
𝟓𝟖. 𝖼𝗅𝖺𝗇𝖽𝖾𝗌𝗍𝗂𝗇𝖾 𝗉𝖺𝗋𝗍𝗒
˖ ଽ *.₊˚❛ CHAPTER FIFTY EIGHT ៳ׄ ֢ ♡
⩇⩇. - ✶ 𝖿𝖾𝗌𝗍𝖺 𝖼𝗅𝖺𝗇𝖽𝖾𝗌𝗍𝗂𝗇𝖺 ❜
❛ Merlin, ela tá muito gostosa nesse uniforme... ❜
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CONTÉM CONTEÚDOS SEXUAIS, MENORES BEBENDO E USANDO DROGAS ÍLICITAS ˖ ࣪ !
HOGWARTS ERA, SEM SOMBRA DE DÚVIDA, uma maldita ditadura. Desde que Dumbledore fora afastado ⸻ desaparecido, segundo a versão oficial ⸻ e Dolores Umbridge assumira como diretora pelo Decreto Educacional Número Vinte e Oito, a escola se tornara uma prisão cor-de-rosa. Cada corredor estava abarrotado de quadros com regras novas, cada respiração parecia medida e julgada, e os próprios corredores pareciam mais frios.
E, como se não bastasse, a bruxa maldita da Umbridge sabia. Sabia exatamente onde Hydra Malfoy e Ronald Weasley estavam, mesmo quando os dois apenas se olhavam. Era como se ela sentisse o cheiro do desaforo vindo de longe. Sempre que entrelaçavam os dedos ou mesmo caminhavam lado a lado, Umbridge lançava um feitiço irritante que os empurrava para direções opostas, murmurando algo sobre "proximidade imprópria". Então, para evitar punições, Hydra andava com Hermione, e Ron com Harry. Mas nem isso os impedia de se encontrarem.
Felizmente, ambos eram monitores. Monitores espertos. Espertos o suficiente para darem um jeito: todas as noites, depois do toque de recolher, se enfiavam juntos em algum canto escondido do castelo sob a Capa da Invisibilidade, que Harry emprestara por livre e espontânea pressão e com um olhar mortal da Malfoy.
O relacionamento, portanto, seguia firme. Quente. Muito quente, para desespero de qualquer autoridade.
Agora, era o primeiro dia dos feriados de Páscoa. A sala comunal da Grifinória estava tranquila, exceto por um leve chiado vindo da lareira e os ronronares de Bichento, o gato de Hermione. Hydra, com os cabelos loiros soltos em ondas preguiçosas, dormia com a cabeça no colo de Ron, que a acariciava com um cuidado quase reverente. A diferença de cores entre os dois era gritante ⸻ o ruivo intenso e a loira platinada ⸻ e ainda assim, eles pareciam feitos para se encaixar.
⸻ Como você consegue dormir tão rápido? ⸻ Murmurou ele, mexendo em uma mecha do cabelo dela. ⸻ Parece até que não vive reclamando o dia inteiro.
⸻ Cala a boca, cabeça-de-fósforo... ⸻ Murmurou Hydra, ainda de olhos fechados. ⸻ Se você parar de falar merda, talvez eu durma melhor.
Ron deu um sorrisinho de canto. Estava acostumado com os palavrões e o gênio curto dela. No fundo, achava até charmoso.
⸻ Desbotada. ⸻ Provocou, só para ouvi-la resmungar.
⸻ Vai tomar no cu, Weasley.
Hermione pigarreou, sentada próxima dos dois, com um pergaminho estendido à sua frente. Ela estava ajustando o cronograma de estudos deles com sua varinha, cada quadradinho de tempo tingido com uma cor diferente.
⸻ Por que você não tem mais aulas de Oclumência, Harry? ⸻ Perguntou ela, franzindo o cenho.
⸻ Eu já falei ⸻ Resmungou Harry, irritado. ⸻ Snape acha que posso continuar sozinho agora que aprendi o básico.
⸻ Quer dizer que você parou de ter sonhos esquisitos? ⸻ Indagou Hermione, com ceticismo nos olhos.
⸻ Quase. ⸻ Respondeu ele, desviando o olhar.
⸻ Quase não é bom o suficiente! Harry, você devia voltar lá e exigir que...
⸻ NÃO. ⸻ Cortou ele, firme. ⸻ Esquece isso, Hermione.
Hermione bufou. Hydra, meio acordada, revirou os olhos.
⸻ Alguém dá uma taça de chá de camomila pra ela, por Merlin... ⸻ Disse ela, se esticando como um gato. ⸻ É feriado, porra. Alívio, descanso, sabe o que é isso?
⸻ Descanso não significa esquecer que temos exames! ⸻ Retrucou Hermione. ⸻ Se vocês seguirem o cronograma que eu fiz, vão passar com notas ótimas!
Ela entregou o pergaminho a Ron, que olhou para ele com expressão de horror. Hydra, agora sentada ao lado dele, espiou por cima do ombro.
⸻ Isso tá parecendo um plano de tortura.
⸻ Você me deu uma noite de folga por semana! ⸻ disse Ron, subitamente animado. ⸻ Finalmente vou poder fode-
⸻ RONALD BILIUS WEASLEY! ⸻ Gritou Hermione. ⸻ Para o treino de quadribol, claro!
O sorriso dele murchou instantaneamente.
⸻ Pra que diabos a gente ainda tá treinando? ⸻ Resmungou, cruzando os braços. ⸻ Nossa chance de ganhar a Copa de Quadribol é a mesma do papai virar Ministro da Magia...
⸻ Ah, cala essa boca pessimista, ⸻ Hydra rebateu. ⸻ Pelo menos você ainda tem Copa. Na Sonserina, tudo virou um festival da Umbridge.
⸻ Ela ainda tá no seu pé? ⸻ Perguntou Hermione.
⸻ A desgraçada me odeia mais do que odeia sangue trouxa. ⸻ Respondeu Hydra, cruzando as pernas. ⸻ Me chamou de "infeliz demoníaca" na frente do Draco semana passada porque eu enfeitei o banheiro com morcegos cor-de-rosa que cantavam Like a Virgin. Digo, alguém precisava alegrar aquela escola do inferno.
⸻ Merlin... ⸻ Disse Harry, finalmente sorrindo. ⸻ Você é louca.
⸻ E irresistível. Pergunta pro ruivinho aqui.
⸻ Infelizmente. ⸻ Murmurou Ron, fingindo frustração. ⸻ Estou preso com uma Malfoy boca suja e completamente desequilibrada.
⸻ Desbotada desequilibrada, por favor. ⸻ Completou Hydra, erguendo o queixo com orgulho.
Hermione soltou um risinho abafado. Bichento aproveitou o momento de trégua e pulou no colo de Harry, que começou a acariciar sua orelha distraidamente. O mundo fora da sala comunal estava mergulhado em tensão e medo, mas ali, por alguns momentos, Hogwarts parecia viva novamente ⸻ mesmo que fosse graças a uma Malfoy malcriada, um Weasley apaixonado, e um plano de estudo absolutamente enlouquecedor.
Enquanto Hermione continuava questionando Harry com a habitual determinação acadêmica ⸻ agora divagando sobre a possibilidade de revisar as leis de proteção mental ⸻ Hydra e Ron estavam, tecnicamente, sozinhos. A conversa dos outros parecia distante, como um zumbido abafado atrás de uma bolha invisível.
Hydra estava encolhida ao lado de Ron no sofá, os joelhos dobrados sob si mesma, e ele estava levemente inclinado para ela, como se o mundo inteiro estivesse girando em torno daquela pequena distância entre os dois.
⸻ Você está linda hoje. ⸻ Murmurou Ron, com um sorrisinho tímido.
Hydra ergueu uma sobrancelha, como quem não se deixaria levar tão fácil.
⸻ Hoje? E nos outros dias, eu pareço um trasgo de montanha?
⸻ Um trasgo... platinado. ⸻ Respondeu ele, provocando.
Ela deu um risinho de canto, aquele sorriso cheio de perigo e charme que fazia o coração de Ron bater mais forte. E antes que ele pudesse soltar outra piadinha, Hydra se aproximou, os olhos prateados refletindo a luz suave da lareira.
⸻ Cala a boca, cabeça-de-fósforo. ⸻ Sussurrou ela, e o beijou.
