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Lar

Na casa de Min-ho, seu pai, Seung-min estava sentado no sofá, ainda pensativo sobre como seu filho estaria, mas ainda sem fazer absolutamente nada que mudasse isso.

O homem ouve a campainha tocar e vai até a porta, olhando pelo olho mágico e vendo Hwang Hyun-jin, seu namorado, que ele nunca assumiu como namorado.

Ele suspira e revira os olhos, mas acaba por abrir a porta para o homem.

— Seung... — O olha e já percebe que estava estranho. — Está tudo bem? — pergunta, adentrando a casa do mesmo. — Você não me liga já tem uns dias... — diz, preocupado.

— Meu filho está namorando um garoto... — Ele fecha a porta e volta a se sentar no sofá, respondendo à pergunta do moreno.

— E qual o problema? — Se senta ao lado dele.

— Hyun-jin... Acha que eu quero que ele passe por todo o preconceito que passei? — O olha. — Não... — parece discutir consigo mesmo.

— Seung... Eu sei o quanto é difícil, está bem? — Segura sua mão, mas ele se recusa e a tira, desviando o olhar. — Mas não pode impedir seu filho de amar... — tenta o convencer disso.

— O certo seria ele ficar com aquela garota que luta tanto por ele... — diz, mas sabia que seu íntimo odiava cada palavra que dizia.

— Sério? Você realmente pensa isso? — Arqueia as sobrancelhas, ainda o olhando, enquanto ele o ignora.

— Sim. — responde friamente.

— Você não é assim, Seung... — Fica de pé, buscando sua atenção. — Esse não é o homem por quem eu me apaixonei! — Fica na sua frente, fazendo-o olhar nos olhos.

— Não somos apaixonados, Hyun-jin... Somos um erro. — diz, enfiando uma faca em seu peito com aquelas palavras.

Hyun-jin solta um suspiro, sentindo lágrimas se formarem em seus olhos. Depois de tanta coisa que passaram, realmente achou que tinham algo a mais. Mas, não. Não para o egoísta que Seung-min era.

Ele deixa a casa e também deixa Seung-min com os pensamentos que rodeavam por sua cabeça.

...

A mãe de Ji-sung bate na porta do quarto, enquanto o moreno estava quase pegando no sono.

— Querido, seu pai chegou. Desça com o Min-ho para almoçar. — diz.

— C-certo, mãe... — grita lá de dentro, todo desconcertado por ter acabado de se despertar.

— Estava dormindo, meu bem? — O olha. Foi tão rápido que nem percebera, pois estava perdidos em pensamentos e lembranças do que acabara de ter com o garoto.

— Acabei cochilando. — Ri e se senta na cama, esfregando seus olhinhos.

— Depois, se quiser dormir, te faço companhia. — oferece, sorrindo levemente e se sentando também.

— Vou amar... — Sorri bobo, se perdendo por um momento em seus belos olhos castanhos.

Ji-sung percebe que estava o encarando demais e volta se levantar. Ele pega sua cueca e a coloca, logo indo até seu guarda-roupas procurar algo. Min-ho o acompanha e faz o mesmo com seu uniforme.

— Ei... Não precisa usar isso aqui... — Vai até ele, se referindo à seu uniforme.

— Mas eu não trouxe roupas, meu bem. — responde, olhando para sua própria vestimenta.

— Deve ter alguma coisa que caiba em você... — diz, voltando ao seu guarda-roupas.

Ele procura e acha um moletom preto que caberia como uma luva no loiro. Parecia até estar escrito que foi feito para ele.

— Esse é perfeito! — diz, o entregando.

— Amor, não precisava... — O pega e deixa um beijo em sua testa como agradecimento.

— Claro que precisava, quero cuidar de você... — diz, pegando uma calça, também que moletom para ele.

— Prometo retribuir. — diz, sorrindo.

— Já retribui cuidando de mim para não enlouquecer na escola, todos os dias. — brinca e vai procurar uma roupa para si, dessa vez.

— Ah, está com seu cheiro... — comenta, afundando o nariz em suas roupas, afim de sentir o perfume natural que Ji-sung tinha.

O moreno sorri e continua procurando até achar seu moletom cinza preferido. Era incrível como amava moletons!

