinzentos, normalmente frios como gelo, agora estavam marejados, inundados. Ela levou ambas as mãos à boca em um gesto desesperado, como se tentar conter o que sentia pudesse mudar a realidade.

A varinha escorregou de seus dedos trêmulos, batendo no chão com um clac surdo, ignorado por todos.

As lágrimas finalmente romperam. Correram por seu rosto sem que ela as controlasse. Sirius Black, seu primo, estava morto.

Mesmo que sua mãe sempre tivesse proibido qualquer proximidade com ele ⸻"traidor de sangue" era o termo preferido de Narcisa ⸻ ainda era seu sangue, sua família, seu Sirius. Aquele que piscava para ela nas reuniões secretas da Ordem, como se dissesse "eu sei quem você é, mesmo que finja o contrário".

⸻ SIRIUS! ⸻ Gitou junto de Harry, a garganta ardendo, a dor afogando qualquer razão. ⸻ SIRIUS!

⸻ Ele não pode voltar, Harry ⸻ Disse Lupin, a voz embargada, segurando o garoto desesperado. ⸻ Ele não pode voltar porque está m...

⸻ ELE... NÃO... ESTÁ... MORTO! ⸻ Rugiu Harry, tentando escapar dos braços de Lupin. ⸻ SIRIUS!

Dumbledore estava no centro da sala, cercado por Comensais da Morte amarrados por cordas invisíveis. Olho-Tonto se arrastava com dificuldade até onde Tonks havia caído, tentando reanimá-la. Clarões ainda cintilavam no fundo do salão, onde Quim duelava ferozmente com Bellatrix Lestrange.

Hydra assistia tudo como se estivesse embaixo d'água. Tudo abafado. Tudo confuso.

Ela cambaleou para trás e quase caiu, mas sentiu mãos familiares segurarem sua cintura.

⸻ Desbotada... ⸻ Murmurou Ron, com a voz fraca, mesmo enquanto seu rosto estava manchado de sangue e o braço visivelmente ferido. ⸻ Você está bem?

Ela não conseguiu responder. Estava muito errada. Chorando diante de todos, sendo segurada por um Weasley. Seus pais... Lucios e Narcisa... eles a matariam. Ou pior.

Eles iriam torturá-la.

Ela ficou imóvel por alguns segundos, como se um peso imenso tivesse caído sobre seu peito. Seus ombros começaram a tremer e a respiração ficou curta. Não conseguia puxar o ar. O mundo girava.

Hermione estava desmaiada.

Ron estava ferido.

Harry corria atrás de Bellatrix.

Sirius estava morto.

Seus pais iriam castigá-la por se aliar aos "errados".

As mãos tremeram, o peito apertou. Um zumbido preencheu seus ouvidos. Tudo ao redor parecia longe. Hydra caiu de joelhos, agarrando a própria cabeça enquanto soluçava com força.

⸻ Eles vão me matar, Ron... ⸻ Sussurrou entre soluços, com os olhos arregalados de pavor. ⸻ Eu... eu fui contra tudo que eles queriam... Fiquei com você... Com os seus... Eles vão me torturar quando eu voltar pra casa... Eles... vão me usar de exemplo...

Ela não conseguia respirar.

As lágrimas agora escorriam em cascata. O ar não entrava. Era como se uma mão invisível apertasse seu pescoço. Seu peito arfava. A garganta doía de tanto prender o choro, e agora tudo saía de uma vez.

Ron se ajoelhou com dificuldade ao lado dela, mesmo sentindo dor.

⸻ Ei, ei, ei... cabeça-de-fósforo tá aqui, tá bom? ⸻ Disse, passando a mão trêmula pela bochecha molhada dela. ⸻ Respira comigo, vai... assim, olha... puxa o ar, devagar...

Hydra o olhou, os olhos cheios de terror. Ela o agarrou pelo uniforme rasgado, enterrando o rosto em seu ombro, sentindo o cheiro de sangue e pólvora.

⸻ Eu não aguento mais, Ron... Ele morreu... O Sirius morreu... E a Hermione... E você... e... e...

⸻ Shhh, calma, calma. ⸻ Ron a abraçou apertado, ignorando a dor no braço. ⸻ Eu tô aqui, você não tá sozinha. Eu juro por Merlin que você nunca vai voltar pra aquela casa sozinha, entendeu?

⸻ Eu tô com medo... ⸻ Choramingou. ⸻ Eu não quero que te machuquem... Não quero que façam com você o que fizeram com meu primo... Eu amo você, cabeça-de-fósforo...

Ron encostou a testa na dela, ofegante, tentando manter a calma mesmo com o coração aos pulos.

⸻ Eu também amo você, desbotada chata. E se alguém tentar encostar em você, eu... eu boto fogo no salão principal. Com a Ginny junto!

Ela riu no meio do choro. Foi um som feio, desesperado, mas era riso mesmo assim. Um escape de dor.

Ele passou os dedos com cuidado pelo cabelo loiro dela, bagunçado e sujo de poeira, e ficou ali, abraçado, enquanto ela chorava.

