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𝟓𝟏. 𝗐𝖾𝖺𝗌𝗅𝖾𝗒 𝗂𝗌 𝗈𝗎𝗋 𝗄𝗂𝗇𝗀

˖ ଽ *.₊˚❛ CHAPTER FIFTY ONE ៳ׄ ֢ ♡
⩇⩇. - ✶𝗐𝖾𝖺𝗌𝗅𝖾𝗒 𝖾́ 𝗇𝗈𝗌𝗌𝗈 𝗋𝖾𝗂 ❜

❛ Weasley nasceu no lixo ❜

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- ˖🐍ꜝꜞ METAS ˖ ࣪ !
10 FAVS X 200 COMMENTS.

A ARMADA DE DUMBLEDORE ESTAVA COM tudo. O castelo fervilhava de conspirações silenciosas, sussurros entre corredores e olhares furtivos. Umbridge não fazia ideia da revolução que estava acontecendo bem debaixo de seu nariz. Era ali, na Sala Precisa, que a resistência estudantil se fortalecia, treinando para se proteger da ditadura imposta pela nova Alta Inquisidora de Hogwarts.

Ninguém entrava na Armada sem assumir um compromisso sério, e Hermione Granger garantiu que qualquer traidor pagaria o preço. O pergaminho assinado pelos membros da AD estava selado com um feitiço poderoso e secreto: qualquer um que ousasse entregar o grupo sofreria uma versão aprimorada da Maldição do Furnunculus. Furúnculos grotescos iriam brotar pelo rosto do traidor, formando a palavra "Dedo-Duro" de forma indelével. Hydra Malfoy adorava esse detalhe. Se algum desgraçado os entregasse, ela mesma se certificaria de que a punição fosse ainda pior.

A organização era impecável. Para evitar chamar atenção, os alunos se dirigiam à Sala Precisa em pequenos grupos ou individualmente, nunca nos mesmos dias ou horários. Scarlett tinha um talento inegável para mentir. Pais conservadores criavam filhos mentirosos; ela aprendeu cedo a manipular palavras como uma artista. Se algum professor ou monitor fizesse perguntas suspeitas, ela tinha respostas afiadas e convincentes na ponta da língua.

Os corredores de Hogwarts se tornaram um tabuleiro de xadrez tático. Eles variavam os caminhos e combinavam pontos de encontro estratégicos, como a gárgula no sétimo andar. Nada era deixado ao acaso.

Naquela noite, a Sala Precisa estava lotada. O som de conversas empolgadas se espalhava pelo espaço secreto. Harry Potter estava no centro, chamando a atenção do grupo.

⸻ Certo ⸻ Disse ele, correndo os dedos pelos cabelos. ⸻ Vamos começar a praticar. Eu estive pensando... devíamos iniciar pelo Expelliarmus, o Feitiço para Desarmar. Sei que parece básico, mas...

⸻ Ah, corta essa ⸻ Interrompeu Zacarias Smith, revirando os olhos e cruzando os braços. ⸻ Não acho que Expelliarmus vai nos ajudar contra Você-Sabe-Quem, sinceramente.

Let bufou, cruzando os braços.

⸻ Cala a boca, Smith. Se o Potter diz que funciona, funciona. E, se você tiver alguma reclamação, enfia ela no...

⸻ Hydra! ⸻ Alertou Hermione, embora estivesse claramente segurando um sorriso.

Harry, impassível, olhou para Zacarias.

⸻ Usei contra ele ⸻ Disse calmamente. ⸻ Salvou minha vida em junho.

Zacarias ficou boquiaberto. O resto da sala mergulhou em um silêncio espesso.

⸻ Mas, se você acha que não está à sua altura, pode se retirar.

Smith não se mexeu. Nem os demais.

⸻ Ok ⸻ Disse Harry, sentindo sua boca um pouco mais seca. ⸻ Dividam-se em pares.

Scarlett logo se aproximou de Ron.

⸻ Vou acabar contigo, ruivinho ⸻ Provocou, um sorriso brincando nos lábios.

⸻ Veremos, desbotada ⸻ Retrucou Ron, empunhando a varinha. O brilho de desafio em seus olhos azuis deixou Hydra ainda mais animada.

Eles se posicionaram, varinhas erguidas.

⸻ Um, dois, três... Expelliarmus! ⸻ Ambos gritaram.

As faíscas colidiram, criando um estalo no ar. A varinha de Ron tremeu em sua mão, mas ele segurou firme. Hydra riu.

⸻ Não tão rápido, Weasley!

Ela tentou de novo, mas Ron foi mais rápido dessa vez. Sua varinha voou de sua mão, girando no ar antes de cair no chão. Hydra arqueou as sobrancelhas, impressionada.

⸻ Nada mal para um ruivo desengonçado.

⸻ Obrigado, loirinha metida ⸻ Respondeu Ron, com um sorrisinho convencido.

Draco, do outro lado da sala, também treinava com Wanda. Ele a olhava com admiração enquanto ela acertava o feitiço de primeira.

Você é assustadoramente boa nisso ⸻ Murmurou ele.

⸻ Eu treino ⸻ Respondeu ela, erguendo a sobrancelha. ⸻ E tenho um bom professor.

Draco sorriu de lado, satisfeito.

Pelo salão, alguns alunos cochichavam, apontando para Hydra e Draco.

