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𝟬.𝟯𝟴 𔗂 ◞ ━━━━━ PEDIDO DE SOCORRO.

𝘁𝗵𝗶𝗿𝘁𝘆 𝗲𝗶𝗴𝗵𝘁. 𓂄 ⁽ prendem pássaros em gaiolas, como se seus gritos de socorro, travestidos de boas melodias, fosse mais lindo do que sua liberdade. ⁠⁾

𓂅 ┈┈┈ 𝗽𝗲𝗱𝗶𝗱𝗼 𝗱𝗲 𝘀𝗼𝗰𝗼𝗿𝗿𝗼 ₎₎
𝖘𝖎𝖓𝖘 𝖔𝖋 𝖋𝖎𝖗𝖊. 𔘓^ ˓

MINHA CABEÇA DOÍA como um inferno, era como se eu tivesse levado uma pancada. E quando eu fui recobrando a consciência lentamente, meu corpo todo parecia mole e dolorido. Tentar me mexer seria pior, provavelmente tornaria essa dor ainda mais avassaladora. Por isso foquei em tentar me lembrar do que havia acontecido, flashback de memórias de ontem começaram a correr solto pela minha mente. Tudo que parecia estar nublado pela nuvem do esquecido, simplesmente começou a se clarear e de repente eu me lembrei de tudo. Da minha conversa com Zoro depois do jantar, do beijo, eu correndo para fora, meu desabafo com Keegan e até mesmo dos invasores no Merry. Keegan sendo espetado por aquela seringa e caindo, e pensei que provavelmente aquele lenço colocado sobre meu nariz só podia ser sonífero, por isso desmaiei tão rápido.

Depois de um bom tempo mantendo meu corpo parado, decidi que era hora de me mover. Realmente achei que ficar quieta diminuiria a dor, no entanto, tudo parecia pior e sem melhoraria alguma. Acabei soltando um gemido inaudível, minha garganta seca e implorando por água. Era como se eu não tivesse bebido nenhuma gota d'água por semanas, minha boca estava tão seca que eu sentia um gosto ruim que me fazia querer vomitar. Me obriguei a abrir os olhos depois de um pequeno período de tempo mexendo meus músculos com calma para ver se meu corpo voltava ao estado normal, o que não estava funcionando. Não havia claridade no espaço que eu estava, parecia escuro demais, como se fosse um porão. Portanto, ao analisar melhor pude ver uma pequena janela que refletia a luz do sol, o que significava que já era de dia. Ergui minha mão até a luz, apenas para sentir correntes me puxando para baixo.

—— Não tente se soltar, vai ser inútil. —— Ouvi uma voz masculina fraca e olhei na direção de onde vinha. —— São algemas de kairouseki, é impossível de se quebrar.

—— Quem é você? —— Perguntei, por mais que minha voz não saísse tão alta. —— Onde eu estou?

—— Meu nome é Furuya Haruto, sou parte do exército revolucionário. —— Franzi levemente o cenho. O que um revolucionário faz aqui? —— E você está presa, assim como todos nós.

—— Nós?

Com dificuldade eu me aproximei das grades, quase desistindo quando meu corpo começou a doer ainda mais. Tive que parar assim que as correntes presas nas algemas me puxaram para trás, percebi que era o mais longe que eu podia ir. Agarrei no ferro gélido, espremendo os olhos para poder ver melhor e quando a luz da única janela refletiu do outro lado da sala onde o suposto revolucionário estava com outras pessoas, vi que era realmente verdade. Ele estava preso, todos eles estavam. Minha boca se abriu em choque assim que vi uma mulher, duas crianças e até mesmo... uma sereia. O que essas pessoas estão fazendo aqui? O que aconteceu? Quem são nossos sequestradores? O que eles querem com a gente? São tantas perguntas rondando minha cabeça, até mesmo sobre onde estão meus companheiros e os outros.

—— Você parece surpresa. —— Seu rosto estava ferido, mas eu ainda podia vê-lo.

Enquanto eu olhava para ele, notei que eu poderia dizer facilmente que ele é um dos homens mais angelical que já vi na terra, e olha que sua beleza beira o comum para um homem. Seus cabelos são castanho escuro, assim como seus olhos que com a luz do sol em seu rosto adquiria um tom de mel, seu corpo era tonificado, o que significava que ele treinava bastante, suas roupas estavam um pouco desgastadas e em algumas partes rasgadas mostrando um pouco de seus músculos.

Meu olhar subiu novamente para seu rosto esculpido, os lábios cheios, as sobrancelhas grossas e bem feitas, seu nariz era de um tamanho normal e totalmente proporcional para sua face e corpo. As maçãs de seu rosto eram fundas, ressaltando ainda mais sua beleza, assim como os cílios bem desenhados e o maxilar reto. Qualquer mulher cairia diante de seus pés somente por olhá-lo, ele era lindo. No entanto, sua beleza não disfarçava nem um pouco os ferimentos por todo seu corpo, assim como o sangue seco. E me perguntei novamente o que alguém como ele fazia aqui.

—— O que alguém do exército revolucionário faz aqui? —— Decidi perguntar de uma vez. Ele deu um sorriso de canto, seus lábios estavam machucados no canto.

—— O mesmo que você.

—— Onde estão os outros?

—— Que outros? —— Ele olhou para os lados, parecendo perdido.