Enquanto tudo desabava.

Enquanto Sirius jazia morto.

Enquanto a guerra finalmente mostrava que não pouparia ninguém nem mesmo os Malfoy que ousaram amar os errados.

────────⊹⊱🍷⊰⊹────────

RETORNA AQUELE-QUE-NÃO-DEVE-SER-NOMEADO

Em breve declaração na sexta-feira à noite, o ministro da Magia Cornélio Fudge confirmou que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado retornou ao país e já começou a agir.

"É com grande pesar que confirmo que o bruxo que se autodenomina Lorde, bom, vocês sabem a quem me refiro, está vivo e mais uma vez entre nós", disse Fudge, parecendo cansado e nervoso ao se dirigir aos repórteres. "É quase com igual pesar que informamos a ocorrência de uma rebelião em massa dos Dementadores de Azkaban, que demonstraram sua insatisfação em continuar a servir ao Ministério. Acreditamos que os Dementadores estão presentemente recebendo ordens do Lorde... das quantas

"Pedimos à população mágica que se mantenha vigilante. O Ministério está presentemente publicando guias de defesa doméstica e pessoal que serão distribuídos gratuitamente em todas as residências bruxas no próximo mês."

A declaração do ministro foi recebida com consternação e sobressalto pela comunidade bruxa, que ainda na quarta-feira recebia garantias do Ministério de que não havia "fundamento algum nos persistentes boatos de que Você-Sabe-Quem estivesse mais uma vez agindo entre nós".

Os detalhes dos acontecimentos que provocaram essa reviravolta ministerial ainda são nebulosos, embora se acredite que Aquele-Que-NãoDeve-Ser-Nomeado e um seleto grupo de seguidores (conhecidos como Comensais da Morte) conseguiram entrar no próprio Ministério da Magia na noite de quinta-feira...

Alvo Dumbledore, reconduzido ao cargo de diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e igualmente ao de membro da Confederação Internacional de Bruxos e de presidente da Suprema Corte dos Bruxos, ainda não fez declarações à imprensa. Durante o último ano ele insistiu que VocêSabe-Quem não estava morto, como todos desejavam e acreditavam, mas andava novamente recrutando seguidores para outra tentativa de tomar o poder. Entrementes, "O-Menino-Que-Sobreviveu"...

Hermione lia a primeira página do Profeta Diario com a voz ainda rouca, os olhos inchados de cansaço. Estavam todos reunidos. Harry estava sentado aos pés da cama de Ron, que estava recostado com os braços ainda enfaixados. Ginny se encolhia aos pés da cama de Hermione, e Neville, com o nariz restaurado ao normal, ocupava uma cadeira entre as camas.

Luna, como sempre, lia o Pasquim de cabeça para baixo, alheia, e ainda assim presente.

Hydra, sentada à beira da própria cama, estava alheia a tudo. Sua postura era rígida, o olhar fixo num ponto qualquer da parede, e seus olhos, normalmente brilhantes como prata líquida, estavam baços, escuros, como se cobertos por névoa. Os fios loiros, que sempre exibiam o cuidado impecável típico de uma Malfoy, estavam embolados, desalinhados, grudados à pele por um suor frio. A blusa de mangas longas cobria discretamente os pulsos, e ninguém notou que ela se coçava ali, repetidas vezes.

Draco e Wanda haviam a trocado enquanto ela estava desacordada, depois do que acontecera no Ministério. Draco chorara ⸻ coisa raríssima ⸻ ao ver sua irmã gêmea em frangalhos, cortada, quebrada. Wanda, desesperada, avisara Madame Pomfrey, e Hydra acordara com a sensação úmida do sangue já limpo, a manga longa escondendo o que ela não podia dizer.

Ela não tinha mais medo da forma lobo que habitava seus pesadelos. Tinha medo dos olhos de Lucios. Do que viria ao voltar para casa. Da punição. Da tortura. E, mais do que tudo... do desprezo.

Ela não disse uma palavra desde que voltaram do Ministério.

Ron lançou um olhar breve à namorada, tentando decifrar aquele silêncio. Os olhos dele ainda ardiam por causa dos vergões deixados pelos tentáculos do cérebro — marcas internas, Madame Pomfrey dissera, das que o tempo demora a apagar. Ainda assim, ele tentou brincar.

⸻ Mas ele voltou a ser o "Menino Que Sobreviveu", né? ⸻ Murmurou sombriamente, tentando aliviar a tensão. ⸻ Não é mais um exibicionista delirante, eh?

Ele estendeu um punhado de Sapos de Chocolate do armário ao lado, atirando um para Harry, outro para Ginny e outro para Neville. Pegou o seu e abriu com os dentes.

Hydra virou a cabeça em sua direção, lentamente. Ele a chamou de "desbotada" baixinho, com um sorriso triste, esperando ver aquele revirar de olhos, aquela respostinha afiada. Mas ela não respondeu. Não sorriu. Só olhou. Vazia.

Hermione continuou lendo, mas seus olhos também vagaram para Hydra por um instante, preocupados. Harry franziu a testa, e Ginny abraçou os próprios joelhos.