⸻ Malfoys na Armada? ⸻ Sibilou um aluno da Lufa-Lufa. ⸻ Isso é uma piada?

⸻ Aposto que estão aqui só para nos trair.

Antes que Hydra pudesse avançar sobre eles, Ron se adiantou, furioso.

⸻ Cala a boca. Hydra está aqui pelo mesmo motivo que nós. E Draco também.

Os alunos pareceram surpresos com a defesa vinda de um Weasley, mas se calaram. Hydra, ao invés de agradecer, cutucou Ron com o ombro.

⸻ Bonito, ruivinho. Mas eu podia ter acabado com eles sozinha.

Ele riu.

⸻ Eu sei, desbotada.

⸻ Expelliarmus! ⸻ Exclamou Neville, e Harry, apanhado de surpresa, sentiu sua varinha voar da mão. ⸻ CONSEGUI! ⸻ Gritou Neville, cheio de alegria. ⸻ Eu nunca tinha feito isso antes... CONSEGUI!

⸻ Boa! ⸻ Disse Harry, encorajando-o em lugar de lembrar que, em um duelo verdadeiro, seu oponente provavelmente não estaria olhando na direção oposta com a varinha pendurada ao lado do corpo. ⸻ Escute, Neville, você pode revezar com a Hermione por alguns minutos, para eu poder andar pela sala e ver como os outros estão se virando?

Harry foi para o meio da sala. Alguma coisa muito estranha estava acontecendo com Zacarias Smith. Toda vez que ele abria a boca para desarmar Antônio Goldstein, a varinha voava de sua mão, mas Antônio não parecia estar emitindo som algum. Harry não precisou olhar muito longe para solucionar o mistério; Fred e George estavam a vários passos do garoto e se revezavam apontando as varinhas para as costas de Zacarias.

⸻ Desculpe, Harry ⸻ Apressou-se George a dizer, quando seus olhos se encontraram. ⸻ Não pudemos resistir

Harry andou em volta dos pares, tentando corrigir os que estavam realizando mal o feitiço. Gina fazia dupla com Miguel Corner; estava se saindo muito bem, enquanto o namorado ou era muito ruim ou não estava querendo enfeitiçá-la. Ernesto Macmillan acenava desnecessariamente com a varinha, dando ao parceiro tempo para se pôr em guarda; os irmãos Creevey agiam com entusiasmo, mas sem pontaria, e eram os principais responsáveis pelos livros que saltavam das prateleiras ao redor; Luna Lovegood era igualmente instável, por vezes fazia a varinha de Justino Finch-Fletchley sair rodopiando da mão, mas, em outras, fazia apenas os cabelos dele ficarem em pé.

⸻ O.k., parar! ⸻ Gritou Harry. ⸻ Parar! PARAR!

⸻ Você vai precisar de um apito, Potter. ⸻ Hydra sussurrou no ouvido do cicatriz.

⸻ Também 'tô achando ⸻ Ele falou massageando as têmporas.

⸻ Não foi nada mau ⸻ Disse Harry para turma. ⸻ Mas decididamente há margem para melhorar. ⸻ Zacarias amarrou a cara para ele. ⸻ Vamos experimentar outra vez.

⸻ No três ⸻ Anunciou Harry. ⸻ Um... dois...

⸻ Expelliarmus! ⸻ Scarlett se antecipou, sem sequer esperar o três.

A varinha de Ron voou para longe antes que ele pudesse reagir. O silêncio caiu sobre a sala enquanto um sorriso vitorioso se espalhava pelos lábios dela.

⸻ Há! ganhei! ⸻ Let exclamou, aproximando-se e cutucando seu peito com a ponta da própria varinha. ⸻ Você tem que aprender a não ser tão previsível. Sua guarda estava aberta e sua mão hesitou, cabeça-de-fósforo.

Ron pegou sua varinha do chão e resmungou:

⸻ Você trapaceou.

⸻ Eu usei inteligência estratégica. ⸻ Retrucou Hydra com um sorriso satisfeito. Então, seu olhar percorreu a sala e caiu sobre Harry, que, neste exato momento, parecia estar forçando-se a não olhar para Cho Chang enquanto fingia corrigir o movimento de Neville. A expressão da loira se iluminou de diversão.

Ela se virou para Ron e abaixou a voz, mas o tom carregado de malícia era evidente.

⸻ Olha só o Potter... ⸻ Sussurrou. ⸻ Ele tá mais desesperado pra chamar a atenção da Cho do que você tá pra vencer um duelo contra mim.

Ron tentou disfarçar a risada, mas acabou soltando um ruído meio engasgado.

⸻ Para, Let...

⸻ O quê? Só tô constatando o óbvio. Olha pra ele! Tá igual um filhote abandonado, esperando que a Chang perceba que ele é o herói trágico da história.

Ron apertou os lábios, lutando contra a vontade de rir mais alto. Harry, percebendo que estava sendo observado, lançou um olhar rápido para os dois.

⸻ O que foi? ⸻ Perguntou desconfiado.

⸻ Nada, nada!⸻ Disse Hydra, contendo o riso e balançando a cabeça. ⸻ Continua aí, professor Potter. Você tá indo muito bem fingindo que não quer beijar a Cho no meio da sala. ⸻ Ela disse a última parte baixa somente para seu melhor amigo escutar.