O beijo foi lento no início, suave, quase um toque de reconhecimento entre duas almas teimosas. Mas logo se aprofundou, com a urgência de quem sabe que o tempo é curto e que os momentos juntos precisam ser aproveitados até o último segundo. As mãos de Ron tocaram de leve a cintura dela, puxando-a mais para perto, enquanto Hydra enlaçava os dedos nos cabelos ruivos e bagunçados dele, segurando-o como se o mundo fosse despencar a qualquer momento.
O calor da lareira parecia fraco perto do que havia entre eles.
Tudo desapareceu — a sala, os livros, os cronogramas coloridos. Eram só dois jovens apaixonados no meio de uma escola que tentava arrancar cada pedaço de liberdade que tinham.
Mas então...
⸻ Ahn... desculpa interromper a novela das oito...
Os dois se separaram num pulo, como se um balde de água fria tivesse sido despejado sobre eles.
Hydra arregalou os olhos, os lábios ainda um pouco inchados pelo beijo. Ron estava vermelho até as orelhas. Quando viraram para encarar os intrusos, viram Harry em pé, de braços cruzados, encarando os dois com um arqueado de sobrancelha perfeitamente julgador, e Hermione com uma careta de reprovação .
⸻ Podem parar de se engolir com a gente aqui? ⸻ Disse Harry, sem disfarçar o tom sarcástico.
Hydra levou a mão ao peito, teatral.
⸻ Ai, que susto, Potter! Achei que fosse a Umbridge de novo. Minha alma saiu pela boca.
Ron tentou rir, coçando a nuca.
⸻ Ééé... a gente só tava... conversando com as bocas... juntas...
⸻ Romântico. ⸻ Resmungou Hermione, revirando os olhos. ⸻ Espero que tenha espaço no cronograma pra "sessão de baba apaixonada".
⸻ Ah, tem sim. ⸻ Respondeu Hydra, já se recompondo, com um sorrisinho debochado. ⸻ Segunda, quarta e sexta depois do jantar. Terça e quinta, no armário de vassouras. Finais de semana, a critério do monitor ruivo.
Ron sorriu, meio encabulado, meio orgulhoso.
Harry bufou e voltou a se jogar numa das poltronas.
⸻ Merlin me ajude. Primeiro vocês se odeiam, depois estão se engolindo, e agora planejam lua de mel. Hogwarts não tem um minuto de paz.
Hydra piscou, divertida.
⸻ Ah, mas quem disse que a gente parou de se odiar?
Ela lançou um olhar afiado para Ron, que respondeu com um sorriso torto.
⸻ É o ódio mais gostoso que já senti.
⸻ A gente falando de um assunto sério, super sério... ⸻ Começou Hermione, tentando manter a compostura, mas era evidente que segurava o riso com dificuldade. —⸻ Vi a Cho hoje cedo. Parecia meio infeliz... vocês brigaram outra vez?
Harry fez uma careta e cruzou os braços, afundando ainda mais na poltrona. Seu cabelo já bagunçado parecia refletir seu humor.
⸻ Sim, ⸻ Resmungou. ⸻ A gente brigou.
⸻ Porra, mas vocês só brigam, né? Que relacionamento de merda. ⸻ Disparou com o cenho franzido. ⸻ Parece dois diabretes jogando prato um no outro no Natal.
Ron riu e Harry lançou um olhar fulminante para a loira.
⸻ Ah, sim. Obrigado, Hydra. Muito reconfortante.
Ela apenas deu de ombros, como quem diz eu só falei a verdade, se levantou do sofá e pegou um bolinho Pansy Sweets com cara de quem não via problema algum em comentar a vida alheia com sinceridade brutal.
⸻ Então o que foi dessa vez? ⸻ Perguntou Hermione, preocupada.
Harry suspirou.
⸻ Foi aquela amiga dela, a Marieta.
Hydra se endireitou como se tivesse levado um choque.
⸻ Aquela puxa-saco sonsa que dedurou a Armada? Aquela filha da...
⸻ É, essa mesma. ⸻ Confirmou Harry, interrompendo antes que a Malfoy soltasse outro palavrão em voz alta e chamasse atenção da sala inteira. ⸻ A gente tava conversando sobre tudo aquilo e eu disse que não confiava nela. A Cho defendeu, ficou toda sensível e... pronto.
⸻ Buá, buá, buá! ⸻ Hydra imitou choro com ironia.
⸻ Bom, eu faria o mesmo. ⸻ Disse Ron, com o rosto ficando mais vermelho que o brasão da Grifinória. ⸻ Se não fosse por ela, a Umbridge nunca teria descoberto a gente!
Hydra bufou de novo, jogando o cabelo loiro para trás com um movimento dramático e chic.
⸻ Honestamente, se a sua namoradinha acha normal passar pano pra dedo-duro, então talvez ela precise de um pouco mais do que lágrimas e lencinhos, tipo uma boa dose de bom senso ou um feitiço no rabo.
⸻ Desbotada... ⸻ Murmurou Ron, tentando esconder o sorriso ao ver a veia na testa da loira pulando de leve. ⸻ Você fala como se fosse especialista em relacionamentos saudáveis.
Hydra lançou um olhar mortal para ele.
⸻ E você fala como se o seu cérebro não tivesse sido substituído por um bruxedo encantado. Cala a boca, cabeça-de-fósforo.
Hermione soltou uma risadinha, enquanto Bichento pulava no colo dela como se também aprovasse o caos verbal. Harry, no entanto, ainda estava de cara fechada, a mandíbula travada.
⸻ Eu só queria que ela confiasse em mim, sabe? ⸻ Disse ele, de repente mais baixo. ⸻ Acho que... acho que a Cho ainda não superou o Cedric.
O silêncio que seguiu foi pesado. Até Hydra parou de mastigar o bolinho. Ela fitou Harry por um momento com uma expressão diferente, mais branda.
⸻ Bom, ninguém supera uma perda assim rápido. ⸻ Disse ela, com menos acidez na voz. ⸻ Mas isso não dá o direito de te tratar como culpado por tudo.
Ron assentiu.
⸻ Você fez tudo que podia.
⸻ E continua fazendo. ⸻ Completou Hermione, dando um sorrisinho leve.
Harry deu de ombros.
⸻ É só... complicado.
Hydra bufou de novo, voltando ao modo Malfoy em menos de um segundo.
⸻ O amor é um porre, Potter. Um porre que deixa sequelas. Mas, se você vai ficar com alguém, essa pessoa tem que saber a diferença entre te amar e te punir por coisas que não são culpa sua.
Ron olhou para ela com os olhos arregalados.
⸻ Uau. Isso foi... profundo pra caralho.
⸻ Pois é. Às vezes eu falo coisa de gente sábia entre um xingamento e outro. ⸻ Respondeu, dando um sorrisinho presunçoso.
⸻ Você devia escrever um livro. ⸻ Resmungou Harry.
⸻ "Como ser uma Malfoy de respeito e ainda assim não perder a linha"? ⸻ Sugeriu ela, colocando o último bolinho inteiro na boca.
⸻ "Como traumatizar seu namorado com sinceridade brutal." ⸻ Ron emendou, rindo.
Hydra se inclinou e beliscou o braço dele, mas com um sorrisinho que contradizia o gesto.
⸻ Você adora. Cala essa boca de fósforo antes que eu te beije na frente dos seus amiguinhos de novo.
Ron sorriu, completamente entregue, e Hermione apenas balançou a cabeça como quem pensava esses dois vão se matar... ou se casar.
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O corredor estava silencioso, mas a cabeça de Hydra parecia uma panela de pressão prestes a explodir. Ela cruzava os braços, o rosto fechado numa expressão de puro desgosto, encarando a porta do escritório como se pudesse incendiá-la só com o olhar.
A placa do quadro de avisos da Sonserina não deixava dúvidas: "ORIENTAÇÃO VOCACIONAL ⸻ todos os quintanistas devem se apresentar à sua diretora de casa nesta semana." Que maravilha. Como se ela estivesse morrendo de vontade de discutir o futuro com a porra da Dolores Umbridge.
Hydra bufou impaciente, tamborilando os dedos enluvados contra a parede de pedra. Ron não podia estar com ela ⸻ e Hermione também não. Cada um tinha seu horário. E ela, agora, estava sozinha.
Sozinha e furiosa.
O tempo parecia se arrastar até que, finalmente, a porta do escritório se abriu de supetão. Harry saiu às pressas, o rosto vermelho de irritação, as mãos cerradas em punhos ao lado do corpo. Ele passou direto por Scarlett sem nem olhar para ela.
Ela arqueou uma sobrancelha loira.
⸻Tá bom então, Potter, vai se foder também ⸻ Resmungou baixinho, e ajeitou a postura antes de bater na porta.