—— Meus companheiros. —— Pensar que eles estão correndo perigo faz meu coração doer, não consigo imaginar o que devem estar fazendo com eles nesse exato momento.

—— Você veio sozinha, não tinha ninguém com você. —— Ao ouvir suas palavras fiquei confusa, não havia como seja lá quem for ter sequestrado só a mim. Eles iriam querer todos, não? —— Deve ter um motivo para estar aqui, me diz aí, conhece aqueles caras?

—— Ontem a noite eu mal sabia que eu iria ser sequestrada, se eu os conheço ou não, não faço a mínima ideia. Não vi seus rostos e o motivo deles terem me raptado é tão desconhecido pra mim do que pra você. —— Ele absorvia cada palavra que saia de minha boca, a feição em seu rosto me mostrava que ele estava pensando.

—— Então você não é como eu. —— Levantei a sobrancelha em confusão. —— Alguém raptado por intenções de destruir alguém. É como os outros, vai ser vendida.

—— Você quer dizer o exército revolucionário? Essas pessoas querem destruí-lo? —— Prontamente acenou com a cabeça, e então eu me dei conta de suas últimas palavras. —— Vendida? O quê?

—— Não é algo chocante, eles não são os únicos. Diria que é bem fácil encontrar várias pessoas por aí querendo acabar com a gente. —— Isso era verdade, o governo mundial por exemplo é um deles. —— Essas pessoas... nossos raptores, quero dizer. Eles não são apenas sequestradores normais, eles vendem pessoas para o submundo, mercado de escravos... e até mesmo para os dragões celestiais.

Vender pessoas como se elas fossem objetos, isso é algo nojento. Nunca senti desgosto tão grande como agora, meu estômago se revirava em somente pensar em algo assim. Observando as pessoas dentro de celas pequenas e separadas de Haruto, vi seus olhos desesperados, seus corpos tremendo somente com a menção de serem vendidas como se não fossem nada além de uma mercadoria. Eles são humanos!

Como alguém pode fazer algo assim com sua própria espécie? Pior, como eles podem se sentir bem ganhando dinheiro manchado das lágrimas de alguém, de suas liberdades. Sempre odiei o governo mundial e principalmente os dragões celestiais, eles são a escória para esse mundo, todos eles! Deuses do mundo? Reis? Governantes supremos? Não! Humanos desprezíveis que se acham superiores a outros por apenas ter mais poder, um poder que é alimentado pelo governo. Algo que nunca deveria acontecer.

—— Você sabe quem eles são, não é? —— Haruto não disse nada, mas seu rosto transmitindo repleta escuridão dizia que sim. —— Eu sei o suficiente sobre o exército revolucionário para deduzir que você veio até aqui para uma missão, só não entendo como foi parar atrás dessa cela.

—— Isso acontece quando agimos por impulso, quando deixamos nossa complexidade de heroísmo falar mais alto. —— Ele soltou um longo suspiro. —— Vim até aqui com a intenção de soltar essas pessoas, e olhe só onde estou agora, hum?

—— Você parece forte o suficiente para conseguir lidar com seja lá quem seja essas pessoas.

—— E eu sou. —— Ele confirmou. —— Mas fica difícil lutar quando suas forças são tiradas de você, não há nada que possamos fazer, não quando seu corpo está repleto de drogas injetadas.

Foi como um clique, tudo pareceu fazer sentido de repente. Além das algemas de kairouseki me prendendo, sentia que minhas forças estavam esgotadas, eu mal conseguia me mover sem sentir dores pelo corpo todo. Qualquer movimento era como se eu estivesse levantando toneladas, e desde o momento que acordei me senti estranha. O corpo fraco, a visão embaçada, os músculos dormentes, a dificuldade em respirar e principalmente a falta de algo que sempre esteve comigo. Pela primeira vez na vida eu senti frio, meu corpo tremia como se eu estivesse congelando, era estranho. Meus batimentos aceleraram, as mãos gélidas agarrando no metal com o pouco de força que eu tinha. Tentei puxar aquela chama que vivia dentro de mim, mas ela estava apagada. Não havia nada, nem uma faísca.

—— Isso não é possível... —— Murmurei para mim mesma totalmente atordoada, engoli em seco entrando em estado de negação. —— Não tem como... não tem...

—— O que aconteceu?

—— Minhas chamas, eu não as sinto. —— Evitei que meus olhos acabassem molhados de lágrimas pelo desespero, mas era inevitável não transmitir isso.

—— Chamas? —— Ele tombou a cabeça para o lado, soltando um gemido pela dor de seu movimento. —— Comeu uma fruta do diabo?

—— Não, eu nasci com elas. —— Haruto parecia não entender, no entanto eu não podia explicar a ele. —— Preciso sair daqui!

—— Oh, acredite em mim. Todos nós também queremos fazer o mesmo, mas é impossível devido ao fato da situação que estamos. Fracos e acorrentados. —— Foi como um balde de água fria, se eu não saísse daqui não sei o que aconteceria comigo, com essas pessoas e até mesmo com meus companheiros. —— Tem alguém vindo.