⸻ Eles agora falam de você elogiosamente, Harry ⸻ Disse Hermione, passando os olhos pelas últimas linhas. ⸻ "Uma voz solitária da verdade... considerado desequilibrado, mas que jamais vacilou em sua história... forçado a suportar a ridicularia e a calúnia..." ⸻ Ela bufou. ⸻ Engraçado, esqueceram de mencionar que foi o próprio Profeta que te ridicularizou...

Hermione fez uma careta de dor, levando a mão às costelas. O feitiço de Dolohov ainda cobrava seu preço. Dez poções diárias, repouso constante. Ela queria levantar e abraçar Hydra. Mas havia algo naquela menina agora... uma muralha invisível de vidro e dor.

Hydra se encolheu, sentindo um nó crescer no estômago. O mundo parecia muito mais alto do que ela, e ela, tão pequena. Lembrava de Sirius caindo, do grito de Harry, do pânico de ver Ron sangrando e Hermione desmaiada. Queria correr. Queria desaparecer. Queria... não estar mais ali.

E o medo... o medo era uma sombra constante. Seus pais. Lucios. Narcisa. O que diriam? O que fariam? Ela se mutilara. Ela falhara. Ela chorara ao lado de um Weasley. Estava apaixonada por um sangue-ruim aos olhos da família. E agora... agora o Lorde voltara.

Suas mãos tremiam, escondidas entre os joelhos. Ela se balançava devagar. E então veio: uma pressão no peito, o ar sumindo, os batimentos acelerando. Um pânico gelado se instalou em sua garganta. Ela não conseguia respirar. Não ali. Não mais.

⸻ Hydra? ⸻ Ron perguntou, tenso, percebendo o tremor. Ele já a vira assim, em menor escala. Mas agora era diferente. ⸻ Ei... Desbotada... olha pra mim. 

Ela estava ofegante. Os olhos arregalados. A boca entreaberta. 

⸻ Hydra?! Amor, olha pra mim... ⸻ Ele subiu na cama dela e a puxou devagar, tentando não assustá-la mais. Ela tremia muito. ⸻ Tá tudo bem... tá tudo bem... Respira, cabeça-de-fósforo tá aqui. 

Ela começou a chorar. Baixinho no começo, como se quisesse esconder. Mas logo soluçava forte, tremendo contra o peito dele. Ron a envolveu com os braços, alisando seus cabelos, ignorando a dor em seus braços. Ele só a segurou. 

⸻ Eu tô aqui. Tá tudo bem agora. ⸻ Ele repetia, num sussurro, como se pudesse protegê-la do mundo. ⸻ Eu não vou deixar ninguém te machucar. Eu juro, Hydra. 

Harry, Hermione, Ginny, Neville... todos ouviram, mas não disseram nada. Hydra precisava daquele momento. Ela precisava quebrar. Ron seria a âncora. E ninguém jamais suspeitou da verdade mais feia por trás daquela dor. 

Porque Hydra Malfoy estava desmoronando. E ninguém sabia que já era a segunda vez que ela quase não voltava. 

Os sete garotos olharam instintivamente para o lado. 

Na cama oposta, a Professora Umbridge jazia imóvel, com os olhos fixos no teto branco da enfermaria. Seus cabelos cor de rato, normalmente penteados com meticulosidade, estavam agora desgrenhados, espetando para todos os lados, como se ainda carregassem os vestígios do caos. Pequenos gravetos e folhas secas se prendiam às madeixas desordenadas, relíquias de sua estadia forçada na Floresta Proibida. 

Dumbledore fora o único a adentrar aquele lugar sombrio para resgatá-la. Ninguém soubera explicar como o diretor, sozinho, retornara de entre as árvores ancestrais trazendo Umbridge pálida, trêmula, porém sem um único arranhão. E a professora, desde então, permanecia em silêncio absoluto. Não contara nada. Não emitira palavra alguma. 

⸻ Madame Pomfrey diz que está sofrendo de choque ⸻ Murmurou Hermione, com pena, embora seus olhos ainda brilhassem com o rastro de riso contido. 

⸻ Parece mais rabugice ⸻ Opinou Ginny, arqueando uma sobrancelha com desdém. 

⸻ É, mas ela se mexe se você fizer isso ⸻ Disse Ron, com um sorriso travesso, e estalou a língua no céu da boca, imitando o galope firme de cascos. 

A reação foi imediata. 

Umbridge se sentou de um pulo, os olhos arregalados, como se esperasse ver uma horda de centauros marchando pela enfermaria. Respirava com dificuldade, os dedos torcendo o lençol como se fosse uma rédea. 

⸻ Algum problema, professora? ⸻ Indagou Madame Pomfrey, surgindo na porta de seu consultório, franzindo o cenho. 

⸻ N-não... não... ⸻ Murmurou Umbridge, recostando-se com dificuldade nos travesseiros. ⸻ Acho que sonhei... 