⸻Entre ⸻ Veio a voz açucarada e artificial de Dolores.
Hydra abriu a porta com um movimento seco e entrou.
A sala era decorada de forma sufocantemente doce: quadros de gatinhos miando nas paredes, rendinhas demais, móveis rosa-choque. Um lugar completamente incoerente para alguém tão podre por dentro quanto a diretora interina.
Hydra se sentou na cadeira à frente da mesa. Suas mãos estavam fechadas em punhos no colo, mas sua expressão era a mesma de sempre: arrogante, entediada, como se nada daquilo a afetasse.
⸻ Senhorita Malfoy ⸻ Disse Umbridge com um sorriso tão falso que parecia prestes a cair do rosto. ⸻ Vejo que você ainda permanece na Sonserina... esperava isso, claro.
Hydra manteve o queixo erguido.
⸻ Óbvio. ⸻ Respondeu seca.
⸻ Muito bem. Vamos falar sobre o seu futuro. Me diga... o que planeja fazer da vida?⸻Perguntou, inclinando-se para frente como se falasse com uma criancinha.
Hydra respirou fundo. A voz saiu firme:
⸻ Quero me especializar em Poções. Pretendo seguir carreira como Criadora de Poções Avançadas.
O sorriso de Dolores vacilou por um instante, mas ela se recuperou rápido, piscando de forma irritantemente lenta.
⸻ Oh, que ambição... interessante. ⸻ Disse em um tom condescendente. ⸻ Mas você sabe, não é? Que certas... condições... ⸻ Ela disse a palavra com um sorrisinho venenoso ⸻ Podem ser um obstáculo em carreiras tão... delicadas.
Hydra sentiu o rosto queimar. Apertou ainda mais os punhos, as unhas cravando nas palmas.
⸻ Se você tá falando da minha licantropia, foda-se. ⸻ Respondeu com um sorriso frio. ⸻ Eu vou criar poções que ajudem quem sofre disso. Melhorar a porra da qualidade de vida de quem o Ministério adora fingir que nem existe.
Dolores soltou uma risadinha aguda que soou como unhas arranhando um quadro negro.
⸻ Minha querida, já existe a Poção Mata-Cão, não é? Não há necessidade de... ⸻ Ela fez um gesto vago com a mão ⸻ Sonhar tão alto.
Hydra sentiu o sangue ferver. Ela se inclinou para frente, os olhos brilhando de raiva.
⸻ A Mata-Cão é uma merda! Não impede a transformação, só deixa o lobisomem menos agressivo! Eu quero criar uma poção que pare a transformação completa. Um antídoto real pra essa maldição. Alguma coisa que dê pra essas pessoas uma chance de ter uma vida normal.
Dolores sorriu com crueldade, como quem fala com um rato preso numa armadilha.
⸻ Querida, você mal sabe a dificuldade que é alterar a essência mágica do sangue. Nem os mestres de poções, nem os grandes alquimistas do século XVII conseguiram. Acha mesmo... ⸻ Ela inclinou a cabeça, o sorriso cruel como uma lâmina ⸻ Que uma Malfoy instável, com a mente... contaminada... vai conseguir?
As palavras cortaram como lâminas. Hydra tentou responder, tentou gritar, xingar, fazer alguma coisa, mas o nó na garganta subiu tão rápido que ela nem viu.
Ela se levantou tão bruscamente que a cadeira tombou para trás.
⸻ Vai se foder, sua velha hipócrita. ⸻ Rosnou com a voz trêmula, antes de sair da sala batendo a porta com tanta força que o corredor inteiro tremeu.
Assim que passou para o corredor frio, a máscara de Hydra começou a rachar. Ela tentou respirar fundo, tentou se segurar, mas as lágrimas traidoras começaram a escorrer pelo rosto, quentes e furiosas.
"Sou só uma Malfoy."
"Nunca vou ser o suficiente."
"Só uma aberração tentando ser alguém."
As palavras de Dolores ecoavam na cabeça dela como maldições.
⸻ Desbotada? ⸻ A voz de Ron a alcançou no corredor.
A voz de Ron a alcançou. Ele estava encostado na parede, claramente esperando sua vez, mas ao ver Hydra naquele estado, largou tudo e correu até ela.
Quando viu o rosto dela molhado de lágrimas, a preocupação virou desespero.
⸻ Ei, ei, que porra aconteceu?! ⸻ Perguntou, os olhos arregalados de preocupação.
Hydra tentou desviar, empurrá-lo, mas ele segurou seu braço com firmeza.
⸻ Desbotada, olha pra mim ⸻ Disse, forçando-a a encará-lo.
Ela balançou a cabeça, a voz embargada:
⸻ Me larga, cabeça-de-fósforo!
⸻ Nem fodendo que eu vou te largar agora.
O toque dele era quente e familiar, mas tudo em Hydra doía.
⸻ Ela disse... ⸻ A voz dela falhou. ⸻ Que eu nunca vou conseguir. Que eu sou só uma Malfoy contaminada... E talvez ela tenha razão. Eu... eu só tô me enganando.
Ron segurou o rosto dela com as duas mãos, forçando-a a vê-lo.
⸻ Você é a garota mais foda que eu conheço. É inteligente pra caralho. E ninguém, NINGUÉM, vai te dizer quem você pode ou não ser.
As lágrimas de Hydra caíam livremente agora. Ela odiava parecer fraca. Odiava se sentir pequena. Mas, ali, nos braços de Ron, ela permitiu que a armadura rachasse só um pouquinho.
⸻ Agora vem cá, sua rabugenta mimada ⸻ Murmurou Ron, puxando-a para um abraço forte e protetor.
Hydra afundou o rosto no peito dele, o cheiro de grama recém-cortada, pergaminho novo e pasta de dente de hortelã a envolvendo, enquanto ele passava as mãos nos cabelos dela num carinho desajeitado, mas sincero.
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O vento cortante de Hogwarts agitava os estandartes pendurados nas arquibancadas, tingindo o céu cinzento com faixas vermelhas e douradas de um lado, verdes e prateadas do outro. O campo de quadribol parecia um caldeirão fervendo de vozes, gritos e vibração mágica. Mas Ronald Weasley, parado em frente aos três aros dourados com a túnica carmesim esvoaçando ao seu redor, mal conseguia se concentrar no burburinho ensurdecedor.
Suas mãos, mesmo protegidas pelas luvas de couro, suavam tanto que ele mal conseguia manter uma boa pegada na vassoura. O coração batia acelerado no peito, mas não era só por causa da tensão da partida, era por ela. Hydra Malfoy voava pelo campo como um raio prateado, o uniforme justo da Sonserina grudado em cada curva do seu corpo esguio, os cabelos loiros reluzindo sob a luz pálida do sol, e aquele maldito sorriso sacana brincando em seus lábios.
Era o mesmo uniforme de sempre, a mesma garota de sempre, e ainda assim, de alguma maneira, Hydra estava absurdamente sexy naquele dia, como se soubesse exatamente o que estava fazendo com ele. "Ah, Ronald, é só o uniforme..." Porra nenhuma. Era uma tortura.
⸻ Merlin, ela tá muito gostosa nesse uniforme... ⸻ Pensou, sentindo o ventre revirar desconfortavelmente.⸻ Concentra, cacete, concentra!
Cada vez que Hydra se aproximava dos aros com a goles firmemente agarrada debaixo do braço, com aquele olhar travesso e malicioso que ela reservava só pra ele, Ron sentia um calor insuportável subir da barriga até o rosto. Seu estômago dava um nó, seu foco se despedaçava, e por Merlin, sua mente ia para lugares que definitivamente não tinham nada a ver com quadribol.
Hydra podia ser sua namorada, mas não dava a mínima pra isso na hora do jogo, competitiva até a raiz dos cabelos, ela vinha com tudo, determinada a enterrar o orgulho de Ron na lama se precisasse. E ele sabia disso. E, ainda assim, toda vez que ela passava tão perto que ele podia sentir o cheiro do perfume caro que ela usava, um misto de menta e maçã verde, seu cérebro simplesmente... travava.
Ainda assim, ele defendia. Defendia todas as bolas. Não deixava nada passar. Estava tão imerso na mistura de adrenalina, desejo e orgulho que cada defesa parecia mais automática do que consciente. A cantoria começou tímida, mas foi ganhando força, vindo das arquibancadas da Grifinória:
Weasley defende qualquer bola
Nunca deixa o aro livre
É por isso que a Grifinória canta
Weasley é o nosso rei!
