𝟬.𝟬𝟰 𔗂 ◞ ━━━━━ ACASO OU DESTINO.
𝗳𝗼𝘂𝗿. 𓂄 ⁽ as pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. ⁾
𓂅 ┈┈┈ 𝗮𝗰𝗮𝘀𝗼 𝗼𝘂 𝗱𝗲𝘀𝘁𝗶𝗻𝗼. ₎₎
𝖘𝖎𝖓𝖘 𝖔𝖋 𝖋𝖎𝖗𝖊. 𔘓^ ˓
ENCARANDO O CÉU eu pensava seriamente no caminho que eu escolhi seguir, ser pirata é algo honroso para mim. Mas o pensamento de que agora eu poderia estar em uma base da Marinha, seguindo as ordens de Garp e sendo uma cadete, me fez pensar em outros diversos caminhos que eu poderia facilmente estar seguindo.
Mas nenhum deles parece tão emocionante quanto ser uma pirata, afinal de contas, eu sempre detestei a Marinha. Meu caminho nunca foi ser uma marinheira, ser fora da lei é divertido e além de tudo. Com isso, posso irritar vovó Garp.
—— Eu não consigo parar de pensar naquela briga. —— Eu também Koby, eu também.
—— Aquele cara era incrível. E qual é a daquela terceira espada? Eu queria... saber pra onde aquele cara foi.
—— Provavelmente foi preso. —— Falei chamando a atenção dos dois. —— É crime bater em um marinheiro. E ele não só bateu em um, mas em vários, principalmente no filho do capitão dessa base.
—— Mas isso não importa. —— Me virei para Koby. —— Ele precisou proteger aquela garotinha dos marinheiros, que deveriam estar protegendo ela. Não faz o menor sentido.
—— Se existem piratas bons e piratas ruins, deve... ter marinheiros bons e marinheiros ruins também. —— Luffy olhou para Koby e logo colocou um sorriso no rosto. —— E você vai ser um dos bons.
—— Vai ver, a Alvida tá certa. Eu não sei nada sobre o mundo.
—— Mas você era prisioneiro dela.
—— É, mas eu sabia quem eu era. —— Vou estapear ele! —— Agora eu não tenho ideia.
—— Você era um escravo. —— Koby olhou para mim. —— Agora você pode achar o caminho que você quer seguir, ser um marinheiro bom. Só cabe a você decidir isso, principalmente decidir a quem seguir. A Marinha, ou a um marinheiro.
—— E qual é a diferença?
—— Se você seguir a Marinha, estará seguindo o que ela carrega, a justiça. E se você seguir o marinheiro, estará seguindo a alguém que pode ou não seguir a Marinha, entende?
Koby pareceu pensar por uns instantes, mas logo virou para o lado novamente.
—— Acho que seguir a Marinha não é o que espera pra mim, eu não sou bom suficiente.
—— Bobagem. Você pode se tornar um ótimo marinheiro, basta somente querer e correr atrás.
Koby fez um som com a garganta em concordância, tenho certeza que ele está pensando em mil possibilidades para não entrar na Marinha agora que viu que marinheiros não são tão bons quanto ele imagina. Mas fazer o que né, é a realidade, nem sempre existira pessoas boas por aí. A Marinha pode ser boa em capturar piratas e etc, mas por trás de toda essa bondade, existe um lado ruim que eles escondem das pessoas que os veneram como um herói.
—— Ei, Koby. —— Ele nem deu atenção para Luffy, focado demais nos pensamentos ruins. —— Koby! Eu tenho que entrar na base e encontrar aquele mapa. E eu preciso da sua ajuda.
Koby deu um sobressalto assustado. Mal entrou pra Marinha e já vai ser um traidor.
—— Você quer que eu te ajude a roubar alguma coisa da Marinha?
—— Não, claro que não. Que tal você me ajudar... preparando o barco? Você pode fazer isso, não é?
—— Acho que sim. —— Luffy deu batidinhas em seu ombro, feliz por ter conseguido uma ajuda. —— O que você vai fazer?
Luffy olhou para além dos barcos que havia ali, nesse momento eu vi sua cabeça trabalhando em um plano. Seu sorriso ia aumentando, e o medo dentro de mim do plano mirabolante que ele estava fazendo também. Só espero que nada ponha a nossa vida em risco, já estou cansada de ter meu pescoço em jogo.
—— Tô pensando em uma coisa. —— Engoli em seco. —— Mas vamos deixar isso pra amanhã, né? Vou puxar um ronquinho aqui.
—— Vê se dorme logo. —— Resmunguei me virando de lado. —— Durma bem, Luffy e Koby.
