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𝐗𝐕𝐈. | 𝒫 romessas.

𝐗𝐕𝐈. | 𝒫 romessas.
{⚔} ࣪ ˖𐀔˖ ࣪✧─┈⊹❝𝔇𝐨𝐧'𝐭 𝔏𝐢𝐞..❞

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"ℭicatrizes estão ali para me lembrar que sou forte. Que sou melhor e maior do que aquilo que me feriu." Costumam dizer aqueles cuja vida regada em momentos de dor, angústia e tristeza havia os feito ferimentos profundos com os cacos da quebra de seus corações deixados para trás por ela em meio a tempestade violenta de seus próprios sentires, cacos em sua maioria das vezes, trazem a analogia de algo frágil que fora fragmentado por outrem, quando confiado sobre suas mãos; como uma porcelana valiosa e delicada que fora derrubada ao chão e mesmo reparada, mesmo que suas mãos estejam manchadas pelo tingir avermelhado do sangue, pelas feridas de seus pedaços afiados, nunca retornaria a ser como uma peça tão "bonita" quanto antes. Embora aquilo a torne única, são tratadas como imperfeições perante a sua forma anterior, intacta e bela. Não muito diferente do que ocorrera com reais cicatrizes, aquelas que friamente ferem o próprio corpo físico, embora o tempo poderia apagá-las em seus vestígios considerados defeituosos, ou não, poderia apenas a guiar para uma revisitação a um momento doloroso em sua memórias, conforme seus olhos as vislumbram refletidas em um espelho. 

Não saberia ao certo se ter consciência das próprias cicatrizes, tornaria mais fácil e simples seu lidar com elas. E aquilo era apenas o princípio, suportar aquilo que um dia, as fez reabrir e sangrar novamente - de maneira figurativa. - era algo ainda demasiadamente doloroso e recente que jurara a si mesma não incomodar mais do que ao início fez, mas sentir-se da exata mesma forma como todas as vezes passadas por sua mente tornava a recordar, não era aliviante. Assim que os questionamentos ressurgidos tornavam a pender em complicações. 

Era excruciante. Era pesaroso e angustiante. Sufocante talvez. Em um ciclo doloroso que parecia não a permitir inspirar e expirar com tranquilidade ao aprofundar de suas percepções. 

Faye havia lutado ao lado de Ben para que eles pudessem estar ali, prometeu e jurou a si mesma que caso necessário, os protegeria e auxiliaria no que pudesse e bem, havia cumprido a promessa selada consigo mesma com exímio e disso nenhum arrependimento poderia ressurgir em seu coração bondoso, pela primeira vez em anos, vislumbrou a quem realmente era sob os reflexos de suas atitudes...

Sua tentativa falha lhe trouxe apenas um curto soluço choroso e entrecortado, uma única lágrima teimosa caindo sobre a penteadeira a qual seu corpo estava debruçado sobre si próprio e suas mãos; encarando ao magnífico presente dado por Bela, antes que pudesse ser liberado por seus lábios trêmulos e talvez apaziguar a terrível mas aliviante sensação que uma rasa menção lhe trazia, seu lábio inferior mordido com intensidade a fim de recuar seus próprios sentimentos para o seu profundo interior e não os permitir transbordar sob sua postura recém recomposta, adiando-os em sua prioridade por mais uma vez ao erguer seu rosto, escondendo suas íris únicas quando engoliu em seco para amenizar a nada gentil ardência em sua garganta. A dor desejando se dissipar naquele pequeno ato e dar seu lugar a um alívio necessário, além da respiração profunda que tomou. Sendo limpas com certa indelicadeza por seus dedos, que logo se puseram sobre suas têmporas doloridas em uma massagem rápida. 

Em meio ao pequeno caos interior espalhado sobre suas estruturas criadas para apoiá-lo; a sensibilidade que tomara seu coração poderia ser uma estranha e agressiva espécie de reação ao estresse tal qual fora submetida, do repentino e ágil aflorar de seus próprios poderes que há tempos provinham certo alarde apesar de suas promessas seladas sobre seu uso interrompido, como pena por um simples ato de descontrole, ou seja, fruto de suas próprias falhas e atitudes, uma maior porcentagem de sua magia era manuseada conforme os dias se passavam; mas ao pisar sobre o solo daquela localidade que fora criada por sua mãe - através da magia que ainda portava a época na qual a bênção dada soou como uma maldição, segundo a própria Fada Azul. - algo havia modificado-se, havia pela primeira vez usufruído de uma pequena, mas poderosa parte da magia nunca explorada mesmo que pertencente a si. Sentia como se algo novo, embora conhecido, estivesse ressurgido desde seus primeiros passos ao interior da cúpula. Além do sutil pressentimento retornando a seu coração em uma nada aliviante preocupação, algo assemelhado demais ao que sentira meses atrás, ao princípio de tudo, seus dedos tornaram a batucar sobre a madeira tingida pelo branco e ao vidro ao qual poderia vislumbrar seus acessórios guardados com afinco enquanto tornava a explorar seus pensamentos. 

Algo novo iria acontecer. Uma nova situação a se lidar com precisão. E dali para adiante, seu prosseguir seria inevitável. 

Seus pensamentos a fizeram franzir o cenho em dúvida, seguido por um breve suavizar e um tremor ao canto de seus lábios pendentes a um sorriso mínimo; uma de suas joias consideradas especiais não estava ali como deveria, a pulseira com a qual havia ido até a ilha agora pertencia a pequena garota loira de óculos e cabelos estilosos que conhecera, mesmo que o presente dado por Benjamim lhe fosse de suma importância e apego, decidira a ofertar como uma promessa oculta de que um dia, Dizzy poderia vislumbrar outras como aquela e muitas outras coisas de valor inestimável. Que um dia poderia vir para Auradon e explorar a tão sonhada realidade ao lado de sua considerada irmã mais velha. Que os sonhos da pequena eram tão significantes para Fayrie como aquele acessório dado pelas mãos do melhor amigo. 

Um resquício dela que nunca seria apagado era sua fé e esperança para aqueles que a mereciam, como o significado da nomenclatura utilizada como seu apelido; Faye. Era a essa fé que agarrava-se a cada vez que suas mãos envolviam o colar pendente a seu pescoço.

Ben. O nome do garoto pairou sobre seus pensamentos e, repentinamente, os tomou por completo em cada uma de suas percepções, uma preocupação em concordância aparentava lhe mostrar o que estava a acontecer perante a seus olhos azuis vibrantes. Como pensava, algo muito parecido como quando sua atual melhor amiga junto a azulada; Mal Bertha, o amaldiçoara a amá-la de maneira doentia, atiçando ao sentimento que havia aflorado em seu coração no momento em que os olhos esverdeados do príncipe a viram, até mesmo em seus "sonhos". E se…

O abrir repentino da porta não a alarmou embora inesperado, o que realmente lhe surpreendeu fora a nova presença ao ambiente; Mal passou seu olhar extasiado e atento pelo extenso espaço no qual pertencia o dormitório da fada, a garota nunca o havia visto por completo, talvez por estar um tanto ocupada aos meses antecedentes a tudo aquilo que havia ocorrido - pressão da mídia, escola e de si mesma, uma sobrecarga intensa de problemas que não soube lidar com precisão e resultaram em um verdadeiro caos que respingou sobre todos os que amava. - e a pouca questão em conhecer algo para além do necessário que agora, parecia ríspida aos seus olhos, Bertha estaria mentindo se dissesse que suas conversas com Faye tratavam de assuntos entre as duas; para ser demasiadamente sincera, ambas sequer obtinham tantas oportunidades de estarem dialogando de forma saudável e tranquila, suas conversas turbulentas ocorridas na ilha haviam sido perdoadas, mas ainda tornavam a martelar em seus pensamentos por vez ou outra, indícios de um certo arrependimento não revelado em sua totalidade. Quanto ao lugar, a recém-arroxeada admirava as paredes tingidas pelas tintas que em contornos precisos formavam desenhos delicados em um estilo de arte destoante ao seu, o branco e azul em equilíbrio no interior do ambiente em cada móvel, pintura ou objetos o fazia aparentar uma certa atmosfera agradável, algo assemelhado a amiga em sua essência mais pura, era bonito em cada detalhe, embora um quarto de cores suaves e com requintes de "princesinhas-cor-de-rosa",apresentava uma beleza interessante aos olhos. 