Hermione levou a mão à boca, tentando conter uma gargalhada, enquanto Ginny enterrou o rosto na coberta para disfarçar o riso que sacudia seus ombros. 

 O silêncio que se seguiu à saída de Harry pairava espesso no ar, como uma névoa pesada que nenhum feitiço dissiparia. A enfermaria ainda estava iluminada pelo sol pálido que atravessava as janelas em arcos, mas a luz parecia hesitante, como se não quisesse perturbar o que havia ali dentro.

Hydra Malfoy permanecia encolhida entre os lençóis de linho fino, a pele alva ainda mais pálida sob a luz fria da tarde. Seus longos cabelos loiros, normalmente brilhantes e meticulosamente arrumados, estavam desgrenhados, colando-se ao rosto manchado de lágrimas. Os olhos cinzentos ⸻ espelho quase exato dos de Draco ⸻ estavam vazios, fixos em algum ponto distante no teto da enfermaria. Tremores sutis percorriam seu corpo de tempos em tempos, como se a dor insistisse em encontrar novas formas de se fazer presente.

────────⊹⊱💸⊰⊹────────

Ron, Hydra e Hermione deixaram a Ala Hospitalar completamente curados, três dias antes do término do trimestre. Hermione estava inquieta, claramente ansiando por conversar sobre Sirius Black, mas Ron a silenciava com um seco "Psiu" cada vez que o nome do padrinho de Harry escapava de seus lábios. Não por insensibilidade, mas porque sabia ⸻ mesmo sem verbalizar ⸻ que Harry oscilava entre querer desesperadamente falar sobre Sirius e desejando nunca mais ouvir seu nome. Era um luto confuso, que se misturava com mágoas e medos antigos. Harry ainda não decidira se estava pronto. Sabia, porém, que por mais melancólico que estivesse, sentiria falta de Hogwarts ⸻ da segurança das suas paredes milenares, da magia sussurrando entre as tapeçarias ⸻ assim que pusesse os pés de volta ao número quatro da Rua dos Alfeneiros. Ainda que agora compreendesse a razão vital de retornar ali todo verão, isso não tornava a experiência menos detestável. De fato, nunca temera tanto voltar.

A Professora Umbridge desapareceu de Hogwarts um dia antes do fim do trimestre. Evadira-se da Ala Hospitalar durante o jantar, numa tentativa patética de sair discretamente do castelo. Mas o azar não tardou: Pirraça a interceptou nos corredores do quinto andar. Seguindo à risca as instruções deixadas por Fred Weasley, ele a perseguiu, planando de cabeça para baixo enquanto desferia bengaladas com uma das muletas da própria Professora McGonagall, e atirava uma meia recheada de giz na sua nuca. Estudantes de todos os anos correram para o Saguão de Entrada para assistir ao espetáculo de sua fuga humilhante, e os diretores das Casas não demonstraram muito empenho em detê-los. A própria McGonagall recostou-se com tranquilidade em sua cadeira, fingindo dar algumas advertências formais, mas foi ouvida dizendo ⸻ com visível prazer ⸻ que lamentava não poder ir aos gritos atrás da Umbridge porque Pirraça havia lhe "tomado emprestada a bengala".

Chegou, enfim, a última noite no castelo. A maioria dos estudantes já havia terminado de arrumar suas coisas e descia animadamente para o Banquete de Encerramento no Salão Principal. As malas de Harry, no entanto, ainda jaziam intactas aos pés da cama.

⸻ Faz as malas amanhã! ⸻ Disse Ron, parado à porta do dormitório da Torre da Grifinória, os braços cruzados, um franzido impaciente na testa. ⸻ Anda, estou faminto.

Harry deu de ombros, olhando para o baú aberto e vazio.

⸻ Não vou demorar... Vai andando. E vê se passa nas masmorras. A Hydra ainda não saiu do dormitório desde que saiu da Ala Hospitalar.

Ron soltou um suspiro abafado. Sabia que Hydra não estava bem desde a morte de Sirius ⸻ não apenas por ele ser seu primo, mas porque, mesmo que ela nunca admitisse em voz alta, havia nutrido uma admiração silenciosa pelo homem rebelde que desafiara os padrões dos Black. Além disso, pairava sobre ela o medo sufocante de voltar para casa ⸻ para a frieza opressora de Lucios Malfoy e os olhares inquisidores de Narcisa. A fachada de controle que Hydra sempre sustentava começava a rachar.

⸻ Desbotada teimosaaaa... ⸻ Murmurou ele com um sorriso torto, descendo os degraus da torre.

As masmorras estavam mergulhadas em sua penumbra habitual, com as tochas lançando sombras trêmulas nas pedras úmidas. O frio subterrâneo era cortante, mas Ron já estava acostumado a descer até lá por motivos específicos uma certa Sonserina loira de olhos cinzentos e pavio curto.

Quando bateu na porta do dormitório feminino da Sonserina, não esperava ser atendido por Draco Malfoy em pessoa. O gêmeo de Hydra abriu a porta abruptamente, o rosto contorcido em exasperação.