—— Durma bem, Merliah. —— Sorri pequeno. —— Você também Koby.
—— Vocês também. —— Ouvi Koby murmurar baixinho, foi quase impossível de se ouvir.
E assim ficou um silêncio escurecedor, demorou algum tempo para Luffy e Koby dormirem. Quando me virei para trás tive a visão deles dois quietinhos e espremidos, devido ao fato da noite estar com um ar frio e os dois estarem com os braços de fora, podia vê-los tremendo, com isso tirei o casaco de pele que eu havia trazido do meu corpo e cobri os dois.
Luffy imediatamente agarrou no casaco e pareceu relaxar. Sorri com isso enquanto tirava o chapéu de sua cabeça e colocava perto dele para não amassar, passei minhas mãos por seu cabelo encaracolados e ele se encostou em minha mão procurando por mais.
—— Amo você, irmão. —— Sussurrei, mesmo que ele não conseguisse ouvir.
Ao me virar para o lado, eu tirei do bolso o cartaz de procurado de Ace. Admirei sua foto e passei o dedo por ela, desejando e desejando que ele estivesse aqui, tudo provavelmente seria mais fácil se ele estivesse com a gente, mas ele decidiu seguir seu próprio caminho, assim como Luffy e até mesmo, eu.
Encarei o céu estrelado e escuro em cima de mim, a visão que tive me fez perguntar se Ace também olhava para o céu sentindo saudade dos nossos momentos quando pequenos, me perguntei se ele admirava as estrelas como fazíamos quando pequenos. E me questionei se ele sentia saudade de mim como eu sentia a dele.
—— Espero que você esteja bem onde você estiver. —— Murmurei para o vento. —— Sinto sua falta Ace. E também sinto a falta de Sabo, só espero que saiba que estou cuidando de Luffy aqui. Onde vocês dois estiverem, espero que estejam felizes.
Mesmo não recebendo nenhuma resposta, fiquei tranquila por ter o pensamento que eles estão bem. Sabo, mesmo depois de ter morrido, eu ainda sinto como se ele nunca tivesse partido e sempre converso com ele olhando para o céu, mesmo não recebendo nenhuma resposta, ainda sinto uma tremenda vontade de dizer o que sinto e o tanto que ele faz falta.
O mesmo acontece em questão de Ace, o fato dele ter saído de nossa vila a três anos atrás, só me fez ficar ainda mais preocupada em relação a ele, isso piorou quando soube o tanto que ele corria perigo por ser quem ele é. Principalmente por sua recompensa ser tão alta, isso só atraiu ainda mais perigos para ele e isso me faz temer. Mas infelizmente, esse foi o caminho que ele escolheu seguir, assim como foi o caminho que eu e Luffy escolhemos. E eu sei que daqui um tempo, nós também iremos correr perigo.
Nós três fizemos nossa escolha, e Garp já nos avisou o que isso traria para nossa vida. Mas, quer saber? Eu não ligo para isso. Prefiro morrer sendo uma pirata, do que morrer sendo uma marinheira. Com esses pensamentos em mente, pude fechar os olhos enquanto abraçava o cartaz de Ace contra o peito.
A última coisa que vi antes de adormecer por completo, foram eles. Meus irmãos. Ace, Sabo e Luffy. Nós três quando pequenos e quando aprontamos um monte com os bandidos da montanha da família Dadan, ou até mesmo na floresta, pelo Terminal Cinza, Goa e Vila Foosha. Sinto saudades daquele tempo, sinto saudades de meus irmãos. Mas pelo menos eu tenho o Luffy, e eu daria minha vida por ele.
Eu quis matar Luffy assim que soube sobre seu plano, eu literalmente surtei quando ele falou que o plano dele era literalmente entrar pelo esgoto. Sei que às vezes a gente tem que se controlar e tentar não desprezar algo ou alguém, mas a ideia do meu capitão foi a pior de todas.
Porém, o que posso fazer? Eu tinha outro plano? Não! Então a única coisa que tive que fazer era aceitar de boa sua ideia arriscada. E é por isso que nesse momento agora, eu me encontro andando pelo esgoto para achar a entrada para à base da Marinha.
—— Tem uma saída ali! —— Luffy comentou alto demais, isso quase me fez dar um pé na bunda dele.
—— Vai em silêncio. —— Comentei baixinho enquanto fazia o menor barulho possível. Se os marinheiros descobrirem que a gente tá aqui, ferrou com nosso plano e com a gente.
—— Eu sou o próprio silêncio, Merliah! —— Disse ele quase tropeçando e fazendo um barulho alto.
—— Aham. —— Concordei debochando.