    ̶ Uau...eu nunca tinha vindo aqui, eu acho.     ̶ Comentou, seus primeiros passos a guiando para uma aproximação ainda vagarosa, ainda observando aos detalhes que lhe chamavam sua atenção; a maior pintura que representava um belo céu noturno ao lado de sua janela alta, Faye apenas ofertara um sorriso leve em seu rosto, cruzando seus braços sobre o peito ao apoiar-se contra a penteadeira, o agrado pelo deslumbramento da amiga atingindo-a fortemente para sobrepor aos seus dilemas internos com os quais lutara de maneira árdua a algum período, a vendo se virar em em sua direção com uma certa percepção a transparecer por suas feições, a de que havia sido um tanto invasiva.    ̶  Ah, desculpa por entrar, sabe...    ̶  A observou sinalizar para uma direção contrária, a suas costas, um sorriso simples formando-se enquanto uma risada de leve teor tímido saia por seus lábios, relembrando os poucos modos que houvera aprendido durante o decorrer de seu tempo em Auradon.     ̶ Sem bater ou avisar, eu pensei que como a porta tava meio aberta, não teria problema eu... 

    ̶ Não tem nada, me assustei por não ser costume, mas o intuito é que estivesse para que a Evie soubesse que estou aqui.     ̶ Esclareceu, a falsa calma emanada por suas palavras parecia oscilar perante as falhas de seu tom, percebidas pela filha de Malévola cujo lidar com emoções suas ou alheias não era uma boa especialidade, muito menos uma interessante qualidade, isso a fez franzir o cenho, voltando a mover seu corpo em um ímpeto quase infantil; inocente pelo pouco tato que obtinha para tomar as rédeas a um princípio de um diálogo, pondo-se ao lado da fada de feição pensativa, beirando a uma certa dispersão que reconhecia como uma pequena confusão a se esgueirar por seus pensamentos.     ̶ Acho que…quis que ela se sentisse segura de que eu não fugiria outra vez. Não é justo que eu fuja, enquanto confronto os outros de maneira direta e sem filtros.

Mal a olhou, um sorriso verdadeiro despontando em um lindo delinear de seus lábios que chegara a seus belos olhos verdes após meses a vendo sorrir como o estipulado e adequado para uma princesa - com uma sutileza exacerbada, que indicara “elegância” sem aparentar uma euforia excessiva, uma descrição que escutou da própria fada madrinha e desistira de suas tentativas em a compreender, apenas seus ensaios lhe causaram dores incômodas em suas bochechas por alguns segundos. -, naquele instante, Fayrie poderia vislumbrar na garota ao seu lado a mesma que conheceu e tornou-se uma amiga de grande importância com o passar dos dias, desde os fios coloridos que a fada tocou de maneira delicada com seus dedos, admirando-os e proferindo elogios com uma boa dose de doçura a transbordar enquanto a relembrava sobre o encanto selado para modificar sua tonalidade natural, desde a paleta de cores em suas roupas e personalidade um tanto contrastante em relação a calma e sinceridade de Fayrie e pacificidade de Evie, ou seja, eram um trio de garotas em um equilíbrio interessante e quase perfeito, onde suas características naturais obtinham um encaixe assertivo uma a outra e coisas a ensinar e aprender. Era por tal motivo que sentira falta da VK como realmente era sem suas árduas tentativas em se adequar a uma princesa perfeita, a rainha que todos pareciam idealizar com um apego quase doentio.

    ̶ Então, tava esperando a Evie…decepcionada?     ̶ A brincadeira de teor irônico fez-se agradável naquele instante após o silêncio denso que permeou o ambiente, uma leve risada nervosa provinda de Faye a fez acompanhá-la, os olhos azuis claros da citada fitaram seu rosto com divertimento; ao sinalizar em negação a questão proposta com suas mãos e o pouco exagerado mover de sua cabeça, a dramatização mesmo de que pouca veracidade, a fez justificar-se ou menos exercer tentativas de o fazer.     ̶ Acho que quase me senti ofendida… 

    ̶ Claro que não!! É só que ela me disse que ela viria, juro pelas fadas!

    ̶ Só vou acreditar por saber que você não pode mentir.    ̶  Assegurou com escárnio, estreitando levemente seu olhar na direção da fada que sustentava uma expressão falsamente ofendida pela fala, antes de tornar a sorrir e desvencilhar-se do contato visual firmado entre as duas garotas, uma sutil necessidade de justificar sua presença ali manifestou-se embora soubesse que a troca da aparição da amiga pela sua não ocasionaria um certo desagrado, apenas estranhamento. Talvez fosse essa a exata coisa a lhe incomodar.     ̶ Ela teve que levar alguns dos trajes da festa pros donos, sabe como é, tá tudo uma loucura com o baile e tal… 

Fayrie apenas assentiu em murmúrio fraco e um assentir exagerado de sua cabeça, mantendo seus olhos sobre os esverdeados de Mal; mesmo que de maneira indireta ao percebê-la citar o evento, a tenha visto baixar e limitar suas expressões ao piso amadeirado do dormitório ao produzir um leve ruído de seus saltos contra a madeira. Nervosismo pairando sob os ares conforme as palavras desejadas se organizavam em sua mente, expressadas por sua voz calma e doce.    ̶  Então…está aceitando isso bem? Quero dizer…o baile, as câmeras, as notícias e atenção que vão estar sobre você à noite? Você já é boa em atrair atenção por si só, mas com o vestido…ficou bonito em você mesmo que não tenha visto algo seu nele, e que eu genuinamente desgoste daquele tom de amarelo.

    ̶ Ah…é.

A fala fora interrompida pelo leve riso anasalado que sequer tentou conter, mesmo que a opinião desprovida de qualquer filtro pudesse soar rude ou pouco educada, era algo normal e bom para fada poder dizer apenas a verdade…em alguns momentos, a primogênita de Malévola obtinha um ponto de vista assemelhado ao seu; as escolhas não foram inteiramente suas e faria algo distinto caso obtivesse mais algum tempo em mãos, o que de forma infeliz não era o caso, Evie havia questionado suas escolhas por algumas vezes, a mudança repentina sobre gostos estavam a deixando desconfiada e preocupada, mas nunca respondia às inquietações da amiga com sinceridade plena; sobrepondo tais assuntos com desculpas esfarrapadas que aos poucos foram permeando os pensamentos da estilista junto aos ofícios que tanto adorava se dedicar completamente e o sumiço longo de uma certa fadinha, mas quando Faye comecara a desconfiar havia se tornado de suma dificuldade despistar alguém na qual não poderia apenas mentir com habilidade. Ambas haviam percebido e, ao contrário do que chegou a acreditar, estavam dispostas a ajudá-la caso precisasse. Era tolo, mas percebera aquilo apenas naquele instante. Quando já havia proferido coisas que desejava ao fundo de seu ser apenas poder apagar.

    ̶ Nisso eu não posso discordar.    ̶  Proferiu em uma pequena pausa, tornando a moldar seus lábios em um sorriso leve, quase travesso, seu olhar divagando perante as respostas surgidas para tal questionamento, ramificações de diferentes raciocínios a serem resumidos em uma simples resposta em suas palavras pouco mais seguras do que antes.     ̶ E pra primeira pergunta, acho que…sim. Eu…

    ̶ Você ama o Ben? 

Faye questionou movendo seu corpo para mais próximo, embora soasse mais como uma afirmação pela entonação leve em um fundo de brincadeira, sua postura tornando-se mais descontraída, livre de receios ao apoiar-se sobre a penteadeira com suas mãos enquanto a outra descansava sobre a lateral de sua cintura enfeitada pelo adereço prateado que reluzia a luminosidade alaranjada que apresentava seu início ao banhar seus corpos, indicando o aproximar do anoitecer e do celebração que fora tão aguardada a mesma medida que turbulenta, sorrindo de maneira sutil ao encará-la assentir, talvez levemente envergonhada pelo olhar cintilante em uma quase malícia lançado em sua direção, as sobrancelhas erguidas ao apertar seus lábios, contendo ao riso que por tantas vezes fizera o exato mesmo ato; em uma mesma sequência de reações espontâneas ao vê-los próximos, um murmúrio fraco fora abandonado aos ares por Fayrie, antes que seus ombros pudessem se mover perante o risinho que escapou ao notar a recusa de Mal em encarar sua feição. 

    ̶ Bem, disso eu também não posso discordar, soube disso desde a primeira vez que vocês estiveram de frente um para o outro. Sabe como é, sei ler sentimentos como ninguém, de qualquer forma.     ̶ Comentou ao repetir o movimento com seus ombros, como se aquela pequena informação relembrada não obtivesse importância, tornando a tocar os cabelos da amiga ao relembrar em um vislumbre, o penteado de sua própria mãe se dedicava a fazer nos seus, ao pensar por segundos, Faye deixou com que a sugestão feita por sua mente através de suas mais profundas e felizes memórias vindas à ela, pudesse escapar por seus lábios moldados a um sorriso, seu olhar amável pousando sobre o rosto feminino a sua frente. Ainda sim, mesmo com o sorriso sob suas feições, Mal poderia vislumbrar algo destoante daquilo em seu rosto.     ̶ Sinceramente, acho que uma trança vai combinar bem com você. 