Harry revirou os olhos e deu dedo do meio para o casal,um rubor inevitável subiu por suas bochechas, provando que Hydra tinha acertado em cheio. Ron, incapaz de segurar a risada, teve que se virar para o outro lado para não piorar a situação.

⸻ Ei, Harry ⸻ Chamou Hermione do outro extremo da sala ⸻ Você viu que horas são?

Ele olhou para o relógio e se assustou ao ver que já eram nove e dez, o que significava que precisavam voltar às suas salas comunais imediatamente ou se arriscar a ser punidos por Filch por estar fora da área permitida.

⸻ Merda... ⸻ Resmungou Let, franzindo o cenho. ⸻ Draco, estamos atrasados para monitorar! 

Draco revirou os olhos, claramente aborrecido. Antes de se afastar, puxou Wanda pelo pulso e colou os lábios aos dela em um selinho rápido, mas que fez alguns grifinórios revirarem os olhos e algumas sonserinas suspirarem em admiração.

⸻ Por que, entre todas as pessoas do castelo, escolheram justo a mim para ficar acordado até tarde? ⸻ Ele soltou o drama, passando a mão pelos cabelos perfeitamente alinhados.

⸻ Ai, não começa, Draco! ⸻ Hydra rebateu, cruzando os braços. ⸻ Hein, cabeça-de-cenoura

⸻ Cabeça-de-cenoura? essa é nova. ⸻ Ron arqueou as sobrancelhas, um sorriso de canto surgindo em seus lábios. Hydra odiava admitir o efeito que aquele maldito sorrisinho tinha sobre ela. Como se ele soubesse disso, o ruivo aproveitou a deixa para envolvê-la pela cintura e puxá-la contra si, colando seus corpos. O impacto fez com que os seios da loira pressionassem o tórax dele, e ela praguejou baixinho.

⸻ Porra, Weasley! Machuca meus peitos, seu ogro! ⸻ Hydra bateu de leve no braço dele, mas a verdade era que seu coração tinha disparado.

⸻ Deixa que eu cuido deles para você ⸻ Ron respondeu com um sorriso descarado, aproximando o rosto do dela.

Hydra sentiu seu rosto esquentar, e não era por raiva. O problema com Ron é que ele não recuava das provocações dela. Ele jogava no mesmo nível, e pior, sabia exatamente como atiçá-la. O ruivo era um idiota convencido, mas um idiota convencido gostoso, e isso a irritava profundamente.

⸻ Ronald! ⸻ Ela o repreendeu, mas sua voz saiu menos firme do que gostaria.

────────⊹⊱🍷⊰⊹────────

Quando o primeiro jogo da temporada, Grifinória contra Sonserina, começou a se aproximar, as reuniões da AD foram suspensas porque Angelina insistiu em fazer treinos quase diários. O fato de que a Copa de Quadribol não se realizava havia tanto tempo aumentava o interesse e a excitação que cercava o próximo jogo; os alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa estavam vivamente interessados no resultado, porque eles, é claro, estariam jogando com as duas equipes no ano seguinte; e os diretores das Casas das equipes competidoras, embora tentassem disfarçar sob um falso espírito esportivo, estavam decididos a ver o seu próprio time vitorioso.

Novembro chegou rasgando o outono com ventos cortantes e uma umidade impiedosa que congelava até os ossos. O céu, refletido no teto encantado do Salão Principal, era de um cinza perolado, enquanto os picos das montanhas em torno de Hogwarts estavam cobertos por uma fina camada de neve. O castelo, já gelado, parecia mais frio do que nunca, obrigando muitos alunos a circularem pelos corredores com luvas grossas de pele de dragão para evitar que os dedos ficassem dormentes.

O Salão Principal estava fervilhando de excitação quando Hydra e os outros chegaram para o café da manhã. A conversa era alta, o clima mais animado do que o normal, e um burburinho atravessava as mesas como um incêndio descontrolado. Quando passaram pela mesa da Sonserina, Hydra notou imediatamente algo incomum — cada um dos alunos da casa usava um distintivo prateado reluzente, no formato de uma coroa.

Ao avistá-los, um grupo de sonserinos acenou para Ron, gargalhando. Hydra estreitou os olhos, captando a malícia estampada nos rostos de seus colegas de casa. Alguma merda eles tinham aprontado.

⸻ Bom dia, ruivo! ⸻ A voz dela se ergueu entre a algazarra, carregada de desafio. ⸻ Tá pronto pra eu acabar contigo no Quadribol? Ou já desistiu e foi chorar no ombro da Granger?

Normalmente, Ron a responderia com um comentário igualmente ácido, uma provocação para rivalizar com a dela. Mas, naquele momento, ele não disse nada. Nem sequer esboçou um sorriso torto. Apenas encarou o chão, os ombros tensionados.

Hydra franziu o cenho. Havia algo errado.

Ela se aproximou, parando ao lado dele. Usava um sobretudo de lã preta, cortado sob medida, com detalhes em verde escuro nos punhos e na gola. O cachecol da Sonserina estava enrolado frouxamente em seu pescoço, destacando seus cabelos loiros, que caíam em ondas suaves sobre os ombros. Por baixo, trajava um suéter de tricô cinza, tão fino e elegante quanto quente, e botas de couro negro com pequenos detalhes prateados. O frio não era um problema para alguém que cresceu na Mansão Malfoy, cercada por lareiras imponentes e feitiços de aquecimento. Mas Hogwarts, mesmo com sua magia, ainda parecia gelada demais para seu gosto.