Fiquei em alerta, notando o barulho de passos e conversas sussurradas se aproximando cada vez mais. A ansiedade e o nervosismo me batiam, e olhando para as pessoas que estavam dividindo o lugar comigo percebi que elas se encontravam ainda mais nervosas e apreensivas do que eu. Uma das crianças começou a chorar baixinho, e mesmo sem saber quem ela é, meu peito se apertou ao ver suas lágrimas de repleto medo. Ela estava suja e machucada como todos os outros, era notável suas condições deploráveis. Notando seu choro, o homem que dividia a cela com ela a puxou para mais perto, sussurrando palavras reconfortantes e tentando tampar sua pequena e frágil figura das pessoas que agora estavam a um segundo de entrar pela porta. Haruto ficou imóvel olhando diretamente para a porta, como se esperasse por isso. Ele estava calmo.

Todos os outros não tinham a mesma calma que ele, seus desesperos transpareciam cada vez mais. A mulher não chorava, mas tentava se esconder nas sombras, suas roupas mais rasgadas. Ela tinha um olhar perdido, traumatizado. Murmurava palavras incoerentes enquanto negava com a cabeça, o barulho de correntes arrastando enquanto ela abraçava seu próprio corpo de forma desajeitada. Haviam mais dois homens, não tão machucados quanto o revolucionário. Eles se mantiveram distantes, olhando para baixo, como se quisessem ignorar a presença de seja lá quem está vindo. A outra criança, um garotinho mais jovem, fechava os olhos como se tentasse se esconder, ouvia seus soluços baixos e era como uma facada. Por último, perto da porta estava a sereia dentro de um tanque de água sujo e pequeno demais para seu tamanho. Ela tinha que ficar encolhida para caber lá dentro, e ficou ainda mais quando eles pararam em frente a porta, os passos e sussurros parando. E logo entendi porque quando a porta foi aberta.

—— Como estão nossas mercadorias? —— Foi a primeira coisa que um deles perguntou assim que colocou os pés para dentro de onde estávamos, ninguém respondeu. —— Não irão responder? É uma pena, assim me deixam chateado. Vão pensar que eu cortei suas cordas vocais, o que eu ainda não fiz.

—— O que você quer, Azrael?

—— O que eu quero? —— Ele ficou na luz, portanto estava virado na direção de Haruto, somente deixando que visse suas costas. —— Apenas dar as boas vindas para nossa nova amiga.

Depois de responder, o tal Azrael finalmente se virou para mim. Sua aparência dizia muito de si, assustador, nojento, desprezível. Tenho várias formas de como descrevê-lo e poderia fazer uma lista disso, no entanto bonito não estava nessa lista. Ele poderia ser bonito, mas devido ao que o revolucionário me disse que ele e as outras pessoas que entravam no quarto agora faziam, faz com que toda a beleza que ele tenha simplesmente desapareça. A cicatriz em seu rosto era horrorosa, seu olho branco me causava arrepios, era estranho encarar uma pessoa cega de um olho. Toda a sua aura gritava perigo, orientando que ele era uma pessoa ruim, inteiramente má. Percebendo que eu o encarava, ele sorriu de forma grandiosa, quase rasgando o rosto.

—— E olha ela aí, nossa adorável garota. —— Seu tom era de puro deboche, semicerrei os olhos. —— Foi bem difícil achá-la, sabia? Ainda mais quando foi considerada morta por tanto tempo.

—— Deveria ter ficado morta pelo resto da vida então. —— Ele soltou uma risada estrondosa, se aproximando de onde eu estava. —— O que vocês querem comigo, hein?

—— Isso está tão óbvio, princesinha. —— O jeito que ele proferiu a última palavra não me afetou, ao contrário, foi o fato dele saber sobre isso. —— Achava que ninguém saberia sobre você? É realmente patético, seus irmãos não são tão discretos quanto imaginavam. Sempre deixando rastros e informações para trás, foi bem fácil adivinhar que a irmãzinha deles estava viva.

—— Ah, ótimo. Entendi tudo. —— Soltei uma risada nasal. —— O idiota tem medo de vir e me encarar e mandou o capacho no lugar.

—— Idiota?

—— Não foi Morpheus quem te enviou aqui, serviçal?

Sua expressão se fechou, não fiz questão de disfarçar o sorriso de lado como uma provocação óbvia. Estava tão claro como água que chamá-lo assim o deixava furioso, e da mesma maneira que eu o chamei de capacho e ele deixou sua irritação clara através de seus olhos, ele fez a mesma coisa quando disse que ele era apenas um serviçal. Aprendi muitas coisas durante esses anos, e acredite em mim, nenhum “subordinado” gosta de ser chamado dessas duas maneiras. Eles se veem como o braço direito do chefe, por mais que eles sejam somente mais uma peça descartável no jogo.

—— Você não faz ideia com quem está falando. —— Azrael deu mais um passo, por mais que eu me sentisse fraca no momento para lutar com ele, minha boca não doía o bastante para evitar as provocações. Zoro me disse que esse era o meu maior defeito. —— E quando for se referir a Morpheus, o chame de rei. Isso é o que ele é.

—— Nem você acredita nisso. —— O olhei de cima para baixo. —— Eu não tenho medo de você ou até mesmo do bastardo que você chama de “rei”. Eu não sei porque me sequestrou, mas certamente é mais um plano daquele idiota, não é? Ele me vê como uma ameaça, sabe que agora que eu sei de tudo e vou querer o que me pertence de volta.

—— Está se referindo a Elenthiya? —— Ele se abaixou com um sorriso nojento no rosto, ficando próximo da única coisa que nos separava. As grades. —— O reino não é seu, e a única bastarda aqui é você, Akagami D. Merliah, “a princesa perdida.” Que título mais indigno de se dar para a filha de um pirata, você se acha mais digna de ter a coroa do que o rei que tem o sangue puro?