Apenas retribuiu ao sorriso quase nostálgico, que se desfez na mesma intensidade na qual surgiu, suspirando profundamente. Prestes a uma mudança abrupta de conversações que não estaria pronta para exercer.

    ̶ Fayrie…eu sei que já desculpei com você, e que já me perdoou pelo o que eu disse…por tudo o que eu disse.    ̶  Iniciou de forma trêmula, suas mãos apertaram uma a outra em uma maior necessidade por um toque que a levasse a ser plenamente sincera com a amiga, como se soubesse o princípio de uma tempestade a despontar em seu coração envolvido em um resquício amargo de arrependimento, mesmo que seu pedido desesperado houvesse sido feito quando Uma, infelizmente, havia as interrompido em suas provocações meramente irritantes, suas íris verdes esboçando a exata reação de quando descobrira toda confusão que houvera pairado aos arredores da fada pelos últimos tempos, reveladas pela visão de seu namorado, onde sua voz trêmula e um tanto raivosa narrara com rapidez, seus pulsos levemente cerrados pela injustiça a expressar o quão atingido encontrava-se, é claro, nada doeria com tanta intensidade ao garoto como ter sua quase irmã distante de si.     ̶ Mas eu realmente sinto muito por tudo…

    ̶ E eu sei do seu arrependimento.     ̶ Faye proferiu antes que pudesse sequer completar sua súplica, tocando os ombros e mãos da amiga a fim de lhe prover algum consolo ou acolhimento, a fada permitiu-se expressar a alegria em suas feições e abraçá-la de lado, como no instante do maldito incidente provocado pelos repórteres que insistiam em não deixar sua amiga em paz embora dessa vez, tenha a aproximado com uma maior intensidade contra seu corpo, obrigando-a a encostar em seu ombro após seus atos carinhosos e talvez, envolvidos em uma euforia contagiante.     ̶ Eu já te desculpei, não se preocupe com isso. Hum?

    ̶ MENINAS!     ̶ Quando o grito alto de Evie ressoou em seus ouvidos, pôde jurar que sentiu seu coração falhar de forma miserável, suspirando profundamente ao perceber que seu sobressalto sido por apenas, a ilustre presença da amiga e seu hábito de sempre aumentar a voz perante a mínima coisa que lhe causasse empolgação, sobretudo quando sua presença sequer fora percebida por si ao adentrar o espaço e abraçá-las, mesmo com objeções provindas de Mal ou sua nada sútil expressão assustada.     ̶ Ah desculpa, me esqueci de bater…eu estava com saudades de estarmos assim…nós três juntas!

Mas, ao invés de a repreender, iniciou uma risada comedida ao perceber que as ações da estilista eram o que lhe traziam o intenso apego à ela em sua presença necessária, após o vínculo que passaram a partilhar. Havia valido a pena.

    ̶ Você ainda vai ter um infarto hoje.

    ̶ Ha ha ha estou morrendo de rir, Mal.     ̶ Não era mentira, estava realmente sorrindo ao ponto de suas bochechas apresentarem um leve incômodo, mas esse de bom significado, ao menos.     ̶  Se eu tiver, saiba que foi por uma boa parte, sua culpa.

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𝔄pós sua breve conversa com Mal, a ideia lançada perante aos assuntos que rodeavam o evento próximo havia sido acatada pela futura princesa; sua pequena sugestão sobre o penteado trançado, embora houvesse certa inexperiência naquilo da parte da Fada, se permitiu relembrar os ensinamentos de sua mãe para que pudesse fazê-la em si mesma assim que decidiu seu próprio futuro e o entrelaçar de seu destino com seus estudos na Auradon Prep, mas para Fayrie era preferível que a Fada Azul fosse a única a trançar seus cabelos em cada visita ocasional a seu lar. As três estavam sentadas sobre a cama do dormitório dividido entre a dupla de amigas, naquela altura, a proximidade de horários era demonstrada pelo escapar da remanescente luz solar para dentro do cômodo, iluminando por poucos e últimos minutos, ao menos naquele dia, o pequeno núcleo bagunçado sobre a penteadeira de Evie, trançava os cabelos arroxeados - cuja coloração a impressionara pela maneira bem feita como aparentava ter sido feita pela mais nova, a lembrança de Dizzy ao ser citada por sua mente a fez sorrir com doçura sem que pudesse perceber seu ato. - com cautela e atenção, escutando pouco do que a de cabelos azuis escuros tagarelava por todo o tempo, talvez por conta de seu cantarolar repetitivo da música de sua mãe, alegrando-se com o belo resultado obtido ao juntar suas mãos em frente a seus lábios, embriagada por uma leve empolgação, deixando sob as mãos da estilista o ofício de finalizar o penteado e as poucas mechas soltas que deixara livres, além da maquiagem que elaborou enquanto Faye, já com a sua quase concluída, se ocupava com seus cabelos. 

Perdida dentre o que a amiga proferiu tão animadamente por todo tempo no qual esteve com suas atenções atadas a Mal, seus olhos azuis vibrantes passaram a encará-la em uma análise silenciosa, evidenciando sua intriga através de seu cenho franzido em uma busca de acompanhar a conversação entre ambas e sanar sua curiosidade, aproximando-se ao tocar as mãos da arroxeada próxima a si. Um ato sutil de carinho que realizava sem que sequer pudesse perceber.

    ̶ Princesas têm o direito de chegarem atrasadas para encontrarem o seu príncipe.     ̶ Evie cantarolou, retirando um sorriso de ambas e um leve revirar de olhos por parte de Mal, a menção a sua imagem como uma princesa era algo que há algum tempo atrás, naquele mesmo cômodo, fora o pior de seus pesadelos.     ̶ Significa que tenham se preparado bem para vê-los, não? 

Fayrie permitiu que uma risada baixa pudesse escapar por seus lábios delicados, sinalizando de forma negativa com sua cabeça como resposta ao olhar um tanto sugestivo de Evie, lançado sobre si devido ao saber de seus gostos por livros de romance e obras dedicadas ao romantismo um tanto doce e aflorado, era comum que enquanto ocupadas com os trabalhos da estilista, Fayrie lhe contasse sobre alguns dos vários contos de fadas que já havia lido para auxiliá-la com suas criações ou desenvolvimento de suas incríveis ideias ou apenas para conversarem e se entreterem-se com o que queriam compartilhar uma com a outra - e por algumas vezes, Doug. E é claro, não mentiria - e nem poderia, caso assim lhe fosse desejado. - sua adoração por tais gêneros era gritante, mas acima de uma necessidade constante de ver-se a gritar baixinho, pular e rolar sobre sua cama recém arrumada em acessos de euforia e fofura exacerbados, havia alguém que adorava conhecer novas histórias que lhe eram apresentadas e descritas pelas páginas de seus exemplares.

    ̶ Bem, a não ser que vocês sejam a Cinderela, sim!     ̶ Citou o conto que veio a sua mente pelo mencionar de um atraso, erguendo-se de sua postura pouco confortável para suas pernas cruzadas uma sobre as outras, que ao pousá-las sobre o chão amadeirado, sentiu uma sensação dolorida espalhar-se e um leve formigar em sua cerne, talvez pelo provável uso excessivo de saltos altos durante o decorrer daquele dia. 

Após o curto período no qual ergueu-se e caminhou até o espelho próximo, seus olhos azuis alegraram-se com seu próprio reflexo; admirando os cachos perfeitos obtidos sobre as pontas de seus cabelos médios. Havia resultado exatamente no que desejou.

    ̶ Imagina dançar com alguém durante uma noite inteira em um baile e não reconhecer ela.     ̶ Mal pontuou, exercendo uma pequena pausa para que Evie pudesse tingir seus lábios com um de seus inúmeros batons.     ̶ Deve ser por isso que o Chad é daquele jeito. 

    ̶ Meninas! Não falem assim... 

    ̶ Mas é a verdade.     ̶ A futura princesa tornou a comentar, observando o mover negativo que Faye realizava em leve descrença, embora estivesse de costas e com seu foco atrelado aos próprios cabelos, sendo interrompida apenas por Evie.     ̶ Me diga então, querida Faye, estou mentindo ao afirmar que o Charming definitivamente não é um exemplo nato de intelecto? 

    ̶ Não...não! Tá, vocês não estão mentindo, mas isso não invalida o fato de que julgar tanto alguém que é...  

    ̶ É? 

    ̶ Me recuso a falar. 