⸻ Ron? ⸻ Sua voz baixou um tom, agora sem zombaria, apenas curiosidade genuína. ⸻ Você tá bem?

O ruivo apertou os lábios, desviando o olhar. Não era como se ele pudesse esconder algo dela. Hydra o conhecia bem demais para cair na fachada do 'tá tudo certo'. E agora que estava observando de perto, percebeu a rigidez na mandíbula dele, o jeito como apertava os punhos sobre a mesa, como se estivesse segurando alguma coisa que ameaçava transbordar.

⸻ Eu devia estar maluco quando fiz isso ⸻ Murmurou ele, num sussurro rouco, como se estivesse falando mais consigo mesmo do que com ela. ⸻ Maluco.

Scarlett soltou um suspiro e rolou os olhos, cruzando os braços.

⸻ Ah, não Ron! não começe com "sou um fracassado" de novo....

Ron não respondeu, apenas deixou o corpo cair no banco da mesa da Grifinória, como se estivesse prestes a encarar sua última refeição antes da execução. Ao redor, os grifinórios comemoravam e o saudavam com animação, orgulhosos de ter um novo goleiro para o time. Mas, em vez de se animar, Ron parecia encolher mais a cada grito de incentivo.

Ele passou as mãos pelos cabelos, exasperado.

⸻ Sou uma meleca ⸻ Crocitou, a voz embargada. ⸻ Sou um trapalhão. Não sou capaz de jogar nem para salvar a pele. Onde é que eu estava com a cabeça?

A loira se sentou ao lado dele, empurrando Colin Creevey sem cerimônia para abrir espaço. O garoto protestou, mas um olhar fulminante da loira foi o suficiente para fazê-lo calar a boca e se afastar rapidamente.

Ela apoiou o cotovelo na mesa e o queixo sobre a mão, observando Ronald com atenção. Seus olhos estavam fixos no prato intocado à sua frente, as sardas salpicando seu rosto mais pálido do que o normal.

⸻ Escuta aqui, cabeça-de-fósforo ⸻ Começou ela, a voz menos dura do que antes. ⸻ Você não é uma meleca. Você é um idiota, um bocó inseguro que não percebe que tem talento de verdade. E se eu tô te dizendo isso, então você devia acreditar, porque eu não sou do tipo que joga confete à toa.

Ron finalmente ergueu os olhos para ela, um brilho de hesitação neles.

⸻ Mas e se eu errar? Se eu ferrar tudo? Se... se eles rirem de mim?

Let bufou e bateu uma das mãos na mesa, chamando a atenção de alguns alunos ao redor.

⸻ E daí? Você acha que eu nunca fui zoada? Eu sou uma Malfoy na porra da Sonserina, Ron! Acha que nunca duvidaram de mim? Que nunca disseram que eu não era digna do meu próprio sobrenome porque eu não saí beijando os pés do meu pai feito o Draco fez por anos? ⸻ Ela se inclinou para ele, os olhos faiscando. ⸻ Mas quer saber o que eu fiz? Eu calei a boca deles. Provei meu valor. E é isso que você vai fazer também.

Ron piscou, surpreso pela intensidade dela. Uma parte dele queria contestar, argumentar que ela era Hydra Malfoy, confiante até nos momentos mais sombrios. Mas outra parte... outra parte sabia que ela estava certa.

⸻ Você consegue, Ron ⸻ Ela disse, mais suavemente dessa vez. ⸻ Você não estaria no time se não fosse bom. E eu não estaria perdendo meu tempo tentando enfiar isso na sua cabeça dura se você não tivesse um pingo de talento.

O ruivo respirou fundo, os ombros relaxando levemente.

⸻ Você realmente acha que eu posso ganhar esse jogo? ⸻ Perguntou ele, quase hesitante.

Ela revirou os olhos e deu um tapa leve na nuca dele.

⸻ Eu acho que você pode me dar trabalho, no máximo ⸻ Brincou, com um sorriso de canto. ⸻ Mas se isso te faz sentir melhor, então sim, cabeça-de-fósforo, eu acho que você pode ganhar esse jogo. Só não vai ser contra mim.

Ron soltou uma risada fraca, balançando a cabeça.

⸻ Você é insuportável, desbotada.

Hydra sorriu, satisfeita. Então, sem aviso, inclinou-se para frente e roçou os lábios nos dele num selinho rápido e decidido.

⸻ E você é um merda inseguro ⸻ Sussurrou contra a boca dele. ⸻ Mas um merda inseguro que eu gosto.

Ron piscou, atordoado, enquanto ela se afastava com um sorriso presunçoso.

⸻ Agora vai lá e não me faz passar vergonha, Weasley.

────────⊹⊱🍷⊰⊹────────

Hydra Malfoy estava no vestiário da Sonserina, cercada pelo ambiente úmido e abafado, comum após um dia de treino intenso de quadribol. O cheiro de suor, madeira envelhecida e couro fresco da nova equipe misturava-se com o som abafado de risadas vindo do outro lado do vestiário. Os corredores estavam quase vazios, exceto pelos membros do time, todos se preparando para o jogo que aconteceria em breve.