Foi preciso somente andar mais um pouco até chegarmos na tal saída, não tinha movimentação lá em cima e era preciso dizer que não havia ninguém ali também. Tentei dar uma olhada, mas era impossível por causa das grades. Por último me virei para Luffy.
—— Okay, a gente não sabe se tem alguma coisa ali em cima ou se algum marinheiro está ali. Por isso, a gente tem que ter o mínimo cuidado antes de entrar, senão nós vamos ser recebidos a tiros. —— Mantive minha voz calma e baixa.
Mas por dentro eu estava surtando, qual é, a gente invadiu a base da Marinha e nem sabemos se vamos sair dessa vivos.
—— Beleza, eu vou primeiro. —— Ergui uma sobrancelha. —— Sou de borracha, lembra? E o capitão sempre protege seu bando.
—— Ótimo, vê se tem alguém lá e me chama. Okay? —— Ele concordou.
Luffy colocou as mãos nas grades e levantou ela pra cima jogando do outro lado, com pouco esforço ele saiu de onde nós estávamos e só ouvi seus passos. Caso alguma coisa desse errado, eu me preparei para fugir, enquanto Luffy permanecia lá em cima.
—— Oi, e aí? Você é o cara que tava no bar. —— Fiquei confusa com isso. Com quem ele tá falando?
—— Vaza daqui. —— Espera, essa não é a voz daquele espadachim de ontem? Com certeza, é sim.
—— Tá, eu vou... “vazar”. Só tô tentando entrar na base. Olha só, eu vi como você luta! Como foi que eles te prenderam?
—— Não me prenderam. Fui eu que me entreguei.
Que situação difícil. Entretanto, quem é burro para se entregar pra Marinha? Ah, nem precisa responder.
—— Que escolha interessante. Tenho certeza que você tem seus motivos.
—— Você não sabe nada sobre mim.
—— Eu sei, você protegeu aquela garotinha daqueles marinheiros ontem à noite. —— Bati a mão na testa. —— Você é um cara legal!
—— Eu sou Roronoa Zoro, o caçador de piratas.
Eu já ouvi esse nome em algum lugar. Onde foi mesmo? Ah, é. Foi pela Alvida.
—— Legal, e eu sou Monkey D. Luffy, e eu vou ser o rei dos piratas. E eu acho que cê tem que entrar pro meu bando.
O tal do Zoro soltou uma risada, zombando, nessa hora eu me aproximei um pouco mais para poder ouvir melhor a conversa.
—— E por que eu iria querer brincar de pirata com você?
—— Você é bom de porrada. E eu acho que, juntos, podemos formar um belo time.
—— Eu mato pessoas da sua laia pra viver. Eu sou um caçador. —— Ele deu uma pausa. —— De piratas.
—— Aham, cê já disse isso. —— Luffy parou por um momento e me questionei o que ele estava fazendo. —— Falando nisso. Eu esqueci de mencionar, mas fora você, tem mais uma pessoa no meu bando.
—— Eu já disse que não vou entrar pra bando nenhum! E seja lá quem for o imbecil, certamente tem merda na cabeça.
ELE ME CHAMOU DO QUE? Ah, não, isso não vai ficar assim! Não mesmo.
Devido a espada que estava nas minhas costas, eu fiz o mesmo caminho que Luffy e apoiei minhas mãos para conseguir pular pro outro lado. Mesmo com a minha mão ardendo em brasa pelo corte feito por aquele marinheiro imbecil ontem, eu não parei de tentar subir até finalmente estar do outro lado.
Por causa do barulho feito por mim, tanto Luffy, quanto o idiota do Zoro, que eu já comecei a odiar, estavam olhando para mim. Eu encarei muito bem aquele espadachim, antes de me aproximar em passos largos e duros. Isso é pra mostrar minha raiva!
—— Ah, aí está ela! —— Luffy apontou para mim com o maior sorriso orgulhoso.
—— A garota de ontem? —— Podia ver em suas feições que Zoro estava confuso. —— O que você está fazendo aqui?
—— Primeiramente, eu sou a “imbecil” que você acabou de citar. Segundamente, eu não tenho merda na minha cabeça, na verdade, eu sou muito inteligente.
Cruzei os braços, enquanto olhava diretamente em seus olhos. Roronoa Zoro franziu a testa e percebi uma de suas sobrancelhas arqueando.
—— Então vocês dois estão juntos nessa? —— Luffy concordou.
—— Mas, e aí, ser um caçador de piratas é tudo o que você quer? É o que você é de verdade? É isso que você quer? —— Olhei para meu capitão e depois voltei para Zoro, esse que parecia pensativo e perdido em suas próprias grades da mente.