    ̶ Ok...mas não pode se recusar a contar pra gente o que aconteceu quando ficou sozinha na ilha.     ̶ Aquelas simples palavras ditas pela amiga a fizeram abrir seus olhos de forma abrupta e encarar Evie que com cuidado, finalizava os lábios da fada após o decorrer da maquiagem, uma tonalidade nude rosada que havia escolhido em meio aos vários tons, em sua maioria avermelhados de um de seus batons líquidos sendo espalhada sobre eles com certo afinco, sorriu genuína ao encarar as feições da amiga e admirar a maneira sublime como o que fizera realçou seus traços bonitos, unindo as palmas de sua mão contra as laterais do rosto de Faye ao erguê-lo em sua direção, afastando-se apenas para procurar por um de seus glosses, demasiadamente despreocupada para um assunto que Fayrie considerava de grande seriedade e por isso franzira seu cenho em uma falsa quase indignação.     ̶ Você estava tremendo quando encontramos você.  

Enquanto a via vasculhar a gaveta repleta produtos diversos, Faye encarou Mal que encontrava-se sentada sobre uma das poltronas de seu dormitório, em uma quase permissão requisitada para revelar todas as partes de sua história, desde o encontro com o pirata até...o esbarrar com o Deus do submundo, que agora obtinha o conhecimento sobre sua relação de paternidade com a filha de Malévola; algo que não acreditou por completo em primeiro instante, antes que sua habilidade lhe confirmasse aquilo como a mais pura realidade, uma nova informação inesperada que infelizmente, não dominou seus sentires o suficiente para não ponderar de maneira repetitiva as palavras que saíram pelo tom sádico e sagaz de Hades, palavras que como nada mais a deixaram intrigada, pensativa o suficiente e se embaralhavam em pensamentos confusos ao serem aprofundados. Pensando bem, apenas alguém como Hades seria capaz de construir algum tipo de relação com Malévola, a contar por seu histórico. Com todo respeito, é claro. 

    ̶ Bem...muita coisa para o pouco tempo no qual estive sozinha.     ̶ Suspirou após a constatação, denotando a profundidade de suas palavras, Mal confirmou ao questionamento sutil por parte de sua amiga que a partir do suavizar de seu olhar fixo, pôde entender sua mensagem. 

    ̶ Vai ter que me contar tudo. 

Antes que pudesse prosseguir com sua história, Evie pediu para que abrisse levemente seus lábios e tornasse a erguer seu queixo, ocupando-se em apenas tingí-los com a pouco visível tonalidade rosada complementada por pequeninas partículas de brilho que adicionaram um ar brilhante sobre tintura que os cobria, tal qual as pedrinhas que encontravam-se próximas ao fim de seus belos olhos amendoados. Fayrie assentiu em aprovação ao encarar a beleza de seu reflexo espelhado sob a penteadeira, Evie era boa naquilo que se propunha a realizar; havia ressaltado seu gosto por maquiagens um pouco mais leves e bem trabalhadas, com tonalidades variantes entre os tons azulados que tanto adorava, dos mais claros ao escuros. Fora quando a entregou um pequeno lenço, que mais assemelhava-se a um pedaço de pano cortado de maneira eficaz, dobrado sobre suas mãos. 

Faye o abriu, a dupla de presilhas douradas entregues e seus detalhes cuidadosos foram captados por seus olhos com facilidade e empolgação; como as muitas pérolas rosadas e esbranquiçadas aglomeradas sobre elas, um sorriso terno renasceu em seus traços bonitos ao tocá-las com certo cuidado investido, prendendo suas íris azuis sobre os acessórios com uma boa quantidade de afinco e carinho a esgueirar-se por elas. A fazê-las readquirir seu brilho único. 

    ̶ Dizzy insistiu que eu trouxesse algo a mais para você.    ̶  Explicou, percebendo a forma tão pura que seus olhos lacrimejaram com o ato, tornando-os ainda mais cintilantes do que em sua normalidade ao delinear de um sorriso sob suas feições, obtinham um fundo emocionado que revelava a importância atribuída a menina que houvera se apegado em pouco tempo de proximidade. 

    ̶ Queria poder ter a trazido para cá, ela merecia estar aqui. 

Fayrie proferiu, sua voz plena e doce levemente afetada por um entristecer momentâneo dissipando-se ao prender sua atenção ao que via sob seu reflexo, suas mãos capturaram poucas mechas de seus cabelos acastanhados com os requintes do azul vibrante ao as enrolar no entorno de si mesmas, as prendendo a parte de trás de sua cabeça em apenas um dos lados, os cachos formados sobre as pontas repletas por ondas fechadas se uniram, tornando o simples penteado muito mais bonito do que apenas as manter livres, caindo em seus ombros descobertos pelo modelo de seu vestido, proveria um belo destaque para a divina tiara dourada com a qual havia sido presenteada e aos brincos de seu mesmo acervo. Apenas se desvinculou de sua agradável imagem para observar a amiga vestir a mais nova futura rainha de Auradon e Mal mais uma vez emitir suas reclamações sobre o trejeitos "brutos" de Evie ao arrumá-la com a peça em seu corpo - como o puxar abrupto de seus ombros para trás, devido a má postura. - retirando risadas baixas suas. 

    ̶ Se isso dependesse de mim... 

A frase dita não teve sua conclusão, dado ao fato de que a fada desviou seus olhos para a janela entreaberta ao canto do local, mesmo que seu campo de visão não pudesse captar a localidade conhecida naquele ângulo, a melancolia que a atingira por incontáveis vezes em sua vivência tornando a transparecer por seus devaneios, a perceberam debruçar seu corpo contra a penteadeira a sua frente, apoiando seu rosto contra as mãos ao pensar, como se a corriqueira pergunta que permeava sua consciência estivesse ressurgindo em seus pensamentos, ainda sem uma clara resposta a qual pudesse se apegar.  

    ̶ Nós sabemos.     ̶ Mal comentou, um sorriso verdadeiro delineando seus lábios ao a encarar.     ̶ Acho que você libertaria todos. 

    ̶ Talvez por isso eu não tenha esse poder.

    ̶ Em tese, você tem.     ̶ A garota de cabelos azulados, presos em um também simples, mas belo e elegante penteado; um coque lateral com algumas madeixas livres, caídas sobre seu rosto, apoiou-se contra o móvel no qual Faye permanecera, atraindo sua completa atenção ao denotar a expressão intrigada a surgir por suas feições, seguindo-a por seus olhos levantados.     ̶ Você é filha da Fada Azul, foi ela que criou a barreira, você tem a magia dela...então, podemos presumir que sim, você poderia abrir. 

    ̶ Não, não posso.     ̶ Replicou ao usufruir de seu pouco conhecimento sobre a magia, sua postura ereta fora recobrada e seus dedos passaram a tamborilar sobre a superfície amadeirada do móvel próximo à si, distraída pelos objetos jogados ali, suas mãos passeavam de maneira carinhosa sobre a caixa especial que recebera naquele dia.     ̶ Eu teria que ter a varinha que a minha mãe pertencia...e seria só o início... 

Seus pensamentos divagaram por alguns instantes a mais, roubados de seus preciosos minutos antecedentes ao evento. Por aquele pequeno período de tempo que escaparia por seus dedos e sequer poderia desfrutar por mais algumas longas horas, estar ali com ambas as garotas - que estavam em silêncio, acostumadas com o hábito portado por Faye em pensar por alguns instantes para pronunciar-se com certa convicção no futuro. - era algo único e que estava a curando lentamente, estava a ensinando que a sua presença nunca fora a real questão; e sim a quem ela lhe dedicara por seus anos de vivência, eram suas primeiras amizades além de Ben a relembrarem em seu interior uma aquecida sensação de acolhimento e entendimento. Até a maldita voz masculina ressoar em sua mente, como um terrível selar de uma pequena profecia em seu destino. 

"...Muitos se corrompem até o âmago para ter o que você nasceu para portar desde seu primeiro dia sobre esta terra." 

Franziu seu cenho em dúvida ao concluir seu raciocínio, que fora formulado em voz alta sem que sequer pudesse discernir suas próprias palavras, devido a sua própria velocidade de conexão subitamente aflorada. 

    ̶ Espera...Hades me disse que- 

    ̶ Hades?     ̶ Escutou Evie proferir, um tanto surpreendida pelo citar daquele nome, e com maior intensidade pelo fim da frase proferida.     ̶ Você viu ele? 

    ̶ Não apenas ele.     ̶ Ressaltou suas palavras, observando a amiga franzir as sobrancelhas em dúvida, embora nenhuma interrupção a sua fala fora feita, já que a curiosidade naquele momento aparentava ser muito mais interessante e atrativa do que qualquer questionamento.    
   ̶ Descobri o porquê do maldito pressentimento, era o Hook me seguindo a mando da Uma, uma das formas de ameaçar o Ben e de alimentar o ego dela depois de algumas coisinhas um tanto invasivas que eu disse. 