⸻ Finalmente, Weasley! Onde você estava, seu idiota?! ⸻ Exclamou Draco, agarrando o pulso de Ron e o puxando com força para dentro. ⸻ Ela tá lá jogada na cama feito um trasgo ferido. Não come, não fala, não sai. E tudo que você faz é esperar que ela vá até você?

Ron, pego de surpresa, tentou protestar, mas Draco já o arrastava pelos corredores frios, ignorando os olhares chocados dos poucos alunos sonserinos que ainda estavam por ali.

No dormitório feminino ⸻ temporariamente deserto, já que as colegas de Hydra haviam descido para o banquete ⸻ o ambiente era surpreendentemente decorado com elegância. Os baús com brasões bordados a ouro, frascos de perfume francês sobre a penteadeira e roupas meticulosamente dobradas sobre a cama denunciavam o sangue-puro e o luxo Malfoy. Hydra, porém, contrastava com tudo isso naquele momento. Estava deitada de lado, o rosto voltado para a parede, os longos cabelos loiros soltos, e os olhos fixos no nada.

Ron hesitou por um instante antes de se aproximar. Sentou-se na beirada da cama, em silêncio, observando o perfil delicado da namorada.

⸻ Desbotada... ⸻ Murmurou, mais suave dessa vez. ⸻ Sei que tá tudo uma droga. Mas você não precisa ficar aqui sozinha... Vamos pro banquete, vai..

Scarlett não respondeu de imediato. Seus olhos estavam ligeiramente vermelhos, como se houvesse chorado mais cedo. Ela sabia que voltar para casa seria um pesadelo. Sabia que Lucios cobraria obediência, que Bellatrix talvez aparecesse para avaliar "a fidelidade" da sobrinha... e, acima de tudo, sabia que Sirius não estaria mais no mundo.

Ela soltou um suspiro trêmulo.

⸻ Você vai mesmo me obrigar a descer pra ver todo mundo fingindo que nada aconteceu? Que o mundo não tá desmoronando?

⸻ Eu não tô fingindo. Mas sei que, se você ficar aqui, isso só vai piorar. Vai ter torta de carne e cerveja amanteigada, e até mesmo Draco desceu. Então... ⸻ Ron se aproximou mais, acariciando com o polegar a bochecha dela. ⸻ Vem comigo, cabeça quente. Ou vou ter que te carregar?

Hydra deixou escapar uma risada fraca, ainda com os olhos marejados.

⸻ Se me chamar de cabeça quente de novo, eu te amaldiçoo até você ficar careca.

⸻ Melhor que continuar com esse cabelo cor de nuvem ⸻ Retrucou ele, provocando.

⸻ Cuidado, cabeça-de-fósforo. Tô emotiva, mas ainda sei usar a varinha.

Apesar da ameaça, ela sentou-se lentamente. Permitiu que ele a ajudasse a levantar e pegar um casaco elegante de lã verde escura. De mãos dadas, saíram do dormitório. E por um instante ⸻ apenas um instante ⸻ Scarlett deixou-se apoiar no ombro dele.

Ela não estava curada. Mas estava em movimento. E isso já era um começo.

────────⊹⊱🍷⊰⊹────────

A viagem para casa no Expresso de Hogwarts no dia seguinte foi memorável de várias maneiras. Primeiro, Pansy, Crabbe e Goyle, que claramente tinham passado a semana inteira à espera de uma oportunidade para atacar sem a presença de professores, tentaram emboscar Harry no trem quando ele voltava do banheiro. O ataque talvez tivesse sido bem-sucedido se não fosse o fato de que, sem saber, eles tinham escolhido encená-lo ao lado de uma cabine cheia de integrantes da AD, que viram o que estava acontecendo pelo vidro e acorreram juntos para socorrer Harry. Na altura em que Ernesto Macmillan, Hannah Abbott, Susan Bones, Justin Finch-Fletchley, Antônio Goldstein e Terêncio Boot terminaram de usar a ampla variedade de feitiços e azarações que Harry lhes ensinara, Pansy, Crabbe e Goyle pareciam simplesmente três lesmas gigantescas apertadas em uniformes de Hogwarts que Harry, Ernesto e Justino penduraram no porta-bagagem e deixaram ali para esvaziar.

⸻ Devo dizer que estou doido para ver a cara da mãe de Parkinson quando ele descer do trem ⸻ Disse Ernesto, satisfeito, observando Malfoy se contorcer no alto. O garoto nunca chegara a esquecer a indignidade cometida por Malfoy de tirar pontos da Lufa-Lufa.

⸻ Mas a mãe de Goyle vai ficar realmente satisfeita ⸻ Disse Ron, que viera investigar a origem do tumulto. ⸻Ele está muito mais bonito agora... mas, a propósito, Harry, o carrinho de comida acabou de chegar, se você quiser comprar alguma coisa...

Harry agradeceu aos colegas e acompanhou Ron de volta à cabine, onde comprou uma pilha de bolos de caldeirão e tortinhas de abóbora. Hermione estava lendo o Profeta Diário outra vez, Gina, fazendo as palavras cruzadas do Pasquim, e Neville acariciava sua Mimbulus mimbletonia, que crescera muito durante aquele ano e agora fazia estranhos arrulhos quando alguém a tocava.