Ela estava de costas para o espelho grande que cobria uma das paredes do vestiário, observando seus reflexos enquanto tirava a camisa de treino da Sonserina, um uniforme comum que ela odiava, e substituía por sua roupa de quadribol. A camisa verde-escura, com o emblema de cobra bordado no peito, se ajustava perfeitamente ao seu corpo, delineando suas curvas de maneira que não deixava dúvida: ela era uma Malfoy, e nada ali poderia interferir na imagem que ela construía. O tecido respirava bem, e o calor do ambiente fez com que o suor começasse a se formar nas suas costas, mas isso não a incomodava.

Ela tirou os calções curtos do uniforme da Sonserina, sentindo o tecido se arranhar contra sua pele enquanto se preparava para vestir o calção de quadribol, que se ajustava perfeitamente às suas pernas longas e esculpidas. O uniforme de quadribol era mais do que apenas uma roupa; era uma extensão de sua identidade. Ela adorava o sentimento que vinha ao se vestir para o jogo, como se sua transformação fosse um aviso para todos ao redor de que ela estava prestes a dominar. Ela puxou a capa com elegância, e a vassoura foi a última coisa que ela pegou, sentindo a familiaridade do cabo de madeira polida em suas mãos. Ela passou os dedos sobre as penas e o acabamento, como se se preparasse mentalmente para entrar em campo.

Com a vassoura em mãos, Hydra lançou um olhar fixo no reflexo de seu rosto. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque bagunçado, fios soltos caindo por seu rosto. Ela se sentia poderosa, uma força imbatível no campo de quadribol, e nada poderia arruinar aquele momento. Ou assim ela pensava, até ouvir as risadinhas abafadas vindo de seus companheiros de equipe.

Era então que Draco entrou no vestiário, observando a irmã com seu sorriso característico. Ele não se importava muito com os treinos ou com as piadas, mas, claro, era impossível não perceber o que estava acontecendo ali.

⸻ Que risada é essa? ⸻ Perguntou Hydra, irritada, a voz carregada de uma raiva precoce que ela não conseguiu esconder. O tom cortante fez com que os garotos da equipe se calassem instantaneamente. Ela, com os ombros rígidos, se virou para encarar o time. Eles estavam reunidos perto da parede, olhando para algo com sorrisos envergonhados. Quando um dos garotos, nervoso, começou a cantar baixinho, as palavras cortaram o ar:

Weasley é nosso rei...

Hydra sentiu o sangue ferver na hora. A raiva subiu rapidamente, sua expressão transformando-se em um semblante feroz. Os outros riram mais, alguns com as mãos na boca, outros tentando disfarçar o riso com a cabeça baixa. Mas ela não podia ignorar aquilo. Aquela música, aquela zombaria com Ron, a envolvia de uma maneira que a deixava com a sensação de que seu mundo estava prestes a desmoronar. Por que diabos estavam fazendo isso? Ela pensou, sentindo uma onda de raiva e decepção.

⸻ Vocês estão de brincadeira comigo? ⸻ Ela gritou, a voz embargada, seu olhar passando por cada um dos rostos de seus colegas. Quando um deles, tentando amenizar, disse:

⸻ Ah, é só uma brincadeira, Hydra. O Weasley não vai se importar com isso.

Hydra deu um passo à frente, seus pés firmemente plantados no chão, a vassoura agora pendendo em uma das mãos, quase parecendo um bastão que ela usaria para acertar alguém ali.

⸻ Seus imbecis. O que vocês acham que estão fazendo? ⸻ Ela disparou, o olhar queimando com fúria. ⸻ Você acha que é engraçado? Tá achando mesmo que zoar o Ron vai fazer vocês parecerem mais legais? ⸻ Ela fez uma pausa, e o silêncio se instalou, mas os sorrisos não sumiram de seus rostos. Isso a irritou ainda mais.

A tensão era palpável. Os meninos tentavam desviar o olhar, claramente desconfortáveis com a intensidade da situação. Um deles, com um sorriso nervoso, respondeu:

⸻ Relaxa, Hydra, é só uma piada. Tá todo mundo se divertindo. Não é nada pessoal.

Ela bufou, seus olhos faiscando de raiva, e com um movimento rápido, ela jogou a vassoura para o lado e avançou, pegando um deles pela gola da camisa. Os outros recuaram, um pouco assustados com a explosão que ela estava prestes a causar.

⸻ Nada pessoal? ⸻ Ela riu de maneira sarcástica, as palavras saindo como lâminas afiadas. ⸻ Vocês acham que eu vou deixar essa merda passar? Não, seus otários, vão se foder. Se eu ouvir mais uma vez essa música imbecil cantada por esses cretinos na arquibancada, vou fazer questão de mostrar quem é que manda aqui. E não é nenhum de vocês, idiotas.

Ela soltou o garoto pela gola, fazendo-o tropeçar para trás, e deu um último olhar fulminante para os outros. O seu irmão, Draco, não dizia uma palavra. Ele apenas observava a cena com uma expressão inexpressiva, como se já soubesse que a discussão não estava acabando ali.

⸻ Vou mostrar no campo, ok? ⸻ Ela resmungou, virando-se rapidamente e pegando a vassoura novamente. ⸻ E quem cantar essa merda, vai se arrepender.