— Sua sorte eu vestir apenas roupas largas... — brinca novamente, tirando-o do guarda-roupa junto com uma calça idêntica à que deu à Min-ho.

— E não sabe como eu amei... — Sorri, vendo como realmente ficara bom em si, pelo espelho.

— Ah! — Se vira e vê uma gaveta que tinha algo importante. Ele a abre e Min-ho vê o casaco que emprestou à Ji-sung naquela noite... — Acabou que eu nunca te devolvi... — O pega, abraçando com o carinho que tinha por aquela peça, e leva até o garoto.

— Não precisa... Quero que fique com ele pra sempre lembrar da nossa noite... — Coloca a mão sobre o casaco também, encontrando-as com as de Ji-sung.

— Não imagina quantas vezes eu dormi abraçado com ele só pra lembrar do teu cheiro... — comenta, com um sorriso no rosto.

— E, quando eu não tiver aqui, pode continuar fazendo isso... — Sorri e faz carinho na parte de trás de seu cabelo.

— Ok... — Sorri e volta a guardá-lo na gaveta.

Então, ele vai até a porta e a abre para descerem para o almoço. Min-ho ajeita seu cabelo que estava amarrotado e desce logo atrás de Ji-sung, de mãos dadas com o moreno.

...

Assim que chegam ao andar de baixo, Ho-seok e Ji-soo conversavam enquanto os esperavam.

— Que bom que chegaram, meninos! — Ho-seok fica de pé. — Min-ho, estava esperando para te dizer que não precisa se preocupar e pode ficar aqui o tempo que precisar! — diz, sorridente.

— O-oh, senhor Han, não sei como agradecê-lo... — Faz um cumprimento formal.

— Não precisa agradecer, filho, podem se sentar... — diz, fazendo-o ao lado de Ji-soo que tinha um sorriso receptivo.

Ji-sung sorri satisfeito para Min-ho e o puxa devagar para irem à mesa comer junto com seus pais.

— Então, como foi a aula hoje, meninos? — ele puxa assunto para não ficar um clima desagradável para Min-ho e todos começam a interagir.

...

No dia seguinte, Ji-sung amanheceu nos braços confortáveis e quentinhos de Min-ho, sendo atrapalhado pelo maldito relógio que marcava às cinco na manhã. Sorte que, com ele ali, Ji-sung não precisava apenas de sua blusa para dormir sentindo seu aroma doce e gentil, que podia ser forte.

— H-hum... — Acorda. — Bom dia, esquilinho... — diz rouco, ao vê-lo dar um tapa para fazer o despertador parar de tocar.

— Droga, odeio a escola... — reclama, voltando a se deitar em seu braço aconchegante novamente.

— Acho que todos odeiam, meu bem... — Acaba rindo. — Mas temos que ir... — diz, fazendo carinho em seu cabelo.

— Tudo bem... — Torce os lábios, soltando um suspiro.

Ele se senta na cama, tirando seu pijama. Min-ho o observa ficar semi-nu e vestir seu uniforme, que ele considerava a única pessoa que ficava bem nele.

Min-ho se levanta e faz o mesmo. Então, ambos descem para tomar café e ir para a escola.

Assim que terminam, Ji-sung fica na frente de casa, esperando Felix como se costume. Min-ho segurava a mão de Ji-sung, que estava gelada pelo frio que fazia aquela manhã. Felix sai de sua casa todo embrulhado por um casaco azulzinho que o tornava mais fofo do que já era e vai até eles.

— Brrr... — Chega até eles, se encolhendo.

— Tá tão frio assim, Lix? — Min-ho brinca.

— O Ji-sung costumava me esquentar, mas você roubou ele de mim! — Faz bico, olhando-o com uma falsa raiva, mas sabiam que estava brincando.

— Vem cá, Lixie. — Ri e o puxa para um abraço quentinho que o faz soltar um sorriso.

— É brincadeira, bobão... — Ri e o retribui, sendo coberto pelo casaco do Han.

— Não quero separar vocês, mas... Acho que deveríamos ir, não? — Min-ho diz, com uma pequena pontada de ciúmes do moreno.

— Sim, vamos! — Se separa de Felix e volta a segurar a mão de Min-ho novamente.

Os três tomam o caminho para a escola com aquele frio intenso.

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