Ron sentia a energia vibrando no ar como uma corrente elétrica. A torcida da Sonserina olhava com puro desprezo, bufando e murmurando insultos venenosos, Crabbe à frente deles, com uma expressão de nojo tão intenso que quase parecia cômico. Hydra, no entanto, nem olhava para as arquibancadas, seus olhos prateados estavam fixos nos de Ron, brilhando com aquela teimosia feroz que o fazia amá-la ainda mais. Ela vinha de novo, agora frenética, a goles debaixo do braço, os cabelos loiros voando como uma bandeira de guerra, o rosto iluminado por um sorriso travesso e furioso ao mesmo tempo.
Hydra fez um movimento arriscado, mergulhando em alta velocidade em direção ao aro central. Ron sentiu seu corpo reagir antes mesmo de pensar: inclinou-se para frente na vassoura, trancou a respiração e voou para interceptar o chute. Por um segundo interminável, tudo ficou em silêncio, como se o próprio tempo estivesse segurando o fôlego. Então, a goles bateu com força no peito dele, ricocheteou e caiu diretamente em suas mãos.
A explosão de gritos foi ensurdecedora.
Weasley é nosso rei,
Weasley é nosso rei,
Não deixou a bola entrar,
Weasley é nosso rei...
A multidão de vermelho e ouro invadiu o campo como uma avalanche, carregando Ron nos ombros, erguendo-o no ar como um herói. Ele nem sabia direito como tinha conseguido, mas lá estava ele, balançando a taça de prata do quadribol com um sorriso tão largo que doía as bochechas.
⸻ HARRY, HERMIONE! ⸻ Berrou Ron, a voz rouca de emoção. ⸻ CONSEGUIMOS! GANHAMOS!
Hydra pousou com força no gramado, os punhos cerrados e a expressão fechada, a mandíbula travada de raiva. Ela odiava perder. E perder para a Grifinória, ainda mais com Ron do outro lado, era quase como tomar um soco no estômago. A túnica da Sonserina estava suja de lama nas barras, o cabelo emaranhado pelo esforço, e seus olhos faiscavam como lâminas de prata. Por um segundo, ela pensou seriamente em xingar todo mundo ali.
Mas então, seus olhos encontraram os de Ron ⸻ aquele imbecil, aquele ruivo, aquele maldito cabeça-de-fósforo ⸻ e toda a raiva se derreteu em um orgulho teimoso e um calor inexplicável no peito.
Hydra atravessou a multidão aos empurrões, gritando:
⸻ DESCE DESSA PORRA DE OMBO, CABEÇA-DE-FÓSFORO!
A galera da Grifinória abriu caminho às pressas, e Ron, ainda rindo, pulou no chão para encontrá-la.
Sem pensar, Hydra o agarrou pela gola do uniforme e puxou-o para um beijo feroz, arrancando aplausos, assobios e até alguns gritos de horror da parte dos sonserinos mais puristas. Ela mordeu de leve o lábio inferior dele antes de se afastar, o rosto corado e ofegante.
⸻ Porra, Desbotada... ⸻ Murmurou Ron, com o sorriso mais estúpido e feliz do mundo, ainda segurando a taça.
⸻ Cala essa boca antes que eu enfie essa taça no teu cu, cabeça-de-fósforo ⸻ rosnou Hydra, mas seus olhos brilhavam de carinho. ⸻ Você jogou pra caralho.
Ele soltou uma gargalhada, abraçando-a pela cintura suja de lama.
⸻ Você também, desbotada. Você é incrível. E linda pra caralho nesse uniforme, aliás...
Hydra revirou os olhos, rindo com desdém.
⸻ Óbvio que eu sou linda, caralho, eu sou uma Malfoy.
⸻ Metida do caralho ⸻ Murmurou Ron, e Hydra apenas sorriu, aquele sorriso meio irritado, meio apaixonado, que ele aprendera a adorar.
No meio daquela confusão de gritos e celebrações, Fred e George Weasley circulavam entre os colegas, suados e desgrenhados das partidas intensas, mas com aqueles sorrisos maliciosos que prometiam encrenca. As túnicas de quadribol, ainda amassadas e manchadas de grama, mal conseguiam esconder o entusiasmo deles enquanto se moviam discretamente, como dois contrabandistas em pleno mercado clandestino. Em vez de vassouras ou equipamentos esportivos, carregavam pequenos rolos de pergaminho, entregues de mão em mão como se fossem produtos proibidos.
Hydra estreitou os olhos prateados, cruzando os braços com desconfiança. O vento bagunçava seus cabelos loiros perfeitamente platinados enquanto ela observava a movimentação suspeita.
⸻ Que porra eles tão fazendo? ⸻ Rosnou ela, olhando de soslaio para Ron.
Ron, que tentava ajeitar a gola amarrotada do uniforme da Grifinória e segurava a taça de quadribol como se fosse um troféu de guerra, também franzia a testa, desconfiado.
⸻ Eu também não sei... ⸻ Murmurou ele, sem tirar os olhos dos irmãos. ⸻ Mas vindo desses dois, certeza que é coisa ilegal.
Fred e George se aproximaram deles com passos exageradamente cautelosos, como dois atores péssimos fingindo discrição. Fred olhou para os lados como se esperasse que a própria Umbridge surgisse das sombras a qualquer momento, enquanto George fingia casualidade, assobiando baixinho e segurando uma vassoura como se estivesse apenas, sei lá, varrendo o chão.
Quando pararam em frente ao casal, Fred enfiou a mão no bolso interno da túnica e tirou um pequeno pedaço de pergaminho dobrado. Hydra arqueou uma sobrancelha elegante, impaciente.
⸻ Se isso for alguma merda ilegal, eu vou arrancar o couro de vocês dois. ⸻ Avisou ela, num tom perigosamente doce, que fez George engasgar de leve.
Fred, fingindo estar ofendido, pôs a mão no peito.
⸻ Como você é desconfiada, Malfoy...
Hydra lançou um olhar mortal, e Ron soltou uma risada abafada.
⸻ Cuidado, Fred ⸻ Disse ele. ⸻ Ela arranca língua também.
Ignorando a ameaça, Fred entregou o pedaço de pergaminho a Hydra com um floreio dramático, enquanto George se postava como guarda-costas, vigiando o entorno.
Hydra desdobrou o bilhete com desconfiança. A caligrafia era apressada, mas legível:
"Festa exclusiva da Grifinória, hoje à noite.
Local: Sala comunal.
Motivo: Vitória esmagadora (e maravilhosa) no quadribol.
Não deixem a porra da Umbridge saber."
Ela piscou, confusa, olhando para os gêmeos.
⸻ Vocês tão me convidando pra uma festa da Grifinória? ⸻ Perguntou, a voz carregada de descrença.
George deu um sorriso torto.
⸻ Você é a loira favorita da casa, Malfoy. ⸻ Disse ele, piscando um olho.
Fred acrescentou, num tom mais sério, mas ainda divertido:
⸻ É só pra quem é da casa. Todo mundo já sabe que você é... ⸻ Ele olhou para Ron e depois de volta para ela ⸻ ...Digamos, uma Sonserina aceitável.
⸻ Aceitável é o caralho. ⸻ Respondeu Hydra, jogando os cabelos loiros por cima do ombro com um gesto cheio de desdém aristocrático. ⸻ Eu sou melhor que vocês, essa é a verdade.
Ron riu alto, passando um braço ao redor da cintura dela.
⸻ Arrogante do caralho ⸻ Murmurou, apertando-a contra si.
Ela lhe lançou um sorriso atrevido.
⸻ Cala a boca, cabeça-de-fósforo.
Fred fingiu limpar uma lágrima imaginária nos olhos.
⸻ Eles crescem tão rápido...
George fingiu soluçar.
⸻ Primeiro xingamentos carinhosos, depois casamento...
⸻ E depois nos filhos ruivos e desbocados. ⸻ Completou Fred, dramático.
Hydra bufou, dobrando o pergaminho e enfiando-o no bolso da túnica.
⸻ Se essa porra vazar e a Umbridge enfiar o nariz, eu jogo a culpa toda em vocês. ⸻Avisou, antes de agarrar Ron pela mão e puxá-lo em direção ao castelo.
O campo de quadribol começava a esvaziar, mas a energia no ar ainda era eletrizante. A Grifinória, em massa, cantava, pulava e zombava da cara dos sonserinos, que se retiravam do campo com expressões de puro ódio estampadas nos rostos.
Ao seu lado, Ron sorria abertamente, radiante.