Harry e Ron passaram a maior parte da viagem jogando xadrez de bruxo enquanto Hermione lia trechos do Profeta e Hydra olhava a janela enquanto comia um sapo de chocolate. O jornal vinha agora repleto de artigos ensinando a repelir Dementadores, noticiava as tentativas do Ministério para caçar os Comensais da Morte e reproduzia cartas histéricas em que o missivista dizia ter visto Lorde Voldemort passando por sua casa naquela manhã...

⸻ Ainda não começou para valer ⸻ Suspirou Hermione, deprimida, tornando a fechar o jornal. ⸻ Mas não falta muito agora...

⸻ Ei, Harry ⸻ Disse Ron baixinho, indicando com a cabeça a janela de vidro para o corredor.

Harry olhou. Cho ia passando, em companhia de Marieta Edgecombe, que tinha o rosto oculto por uma balaclava. Os olhos dele e os de Cho se encontraram por um momento. A garota corou e continuou seu caminho. Harry voltou sua atenção para o tabuleiro de xadrez bem em tempo de ver um dos seus peões ser posto em fuga por um cavalo de Ron.

⸻ Afinal, que... ah... está acontecendo entre você e ela? ⸻ Perguntou Ron em voz baixa.

⸻ Terminaram de vez, Potter? ⸻ Hydra falou.

⸻ Sei lá...

⸻ Eu... ah... ouvi falar que está saindo com outra pessoa agora ⸻ Disse Hermione, hesitante.

Harry ficou surpreso ao descobrir que a informação não o magoava. A vontade de impressionar Cho parecia pertencer a um passado que já não tinha muita ligação com ele; tantas coisas que ele desejara antes da morte de Sirius ultimamente lhe davam essa sensação... a semana que passara desde que vira Sirius pela última vez parecia ter se prolongado muitíssimo; estendia-se por dois universos, um com Sirius e outro sem ele.

⸻ Ainda bem que você está fora, cara ⸻ Disse Ron com veemência. ⸻ Quero dizer, ela é bem bonita e tudo o mais, mas a gente quer alguém um pouco mais alegre.

⸻ Alegre? ⸻ A loira arqueou uma sobrancelha, com os olhos cinzentos faiscando em desafio. Ela o fitou como se ele tivesse acabado de tropeçar nas próprias palavras. ⸻ Alegre tipo quem, cabeça-de-fósforo?

Ron piscou, claramente confuso.

⸻ O quê?

⸻ Tipo quem, Ronald? ⸻ Repetiu ela, o tom ligeiramente ácido, os braços ainda cruzados. ⸻ Porque, veja bem, você parece ter uma opinião bem clara sobre o tipo de garota que a gente quer.

⸻ Hydra, não era sobre você ⸻ Começou ele, rindo de leve, tentando aliviar o clima ⸻ E você sabe que eu te amo, sua desbotada mal-humorada...

⸻ Ah, então pra você eu sou desbotada e mal-humorada, e a Cho é "bem bonita e tudo o mais"? ⸻ Ela estreitou os olhos, erguendo o queixo num gesto aristocrático típico dos Malfoy. ⸻ Que bom saber.

⸻ Ah, Merlin, Hydra ⸻ Gemeu Ron, deixando a torre cair no tabuleiro. 

⸻ Afinal, com quem ela está saindo agora? ⸻ Perguntou Potter a Hermione, mas foi Ginny quem respondeu.

⸻ Miguel Corner.

⸻ Miguel... mas... ⸻ Disse Ron esticando-se no banco para encarar a irmã. ⸻ Mas era você que estava saindo com ele!

⸻ Não estou mais ⸻ Disse Ginny, decidida. ⸻ Ele não gostou da Grifinória ter vencido a Corvinal no quadribol, e ficou realmente mal-humorado, então dei o fora nele e ele correu para consolar a Cho. ⸻ Ginny coçou o nariz distraidamente com a pena, virou o Pasquim de cabeça para baixo e começou a marcar as respostas. Ron pareceu encantado da vida.

⸻ Bom, eu sempre achei que ele era meio idiota ⸻ Disse, avançando sua rainha em direção à torre abalada de Harry. ⸻ Que bom para você. Escolha alguém... melhor... da próxima vez.

E lançou um olhar estranhamente furtivo a Harry ao dizer isso, Hydra colocou a mão na boca para não rir.

⸻ Bom, escolhi o Dino Thomas, você diria que é melhor? ⸻ Perguntou Ginny olhando suas unhas.

⸻ QUÊ? ⸻ Berrou Ron, virando o tabuleiro de xadrez. Bichento mergulhou atrás das peças, e Edwiges e Píchi piaram zangados do porta-bagagem. Winter se arrepiou e deu um grande miado.

⸻ Sinceramente, Ronald ⸻ Disse Hydra, pegando Winter no colo com delicadeza. ⸻ Você berra mais do que o canto de uma mandrágora com dor de dente. Nem parece um Weasley discreto.