Com o rosto vermelho de raiva, ela caminhou até a porta do vestiário. Cada passo que dava fazia seu coração pulsar mais forte, sua raiva transbordando. Nada poderia acalmá-la agora. Ela sabia o que precisava fazer.

Ela estava prestes a entrar em campo, e todos iriam ver do que ela era capaz. A raiva corria em suas veias como um fogo incontrolável. 

⸻ Capitães, apertem as mãos ⸻ Ordenou Madame Hooch, quando Angelinae Montague se aproximaram. Hydra pôde ver que Montague estava tentando quebrar o dedos de Angelina, embora ela nada demonstrasse. ⸻ Montem as vassouras...

Madame Hooch levou o apito à boca e soprou. 

O jogo de Quadribol estava em pleno furor, e a emoção no ar era palpável. Hydra Malfoy, a artilheira de Sonserina, pairava sobre sua vassoura com uma confiança inabalável. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque, mas algumas mechas teimosas se soltavam com a força do vento gelado, batendo em seu rosto. A capa da Sonserina se movia ao vento como uma bandeira da vitória, enquanto ela se concentrava na gols, que estava firmemente em suas mãos. Sua expressão era de pura determinação. Ela sabia que era boa ⸻ e também sabia que, se tivesse alguma chance, sua habilidade e o controle da bola a levariam direto aos aros da Grifinória.

O campo estava agitado. Hydra olhou à sua volta, vendo sua equipe se movendo com fluidez e sua visão fixa nos aros de Ron Weasley. Ela se preparava para fazer o arremesso, ajustando sua postura para uma precisão letal. Sua mente estava clara, os músculos tensos e prontos para dar o golpe final. Ela ia atirar, e nada nem ninguém a impediria.

Mas então, como se um feitiço invisível tivesse sido lançado sobre ela, o canto de uma torcida começou a ressoar nas arquibancadas. O som aumentava a cada segundo, e com ele, um maldito coro que chegava aos seus ouvidos. 

'Weasley é o nosso rei, Weasley é o nosso rei, Sempre deixa a bola entrar, Weasley é o nosso rei."

Hydra parou de repente, o sorriso confiante desaparecendo de seu rosto. Ela olhou em direção à torcida da Sonserina com uma mistura de raiva e desprezo. Seus olhos brilharam com um fogo incontrolável. Aquilo era insuportável! Como ousavam zoar o seu ruivo dessa maneira? Como ousavam zombar de Ron, seu ficante, no meio do campo? Ela sentiu o sangue ferver, e a raiva borbulhou em suas veias como um veneno prestes a transbordar.

⸻ Desgraçados! Seus malditos imbecis! ⸻ Hydra gritou, virando sua vassoura abruptamente para encarar a torcida da Sonserina. Ela estava farta daquilo. O grito ainda ecoava em sua mente e a fazia querer destruir algo. ⸻ Vão se foder, seus merdas! seus idiotas de quinta categoria! ⸻ Ela rosnou, gritando para os alunos da sua casa, com os dentes cerrados, os olhos brilhando como se estivesse pronta para engolir qualquer um.

A capitã de Sonserina, uma figura mais calma e controlada, não gostou nem um pouco dessa explosão de Hydra. Ela se aproximou da artilheira com um olhar severo e uma postura ameaçadora. 

⸻ Hydra! O que você está fazendo? Vamos ganhar, se não se acalmar! ⸻  A capitã berrou, as mãos firmemente fechadas ao lado de seu corpo.

⸻ Foda-se, Dóris! Eu não sou uma marionete para vocês controlarem! Que se dane esse jogo se não conseguirmos fazer justiça! ⸻ Hydra retrucou, seu rosto vermelho de fúria, o corpo tremendo de tensão. Ela estava prestes a sair da linha, pronta para largar a goles e arrumar uma briga, mas a capitã não deu espaço para mais nada. Dóris tomou a goles da mão de Hydra com um movimento rápido e, sem perder tempo, disparou a bola em direção ao gol da Grifinória.

A bola voou, rasgando o ar com uma precisão incrível. Ron Weasley, no gol, mal teve tempo de se mover antes de ver a goles passar por entre seus dedos, marcando um ponto para Sonserina.

⸻ Gol...da sonserina ⸻ O tom de tédio de Lino soou pelo campo. Mas Hydra, mesmo com a pontuação, estava furiosa. Não era apenas sobre o gol. Era sobre o respeito, ou melhor, a falta dele. Ela olhou para Ron, que estava de costas para ela, e sentiu uma onda de contradição: embora ele fosse a causa de seu fogo interior, ela não suportava ver aquele maldito canto da torcida.

⸻ Eu vou dar um jeito nisso... ⸻ Hydra murmurou, virando-se e afastando-se da jogada. Ela sabia que, ao final, o que importava era a vitória de Sonserina, mas seu humor estava prestes a se transformar em algo muito mais perigoso. Ela não pensava em mais nada além de calar aquela torcida ou, pelo menos, derrubar algum dos idiotas que ousavam insultár Ron.

Weasley não pega nada
Não bloqueia aro algum...

⸻ É o primeiro teste do novo goleiro da Grifinória, Weasley, irmão dos batedores Fred e George... é um talento que promete, vamos, garoto!