⸻ Você vai mesmo? ⸻ Perguntou ele, esperançoso.
Hydra olhou para ele, aquela criatura desajeitada, ruiva, com o uniforme sujo e sorriso mais idiota do mundo, e não conseguiu evitar sorrir também.
⸻ É claro que eu vou, cabeça-de-fósforo. ⸻ Disse ela, puxando-o pela gola e encostando a testa na dele. ⸻ Alguém precisa cuidar pra você não fazer alguma merda.
⸻ Te amo também, desbotada. ⸻ Sussurrou ele, antes de beijá-la brevemente.
E, por um momento, o frio de Hogwarts, a sujeira do campo e até mesmo a derrota da Sonserina pareciam tão distantes quanto um sonho esquecido.
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O dormitório feminino da Sonserina estava mergulhado numa penumbra suave, iluminado apenas pela luz fria que vinha das janelas circulares cravadas na pedra. A água do lago negro ondulava do lado de fora, lançando sombras líquidas nas paredes. Cortinas de veludo verde escuro cercavam as camas de dossel, e o ar cheirava a perfume caro misturado com um leve aroma de livros antigos.
Diante de um espelho de moldura prateada entalhada com serpentes, a Malfoy observava seu reflexo com um olhar crítico. Vestia uma saia preta plissada absurdamente curta, que revelava suas longas pernas pálidas, e uma blusa branca justa, de mangas compridas e tecido fino o bastante para sugerir as curvas por baixo. Sobre ela, usava uma jaqueta de couro preta estilizada, com detalhes em verde esmeralda nos punhos, uma peça de uma boutique exclusiva do beco diagonal. Nos pés, botas de salto médio amarradas até o meio da canela. O cabelo platinado caía em ondas impecáveis pelas costas.
⸻ Está curta demais? ⸻ Perguntou Hydra, virando ligeiramente o quadril para analisar o caimento da saia.
Sentada no pé da cama, Wanda mordiscava a ponta de uma pena distraidamente. Ela olhou Hydra de cima a baixo com um sorriso malicioso.
⸻ 'Tá sim. ⸻ Respondeu, largando a pena e ajeitando a saia dela mais para cima ainda.
Hydra deu um sorriso satisfeito.
⸻ Ótimo.
Do outro lado do dormitório, Astória Greengrass ⸻ com seus cabelos castanho-claros presos num coque bagunçado ⸻ fechava um livro de Poções com um suspiro. Sem dizer nada, ela se abaixou diante de seu baú antigo de madeira escura, revirou lá dentro e puxou duas garrafas robustas com rótulos prateados. A bebida cintilava ligeiramente sob a luz do lago.
⸻ Trouxe reforço. ⸻ Anunciou, exibindo as garrafas. ⸻ Vodka "Veneno de Basilisco". Melhor que qualquer porcaria que vendem pra trouxa.
⸻ Astória, você é um anjo... sombrio e bêbado. ⸻ Brincou Wanda, se jogando para trás na cama.
Hydra riu, pegando uma das garrafas e girando-a nas mãos.
⸻ Vamos ver se os cabeça-de-vento da Grifinória aguentam beber que nem gente. ⸻Murmurou com diversão.
⸻ Desejem-me sorte, putas. ⸻ Disse ela, já saindo.
Wanda soprou um beijo e Astória ergueu uma garrafa em saudação.
Hydra deslizou silenciosamente pelos corredores da Sonserina, atravessando a comunal agora quase vazia, alguns poucos alunos bufavam de raiva nos sofás, inconformados com a derrota no quadribol. Ela ignorou os olhares atravessados com a praticidade de quem estava acostumada a ser odiada. Suas botas faziam um ruído seco contra as pedras do chão enquanto ela subia as escadas escondida, desviando dos patrulheiros da Umbridge.
Subir da Sonserina até a torre da Grifinória não era tarefa fácil ⸻ especialmente para uma sonserina vestida para matar carregando álcool ilegal ⸻ mas Hydra era uma Malfoy, e Malfoys sabiam se mover nas sombras.
Finalmente, parou diante do retrato da Mulher Gorda. Esta resmungava, claramente irritada, franzindo o nariz gorducho.
⸻ Você nem é dessa casa, querida. ⸻ Disse, de braços cruzados.
Hydra revirou os olhos e se aproximou.
⸻ Senha: Cauldron Cake. ⸻ Disse em voz baixa.
A Mulher Gorda arregalou os olhos, mas não questionou. A pintura se abriu com um rangido pesado.
Assim que Hydra passou, uma explosão sonora quase a fez tropeçar: uma música alta ⸻ um rock bruxo rebelde ⸻ sacudia as paredes da sala comunal. A fumaça densa no ar cheirava fortemente a maconha, misturada a perfumes variados e o doce de bebida alcoólica derramada. A luz era vermelha, vinda de lanternas encantadas que flutuavam pelo teto, lançando reflexos dourados.
Hydra sorriu de canto, seus olhos brilhando com diversão. Quebrar regras era sua língua nativa.
Ela caminhou até uma longa mesa de madeira encostada numa parede, cheia de copos, taças e garrafas roubadas da cozinha de Hogwarts. Sem cerimônia, ela tirou as garrafas de "Veneno de Basilisco" e as largou ali com um TUM satisfatório.
⸻ CARAÍ, A MALFOY VEIO MESMO! E AINDA TROUXE VODKA, PORRA! ⸻ Berrou um grifinório do sétimo ano, cabelo desgrenhado e sorriso bêbado.
Vários alunos riram e aplaudiram, já meio alterados, e a loira apenas jogou a cabeça para trás numa gargalhada, curtindo a bagunça. Ela soltou a jaqueta, que deslizava pelos ombros, e passou a caminhar pela multidão dançante, os quadris balançando no ritmo da música.
Procurou com os olhos até encontrar Ron Weasley encostado num canto, conversando animadamente com Harry Potter. Ron segurava um copo de cerveja amanteigada com álcool e ria, com as bochechas já meio coradas pelo álcool.
Hydra deslizou até ele como um gato caçando, discreta, graciosa. Quando ele a viu, seu sorriso se abriu de imediato, mas foi traído pelo olhar: correu pelo corpo dela devagar, demorando-se nas pernas à mostra, na cintura fina, no decote quase provocativo da blusa.
Hydra percebeu ⸻ oh, percebeu ⸻ e o sorriso dela ficou ainda mais traiçoeiro.
⸻ Cabeça-de-fósforo. ⸻ Chamou, num tom rouco e cheio de promessa.
⸻ Desbotada... ⸻ Respondeu ele, com a voz meio rouca também.
A meia loba se aproximou mais, até quase roçar nele, e piscou devagar.
⸻ Ganhou uma festa... e de quebra, vai ganhar isso também. ⸻ Murmurou, deslizando a mão pela camisa dele de propósito.
Depois, sem esperar resposta, se virou e se embrenhou na pista improvisada de dança, deixando o cheiro doce de seu perfume para trás. Quando a música mudou para algo ainda mais sensual, ela começou a dançar, provocativa, livre, cada movimento desenhado para chamá-lo, para fazê-lo perder a cabeça. Os quadris dela se moviam com graça natural, os cabelos prateados brilhavam sob as luzes flutuantes.
E é claro, quando lançou um olhar de esguelha para Ron, o viu parado, completamente hipnotizado, o copo de wisky quase caindo de sua mão.
Ela riu.
Jogo, set, e match.
A música pulsava através do chão de pedra como um feitiço primitivo, vibrando no peito de todos presentes. Let, com seu sorriso malicioso e olhos semicerrados, deixou-se levar pela batida. A fumaça pairava densa ao redor, turvando as luzes flutuantes, mas ela se movia como se nada pudesse tocá-la, como se a confusão toda existisse só para realçá-la.
Ron Weasley ficou parado no mesmo lugar, o copo esquecido em sua mão, observando como um tolo enfeitiçado. Os olhos dele percorriam cada centímetro dela ⸻ as botas pretas batendo no ritmo da música, a saia minúscula girando enquanto ela dançava, o cabelo platinado deslizando pelas costas como uma cascata prateada. Cada movimento que Hydra fazia parecia calculado para deixar qualquer um sem fôlego, mas era natural demais para ser encenação. Era pura provocação, era puro caos controlado ⸻ e era para ele.
Hydra jogou a cabeça para trás, rindo silenciosamente, seus quadris desenhando círculos no ar, a blusa justa moldando seus seios de um jeito que deixava Ron completamente desnorteado. Os olhos dela se encontraram com os dele, e quando viu a expressão travada de desejo no rosto do namorado, Hydra mordeu o lábio inferior de leve, só para piorar a situação.