—— Você é Akagami D. Merliah? —— Ouvi o grito de Haruto atrás se Azrael, sua voz estava rouca, provavelmente pela garganta seca. —— Isso não pode ser...

—— Me deixe te contar alguns fatos, Azrael. —— Sussurrei seu nome, como um veneno. —— Por mais que eu seja uma bastarda, como você diz, eu tenho o total direito ao trono. Desde de que minha mãe era a rainha, meus irmãos seus herdeiros, que acredite ou não, não querem o trono! Seu “rei”, como você prefere chamar ele, não é nada além de um usurpador que não tem nenhum direito legal com a coroa, até porque os herdeiros são meus irmãos e eles ainda estão vivos. Eles podem não querer reinar, renunciar o cargo, mas... eles querem que eu pegue o que é meu, o que minha mãe deixou para mim e... por mais que eu seja uma bastarda, uma filha de um pirata. Isso não importa! Ainda sim eu sou a filha da rainha, e como uma de seus filhos, tenho o direito ao trono. Morpheus não, seu pai não foi rei, nem considerado um príncipe, ele era apenas um membro do conselho real. E assim que minha mãe se tornou a próxima herdeira do trono, ele e todos seus futuros filhos foram desclassificados para ter a coroa. Também me deixe lembrá-lo que o pai de quem você diz ser o rei roubou a coroa da minha mãe, conspirou contra o reino! Perseguiu e até mesmo tentou matá-la, depois que morreu deixou que seu filho idiota seguisse com seus planos estúpidos. E agora você vem me dizer que eu não posso ser digna do que pertence a mim desde que eu nasci só porque Morpheus tem totalmente o sangue da realeza? Isso é uma besteira!

—— Você fala muito, mas não o suficiente para provar o que diz. —— Me perguntei como uma pessoa poderia ser tão estúpida, de certo deve ser surdo, ou cachorrinho demais de Morpheus para aceitar o que está em frente de seu nariz. —— O governo declarou Morpheus como o rei.

—— O governo não tem o direito de fazer algo assim, não com um reino monárquico. Eu estudei o suficiente para saber sobre isso, mas você… —— Deixei a risada escapar, zombando de sua falta de inteligência. —— Você é apenas um capacho escondido sobre as asas de um homem manipulador, mas não manipulador o suficiente para ser inteligente de fazer as pessoas acreditarem que um reino como Elenthiya se juntaria a pessoas como o governo, alguém que não sabe nada como o mundo funciona. Um cachorrinho do governo. No entanto, era pra isso que vocês fizeram tudo isso, não é? São tão podres quanto aquelas pessoas, não me surpreende que estejam do lado de alguém que vê os dragões celestiais como deuses. São tão estúpidos quanto eles, malditos covardes repugnantes!

—— Cale a boca! —— Ele grudou meu rosto, afundando os dedos imundos em minhas bochechas. Eu senti dor, mas me neguei a demonstrar. —— Você não sabe nada sobre isso! Morpheus transformou Elenthiya em um reino próspero, com um grande futuro pela frente! Algo que sua odiosa mãe nunca fez.

—— Futuro? —— Falei friamente. —— Você quer dizer um futuro cheio de trabalho escravo, impostos absurdos e pessoas passando fome e necessidade? Isso não é um futuro, acorde! Ele quer ferrar com o reino, transformou aquele lugar em uma base do governo, as pessoas não vivem, não têm liberdade. Eu não sei o que você sabe sobre comandar um reino, mas isso não é reinar. Roubar de pessoas pobres, deixá-los passar necessidade, apenas beneficiar aqueles com mais dinheiro e poder, pedir para seus subordinados venderem pessoas como mercadorias e fazer tráfico humano não é ser um rei! Ele é uma fraude, e eu juro por tudo que é mais sagrado que vou sair daqui e impedi-lo de continuar a machucar mais pessoas inocentes usando um título e pessoas para protegê-lo a se esconder!

—— Eles são escórias para o mundo, meu rei está apenas limpando esse lugar das sujeiras que aqui residem.

Eu nunca escutei um discurso tão nojento quanto esse, cada palavra que saia de sua boca me fazia querer vomitar. Percebi de imediato que tipo de pessoa Azrael e os outros homens na sala eram, podres, isso o que eles são. Completamente podres, e somente por ouvi-los me dá nojo, seu discurso e sua voz me enjoam. Saber que eles veem os mais pobres como escória, como se eles também não fossem humanos, isso é revoltante. Nem mesmo Buggy, Kuro ou Arlong conseguiram despertar tantos sentimentos repulsivo de mim, e olha que eles me irritaram muito. Principalmente aquele palhaço narigudo, se um dia eu ter a façanha de poder encontrá-lo, vou fazer com que ele deseje nunca mais topar comigo.

—— A única escória aqui é você e ele. —— Seus dedos apertaram ainda mais, sufoquei o gemido de dor. Não daria esse gostinho para ele. —— Vocês me dão nojo!

—— Você tem uma língua suja, eu poderia arrancá-la. —— Ele desceu os dedos pelo meu rosto, esfregando eles nos meus lábios. Fiz uma careta de desgosto. —— Seria uma pena já que seu primo quer você sem um arranhão, fico triste em não poder ao menos deixar uma bela cicatriz nesse seu rostinho.