    ̶ Ela só disse que a Uma era desesperada por atenção. 

Faye moveu seus ombros em um ato simbólico; como um pedido de desculpas dado o olhar comedido de Mal, que efetuara tal comentário graças ao seu pouco conhecimento, já que houvera sido ela a ver Hades próximo a amiga e Evie sobre si, o mover de seus lábios em uma linha fina, relutante em permitir que alguma risada pudesse escapar naquele simples vislumbrar de uma Fayrie envergonhada, talvez com requintes de um pequeno arrependimento a renascer sob seu coração bondoso, o pouco rubor que poderiam ver sobre sua pele mal aparecia sobre suas bochechas devido às poucas camadas de maquiagem, um pouco proeminentes devido ao leve bico que havia se formado em suas feições ao vê-las rir, junto a uma descrença pela atitude que a levou a revirar seus olhos, antes que pudesse defender-se daquilo que por alguma motivação de seu âmago, soava como uma pequena acusação, o toque reconhecido de seu celular a atraiu sua atenção e a guiou a desbloqueá-lo com agilidade após o retirar de sua bolsa, devido ao nome familiar sobre a tela. Pelos segundos nos quais encarou a luminosidade quase nula por através do aparelho, suas íris claras fixaram-se sob a mensagem entregue da mãe em sua combinação de palavras, algo que a levou a repensar de imediato sobre sua curta estadia na localidade criada pela fada mais velha e as claras consequências de sua presença ali, algo a levou a pensar em Benjamim.    

    ̶ Isso justifica completamente a maneira como ela te tratou no barco...     ̶ Evie pontuou, seu interesse sobre a história narrada por Faye havia a feito abandonar seu ofício em reorganizar o belo vestido sobre o corpo da amiga, a provendo algum descanso em sua audição após os sucessivos sermões graças a má postura adquirida com o tempo ou reclamações excessivas. Seu pequeno período de alento fora exaurido assim que Evie a obrigou a mover-se em direção contrária, permitindo a fada um vislumbrar correto de seu belo vestido.     ̶ O que acha? Seja sincera. 

Fayrie esperava que a estilista nunca a visse lendo seus adorados livros. A maneira como a dor latejava sobre sua nuca, devido ao inclinar de sua cabeça ou postura errônea após longos períodos eram o principal indicativo de que sua adorada leitura deveria chegar ao fim, moveu seu corpo para apenas apreciar a imagem de sua adorada amiga, inclinando sua cabeça de forma sutil ao sorrir, sua mente instintivamente pensou em como Ben reagiria ao ver a garota cujo seu coração pertencia desde seus sonhos, a garota na qual escutou extensas e românticas narrações apaixonadas sobre a cor esverdeada que seus olhos apresentavam, quase tão incomuns quando as íris de Faye que naquele momento, no qual passeavam pela filha de Malévola, aparentavam transparecer o mais puro deslumbramento ao admirá-la da cabeça aos pés, fascinada com a mudança visível em seu ser. Mal chegou a sentir-se envergonhada pela maneira como ela aparentava disparar elogios sobre si apenas com seu olhar terno transbordante em sinceridade que pendia a uma deliciosa nostalgia, era parecido com aquele que a tomou quando os viu chegar em Auradon.

    ̶ Está lindo, Evie.     ̶ Proferiu, desviando seus olhos belos para a estilista, que encarava com mesma intensidade embora a garota de cabelos azuis escuros estivesse pouco mais habituada a como era exaltada pela fada, o sorriso diminuto em seus lábios.     ̶ E...bem, eu não tenho outra alternativa a não ser "ser sincera", não sou tão apreciadora de amarelo vibrante e azul royal juntos, ainda acho que outra coloração seria mais agradável aos meus olhos, não me referindo apenas ao vestido mas por hora, está lindo! 

    ̶ Isso e o belíssimo soco que a fadinha deu no Harry.     ̶ Prosseguiu a filha de Malévola, em uma quase satisfação pura pela informação que houvera sido revelada a si ainda quando seus pés pisavam sobre o solo infrutífero da Ilha dos Perdidos, um sorriso irônico delineando-lhe os lábios ao permitir que seu orgulho pudesse transparecer livremente, talvez por também ver-se vestida enquanto retoques eram realizados.     ̶ Queria muito ter visto você dando um soco em alguém que não fosse o Chad, principalmente naquele idiota.  

    ̶ Não me orgulho nem um pouco disso.     ̶ Revelou, engolindo em seco ao esperar pelo dissipar daquele estranho sentimento que houvera se apossado de si ao relembrar. 

Embora os atos do pirata houvesse sido o estopim para agir com algum ímpeto um tanto brutal; Fayrie baixou sua cabeça até que pudesse tocar suas próprias mãos, com os braços apoiados sobre a penteadeira ao estender suas mãos em seu rosto, escondendo-o por segundos para em seguida, erguer-se após as objeções envergonhadas que sussurrou perderem-se aos ares, trazendo para seu colo a caixa que recebera com o presente destinado a ela por Bela. Faye suspirou ao abrí-la e alçar o acessório principal em mãos, acariciando os relevos detalhados sob o dourado com seus polegares, talvez o arrependimento que considerou mínimo estivesse a corroendo por cada minuto, por considerar aquela atitude como errônea a seus olhos, nunca desejou agredir ninguém ao visitar a localidade atrelada a sua infância, mas ao puxar o colar de tamanha importância para si após suas palavras que, por mais que considerou como falsas, parte da máscara que o próprio adotou em sua postura selvagem - pendendo a loucura, talvez - ela os entendia apesar de suas atitudes péssimas e com isso, o arrepender devido a cadeia de eventos desgostosos era inevitável por sua parte, suas atitudes haviam sido influenciadas por suas próprias questões pessoais, que permeavam boa parte de si pelos últimos dias. Não havia culpa por completo pela parte de Hook, embora boa porcentagem o pudesse pertencer. Desejou apenas poder pedir perdão, daquela vez, somente pelo golpe desferido e suas atitudes não muito agradáveis, não apenas para o citado em específico, mas a todos. E novamente, seus pensamentos a guiaram a memórias específicas, como se fossem de suma necessidade serem reveladas para si naquele exato instante.

Sinalizou negativamente com sua cabeça, repassando suas doces expectativas sobre o baile que se aproximava para que pudessem ocupar o devido lugar de importância em sua mente e lhe causava certa apreensão, esperando que eles pudessem apenas sumir perante ao nervosismo que misteriosamente a acometia, pousou a tiara com cuidado e a uma boa distância sobre sua cabeça ao avaliar como a posicionaria sobre seus belos cabelos acastanhados, optando por colocá-la quando seu vestido já estivesse em seu corpo e pudesse ver-se por completo. 

    ̶ Eu realmente não queria ter feito nada daquilo que fiz, não parece muito algo que eu realmente faria se não estivesse com problemas antigos a martelar na minha cabeça.     ̶ Confessou, acariciando a superfície decorada por detalhes delicados.     ̶ Eu...não consigo me orgulhar ou achar que fiz algo correto, o que já fiz parece-me errôneo a um bom tempo, desde...desde que tudo ocorreu.

A dupla de garotas, ainda caladas perante ao último comentário desferido pela Fada, este que pairava sobre os ares festivos e ansiosos que as rodeavam, se entreolharam ao denotar seu pouco agrado com suas próprias atitudes passadas, Evie exerceu uma breve tentativa ao mover seus lábios tingidos pelo vermelho intenso em busca de lhe oferecer palavras aconselhadoras e calorosas, mas os sussurros, repletos de opiniões questionáveis e nada disfarçados de Mal a interromperam. 

    ̶ Deveria. 

    ̶ Mal! 

    ̶ Ele tentou puxar o colar da mãe dela! Isso é o suficiente. 

    ̶ Não vamos discutir isso agora, ok? Primeiro, precisamos vestir você...     ̶ Sentiu as mãos delicadas de Evie exercerem o toque suave sobre as suas ao envolvê-las afetuosamente, a erguendo sobre as próprias pernas sem que sequer pudesse perceber seus atos, um leve rodopio ao entorno de seu corpo ao a imaginar com a peça que criou pensando em apenas a garota que agora encarava com carinho, havia adorado vê-lo em seu corpo, em cada um de seus detalhes cuidadosos. A risada de Fayrie repercutiu pelo ambiente, junto ao ressurgir de seu belo sorriso com uma pitada de vergonha a esconder-se em suas feições.     ̶ Vai estar linda, a ponto de que se você tivesse um par, ele cairia duro no chão depois de ver você. 