Ela sabia o efeito que causava. Sabia cada reação dele antes mesmo de acontecer. E, Merlin, como ela amava provocar.
Deslizando pela pista improvisada entre alunos suados e bêbados, Let dançava como se estivesse sozinha, como se o mundo todo tivesse sumido. Mas seus olhos, brilhando de malícia, nunca deixavam Ron. Ela se virou de costas para ele e rebolou de maneira lenta, provocante, como se o desafiasse a atravessar o salão e pegá-la ali mesmo.
O sangue de Ron fervia nas veias. A música, a fumaça, a bagunça, tudo desaparecia ao redor dele. Só havia Hydra. A desbotada. Sua garota.
⸻ Merda, Desbotada ⸻ Ele pensou, engolindo seco. ⸻ Você tá me matando.
Hydra se virou de novo, dessa vez deslizando as mãos pelas próprias coxas expostas, subindo lentamente até a cintura. Ela mordeu o sorriso ao ver o rosto de Ron ficar ainda mais vermelho, se é que isso era possível.
Então, como se tivesse chegado a uma decisão, Hydra o chamou apenas com o olhar. Um convite silencioso. Um desafio.
Ron largou o copo no chão sem nem perceber e atravessou a pista, abrindo caminho entre os corpos dançantes. Ele parou bem na frente dela, olhos presos nos dela, o cheiro doce do perfume de Hydra invadindo seus sentidos. Ela sorriu, vitoriosa, e passou os braços em volta do pescoço dele, colando os corpos. A saia dela roçava de leve nas pernas dele, e Ron, sem conseguir se conter, segurou firme na cintura dela, puxando-a ainda mais para si.
⸻ Tá brincando com fogo, desbotada. ⸻ Rosnou em seu ouvido, a voz rouca de desejo.
Hydra riu, a boca quase roçando na dele.
⸻ Ué, cabeça-de-fósforo... achei que você gostasse de brincar de incendiar. ⸻ Sussurrou, com aquela voz arrastada que o fazia perder a razão.
Eles começaram a dançar juntos, o corpo dela moldando-se perfeitamente ao dele, os movimentos lentos e carregados de tensão. Cada vez que Hydra rebolava de leve contra ele, Ron precisava de toda sua força de vontade para não agarrá-la ali mesmo e arrastá-la para um canto escuro.
A música aumentava. Gente tropeçava ao redor, rindo, derrubando bebidas. O cheiro de maconha e álcool dominava o ar, mas nada parecia tocar o casal.
Era só Ron e Hydra, girando lentamente num universo próprio de provocação, calor e promessas não ditas.
Hydra subiu as mãos pelas costas dele e agarrou seus cabelos ruivos, puxando de leve para inclinar o rosto dele na direção dela. Seus olhos ⸻ de um cinza-claro e hipnotizante ⸻ brilhavam de pura diversão.
⸻ Vai ficar aí parado igual um paspalho, cabeça-de-fósforo, ou vai fazer alguma coisa?
Ron não precisou de mais incentivo. Puxou-a para baixo, colando os lábios nos dela com a mesma fome que sentia pulsando em todo o seu corpo.
A festa explodiu ao redor deles, mas naquele momento, não existia Hogwarts, quadribol ou regras. Só existia Hydra Malfoy em seus braços, e para Ron, isso era tudo o que importava.
Os lábios de Hydra contra os de Ron eram como fogo e pólvora, e ele estava explodindo. O gosto dela era uma mistura de menta fresca com álcool doce, inebriante de um jeito que fazia o cérebro dele desligar por completo. A festa fervia em volta deles, mas era como se tudo tivesse sido engolido por um silêncio pesado, quebrado apenas pelo som abafado de suspiros e a respiração quente que escapava entre um beijo e outro.
Hydra puxou o cabelo dele com mais força, arrancando um gemido rouco de Ron que ela engoliu com um sorriso. A saia curta roçava perigosamente contra o jeans dele, os corpos encaixados de um jeito indecente para qualquer pista de dança ⸻ até mesmo uma infestada de adolescentes bêbados. O calor entre eles era insuportável. Elétrico. Cada beijo, cada toque, era como jogar gasolina numa fogueira já descontrolada.
Foi Hydra quem se afastou primeiro, com um sorriso sacana e os olhos cinzentos faiscando sob a luz tremeluzente da comunal.
⸻ Vamos sair daqui, cabeça-de-fósforo ⸻ Sussurrou, a voz rouca e provocante. ⸻ Antes que eu arranque essa sua camisa ridícula aqui mesmo.
Ron arfou, os olhos tão escuros de desejo que pareciam vinho. Ele assentiu rapidamente ⸻ falar parecia um desafio grande demais no momento ⸻ e deixou que ela o puxasse pela mão.
Atravessaram a comunal, desviando de corpos dançantes e alunos tão bêbados que nem notaram a fuga. A música ensurdecedora ficou mais distante a cada passo, abafada pelas grossas paredes de pedra de Hogwarts.
Subiram uma das escadarias estreitas e meio escondidas atrás de uma tapeçaria desbotada, o som dos próprios passos apressados ecoando nos corredores vazios. A adrenalina de estarem fazendo algo proibido só deixava tudo mais excitante.
Hydra parou de repente diante de uma pequena saleta escura que os gêmeos usavam às vezes para reuniões secretas. Estava trancada, claro ⸻ mas Hydra era uma Malfoy. Rápida e sorrateira, ela murmurou um feitiço quase inaudível e a porta se abriu com um estalo baixo.
Assim que entraram, Ron encostou a porta com o pé, e no segundo seguinte, Hydra o prensou contra a parede fria.
O beijo dessa vez foi diferente ⸻ brutal, desesperado. Ron segurou o rosto dela com as duas mãos, como se tivesse medo de que ela sumisse, e aprofundou o beijo, a língua explorando a dela com fome crua. Hydra respondeu com a mesma intensidade, as unhas curvando-se nos ombros dele através da camisa amarrotada.
Ela subiu uma perna, enroscando-a na cintura de Ron e o puxando ainda mais para si. A sensação da coxa dela pressionando contra ele fez Ron soltar um grunhido baixo, um som que vibrava em seu peito.
As mãos de Hydra não paravam, deslizaram pelas costas dele, arranhando de leve, descendo até a barra da camisa. Sem cerimônia, ela puxou para cima, os dedos frios contra a pele quente de Ronald. Ele estremeceu e retribuiu, passando as mãos pela cintura fina dela, apertando, puxando, querendo mais.
Eles se separaram apenas por um instante para que Ron puxasse a blusa da loira sobre sua cabeça, jogando-a no chão sem se importar onde cairia. A visão dela ⸻ cabelo loiro bagunçado, lábios inchados, olhos faiscando ⸻ era mais que suficiente para fazer Ron perder o pouco de sanidade que ainda restava.
A Malfoy sorriu, aquele sorriso torto e malicioso que ela reservava só para ele.
⸻ Nunca pensei que fosse gostar tanto de um grifinório otário ⸻ Sussurrou, a voz carregada de sarcasmo e desejo.
Ron sorriu de volta, a testa colada na dela, a respiração pesada.
⸻ E eu nunca achei que fosse me apaixonar por uma desbotada metida. ⸻ Respondeu com a voz rouca, antes de capturar a boca dela novamente.
O beijo agora era urgente. Weasley a levantou levemente, fazendo-a prender as pernas ao redor da cintura dele, e a prensou com mais força contra a parede fria. Hydra soltou um pequeno gemido contra a boca dele, um som que fez a cabeça de Ron girar.
Lá fora, a música continuava a tocar para os outros. Mas para Ron e Hydra, o mundo se resumia àquele pequeno cômodo escuro, à parede gelada, aos corpos quentes demais e à explosão lenta e inevitável de tudo o que sentiam um pelo outro.
E, naquele momento, nada ⸻ nem a vitória da Grifinória, nem a ira da Sonserina, nem mesmo o inferno que seria lidar com Umbridge depois ⸻ importava.
Só eles.
A loira arfou contra a boca de Ron, os corpos colados, sentindo a pressão deliciosa das mãos dele percorrendo sua pele exposta. As pontas dos dedos dele tremiam levemente, como se ele ainda não acreditasse que podia tocá-la daquele jeito, como se ela fosse feita de algo sagrado e proibido ao mesmo tempo.