—— Eu desafio você a tentar. —— Seus olhos brilharam.

—— Não está em posição para desafios, mesmo que conseguisse lutar, eu te mataria facilmente. —— Eu sei que ele faria, minha força e meus poderes desapareceram, seria inútil travar uma batalha pela qual eu não posso ganhar. Portanto, é divertido irritalo. —— Eu sempre entro em uma luta para matar e entrar em uma, sabendo que não posso fazer isso com você... seria menos excitante.

—— Por que? —— Tombei minha cabeça para o lado assim que ele soltou meu rosto. —— Tem medo de perder, serviçal?

Escutei seu rosnado, deduzindo que eu consegui o que eu queria.

—— Abra a cela! —— Ele mandou para alguém atrás dele, sem desviar dos meus olhos.

—— Senhor, ela está apenas te provocando. Você sabe as ordens...

—— Eu mandei você abrir a porcaria da cela! —— Seu tom de voz aumentou, fazendo as crianças choramingar e seus subordinados se entreolharem apreensivos. —— O que estão esperando?

—— Mas... —— Eles pensaram um pouco, mas ao ouvirem os gritos histéricos de Azrael, resolveram obedecer e abrir a cela. Não demorei nem segundos para eles entrar com tudo dentro, me assustando pelo barulho da cela se fechando com tudo logo após.

—— Não parece tão desafiadora agora, não é? —— Azrael começou a andar em passos lentos até mim, parando em minha frente e me grudando pelo pescoço. Comecei a sentir a falta de ar, e mesmo que tentasse falhamente impedi-lo de me sufocar, nada adiantava. —— Eu não posso te matar, mas posso me deliciar um pouco com o seu olhar à beira da morte. Mesmo que eu tenha que soltá-la antes que morra de uma vez, vai ser prazeroso ver a dor estampada em seu rosto.

—— E-eu já passei por coisas piores, me sufocar não é nada. —— Falei com pouco de dificuldade. —— Isso não me assusta e eu definitivamente não tenho medo de você.

—— Deveria. —— Ele sorriu com os dentes amarelos. —— Eu não tenho permissão para te matar, nem mesmo para te machucar tanto, mas... ele não disse nada sobre deixar alguns hematomas imperceptíveis.

Quando já estava começando a perder o ar, ele soltou do meu pescoço. Sabia que ficaria uma marca e ele pagaria por isso, todos eles. O fim para mim foi quando ele começou a acariciar meu rosto, olhando para meus olhos com frieza e maldade pura. Seu dedo fazia um rastro por toda minha face, e durante todo o percurso que ele fez com seus dedos eu me senti suja. Fechei a boca para evitar vomitar, sentia nojo por tê-lo me tocando, não era como o toque de Zoro, o qual eu tanto anseio e quero. Era repugnante, me causava desconforto e arrepios por toda a pele. O pior era o jeito que ele me olhava, eu conhecia isso, sabia o que ele estava fazendo e eu não podia me permitir passar aquilo de novo. Por isso, criei forças e dei um tapa em sua mão, tirando ela de cima de mim.

—— Não me toque! —— Vociferei. —— Você não tem o direito de colocar essas mãos sujas em cima de mim.

—— E você não manda em mim! —— Meu rosto virou com o tapa na cara que ele me deu, fechei os olhos para controlar a raiva. —— Entenda uma coisa, princesinha. Enquanto você estiver aqui vai obedecer minhas ordens, fazer o que eu quiser e aceitar tudo o que eu te dar calada, ou eu faço você presenciar o inferno, entendeu?

—— Eu não tenho medo do inferno, não quando já encarei o próprio diabo. —— Fiquei quieta em meu lugar, por mais que meu corpo gritasse para acabar com ele. —— Agora, coloque uma coisa na sua cabeça. Eu não obedeço ordens, eu não aceito que mandem em mim e muito menos que me obriguem a fazer algo que eu não quero! A única pessoa capaz de mandar em mim é meu capitão, fora ele ninguém está acima de mim, nem você e nem o bastardo do seu reizinho estupido.

Isso foi o suficiente para ele. Seu punho se fechou e ele me acertou um soco no rosto, as crianças gritavam desesperadas com medo. Queria revidar, mostrar pra ele que seus atos haverá consequências, no entanto meu corpo não colabora comigo. Senti o gosto metálico na minha boca, o sangue acabou saindo pelos cantos e eu caí no chão pelo impacto forte. Ele subiu em cima de mim e eu tentei me soltar de seu aperto, contudo nada parecia que iria fazê-lo parar, ele bateu minha cabeça com força contra o chão e eu perdi os sentidos por alguns segundos, tudo era turvo e as gotas de água começavam a aparecer no canto de meus olhos. Era doloroso, mas eu não me arrependia do que eu havia dito. Assim que minha visão voltou ao normal, ele me pegou pelo pescoço novamente, me obrigando a olhá-lo.

—— Você é uma cadela nojenta, não sabe qual é a minha vontade de fazer com você. —— Meu estômago gelou pelo seu olhar no meu corpo, o enjoo subiu pela garganta e eu senti um gosto ruim na boca. —— Seria delicioso ouvir seus gritos de dor enquanto me implora pra parar, uma pena que Morpheus quer você intocada ou eu já teria saciado o meu desejo mais profundo desde que coloquei meus olhos em você.