    ̶ Com o rosto que ela tem? Nem precisaria de um vestido de gala.

Perfeição. Essa única palavra restou em sua mente assim que suas íris azuis perderam-se na ato de apreciação de seu próprio reflexo que lhe parecia algo quase irreal, Fayrie sempre apreciou a cada mínimo detalhe de si mesma, até as pequenas manchinhas que escondiam-se em suas feições e poderiam ser consideradas “imperfeições”; sempre se viu como alguém fisicamente agradável aos olhos, mas a maneira sublime como tudo havia exaltado seus adorados traços herdados de suas raízes mágicas lhe havia despertado um sentimento cômodo em seu peito, a fluidez do tecido de sua capa e saia longa provia beleza á seus movimentos, já que arrastavam-se sobre o chão amadeirado mesmo que já estivesse com os saltos que usaria durante parte da festa; estes eram altos, mas ainda menores do que os das botas com a qual houvera sido presenteada, com amarrações e borboletas que envolviam seus tornozelos escondidas pelas camadas consideráveis de tecido que acrescentavam um volume uniforme a parte de baixo do traje de gala, a leveza e afinco investido sob seus cuidadosos bordados elaborados o tornavam gracioso como era esperado por sua origem, a tonalidade escolhida destacava aquela portada por seus olhos, pelos mínimos detalhes presentes na peça e sua pele, além da maquiagem feita pela mesma que confeccionara o vestido que tanto havia adorado, de todo seu coração e âmago, prender parte de seus cabelos houvera sido uma acertada decisão que tornara as valiosas joias que ganhara de Bela um incrível agregado a todo o restante, deixando as alças finas ornadas por flores e aplicações em destaque.       

Poderia jurar que a euforia que a atingiu sequer equipara-se a que antes inundava seu coração na ocasião onde o provou em seu corpo; a ponto de envolver o tecido entre seus dedos para que pudesse virar-se com maior facilidade e agilidade, erguendo o vestido para descer com maior segurança da pequena área de maior altura ao abraçar a estilista, reforçando por diversas vezes o quanto havia adorado seu trabalho divino.

    ̶ Evie…eu já disse que te amo?     ̶ Questionou durante o abraço acolhedor, apenas um de seus braços a aproximava de seu corpo; já que uma de suas mãos estava ocupada em evitar que o excesso de tecido a pudesse atrapalhar - e provavelmente a fizesse cair miseravelmente sobre o chão - as risadas da dupla de garotas ecoou pelo cômodo pela brincadeira onde um fundo de verdade escondia-se.     ̶ Se eu nunca disse…

    ̶ E quem te disse que precisa falar algo?     ̶ Evie a respondeu apesar de soar como uma pergunta, essa era sua conclusão mais pura, se desvencilhando do enlace ao ajustar os cabelos médios da amiga corretamente sobre os ombros e admirá-la com certa dedicação, os dedos de ambas unindo-se graças ao juntar de suas mãos após os clássicos pulinhos de empolgação serem realizados. Céus, sentia-se como uma mãe ao admirar suas filhas.     ̶ Fayrie, seus atos dizem muito mais do que palavras. 

    ̶ Obrigada por insistir.     ̶ Sua voz terna acrescida de uma doce gratidão a atraiu seu olhar de imediato, o sorriso que nasceu em seus lábios era singelo, embora portasse um belo significado, Faye sentiu as pequenas gotículas de água que haviam se juntado sobre seus olhos ameaçarem cair após recordar-se do quão mergulhada estava em sua própria confusão e temores, o quão sua própria visão deturpada de sua existência não a estava deixando prosseguir e sim, a guiando a retornar para como se comportara por eras em busca de uma falsa aceitação. A guiando ao escuro, exaurindo sua própria luz e essência, mas estava decidida a não permitir daquela vez, havia alguém por quem a fada atribuira seu dever em estender-lhe a mão e não era agora que fraquejaria em seu mais intrínseco objetivo. Ela resistiria a toda tempestade violenta como sempre o fez.     ̶ Obrigada por não me deixar me afastar de novo, não imagina o quão importante foi. 

    ̶ Me inspirei em alguém que nunca desistiu, apesar de qualquer coisa.     ̶ Afirmou, observando ao riso genuíno que escapou pelos lábios de sua fadinha favorita, uma única lágrima que escapara por seus olhos não fora o suficiente para estragar sua maquiagem que por sinal, investia uma certa recusa em danificá-la, Faye ergueu levemente sua cabeça ao inspirar profundamente, desejando que apenas não tornasse a se debulhar em lágrimas naquele instante.     ̶ Lembra do que me disse, quando descobriu o plano para libertar a Ilha? Eu confio em você agora, como confiou em mim naquele dia.

Fayrie apenas assentiu as palavras ditas, a observando distanciar-se para prover auxílio a sua outra “modelo” - diz-se anfitriã do evento próximo. - tornando a segurar o dispositivo pertencente a si em mãos, suas atenções presas ao que seus olhos puderam rever sob a tela recém acesa do celular abandonado sobre a poltrona de tonalidade neutra, as palavras foram lidas com tamanha rapidez que a fizera franzir seu cenho em intriga embora o entendimento a atingisse. Faye o guardou em sua pequena bolsa de ombro que optou por apoiar sobre o estofado com o ar decidido a renascer em seu coração agitado, a fada suspirou, caminhando em direção a saída em uma agilidade surpreendente, assim que seus dedos esguios alcançaram a superfície gélida da maçaneta dourada apertou-a com intensidade entre sua mão, gritando para Evie;     ̶  Ev, vou precisar sair por um momento, mas logo voltarei, tudo bem?!

Também optaria por confiar em si.

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    ̶ 𝔐ãe!     ̶ A voz da fada ecoou pelos corredores desertos dos dormitórios por onde deveria passar para se direcionar a seu adorado espaço de descanso, embora seu retorno naquela ocasião fosse de significado distinto, aninhando-se com pressa sobre o abraço apertado de sua fada favorita, acrescido pelo familiar cheiro doce e confortante que o perfume utilizado por sua progenitora exalava.     ̶ Que bom! Esperei um pouco, mas me pareceu uma eternidade…acho que estou ansiosa.

Suas feições que antes demonstraram uma pouca neutralidade difusa sobre uma ansiedade latente atormentando-a, a levando a observar todo o espaço em seus arredores por repetidos e torturantes momentos passaram a demonstrar a alegria intensa que a tomou ao encarar com um carinho transbordante ao conhecido rosto da Fada Azul, cujos olhos semelhantes passearam sobre a beleza de sua pequena estrelinha ao posicionar suas mãos sobre o rosto, levemente inebriada por um orgulho e choque que a atingiam a cada vez que vislumbrava o quão radiante parecia, a notícia que compareceria ao baile de suma importância para seu melhor amigo a deixara feliz. Feliz por sua pequena não se permitir desistir, feliz com o quão a incrível persistência que não portara, existia no coração puro de sua menina, refletindo aos atos impulsionados pela euforia de Fayrie e a sua própria, a fada mais velha sorriu, distanciando-se de forma mínima, dado o aperto firme que exercia ao entrelaçar seus dedos com os  ao denotar os detalhes do vestido confeccionado a medida da essência da jovem envergonhada por seus elogios. 

    ̶ Céus! Você está perfeita, meu amor. 

    ̶ Obrigada mãe.     ̶ Agradeceu tornando a abraçá-la, apesar da considerável equivalidade entre a altura de ambas, Faye, graças aos saltos delicados que usava, entregava-se a pequena necessidade de abaixar seu corpo ao envolvê-la com afeto. A separação rápida indicara a solicitação da fada em revelar suas reais intenções para a mãe, que passou a escutá-la com afinco.     ̶ Vou precisar que me ajude com algo.     ̶ O prelúdio de um pedido que, mesmo sem conhecimento, fora assentido pela Fada Azul, pela grande confiança em sua filha.     ̶ Precisarei da sua magia para chegar ao palácio o mais rápido possível, estou com um pressentimento péssimo.  

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𝔒s piratas aguardavam ansiosamente pelo momento ao qual Uma concretizaria sua vingança contra Auradon ao ponto de festejarem entre si, embriagando-se enquanto o pequeno aparelho televisor acompanhava de forma íntegra o início do Cotillion; a recepção dos convidados, os príncipes engomados e princesinhas cor-de-rosa sendo filmados a cada passo e respirar seu, a cada cumprimento e toque que ofertavam a alguém próximo, pausando suas caminhadas para apenas sorrir elegantemente e acenar em direção aos holofotes e flashes cegantes das câmeras com seus trajes arrojados extremamente pomposos que quase reluziam a mínima luminosidade, lotados por pedras incrustadas, bordados elaborados, rendas e tecidos da melhor qualidade enquanto todos aqueles presos a ilha eram obrigados a usufruírem de restos do majestoso país de Estados Unidos de Auradon, onde os nobres carregavam coroas entalhadas em puro ouro e pedrarias, enquanto o alimento básico mal era encontrado por eles. Ou melhor, onde as sobras de Auradon eram descartadas para eles. 