Ele deslizou as mãos pela linha de sua cintura, descendo lentamente pelas costas, pelas curvas que ele tanto adorava admirar de longe, e agora, finalmente, podia explorar de perto. O calor da pele dela parecia queimá-lo mais do que qualquer feitiço de incêndio.
Hydra inclinou a cabeça para trás, expondo o pescoço pálido e perfeito, convidativo. Ron não resistiu: deslizou a boca para baixo, beijando a pele macia logo abaixo da mandíbula dela. Os beijos começaram suaves, mas foram ficando mais exigentes, arrastados, como se cada centímetro dela que ele provasse só o deixasse mais faminto.
Ela gemeu baixinho quando ele encontrou um ponto sensível na curva do pescoço, o som tão lascivo que fez Weasley grunhir em resposta, seus quadris pressionando ainda mais contra ela, o jeans desconfortavelmente apertado.
Hydra passou as mãos pelos ombros largos dele, arranhando levemente, puxando para mais perto, incitando-o a continuar. A mão dela então se enfiou nos fios ruivos bagunçados, puxando-os com força de um jeito que o fez estremecer.
⸻ Cabeça-de-fósforo... ⸻ Ela murmurou com a voz rouca, provocativa, com aquele sotaque sonserino carregado de malícia que deixava Ron insano. ⸻ Você beija bem pra caralho.
Ele sorriu contra a pele dela, mordendo de leve o lóbulo de sua orelha em retaliação.
⸻ E você é um problema, desbotada... Um problema muito gostoso ⸻ Murmurou, a voz rouca e arrastada.
As mãos dele então subiram novamente, agora mais ousadas, deslizando pela lateral dos seios dela, por cima do sutiã preto de renda que agora brilhava sob a pouca luz da sala. Hydra arqueou o corpo em direção a ele, incentivando-o, suas mãos segurando firme os ombros dele como se precisasse de apoio para não desmoronar.
Ron a olhou nos olhos por um momento ⸻ aqueles olhos de prata intensa ⸻ e viu o convite mudo, a necessidade compartilhada. Ele então abaixou a cabeça, deixando uma trilha de beijos pelo colo exposto dela, enquanto suas mãos tremiam ao puxar as alças do sutiã para o lado, sedento, reverente, como se cada gesto fosse um ritual proibido que ele ansiava há tempo demais.
Hydra gemeu novamente, um som abafado, as unhas cravadas nas costas dele.
⸻ Merda, Weasley... ⸻ Ela arfou. ⸻ Se continuar assim eu vou te montar aqui mesmo...
Ron soltou uma risada rouca, sem se afastar dela.
⸻ Promessas, promessas ⸻ Provocou, a voz carregada de desejo.
Ele puxou a parte de cima dela com mais jeito, mas sem muita delicadeza, eles estavam tão perdidos um no outro que a pressa parecia natural. Os beijos agora desciam para os seios dela, um carinho mais urgente, mais ousado, enquanto Let apertava as coxas ao redor dele, puxando-o sem pudor.
O cheiro dela ⸻ o perfume doce misturado ao suor ⸻ o gosto dela, a sensação do corpo quente e provocante em seus braços... Tudo em Hydra era uma maldita tortura deliciosa.
Ronald a pressionou ainda mais contra a parede, seus corpos se encaixando de maneira quase obscena. As mãos dela exploravam a linha das costas dele, puxando a camisa suada para cima até que ele também a arrancasse e jogasse de lado.
Agora pele contra pele, o calor era insuportável. Cada movimento, cada beijo, era como mais um passo em direção a um abismo do qual nenhum dos dois queria ⸻ ou podia ⸻ escapar.
Hydra deslizou a boca pelo pescoço dele, mordendo, chupando, deixando marcas vermelhas como uma assinatura possessiva. Ronald gemeu baixo, segurando o quadril dela com firmeza enquanto a roçava contra si, sentindo a urgência latente pulsar entre eles.
Era selvagem. Era cru.
Era tudo o que eles sempre quiseram e reprimiram por tempo demais.
A respiração da loira era descompassada quando Ron a segurou pela cintura e a ergueu no colo como se ela não pesasse nada, suas costas pressionadas contra a parede fria enquanto seus corpos se moldavam de forma perfeita.
Ela passou as pernas em volta dele com naturalidade, puxando-o para mais perto, sentindo a dureza evidente contra sua coxa. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios enquanto ela mordiscava o lábio inferior de Ron com provocação, puxando de leve, deixando-o ainda mais fora de si.
⸻ Céus, Hydra... ⸻ Ron arfou, com a voz rouca e grave, enterrando o rosto no pescoço dela, aspirando o perfume doce e provocante. ⸻ Você vai me matar.
⸻ Essa é a ideia, Weasley. ⸻ Ela ronronou em seu ouvido, arrepiando-o até o último fio de cabelo.
Com movimentos trêmulos, urgentes, Ron deslizou as mãos por baixo da saia curta de Hydra, sentindo a pele quente das coxas dela sob seus dedos. Ela gemeu baixinho ao sentir os dedos dele subirem ainda mais, acariciando a linha da calcinha de renda preta.
Seu corpo inteiro parecia vibrar sob o toque dele, ansiando por mais.
A loira começou a explorar o tronco dele com as unhas longas e bem-feitas, desenhando linhas invisíveis pela pele sardenta. Ron grunhiu de prazer, colando ainda mais seus corpos.
Sem pensar muito, ele puxou a calcinha dela para o lado com um movimento apressado, a urgência dominando cada pensamento, cada gesto. Malfoy soltou um suspiro arrastado, mordendo o ombro dele para conter o som alto que quase escapou.
Ron afastou apenas o suficiente para olhar para ela ⸻ para os cabelos loiros desgrenhados, os lábios vermelhos e entreabertos, os olhos prateados brilhando com pura luxúria.
⸻ Tem certeza? ⸻ Ele perguntou, a voz quase falhando.
Hydra sorriu com aquele olhar cheio de fogo, puxando-o pela nuca, colando suas testas.
⸻ Se você perguntar de novo eu te afogo, Weasley.
Foi tudo o que ele precisou ouvir.
Num impulso desesperado, Ron alinhou-se e a penetrou com força, um gemido rouco escapando dos lábios dele enquanto Hydra jogava a cabeça para trás, agarrando seus ombros para se manter firme.
O prazer os atingiu como um raio.
Crú. Ardente. Quase doloroso de tão bom.
Ron se moveu dentro dela com estocadas profundas e ritmadas, o som molhado e indecente dos corpos se chocando ecoando suavemente pelo corredor esquecido. A parede atrás da meia loba tremia levemente com cada investida.
Ela arranhava suas costas, puxava seus cabelos, mordia seu pescoço, como se quisesse deixar marcas para que todos soubessem que ele era dela ⸻ e só dela.
⸻ Porra, Hydra... ⸻ Ron arfava, seus quadris se movendo cada vez mais rápido, mais desesperado, como se fosse se perder nela.
⸻ Isso, Ron... assim... ⸻ Ela incentivava, os olhos semiabertos, totalmente entregue ao momento.
A cada estocada, a tensão entre eles aumentava, espiralando, incendiando.
Hydra sentiu seu orgasmo se aproximar como uma tempestade prestes a explodir, o calor se acumulando no ventre, o corpo inteiro tremendo.
E então, com um último gemido sôfrego, ela se desfez em seus braços, apertando-o com força, os músculos internos o envolvendo de um jeito que arrancou de Ron um gemido gutural e descontrolado.
Ele a seguiu logo depois, enterrando o rosto no pescoço dela, seu corpo inteiro tremendo enquanto se derramava dentro dela, a respiração falhando em seus ouvidos.
Por longos segundos, eles ficaram apenas ali, colados, tremendo, tentando recuperar o fôlego.
O mundo à volta parecia ter desaparecido, não havia festa, não havia música, não havia Sonserina ou Grifinória.
Só havia eles dois.
Ronald e Hydra.
Ron se afastou só um pouco, ainda dentro dela, e sorriu contra a pele suada dela.
⸻ Eu te amo, Hydra.
Hydra sorriu de volta, bagunçando ainda mais os cabelos ruivos dele.
⸻ Eu te amo mais, Ron. ⸻ E beijou-o novamente, sem pressa, como se o tempo inteiro do mundo pertencesse a eles.
Ronald e Hydra voltaram para a sala comunal da Grifinória meio cambaleantes, os cabelos totalmente bagunçados, roupas amassadas e sorrisos idiotas presos nos rostos. Hydra tentava ajeitar a saia curta enquanto Ron passava a mão desesperadamente pelos cabelos ruivos espetados, mas ambos sabiam que era inútil, eles estavam estampados de "acabamos de fazer merda" para quem quisesse ver.