—— V-você... é... nojento... —— Murmurei fazendo pausa entre as palavras e fazendo a única coisa que poderia no momento, cuspi em sua cara.

—— Desgraçada! —— Mais uma pancada na cabeça e depois ouvi só zumbidos dos gritos abafados de seus subordinados. —— Você desperta algo em mim que nem mesmo seus amados irmãos conseguiram, foi muito bom olhar na cara de cada um deles antes de cortar suas gargantas, sabia? Assim como também foi bom acabar com todos aqueles idiotas do seu bando que você chama de companheiros, humph... patéticos.

Meus olhos abriram quando ouvi sobre isso, ele não poderia ter feito isso, certo? Rhys, Kenji e Keegan não seriam derrotados assim tão facilmente, nem meus companheiros. Eu sei que não! Eles estão bem, não estão? A lágrima desceu pelo meu rosto quando meus pensamentos foram para o lado escuro, dizendo que eles estão mortos. Isso não pode ter acontecido! Porém, se Keegan foi golpeado os outros também poderiam ter sido. Morpheus me queria, por algum motivo desconhecido, mas não é o mesmo com eles. E se aquele desgraçado ordenou que Azrael matasse os outros? Meu coração diz que não, que eles estão bem, estão seguros e que vão vir atrás de mim, no entanto minha mente grita o contrário. E pensar na possibilidade que eu os perdi, doi muito.

—— Por que você está chorando? Seus companheiros? Seus irmãos? —— Ele riu. —— Eu até levaria para ver seus corpos, mas não acho que você aguentaria chegar até o fundo do mar.

—— Eu vou... matar... —— Azrael levantou uma sobrancelha, apertando ainda mais meu pescoço. —— Você!

Sua boca se abriu para falar algo, contudo um barulho chamou a atenção de todos nós. Era de um Den-Den Mushi, uma ligação. Ele não saiu de cima de mim, no entanto, apenas mandou para que algum dos homens atendessem o que eles fizeram. Ficou alguns segundos em silêncio e logo escutei uma voz desconhecida perguntando por ele, isso pareceu clarear sua mente sobre algo que eu não fazia a mínima ideia. Seu aperto começava a fazer efeito e eu já sentia que iria desmaiar, foi quando ele finalmente me soltou. Inspirei fortemente, virando para o lado com resquício de lágrimas nos olhos, tossindo. Me deitei no chão, normalizando minha respiração para poder me recuperar.

—— Alô? —— Azrael falou, coçando a garganta. —— Aqui é Azrael, comandante da quinta tropa de Elenthiya.

—— Como estão indo as coisas? —— Aquela voz perguntou.

—— Meu senhor! —— Franzi o cenho com a mudança de sua voz. —— Me desculpe pela demora.

—— Responda a minha pergunta!

Não precisei de mais nada, sabia que a pessoa do outro lado da linha era ele. Morpheus.

—— Nós conseguimos, a princesa está aqui. —— Mesmo atirada no chão, fuzilei ele com os olhos. —— E tenho que te dizer meu rei, ela não é nem um pouco fácil de se lidar.

—— Deixe-me falar com ela. —— Era a primeira vez que ouvia sua voz, e de certa maneira ela era semelhante com a de Kenji, calma. Portanto, a diferença entre eles era gigante. —— Depressa.

Como um patético cachorrinho adestrado, Azrael murmurou um “Sim, senhor.”, antes de começar a caminhar em minha direção. Ele me deu um pontapé, me obrigando a me sentar. Pensei que se olhar matasse, ele já estaria morto há muito tempo. Fiz questão de resmungar alto de dor para que o outro idiota escutasse, se ele souber que o capacho dele está me machucando quem sabe não cause alguns problemas pra ele. Azrael me pediu por silêncio com o dedo na boca, apenas lhe xinguei baixinho. O caolho repugnante se abaixou na minha frente, me dando a visão do Den-Den Mushi e fazendo com que eu pudesse escutar a respiração de Morpheus.

—— Quer dizer alguma palavra para seu primo? —— Lhe lancei um olhar matador quando ele praticamente esfregou o Den-Den Mushi na minha cara.

—— Vão para o inferno!

—— Viu só? —— Comentou divertido e através da ligação pude escutar uma risada rouca e maldosa.

—— Ela é realmente como você descreveu. Não me surpreendo com isso, já que sabemos de quem é irmã.

—— Eu acho bom que você sabe, principalmente que meus irmãos farão questão de chutar sua bunda arrogante e bastarda quando te encontrarem.

E com uma única frase, as risadas de zombaria dos dois idiotas cessaram.

—— Você sabe com quem está falando? —— Rangi os dentes quando suas mãos apertaram com força o meu rosto. —— O rei! Ele é o rei!

—— Morpheus nunca será rei! Não quando a sua coroa é minha por direito.

—— Sua? —— Ouvir sua voz tão próxima fazia parecer que ele realmente estava aqui. Isso me causou náuseas. —— Eu conquistei tudo isso! Eu reergui Elenthiya, fui eu quem deu trabalho a esse povo miserável, que fez deste reino um lugar melhor. Não você, eu!