Os alunos de Sonserina cantaram ainda mais alto:

WEASLEY NASCEU NO LIXO
EI, EI, EI, EI... 

⸻ E a Grifinória retoma a posse e temos Katie Bell atravessando o campo com energia... ⸻ Gritou Lino se enchendo de coragem, embora a cantoria agora estivesse tão ensurdecedora que ele mal conseguia se fazer ouvir.

A VITÓRIA JÁ É NOSSA
WEASLEY 
É O NOSSO REI...

Hydra Malfoy estava voando pelo campo de Quadribol com a expressão mais séria possível. O vento cortante fazia seu cabelo loiro esvoaçar atrás dela, enquanto ela segurava com firmeza a vassoura, os olhos fixos na bola de goles que ela tinha em mãos. Ela era a artilheira da Sonserina, e sua missão era simples: acertar a bola nos aros da Grifinória e garantir pontos para sua casa. Mas, naquele momento, a tarefa parecia qualquer coisa, menos simples. Seu coração, que normalmente batia forte com a adrenalina de uma competição, estava batendo mais devagar, descompassado. O jogo, que antes a tinha empolgado, parecia ter perdido sua magia.

Podiam fazer tudo, menos zoar com Ronald.

WEASLEY NÃO PEGA NADA...

⸻ E Pucey se livra mais uma vez de Alícia e ruma diretamente para o gol, segura a bola, Ron!

Hydra não precisou olhar para saber o que acontecera: ouviu-se um gemido terrível no lado da Grifinória, acompanhado de novos gritos e aplausos dos alunos da Sonserina.

⸻ Porra Ron, por favor faça seu time ganhar...prove seu valor... ⸻  Ela murmurou tentando fazer seu ruivo ouvir, mas ele estava nervoso demais para isso.

Olhando para baixo, a Malfoy viu a cara de buldogue de Pansy Parkinson bem na frente da arquibancada, de costas para o campo, regendo a torcida da Sonserina que urrava:

EI, EI, EI, EI
WEASLEY É O NOSSO REI

Ron deixou entrar mais dois gols. Havia um toque de pânico no desejo que Harry sentia de encontrar o pomo imediatamente. Se conseguisse capturá-lo logo, terminaria o jogo de uma vez.

⸻ E Katie Bell da Grifinória escapa de Pucey, se abaixa para fugir de Montague, bela virada, Katie, e atira para Angelina, que agarra a goles, ultrapassa Hydra, está voando para o gol, vamos, é agora Angelina... E É PONTO PARA GRIFINÓRIA! Quarenta a dez, quarenta a dez para Sonserina, e Pucey tem a posse da goles...

Let ouviu o fofo chapéu de leão de Luna rugir no meio dos vivas da Grifinória.

⸻ Pucey atira para Warrington, Warrington para Hydra, Hydra devolve a Pucey... Johnson intercepta, Johnson toma a goles, atira para Bell, a coisa parece boa...quero dizer....... ruim...... Bell é atingida por um balaço de Goyle, da Sonserina, e é Pucey quem retoma a...

WEASLEY NASCEU NO LIXO
SEMPRE DEIXA A BOLA ENTRAR
A VITÓRIA JÁ É NOSSA...

O pomo contornou a base de uma das balizas e saiu para o outro lado das arquibancadas; sua mudança de direção beneficiou Malfoy, que estava mais próximo; Harry inverteu o rumo da sua Firebolt, e ele e Malfoy estavam agora emparelhados.

À curta distância do chão, Harry ergueu a mão direita da vassoura, esticoua para o pomo... à direita, o braço estendido de Malfoy também esticou, tateou...

Tudo terminou em dois segundos desesperados, esbaforidos, vertiginosos – os dedos de Harry se fecharam sobre a bolinha minúscula e rebelde, as unhas de Malfoy tentaram agarrá-la inutilmente nas costas da mão do oponente, Harry empinou a vassoura, apertando na mão a bola que se debatia, e os espectadores da Grifinória gritaram sua aprovação ao lance...

Estavam salvos, não importava que Ron tivesse deixado entrar aqueles gols, ninguém se lembraria desde que a Grifinória tivesse ganhado...

TAPUM.

Um balaço atingiu Harry nos rins e ele foi lançado para fora da vassoura. Por sorte, estava a menos de dois metros do chão, pois mergulhara muito baixo para apanhar o pomo, mas ficou sem ar e caiu com as costas chapadas no chão congelado. Ele ouviu o apito agudo de Madame Hooch, um clamor nas arquibancadas em que se misturavam assobios, berros furiosos e vaias, um baque e, então, a voz frenética de Angelina.

⸻ Aí merda Harry... ⸻ Let fez uma careta e olhou para baixo.

A Grifinória ganhou.

A Grifinória realmente ganhou.

A vitória da Grifinória estava consumada, e Hydra sentiu um peso estranho dentro de si. Era uma mistura de emoções conflitantes, de raiva reprimida e... uma necessidade de algo mais. Ela sabia, de algum modo, que a Grifinória tinha ganhado. A coisa mais frustrante de tudo era que, mesmo que ela tivesse feito o melhor, mesmo que tivesse voado com a destreza de um falcão, aquele sorriso de Ron Weasley em cima do campo fazia com que a vitória de Sonserina parecesse tão distante, como se nunca tivesse sido real.