A música alta fazia as paredes vibrarem. Harry estava encostado num canto meio escuro, grudado em uma menina loira, a mão dele discretamente na sua bunda, puxando-a pra mais perto enquanto eles se beijavam. Hermione, para o espanto de Ron, dançava sem vergonha nenhuma no meio do salão, rindo com Ginny, que estava usando um shortinho absurdamente curto e uma blusa vermelha colada que deixava a barriga de fora.
Ron franziu o cenho na hora, o instinto de irmão protetor surgindo forte.
⸻ Essa roupa é muito curta pra ela! Pelo amor de Merlin, Hermione, faça alguma coisa! ⸻ Ele resmungou para Hydra, que apenas riu, revirando os olhos.
⸻ Deixa a menina se divertir, cabeça-de-fósforo. ⸻ Ela respondeu, puxando-o mais para dentro da festa.
No meio da multidão, Fred subiu em uma cadeira, brandindo uma garrafa gigante de cerveja de abóbora enquanto berrava:
⸻ VIRA! VIRA! VIRA! VIRA!
Dino Thomas gargalhava e tentava acompanhar, virando o conteúdo de um copo gigante em três goles antes de cair sentado, rindo como um idiota. A fumaça doce de maconha pairava pesada no ar, misturando-se ao cheiro de álcool e perfumes baratos.
A Malfoy, rindo da loucura toda, pescou um baseado que passava de mão em mão, um cigarro grosso e mal enrolado com folhas douradas mágicas típicas da maconha Verde Vira-Tempo, famosa entre os alunos rebeldes de Hogwarts.
Ela tragou com facilidade, o sorriso relaxado no rosto, e então ofereceu para Ronald com um olhar desafiador.
⸻ Anda, cabeça-de-fósforo... se é macho mesmo.
Ronald hesitou, mas sob o olhar prateado dela, não resistiu. Pegou o baseado com os dedos tremendo e puxou uma tragada profunda... para imediatamente começar a tossir violentamente, dobrado em dois.
Hydra gargalhou alto, batendo nas costas dele.
⸻ Puta merda, Weasley, vai morrer assim!
⸻ Essa porcaria é forte demais! ⸻ Ele arfou, mas mesmo assim aceitou outra tragada quando ela estendeu para ele de novo, e logo estavam os dois, encostados na parede, meio chapados e com os sorrisos mais bobos do mundo.
No meio da sala, Fred e George faziam mais das suas. Fred, com a varinha, flutuava acima da cabeça de um garoto dormindo no sofá, e desenhava com perfeição a palavra "VIRGEM" em letras garrafais brilhantes. Enquanto isso, George pintava um bigodinho ridículo e uma monocelha grossa no infeliz, arrancando gargalhadas de todo mundo que passava.
⸻ Esses dois são uma vergonha. ⸻ Hydra riu, tragando mais um pouco.
Logo depois, os gritos recomeçaram, dessa vez mais animados:
⸻ COMPETIÇÃO DE SHOTS! VAMO, VAMO, VAMO!
Sem pensar muito, a loira se desvencilhou do abraço e correu até a mesa improvisada onde dezenas de copinhos coloridos estavam alinhados em fileiras. Os shots brilhavam em tons escarlate e dourado ⸻ as cores da Grifinória ⸻ e exalavam um cheiro forte de frutas fermentadas e fogo.
⸻ Cabeça-de-fósforo! ⸻ Hydra gritou, piscando para ele. ⸻ Vem perder pra mim, porra!
Ron, meio zonzo mas orgulhoso demais para recusar, se arrastou até a mesa e pegou um shot.
Eles se encararam como se fossem duelar, olhos fixos, sorrisos desafiadores.
⸻ Em três! ⸻ Anunciou Fred.
⸻ Dois! ⸻ Gritou Dino.
⸻ UM! ⸻ Berrou todo mundo.
E eles começaram.
O primeiro shot desceu queimando como lava. O segundo, ainda mais forte. No terceiro, Ron quase engasgou e Hydra riu, piscando travessa antes de virar o dela com facilidade.
Em volta, a galera pulava, berrava, batia nas costas dos dois. Fred puxava a batida do "vira, vira, vira!" novamente, e era impossível ouvir qualquer outra coisa.
Ron estava vermelho até as orelhas, mas não podia decepcionar. Malfoy, por outro lado, parecia uma campeã olímpica, engolindo os copinhos um atrás do outro, o cabelo loiro dançando em volta do rosto iluminado de diversão.
No fim, ambos cambalearam para trás rindo, os copinhos vazios espalhados pela mesa. Era impossível dizer quem ganhou, talvez os dois tivessem perdido, ou talvez fosse exatamente isso que era ganhar naquela noite.
Hydra se jogou nos braços de Ron, e ele a segurou com força, rodopiando no meio da bagunça.
Eles riam, se beijavam, e, naquele momento, nada mais importava.
A música trocou para uma batida ainda mais pulsante, um som grave que fazia o chão da comunal vibrar sob seus pés. Os alunos pulavam, gargalhavam, derramavam bebidas enquanto cantavam desafinados a letra da música. A festa já estava tão insana que nem parecia mais Hogwarts.
Hydra, ainda rindo e levemente tonta pelos shots e pela erva, puxou Ron pela mão para o meio da "pista de dança" improvisada. Sem resistência, ele a seguiu, tropeçando um pouco, mas sem desgrudar o sorriso bobo do rosto.
No meio da multidão, eles começaram a dançar.
Hydra encaixou o corpo ao de Ron com uma facilidade absurda, as mãos macias se arrastando dos ombros dele até o peito, enquanto balançava os quadris no ritmo da música, provocante, consciente demais do efeito que tinha sobre ele.
Ron, completamente perdido nela, segurou firme em sua cintura com as mãos grandes, puxando-a ainda mais para si. O corpo dela era quente, encaixava perfeitamente no dele, e a cada movimento, a cada rebolada lenta e maliciosa, ele sentia o calor subir ainda mais pelas suas veias já entorpecidas.
Ela jogou o cabelo loiro para trás, rindo quando viu o olhar faminto que ele lançava.
Em resposta, Ron deslizou uma das mãos para as costas dela, pressionando a linha da cintura até a base da coluna, forçando-a ainda mais contra ele. A loira soltou uma risada baixa, aprovando, e se mexeu de propósito de maneira ainda mais insinuante, fazendo os quadris ondularem devagar, os corpos se friccionando de um jeito que deixava claro que aquilo estava longe de ser só uma dança inocente.
A música explodia ao redor deles, a fumaça da erva deixava o ar pesado, a bebida fazia o mundo girar um pouquinho, mas eles só enxergavam um ao outro.
Fred e George, no canto, passavam distribuindo mais cerveja, berrando alguma música idiota, mas Ron e Hydra pareciam isolados em uma bolha particular.
O cheiro doce dela, a sensação dos dedos dela passeando discretamente pelo peito dele, subindo até o pescoço e puxando levemente os fios ruivos, deixavam Ron completamente cativo.
Ele baixou a cabeça e roçou o nariz na curva do pescoço dela, inspirando o perfume suave que misturava cheiro de baunilha, fumaça e álcool.
A Malfoy fechou os olhos por um segundo, aproveitando a sensação do calor dele contra sua pele exposta, e então deslizou a boca até a orelha dele, mordiscando de leve.
Ron soltou um gemido baixo que se perdeu na batida alta da música.
⸻ Você sempre foi tarada desse jeito, hm? ⸻ Ele sussurrou, a voz rouca e carregada de desejo.
⸻ Só percebeu agora? ⸻ Ela respondeu, rindo baixinho, arranhando as costas dele por cima da camisa amarrotada.
Eles dançaram grudados, esquecendo da bagunça ao redor, dos gritos, das risadas. Era como se o mundo inteiro tivesse sumido, e só restassem eles dois, corpo contra corpo, coração acelerado contra coração acelerado.
*.₊ 𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒
( 𝐎𝐎𝟏 ) Olá pessoinhas!, como vocês estão?
( 𝐎𝐎𝟐 ) eu sei que esse capítulo foi meio insano, mas sendo a última festa organizada pelos gêmeos, tinha que ser icônico!
( 𝐎𝐎𝟑 ) Por favor, não esqueçam de votar caso estejam gostado, e se quiser, comente também <3
( 𝐎𝐎𝟒 ) Obrigada por ter lido até aqui.
beijinhos da brenda!
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