Lastimável. 

Os principais lacaios da filha de Úrsula, Harry e Gil eram os que se encontravam mais eufóricos por reencontrarem a amiga ao outro lado da barreira, o trio que apesar de odiarem como deveriam, não odiavam-se entre si, poderiam não admitir, mas ali para cada um deles havia uma espécie estranha de família. Talvez em um conceito diferente para eles. Seria incrível destruir cada um daqueles nobres em grupo. 

Os olhos azuis-claros do pirata envoltos a escuridão provida pelo delineado esfumado, tornando seu olhar um tanto tempestuoso era um dos que encaravam a tela com intensa expectativa, o sorriso louco rotineiro tomava seus lábios mesmo que não escutando perfeitamente ao que o narrador dizia pelo caos generalizado a sua volta, apenas aguardava pelo momento certo enquanto bebia junto aos companheiros no bar de Úrsula, nunca fora exclusivamente o tipo de pessoa que atentava-se a emoções; era melhor viver ao limite, como deixar-se cair a beira de um penhasco sem hesitar, sem processar se aquilo realmente seria adequado ou bom, sem prender-se a regras, apenas a liberdade...ou ao menos ao seu próprio conceito abstrato de liberdade. Mas naquele momento era inevitável, vendo-se pela primeira vez com uma chance de uma nova vida. 

Um pequeno brotar de esperança a surgir. Um pequeno resquício luminoso a ressurgir no interior de seus corações completamente podres por dentro. 

Voltara a si, as vozes de seus companheiros saudando a seus próprios futuros feitos, traçando planos maquiavélicos e enchendo-se com os sonhos que poderiam realizar quando riquezas estivessem em suas mãos, quando os bonzinhos estivessem a seus pés, embebedando-se com fantasias, bradando comemorações antecipadas enquanto aos céus erguiam seus copos. Parecendo não cogitar o fracasso de sua líder. 

Fracasso. A palavra passou por sua mente, pela primeira vez sentindo uma pequena prévia de algo que nunca sentira com aquela intensidade; expectativas quebradas, tal coisa que havia adormecido em si desde muito cedo...expectativas, visões de uma vida melhor, sua mente nublada começara a especular novas possibilidades, novas personalidades de fracasso e provável declínio. 

Afundar-se no álcool lhe pareceu melhor, ou talvez fosse aquilo a despertar preocupações em seus sentimentos inativos. O álcool costumava atiçar certos aspectos. 

Novamente trouxe a si mesmo à realidade pesarosa que se tudo corresse como esperado, seria extinguida para os vilões naquela noite tão bela que por um estranho incidente, estava visível sob as escassas nuvens tempestuosas que agitavam-se e pareciam se dissolverem conforme os ventos; a luz da lua em sua maior clareza já vista pelos habitantes ali junto às estrelas que iluminavam o céu noturno, um quase prelúdio de que o bem tornaria-se o novo mal e logo poderiam desfrutar do quão bom seria viver na miséria, receio constante e fome, se tudo saísse perfeitamente como o esperado. Como uma pequena fagulha de sorte a ser entregue sobre suas mãos. 

O narrador permanecia anunciando os nomes de cada um dos que apareciam à frente das câmeras com imensa euforia, presenças ilustres e conhecidas por seus pais, filhos dos contos de fada chegavam aos montes em suas limusines e carruagens chiques herdadas pelos pais, por algum motivo desconhecido, algo lhe chamara sua rara atenção fazendo-o inclinar seu corpo levemente para frente em uma tentativa de observar e escutar melhor, seus pés jogados despreocupadamente sobre o balcão voltarem ao chão, desta vez apoiando seus braços sobre ele como deveria ter feito desde o princípio. 

    ̶ Olhe!     ̶ A mulher de voz doce, talvez esganiçada pela empolgação comentou, sendo instigada pelo parceiro a prosseguir.     ̶ Evie e Fayrie são duas jovens extremamente talentosas, muitos dos vestidos feitos contém a assinatura de ambas. 

A câmera desfocada aos poucos deixara a imagem mais límpida, primeiramente focada ao rosto conhecido da Filha da Rainha Má posando de maneira elegante para a foto, utilizando-se do dom natural que a mesma tinha de sempre agir como uma princesa, a garota obtinha uma grande beleza conhecida pela ilha dos perdidos - sua localidade de origem por mais que tentasse esquecer-se disto - mas diferentemente de sua mãe não passava todo o tempo a se admirar em espelhos e quaisquer refletores que encontrasse, ludibriada por seu próprio reflexo. Os cabelos azuis-escuros presos em um coque baixo com mechas soltas sobrecaindo o rosto angelical, ornamentado por uma pequena e delicada coroa dourada com detalhes vermelhos-escarlate em formato de coração, o vestido azul bordado a miçangas brilhantes delineando seu corpo, as mãos da garota que suspeitara ser a mesma que o enfrentara no navio encontravam-se juntas sobre o ombro da Vk e logo a reprodução clareou ao focar-se nas feições espontâneas da fada. 

Não soube o porquê, mas apenas inclinou seu corpo sobre o balcão amadeirado, observando com seus olhos cerrados a imagem que vira na tela, com o cenho franzido ao reconhecê-la. 

Traços tão incomuns não eram de fácil esquecimento. 

As íris vibrantes da fada lançavam um olhar transbordante em admiração e leveza para a amiga enquanto um diálogo fora firmado entre elas por curtos segundos, a forma como seus lábios delicados se curvaram após as risadas sutis lhe pareceram diferentes, seus sorrisos irônicos que pendiam ao enfurecer de seu coração com a situação na qual se encontravam - um "pequeno" conflito devido a diferença entre seus grupos de origem e o sequestro de seu melhor amigo. - eram demasiadamente distintos daqueles por pura felicidade que a cada instante disparava em direção a seus amigos, aquele ornava melhor com suas feições ternas e aura exalante em magia - e era assemelhado ao que ofertara para si, ao devolver seu gancho em mãos; suas asas expostas e erguidas brilhavam intensamente, tal qual as estrelas remanescentes sob o céu pouco deturpado pelo restar dos resquícios das nuvens escuras, com uma intensidade ainda maior na verdade. Seus olhos bonitos obtinham um fundo cintilante, que quase não poderia ser vislumbrado com facilidade a aquela distância do aparelho televisivo; devido ao leve estreitar de seus olhos a cada fotografia, só pôde ver quando se curvou de maneira mínima - apenas com sua cabeça e ombros a baixarem-se - sobre seu próprio corpo, como um sinal de distração momentânea, um aceno tímido com sua destra fora o suficiente. A câmera focada sobre suas feições parecia incapaz de capturar sua completa euforia, Faye estava deslumbrante demais aos olhos de alguém que deveria odiá-la por todo seu coração pútrido, a forma como transmitia uma plenitude através de sua imagem era inebriante. 

O colar de cristal que desencadeara o segundo conflito entre ambos poderia ser visto naquele instante, pendendo ao pulso de Fayrie e resplandecendo sob sua luz própria, se a ocupação principal de Harry Hook não estivesse presa a encará-la por completo em sua imagem de pouca qualidade. Mas de mesma forma, interessante. 

    ̶ Evie e Fayrie são garotas lindas, não é à toa que Faye é considerada muito parecida a sua mãe...e as asas? Céus, essa garota é perfeita! Ambas são perfeitas.     ̶  A narradora comentou de forma empolgada tendo o apoio de seu par, e pôde ver um agradecimento ser disparado por seus lábios naquele instante, direcionado a um dos amigos próximos.     ̶ Evie é alguém talentosa…

A garota correspondia aos chamados com seu olhar gentil que permanecia em evidência para as câmeras, que lançavam flashes intensos e desordenados em sua direção, o tecido fluído pertencente ao vestido acompanhando seus movimentos, provendo visão a capa longa de tecido leve presa à parte de trás sendo arrumada por suas mãos com sutileza, os cabelos caídos por suas costas como uma cascata devido a sua ondulações naturais e suas asas límpidas brilhando a iluminação adaptada para o evento, tal qual suas íris claras perante ao disparar das luzes. 