⸻ Não sei se você reparou, mas ninguém na minha família é discreto.

⸻ Exceto a sua inteligência ⸻ Murmurou Scarlett com um sorriso felino.

A porta do vagão atrás deles se abriu com um estalo. Draco Malfoy surgiu com a elegância esnobe de sempre, os olhos gélidos varrendo a plataforma.

⸻ Hydra ⸻ Chamou ele, e sua voz tinha o tom impessoal e direto de quem detestava multidões. ⸻ Mamãe e papai não vão vir. Mudaram os planos. Vamos de carruagem até em casa. Estão "atolados com assuntos diplomáticos urgentes". Palavras da mamãe.

⸻ Ótimo ⸻ Respondeu Hydra, com um olhar entediado. ⸻ Espero que pelo menos tenham deixado o elfo com os macarons de limão me esperando.

Quando o trem começou a diminuir a velocidade, aproximando-se da estação de King's Cross, Harry sentiu um peso estranho no peito. Nunca antes tivera tão pouca vontade de desembarcar. Por um breve instante, considerou o que aconteceria se se recusasse a sair dali, permanecesse sentado na cabine até o dia primeiro de setembro, e deixasse o trem levá-lo de volta para Hogwarts.

Mas, como sempre, o mundo real bateu à porta com a pontualidade cruel de um relógio quebrado. O veículo soltou sua baforada final e parou com um chiado que soava como um suspiro resignado. Harry se levantou, abaixando a gaiola de Edwiges e se preparando para arrastar o malão.

O inspetor de bilhetes deu sinal para que ele, Ron, Hermione e Hydra atravessassem a barreira mágica entre as plataformas nove e dez. Foi quando, ao cruzarem para o mundo trouxa, foram recebidos por uma visão incomum. 

Um grupo aguardava e não era qualquer grupo.

À frente, Olho-Tonto Moody, vestindo uma capa de viagem que parecia ter sobrevivido a três batalhas, empunhava seu bastão como se estivesse pronto para atacar a qualquer segundo. O olho mágico girava com mais intensidade do que o normal sob o chapéu-coco encostado de forma sinistra na testa.

Logo atrás, vinha Tonks, o cabelo cor-de-rosa gritando contra a claridade filtrada pelo teto de vidro da estação. Usava calças jeans rasgadas e uma camiseta roxa com os dizeres As Esquisitonas estampados com orgulho.

Remo Lupin estava ao lado dela, envolto em um casaco puído que balançava com a brisa, os cabelos mais grisalhos do que nunca. Ele parecia cansado, mas ainda irradiava uma calma inconfundível.

Fred e George estavam impecáveis ⸻ ou, ao estilo deles, impecavelmente extravagantes ⸻ com jaquetas feitas de um tecido verde-escamoso, algo entre a pele de um dragão e o mau gosto assumido.

À frente de todos, na plataforma iluminada pela luz esbranquiçada que filtrava pela cobertura de vidro, o Sr. e a Sra. Weasley estavam postados com expressões que mesclavam alívio e alegria, como se não os vissem havia meses ⸻ mesmo que, tecnicamente, o ano letivo tivesse terminado apenas naquele instante. Vestiam roupas de trouxas com esforço visível para parecerem discretos, mas o resultado era... no mínimo curioso. A camisa florida de Arthur estava enfiada pela metade na calça bege, enquanto o vestido de Molly ⸻ lilás com estampas de bolinhas destoava de qualquer moda trouxa dos últimos cinquenta anos.

⸻ Ron! Ginny! ⸻ Exclamou Molly, abrindo os braços e atravessando a plataforma com passos decididos para apertar os filhos em um abraço que mais parecia um estrangulamento coletivo. ⸻ Ah, e Harry querido... como vai você? Está comendo bem? Dormindo direitinho?

A Malfoy permaneceu um passo atrás, observando a cena com um misto de desconforto e... inveja? Não que admitisse isso em voz alta, claro. Era uma Malfoy, com a coluna reta, o queixo erguido e o loiro platinado impecável brilhando sob a luz natural ainda que o vento da estação teimasse em embaralhar os fios. Suas mãos, porém, estavam entrelaçadas com as de Ron, e isso a fazia sentir-se menos deslocada.

Ainda assim, a vergonha a consumia por dentro. Ela não achava, nem por um segundo, que a família Weasley realmente gostava dela. E por que gostariam? Ela era filha de Lucius Malfoy. Irmã gêmea do Draco Malfoy. Uma Sonserina. Rica, mimada (segundo a maioria) e com o costume de dizer o que pensava sem se preocupar se ofendia ou não. O desconforto queimava sob sua pele enquanto tentava parecer natural, mas seu aperto na mão de Ron aumentou.

⸻ Há! Mini-puff! ⸻ Exclamou Fred, com um sorriso escancarado enquanto caminhava direto na direção dela e a envolvia num abraço sem pedir permissão. ⸻ Ainda não desistiu do roniquinho, hein?