—— Conquistou? —— As algemas me seguraram firmemente, a droga em meu corpo me impossibilitando de usar minha força. —— Você roubou! Seu pai conspirou contra nossa família, matou o pai de meus irmãos, a minha mãe! Tudo isso porque ele não conseguia aceitar uma mulher no trono. Você não reergueu nada, e se fez, foi as consequências da batalha que o seu odioso pai fez. Morpheus, não seja idiota. Qualquer pessoa sabe que você não deu trabalho algum para o povo do Reino, você os trata como escravos, os obrigando a trabalhar na fortaleza que você transformou Elenthiya. Um reino próspero, lindo e que minha mãe morreu para proteger simplesmente se transformou em uma base para o Governo Mundial. A coisa que ela mais odiava no mundo! E não venha com esse papinho de conquistar, você roubou, tomou para si, tirou de mim.

—— Quem se importa agora? —— Outra risada. —— Eu posso ter feito tudo isso, mas foi para meus objetivos, minha conquista. Eu sou o rei agora, eu quem estou usando a coroa, eu quem estou sentado no trono. Isso tudo é o que importa!

—— Você realmente acredita que usar uma coroa te dá poder? Que sentar em um trono te dá autoridade? —— Sorri de ladinho. —— Você pode ter essas duas coisas, mas você nunca tera aquilo que precisa para governar. Um povo, respeito, dignidade e consciência para comandar. E qualquer homem que precise dizer “eu sou o rei” não é um rei de verdade.

A linha ficou em silêncio, minhas palavras foram o suficiente para desarma-lo. Conheço bem pessoas do tipo dele, que pensam sempre sobre poder e nada mais. Eles sempre irão se gabar de ter tudo nas mãos, como uma coroa, um trono ou um reino. A única diferença é que Morpheus não tem nada disso, por mais que ele ache que sim. Foi roubado, não conquistado. Nada é dele, sempre pertenceu a minha mãe e meus irmãos. Me pergunto como ele consegue dormir a noite depois de tudo que ele e seu pai fizeram, era deplorável. É repugnante em certo nível, isso porque sei que enquanto as pessoas sofrendo diversos horrores por sua causa, Morpheus está dormindo tranquilamente em sua cama real, sem se preocupar com nada além da próxima vida que ele vai estragar e com mais um dia de seu reinado maléfico.

—— Isso é o que veremos. —— Ele sussurrou. —— Quando você chegar a Elenthiya será... um dia maravilhoso, por assim dizer. Você vai adorar o que eu tenho preparado para você, Akagami D. Merliah.

—— Eu não vou para lugar nenhum seu idiota! —— Gritei para o Den-Den Mushi, a imagem do caracol era parecida com a de seu dono, e sus carranca fez me imaginar como seria o rosto de Morpheus. Pobre caracol, senti pena por ele ser semelhante a aquele imbec. —— Meus companheiros vão vir atrás de mim, eu sei que sim.

—— Seus companheiros estão mortos. —— Azrael gritou na minha cara, franzi o rosto em desapontamento. —— Eu vou ter que dizer isso quantas vezes pra você, sua princesa mimada?

—— Meus companheiros não morreriam nas mãos de gente fraca como você. —— Rebati com os olhos repletos de fúria.

Um som estalado soou por todo lugar, era o suficiente para que Morpheus tivesse ouvido e soubesse que Azrael havia me batido. Meu corpo tremia de raiva, não havia nada mais que eu quisesse do que me soltar das algemas e me livrar da substância que está em meu corpo e bater no homem em minha frente até que ele estivesse deformado, ao ponto de estar irreconhecível. O Den-Den Mushi ficou quieto, isso não durou muito. Ouvi o som como se alguém tivesse se levantado às pressas de uma cadeira, arrastando ela no chão no processo e de uma respiração como se estivesse em minha cara. Era irregular, forte e rápido. Um sinônimo de que Morpheus estava zangado, e dessa vez não era comigo.

—— Espero realmente que esse som de tapa não tenha sido direcionado para a pessoa que estou pensando que foi, Azrael. —— Ele mantinha o timbre de sua voz baixo, como um aviso, perigosamente e cheio de promessas de ódio escondidas.

—— Me desculpe, meu senhor. Eu não pude me conter...

—— Se contenha! —— Ele interrompeu, foi a primeira vez que o ouvi gritando. —— Eu não quero que você a toque, nem você e nem mesmo os imundos dos seus camaradas. Se eu souber que você encostou em um dedo sequer nela depois desse deslize vou fazer questão de acabar com a sua vida de uma vez por todas, me entendeu?

—— Sim!

—— Seja mais claro. —— A cara de Azrael era impagável.

—— Sim, senhor meu rei. —— Revirei os olhos. A cena era detestável de se ver e meus ouvidos quase sangravam por escutar tamanha baboseira.

—— Eu tenho coisas mais importantes para fazer agora, então mantenha tudo nos trilhos, Azrael. Se qualquer coisinha dar errado, você será o único que irá pagar por isso. —— O moreno pareceu se arrepiar. —— Nós nos vemos em breve, princesa. Até lá tente controlar seu linguajar, não quero ter que tolerar insultos vindo de você e prejudicando meu reino.

—— Eu já te mandei para o inferno hoje? —— Perguntei com ironia, ele apenas riu.

—— Até daqui uns dias, Merliah. —— Não gostava do jeito que ele falava meu nome, não mesmo. —— Se vocês me dão licença, eu preciso ir agora. Tenho um casamento para preparar, e Azrael, eu estou de olho em você.