—— Eu fiz uma promessa pra uma pessoa, há muito tempo. —— Zoro olhou para nós dois, havia um brilho em seu olhar. Um brilho sonhador. —— Que iria me tornar o melhor espadachim do mundo.
—— Aí sim. —— Luffy sorriu gigantemente. —— Agora eu vou te soltar!
—— Eu não vou entrar pro seu bando!
—— Tá. —— Já sei até o que ele vai falar. —— Mas eu já decidi que você vem com a gente.
—— Não é você quem decide! —— Eu e Luffy nos olhamos brevemente, juntamente com ele comecei a dar risada enquanto negava. —— Tão rindo do que, idiotas?
—— Nada. —— Falamos juntos.
—— Só coloca uma coisa na sua cabecinha. Quando esse meu capitão aqui decide alguma coisa, não tem ninguém que muda isso. —— Apontei.
—— Aí, Merliah, me ajuda aqui soltando ele.
—— Vou ganhar o que com isso? —— Perguntei analisando minhas unhas, queria parecer desinteressada. —— Eu não fui com a cara dele, e não tô afim de fazer isso.
—— Minha gratidão?
—— Desde quando isso é algo bom? —— Fiz cara de descrença encarando Luffy.
Ele me olhou por um tempo, vi ele fazendo beicinho e sua famosa cara de cachorro abandonado. Mas, eu não vou cair nessa, não mesmo!
—— Por favor, pelo seu irmãozinho favorito. —— Ele juntou as mãos na frente do corpo e fez um olhar pidão.
—— Não.
—— Por favor...
—— Não.
—— Por mim... —— Luffy fazia cara de choro, meu coração apertou.
—— Tá, tá legal. —— Revirei os olhos.
Mesmo a contragosto, eu fui junto com Luffy até atrás da cruz de madeira que Zoro estava preso. As amarrações de marinheiro são realmente fortes, mas por ter tido um treinamento igual ao deles, sei exatamente como desamarrar.
—— Pode até me desamarrar, mas eu não vou entrar pro seu bando. —— Aham, senta lá.
—— Tá bom.
—— Eu falo sério. Eu não devo nada pra você, pra nenhum de vocês dois. —— Parei por um segundo olhando para ele de cima a baixo.
—— Eu não tô fazendo isso porque quero algo em troca, só tô seguindo ordens do meu capitão.
—— E eu acho que é perda de tempo você ficar amarrado. Com... —— Assim que terminei de fazer o nó, eu fui para a última amarração que tinha. —— Um monte de coisa pra fazer lá fora.
Demorou um minuto para terminarmos de desamarrar tudo, estalei os dedos seguindo Luffy que já se preparava para sair. Só espero que a gente consiga entrar na base agora, porque não adianta ficar andando em círculos e não achar o mapa. Por isso disse que a gente precisava de um plano, mas ele me escuta? É claro que não!
—— Boa sorte nesse caminho da espada. —— Luffy disse.
—— Tchauzinho, espadachim! —— Acenei colocando um sorriso no rosto. —— Valeu mesmo por aquele pano de ontem, ajudou muito a estancar o sangue!
Zoro parou de mexer seus músculos, já que provavelmente ele deveria ter ficado com cãibra, então ele ficou me olhando sem falar nada. É, a idade chega para todos.
—— Aliás, meu nome é Akagami D. Merliah, prazer conhecê-lo. —— Pisquei já me preparando para me virar. Contudo, me lembrei do pedido de Rika. —— Ah, é. Aquela garotinha do bar, a Rika, pediu para agradecê-lo por ter feito aquilo por ela.
Zoro pareceu surpreso, vi que ele ficou totalmente paralisado com as sobrancelhas arqueadas. Ele estava prestes a dizer algo, quando a voz de meu capitão soou atrás de mim.
—— Vamos, Merliah! —— Assim que Luffy me chamou, eu me virei e fui em sua direção. —— Aí, pode fechar isso daqui pra gente depois?
Pulei para dentro do buraco e fui para o lado esperando Luffy fazer o mesmo, assim que ele pulou para dentro, vi ele colocar somente a cabeça para fora.
—— Valeu! —— Ele gritou. —— Simbora pegar o mapa!
—— Bora. —— Com Luffy indo na frente, eu fui logo atrás, seguindo seus passos cautelosamente enquanto colocava as mãos atrás das costas.
𓇿 ꗃ 𓈒 ━━━━ Olá caros leitores! Eu literalmente amo a relação da Merliah com o Luffy, assim como com o Sabo e Ace, eles são tudo pra mim! E tá aí, o reencontro do querido casal, espero que tenham gostado do capítulo, não se esqueçam de votar e comentar e até quarta.
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