Hydra, completamente sem jeito, corou violentamente. A cabeça dela se virou para Ron no mesmo instante, como se esperasse que ele fosse revidar por ela.

⸻ Ah, vai se fuder, Fred... ⸻ Murmurou Ron, revirando os olhos.

⸻ Ronald! Olha a boca! ⸻ Ralhou Molly, esbofeteando de leve o braço do filho.

⸻ É roniquinho, olha a boca... ⸻ Completou George com um sorrisinho malicioso, balançando a cabeça e piscando para Hydra.

Ginny surgiu ao lado dela, passando um braço por seu ombro com uma empolgação impossível de ignorar.

⸻ Hydra, você vai amar passar o verão na Toca! Tem muito espaço, a gente joga quadribol no campo, e às vezes papai até tenta cozinhar e quase incendeia a casa!

Let arregalou os olhos, o coração batendo forte de nervosismo.

⸻— Passar o verão...? ⸻ Repetiu ela, olhando de Ron para Ginny, e depois para Molly. Que a observava com a mesma expressão que usaria para encarar uma lesma venenosa.

⸻ É, o idiota aqui não te contou? ⸻ Disse a Hydra, cutucando Ron na cintura.

Ron bufou, corando.

⸻ Ia contar com mais calma. Mas é isso. Queria que você ficasse com a gente esse verão. Quer dizer, se quiser. ⸻ Ele passou a mão pela nuca, envergonhado. ⸻ A Toca vai estar cheia, mas é legal. E... bem... eu queria que você estivesse lá. Comigo.

Hydra piscou, surpresa com a doçura repentina, e seu rosto corou de leve. Era tão mais fácil quando estavam só os dois, sem metade da população ruiva do país olhando. Ela olhou para Molly, que franzia os lábios num traço finíssimo, e depois para Arthur, que agora sorria de orelha a orelha como se estivesse diante de uma celebridade.

⸻ Hydra! ⸻ Disse ele, estendendo a mão com empolgação. ⸻ A namorada do meu filho! Ah, que maravilha! Sempre quis conhecer você! 

Hydra sorriu, meio nervosa, e apertou a mão dele de volta.

⸻ Pai, respira. ⸻ Disse Ron, puxando a mala.

Fred e George estavam cochichando mais atrás, evidentemente bolando alguma piada escandalosa.

⸻ Vocês dois parem agora. ⸻ Disse Ginny, sem sequer olhar, ao ouvir uma risadinha.

Hydra, no entanto, deu um passo para trás, sua mão ainda na de Ron.

⸻ Olha... eu adoraria, de verdade... mas... vai ser difícil. ⸻ Ela engoliu em seco. ⸻ Meus pais jamais deixariam. O Lucius surtaria se soubesse que eu estou dormindo em um quarto a trinta metros de um Weasley.

⸻ Ah, relaxa, desbotada. ⸻ Disse Ron com um sorriso torto. ⸻ Diz que vai pra casa da Astoria, ou sei lá. A gente dá um jeito. Só fica.

Hydra suspirou. Ela sentia algo quente e estranho no peito. Era bom. Acolhedor. Algo que nem mesmo o luxuoso Solar dos Malfoy sabia proporcionar. Aquela sensação tola de pertencer a algum lugar.

Ela mordeu o lábio inferior, hesitante, depois sorriu com um brilho malicioso no olhar.

⸻ Se eu disser que vou passar o verão com a Astoria... eles acreditariam. Ela é a protegida da Bellatrix agora. ⸻ Ela deu de ombros. ⸻ Acho que posso mentir com elegância.

Molly, que claramente ouvia tudo, soltou um suspiro longo e resignado.

⸻ Contanto que não venha espalhar ideias de pureza de sangue pela minha casa, eu... suponho que possa ficar.

⸻ Mãe! ⸻ Reclamaram todos os filhos ao mesmo tempo.

⸻ Oh, por favor, senhora Weasley... ⸻ Disse Hydra, com um sorriso educado e atrevido. ⸻ Pureza de sangue me dá alergia.

Arthur deu uma gargalhada, Fred e George gritaram um "PONTOS PRA MINIPUFF!", e Ron apenas envolveu os ombros dela com o braço, sussurrando:

⸻ Vai ser o melhor verão da sua vida. Prometo.

Hydra sorriu, sentindo-se, pela primeira vez em muito tempo, parte de algo que não envolvia sobrenomes, reputações ou máscaras aristocráticas.

⸻ Só se você parar de me chamar de desbotada.

⸻ Nem pensar, desbotada.

*.₊ 𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒

( 𝐎𝐎𝟏 ) Olá pessoinhas!, como vocês estão?

( 𝐎𝐎𝟐 ) acabou o ato 5 de le! agora sim eu vou amar escrever (já to amando, mas eu AMOOOOOO escrever uma depressão), coloquem aqui oque acharam desse ato!

( 𝐎𝐎𝟑 ) Por favor, não esqueçam de votar caso estejam gostado, e se quiser, comente também <3

( 𝐎𝐎𝟒 ) Obrigada por ter lido até aqui.

beijinhos da brenda!

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