E então, ele desligou. Sem mais e nem menos. Morpheus era como alguém que eu conhecia, jogava a bomba e sumia. Não entendi o que ele quis dizer com casamento, ele vai se casar? Tive que reprimir a risada pelo pensamento que correu livre pela minha mente, como se alguém fosse querer se casar com ele. A noiva ou deve estar louca ou está sendo obrigada, eu voto na segunda opção, é claro. Nem em caso de loucura a pessoa se submeteria a isso.

—— “Eu não quero que você a toque”. —— Azrael imitou a voz de Morpheus de maneira debochada, apertando o caracol com raiva. —— Como se eu fosse obedecer.

—— Problema é seu, não vai ser eu que vou acabar morto mesmo. —— Dei de ombros, ele rosnou. —— Entenda uma coisa, Azrael. Você pode me bater, torturar e fazer o que quiser comigo, apenas mantenha algo em mente: assim que eu sair daqui, e acredite em mim, eu vou sair daqui. Farei questão de fazer o que você fez comigo cem vezes pior.

—— Não me faça rir. Você vai sair daqui sim, mas irá diretamente para Elenthiya. —— Ele colocou as mãos no joelho, pegando impulso para se levantar. —— Agora, fique quieta em sua cela, ou se não... terei que te castigar de um jeito que você não irá gostar, princesinha.

—— Nenhum homem nesse mundo vai me dizer o que fazer, apesar de você não ser muito homem. —— Com um sorriso felino eu pisquei para ele, rindo de uma sua reação. A careta em seu rosto me divertia, era legal acabar com esses imbecis apenas com palavras. —— Ei, serviçal!

—— Não me chame assim! —— Azrael apontou o dedo para mim enquanto estava prestes a sair da cela.

—— Por que? —— Fiz beicinho. —— É tão engraçado!

—— Sua... —— Um passo para frente e ele foi parado, respirando fundo enquanto me olhava. Os seus capachos o seguravam murmurando para não cair nas minhas provocações de novo, era realmente algo divertido de se ver. Eles pareciam palhaços idiotas.

—— Eu só tenho uma pergunta. —— O moreno não pareceu convencido com minhas palavras, entretanto eu realmente só tinha uma pergunta. —— É sério!

—— Se você falar um insulto sequer… terá consequências! —— Rolei os olhos pela décima vez no dia.

—— O idio... quero dizer, Morpheus. —— Me corrigi, mesmo não querendo. —— Ele disse sobre “planejar um casamento”. Com quem ele vai se casar? Eu estou curiosa para saber se a noiva teve escolha ou se ainda tem tempo de fugir.

—— Você é tão inocente. —— Franzi o cenho. —— Acha mesmo que Morpheus mandou a gente te raptar para te matar? Ele perderia algo, uma coisa que ele quer de você. Algo poderoso, que poderia dar a ele muito mais do que o que ele tem. Suas chamas.

—— Ele nunca vai tê-las! —— Segurei novamente nas barras de ferro assim que ele saiu para fora. —— Elas pertencem a mim! Não tem como Morpheus tê-las, e mesmo que tivesse, eu nunca irei deixar.

—— Você tem razão, ele não pode ter algo que está em seu corpo e que não pode ser controlado por alguém além de você. —— Um sorriso perspicaz apareceu em seu rosto. —— Mas ele pode ter você e usá-la, e enquanto você estiver em sua posse e controlada com a droga criada pela fábrica de Smiley, nada impedirá que ele tenha. Você me perguntou com quem ele vai se casar, é realmente curioso você não saber quando parece tão inteligente. É você, Akagami D. Merliah, a noiva do rei.

De repente tudo pareceu ficar escuro, a última coisa que vi foi seu sorriso horrível, e então ele saiu porta a fora com seus seguidores junto, seguindo ele como fiéis cachorrinhos. Portanto, antes ele murmurou algo sobre que voltaria logo, mas eu não me importei com isso. Tudo o que rondava meus pensamentos era outra coisa, e com certeza Azrael voltar depois para me atazanar era o menor dos problemas. Casamento, uma coisa que nunca pensei que aconteceria comigo, principalmente um casamento arranjado. Ou melhor, obrigado.

Eu queria chorar, gritar e espernear como uma criança por isso, certamente eu não quero isso e nunca vou aceitar um absurdo desses. Não quero ter que me casar, ainda mais com Morpheus! Ele é mal, eu o odeio, e além de tudo ele é meu primo, temos o mesmo sangue, é praticamente incesto. Isso é tao errado, tão nojento. Fechei os olhos deixando apenas uma lágrima repleta de dor cair por todp meu rosto como uma brasa quente, pedindo baixo para que meus companheiros estejam bem e que estejam vindo atrás de mim. Era um pedido de socorro silencioso.

𓇿 ꗃ 𓈒 ━━━━ Olá caros leitores! Sim, eu jogo a bomba e vou embora e como eu queria ter postado no domingo mas tive alguns problemas com o Wattpad e só arrumei hoje, não tenho muito o que dizer, mas... O PLOT NO FINAL OMG 😱. Próximo capítulos teremos cenas fortes, isso é um aviso para todos vocês! Conteúdo sensível, cenas de leve tortura, morte, sangue e menção de abuso e estupro. Quem for sensível a qualquer assunto que for abordado no próximo capítulo, não leia! É isso meus amores, já estamos na reta final. Não se esqueçam de votar e comentar, se não eu volto só no próximo ano! Espero que tenham gostado, beijossss.

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