Seu pai costumava lhe contar histórias sobre o ápice de seu poder e glória, sobre o quão triunfante era sobre os insignificantes habitantes da Terra do Nunca; quando era apenas uma criança, seus olhos chegavam a brilhar intensamente a cada história contada a si e a suas irmãs, o instigando a ser como ele e odiar aquelas de espécies mágicas específicas; as fadas, mas obviamente a versão que Gancho narrava era a mais pessoal possível, nestas histórias recheadas por uma empolgação e uma visível auto exaltação constante, fadas sempre lhe eram descritas como criaturinhas irritantes, idiotas e insuportavelmente protetoras, a única coisa que o Capitão Gancho lhe dissera era que nem toda a beleza que seus traços possuíam compensariam sua personalidade asquerosa. Um interessante contraste. 

Mas nunca imaginou o quão belas elas poderiam ser. Até que seus olhos pousaram sobre aquela garota, especialmente naquele momento. Se todas as outras eram parecidas com ela, sua mente era incapaz de imaginar algo assim. 

Céus...realmente, aquilo iria o fazer perder o último resquício de sanidade que poderia existir em sua mente turbulenta.

    ̶ Uau…cara, essa garota é linda mesmo.     ̶ A fala repentina de Gil foi o que, de certa maneira, o despertou de seu momentâneo devaneio e observar latente sob a imagem projetada pelo aparelho, o enorme esforço realizado ao encarar desdenhosamente o amigo fora seguido por um som inaudível, algo como um murmúrio descrente e um revirar de seus olhos obscuros. Assentir em concordância a fala era algo inaceitável a acontecer ali.     ̶ Vai me dizer que ela não é? 

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𝔖eus cabelos médios quase soltos e naturais em sua totalidade, apenas com as ondas transmutando-se a cachos abertos ao se unirem sobre seus ombros descobertos por qualquer tecido; o decote deixara suas clavículas bem expostas, presos a um lado por grampos dourados pouco ornamentados, com algumas pérolas rosadas e esbranquiçadas a cintilar pela luz para que não pudesse retirar a atenção da tiara "simples" ao alto de sua cabeça; incrustada por pedrarias e pequenas representações de flores de pétalas delicadas, tingida em um tom ouro líquido; dourado bem polido, o castanho-claro se encontrava com pouca mas visível predominância em meio aos fios azuis brilhantes, a maquiagem simples mas um pouco mais elaborada em seu rosto provendo um ar sutil e iluminado que combinava mutuamente consigo, realçando e harmonizando seus traços de forma equilibrada e apenas necessária; dado o fato de que eles já eram notáveis por sua beleza natural, suas bochechas e maçãs do rosto coradas pelo blush de forma sutil, iluminação sobre os pontos corretos, lábios em formato delicado levemente rosados por um gloss claro e sombras cintilantes aplicadas a suas pálpebras em tons rosa e azul-claro bem esfumados, com pequeninos cristais e um delineado pouco perceptível a complementar a beleza de seus olhos únicos. 

A tonalidade neutra do vestido, pendente a um nude pouco rosado, provinha o destaque necessário para os detalhes existentes sob o mesmo e principalmente para suas íris azuladas intensas, que moviam-se inocentemente conforme seu nome era chamado pelos fotógrafos em busca bons registros, um ressurgir de um sorriso leve sobre seus lábios brilhantes perante aos lapsos de luz que os iluminavam a cada foto fora registrado com rapidez, baixou sua cabeça levemente, como em um sutil virar de seu rosto para que Dizzy pudesse ver que seu presente sendo utilizado naquele instante. Junto ao aceno tímido de suas mãos para a câmera - direcionado a seus adorados pais - ao permitir o toque de seus dedos sobre o tecido que tocava o solo ao virar-se de lado para aproximar-se e posar junto a Evie, seus braços apoiados sobre o ombro da amiga ao aguardar pelos adorados registros, não sem que suas risadas leves e talvez discretas demais para a normalidade se manifestassem ao percebê-la reorganizar a algum detalhe sobre as mangas longas que compunham sua obra. O vestido de gala a deixava deslumbrante...conseguiriam vislumbrar detalhes a parte de cima moldada em um modelo ombro-a-ombro com finas alças decoradas, mangas bufantes que ocultavam-lhe os braços eram compostas por um tecido leve presente sob a longa capa que arrastava-se sob o chão a cada passo seu ou troca de postura rápida, pouco transparente, fluido e portador de um brilho divino e oscilante a luminosidade, um busto bordado por peças minuciosas, pedrarias pequenas, flores com leves resquícios de tule azulado mais escuro ao corselet e a saia longa levemente volumosa, onde os saltos rosé com amarrações em seus tornozelos escondiam-se.

Estava estonteante, Fayrie parecia uma figura etérea e intocável, a combinação harmônica em seu visual a fazia brilhar de maneira lindíssima e acordada com sua doçura própria, como se alguém de aura tão radiante sequer pudesse existir ou ser capturado em sua beleza mais pura. Sobretudo quando o delinear eufórico sobre seus lábios se intensificou com o aproximar de Carlos e Jay.

Suas jóias pouco mais sutis, como o par de anéis rosados em seus dedos indicador e anelar em sua mão direita junto ao colar compartilhado amarrado em seu pulso como uma pulseira ou brincos de mesmo acervo de sua tiara era pouco notados, ofuscados pela presença de suas asas longas a ofuscar quaisquer luminosidade de seus arredores, cujos movimentos discretos indicavam uma leve euforia. E bem, isso seria um assunto a se resolver mais tardiamente. 

Naquele momento, os seis tinham um baile para preocupar-se.

Faye elevou seu vestido com certo cuidado, evitando de arrastá-lo contra a chão ao prender as numerosas camadas de tecido dentre seus dedos esguios com certa intensidade, mas ainda presando por uma certa etiqueta e elegância ao o realizar, deixando seus lindos saltos delicados a mostra por um único instante - tornando provável o vislumbrar das borboletas anexadas sobre o calçado. - optou por direcionar sua atenção em partir para as festividades nas quais tanto esperava, embora seu nome ainda fosse chamado por alguns repórteres. Algo que não fora completado com exímio, em busca de não cometer alguma garfe, a fada se aproximou para que pudesse responder algumas das questões que lhe eram descritas, não antes que seus lábios se abrissem para prover-lhes um prelúdio de quais deles realmente seriam respondidos por ela - de preferência, nenhuma relacionada a algum vínculo romântico com Ben. - além de se desculpar pela maneira com a qual se comportou no último incidente, esclarecendo que apenas estava agindo em defesa de sua amiga.

Após tudo o que se passou, era hora de adentrar o famigerado evento que tanto ocasionou conflitos, e a observar pela intuição latente que seguia a assombrar seu coração e insistira em perseguir, ainda seria algo memorável.

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{⚔} ࣪ ˖𐀔˖ ࣪✧─┈⊹🇳 🇴 🇹 🇦 🇸   🇩 🇦 
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Como sempre, minha aparições sempre são vistas aqui, não é meus amores? Akakakakak sendo bem sincera, minha criatividade continua ativa, o difícil é colocar tudo no papel e realmente escrever, são muitas ideias. Por isso o segundo ato está tão estendido e com tantas cenas de desenvolvimento na dinâmica da Fayrie com os Vk's.

Sendo sincera; passei e estou passando por um bloqueio, acredito que por vários motivos mas sobretudo, por me cobrar demais nisso, tenho muito receio em fazer aquilo que realmente quero e tornar a história "ruim", sei que isso se tornou algo nocivo e por isso, passei um bom tempo meio que "fora do wattpad". Óbvio que não abandonei nem pretendo abandonar a plataforma, menos ainda Fairytale, estive aqui e ainda escrevendo coisinhas por fora que me ajudaram muito em um panorama geral desta história e recuperaram muito do que eu havia perdido dessa empolgação em escrevê-la, nunca vou desistir da minha fadinha! Menos ainda do casal dessa história que é o meu primeiro e maior motivo do meu amor, se não estiver óbvio (mesmo que acredite que esteja) a Fayrie fará par com o Harry Hook! Estou desenvolvendo primeiro uma visão dos dois em cada lado para DEPOIS conseguir colocar eles em cena, no terceiro ato, tendo interações relacionadas a essa visão que estão criando um do outro. Sendo bem sincera, tive cinquenta surtos diferentes ao escrever um ponto de vista masculino, ainda mais de uma personalidade como a dele! Mas acredito que entreguei algo fiel a como eu vejo (após tempos e tempos de pesquisa) o personagem e como o mesmo reagiria ao desenvolvimento de certo interesse em uma FADA. Irônico não? Vai render uns belos flertes entre os dois, confiem.

Resumindo; adoro esse casal, aceitaria ser até o cachorro deles sem que sequer precisassem me pedir. EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO!

Boa noite/madrugada (VAI DORMIR EM!) /dia/tarde, eu amo infinitamente vocês, meus queridos leitores 😊💙.

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