Ela olhou para o campo, vendo os jogadores da Grifinória comemorando, seus braços se erguendo e os gritos da torcida ecoando no ar. No meio deles, Ron. O rosto vermelho e sorridente, os cabelos desordenados, a atitude orgulhosa e leve. Ele parecia... tão relaxado. Tão livre. Um sorriso bobo no rosto, típico de Ron. Aquele sorriso fazia a raiva de Hydra começar a se dissolver, a pressão da competição descer para o fundo do seu estômago. Mas o pior de tudo era que, no fundo, ela estava aliviada por ver aquele sorriso. Sabia que ele merecia aquele momento de triunfo.

Ela estava flutuando em sua vassoura, encarando a cena, e então a raiva que ela sempre manteve dentro de si, por ser Malfoy, por ter que seguir sempre as regras, foi gradualmente substituída por algo que ela não esperava. Algo... quente. Uma necessidade de sentir algo. De se libertar dessa fachada de filha perfeita, da loira que tinha que ser impecável. Era como uma chama acesa dentro de seu peito, e ela não conseguia mais contê-la.

A raiva não mais dominava sua mente. Ela queria ser impulsiva, fazer algo insano, algo completamente fora do controle. Algo que fosse só seu, que quebrasse a ordem, que fosse um reflexo de quem ela realmente era. Sem pensar, ela se afastou da sua posição, voando em direção a Ron. Ela sabia o que queria. Queria explodir, queria ser livre, queria parar de se preocupar com o que os outros pensavam. Hydra, a filha de Malfoy, a garota loira de olhos frios, estava prestes a fazer algo que ninguém esperava.

Ron a viu chegando, e seu sorriso se desfez um pouco, surpreso, mas não o suficiente para impedi-la. Hydra não estava nem aí para as regras, para as consequências. Ela se aproximou dele sem hesitar, seu olhar fixo no de Ron. O tempo parecia desacelerar. Tudo que ela sentia, todo o desejo reprimido e todas as emoções mal gerenciadas, estavam ali, no ar. Ela se lançou para frente, sem pensar duas vezes, sem planejamento, apenas com a força do momento.

E então, seus lábios se encontraram.

Era como um choque elétrico. Uma explosão no ar, inesperada, selvagem. Os gritos das arquibancadas foram abafados, e o som do vento contra suas vassouras se dissolveu. Não havia mais nada a não ser os lábios de Ron, sua respiração quente, a suavidade do toque. Hydra sentiu uma sensação única, algo que nunca tinha experimentado. Ela não tinha controle. Não queria controle. Só queria aquilo, aquele beijo, aquele momento.

Ela sentiu a pressão no peito diminuir, e um calor estranho começar a tomar conta dela. Tudo que ela havia aprendido sobre ser uma Malfoy, sobre ser controlada e fria, desapareceu. Ela estava ali, com ele, em pleno campo de Quadribol, com todo o mundo assistindo. E não se importava com nada. A única coisa que importava era aquela sensação de liberdade. Ela sentiu Ron se entregar ao beijo também, seus lábios quentes e suaves, o toque suave nas suas costas, como se ele estivesse tão perdido quanto ela.

E então, com a mesma rapidez, ela se afastou dele. Ela viu a surpresa no rosto de Ron, e o choque que ainda se mantinha ali. Ele não soube o que fazer a princípio, mas ela viu um brilho nos olhos dele, um olhar que não era de dúvida, mas de algo mais. Algo que a fez sorrir.

Mas ela não estava pronta para parar. Ainda não.

Ela olhou para ele por um instante, e então, quase como se fosse um reflexo, ela o puxou novamente para um beijo. Não havia vergonha. Não havia mais espaço para vergonha. Era a ação de uma impulsiva Malfoy apaixonada, sem nenhuma necessidade de esconder os sentimentos. Ron a olhou, com uma mistura de surpresa e diversão. Ela podia ver o riso se formando nos cantos da boca dele.

⸻ Eu te amo. ⸻Foi a primeira vez que Hydra disse aquelas palavras. Ela sentiu o peso delas enquanto as dizia. 

Nunca em sua vida ela pensou que diria isso. Malfoys não diziam "eu te amo". Era fraqueza, era uma vulnerabilidade. Mas com ele... com Ron, era como se tudo fosse natural. Ela não se importava mais com a aparência de controle. Ela queria ser ela mesma. E ela o amava, de um jeito que não sabia que poderia amar alguém.

Ron sorriu, e com a sinceridade que ele sempre carregava, disse:

⸻ Eu te amo também.

Os dois se olharam por um momento, e aquele segundo pareceu durar para sempre. Hydra sentiu uma leveza no peito, como se algo tivesse se libertado dentro de si. Ela estava fora de controle, mas finalmente sentia que estava sendo verdadeira, sendo ela mesma.

*.₊ 𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒

( 𝐎𝐎𝟏 ) Olá pessoinhas!, como vocês estão?

( 𝐎𝐎𝟐 ) Primeiro eu te amo dos meus lindinhos, estou emocionada!

( 𝐎𝐎𝟑 ) Por favor, não esqueçam de votar caso estejam gostado, e se quiser, comente também <3

( 𝐎𝐎𝟒 ) Obrigada por ter lido até aqui.

beijinhos da brenda!

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