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𝐗𝐕. | 𝒜 ndar 𝒮 obre 𝒜 𝒫 rancha.

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{⚔} ࣪ ˖𐀔˖ ࣪✧─┈⊹❝𝔈𝐲𝐞𝐬 𝔇𝐨𝐧'𝐭 𝔏𝐢𝐞..❞

✧⊹─┈✧ ࣪ ˖𐀔˖ ࣪ ✧─┈⊹✧

𝔄 Hipocrisia tende a nos entrelaçar em situações em que nunca gostaríamos de estar, em papéis desempenhados que nunca nos perteceram ou deveriam pertencer, graças a atos alheios, um único destino fora selado, uma única maneira de solucionar o pesar que perdurava ali, como um único resquício de luz a restar sob um ambiente escuro e frio.

Seus olhos direcionados a dupla de piratas obscureceram-se em combustão acompanhando ao abaixar de seus ombros, a chama ardente da raiva queimava em sua mente alerta e com isso, a rigidez de seu aperto sob a lâmina afiada houvera aumentado, os nós pálidos de seus dedos escondidos sob os acessórios que os ornamentavam e ofertavam proteção, sua respiração tornou a adquirir uma estranha densidade, inspirando ao ar de maneira rígida ao mesmo passo em que o liberava lentamente, quase audível caso estivessem próximos, a preocupação evidenciada sob suas expressões ao desvencilhar sua atenção ao melhor amigo que, ao ter a percepção de seu fardo e ser retribuído com seu olhar suavizado, apenas assistiu o assentir fraco ofertado a si, engolindo em seco ao agarrar-se a esperança de que aquilo escoaria a negatividade que tomava seu âmago perante as risadas ácidas de seus oponentes.

   ̶ Finalmente! Mas antes...precisaremos de uma pequena coisinha.    ̶ A voz feminina de Uma a despertou, sua feição desgostosa, coberta pelo capuz que obscurecia-a com mais intensidade fora em direção a ela, notando quando o indicador da pirata apontara para si, a fazendo contorcer seus dedos ao entorno da espada e seus olhos azuis se encontrarem levemente arregalados.     ̶  Ela. A magia dela funciona aqui dentro e eu não vou dar essa sorte a vocês, ou acham que eu sou burra? Então caso queiram o Reizinho de volta, precisam me provar a magia dessa varinha...e pra isso, me entregar a fadinha de araque.

   ̶ Você só pode estar maluca, camarão.    ̶ Mal proferiu, nada gentilmente, um leve rosnar adornando seu tom de voz pouco pacifico, Fayrie moveu o salto de suas botas conforme seu andar, o único som a predominar durante aqueles segundos sufocantes.     ̶  Ela não vai.

   ̶ Mal.

   ̶ Fayrie, você não—

   ̶ Mal! Eu vou. E você não vai me impedir.    ̶ Sussurrou, o aperto suave sobre o braço coberto para confortá-la.   ̶  Maly, você precisa permitir que outras pessoas te auxiliem...eu vou.

Um suspiro curto saiu por seus lábios, seu toque abandonando aos ombros da citada como uma mera ilusão a dissipar-se, tornando-se uma mera lembrança assim como o sorriso leve que ali se formou, seu rosto e postura se reergueram, seus olhos pendendo a impaciência fixados ao caminho que seu pés a guiavam, a espada sumira de suas mãos, estes sem verdadeiramente fixarem-se sobre o olhar desdenhoso e desafiador provindo da garota de pele e olhos escuros - talvez acentuados pelo ódio exalado e raiva nada contida que sua postura selvagem demonstrara. - de trajes em tons distintos de azulado dos seus; mais escuros e puxados ao esverdeado e dourado, tons presentes nas tranças longas agregadas a seu cabelo natural que harmonizavam lindamente consigo, mas, as mãos da citada a impediram de seguir seu caminho, agarrando-a o braço com intensidade, as unhas afiadas perfurando levemente sua cerne por através do tecido fino que cobria seus braços; tudo para apenas obrigar a encará-la em seus olhos, ansiando por um afronte sequer para demonstrar-se diferente do que a mesma imaginara que seria sua reação. Desejavam medo, temor, emoções que não soubera lidar muito bem quando vinham a si, mas que em tal momento haviam abandonado seu coração inundado por uma inesperada coragem e motivação. Todos ali pareciam subestimá-la intensamente, e isso era o que lhe trazia benefícios.

Não era atoa que naquele exato momento, poderia ver o pequeno corte avermelhado sobre as maçãs bem definidas do rosto pálido do pirata que antes gargalhava com sua líder.

Abençoada com seu andar nas sombras, que acreditavam a esconder para camuflar seus medos. Oh, não. Nunca seria isso. As sombras não a assustavam porquê Fayrie sabia as desvendar e abrandar como ninguém, ela afinal, era própria luz que as punha em evidência.

Retribuído a forma rude com a qual agia consigo, atendendo a seu fútil desejo tão requisitado, seu olhar se prendera firmemente sob as íris castanho escuras da pirata, sua mãe costumeiramente lhe dizia que, apesar de seus traços assemelhados como os olhos amendoados que exalavam amabilidade e cílios longos que dela herdou, através de pequenos trejeitos seus ela vira um fraco reflexo de seu pai a transparecer, se pudesse a vislumbrar naquele exato momento, perceberia que acima de suas semelhanças, o olhar lançado para evidenciar a pouca relevância atribuída quanto a qualquer ato bruto contra si era uma exata cópia daquele portado por seu marido; o erguer momentâneo de seu queixo para apenas baixá-lo novamente e aproximar-se, inclinando levemente sua cabeça para o lado. Mas acentuado pelo tom incomum, ou o fraco tilintar de brilho que os rodeava por pequenos instantes.

Mal, em meio a um impulso impensado chegara a mover-se perante a situação, aproximando-se de ambas as garotas, o ardor da raiva em combustão queimara em suas veias, o instinto de proteger uma de suas melhores amigas surgindo de maneira natural, mas Jay - que mal percebeu se aproximar. - colocou a mão em seus ombros, a impedindo de se entregar ao irresistível e a despertando em sua raiva. A sua vontade em bater de frente com a real ocasionadora de todo aquele teatro; sua inimiga mais antiga, Uma.

   ̶ Gil...Dá um jeito nela.    ̶ Ordenou, a voz forte com um toque de convencimento visível da garota reverberou em seus ouvidos, o aperto folgado sobre seu braço que de imediato, recebeu a presença de seu próprio toque em busca de amenizar a provável vermelhidão sob sua pele coberta, seus dedos acariciando ao pequeno local, sem retirar a imensidão de suas íris azuis intensas ao rosto de Uma. Que curiosamente fora a primeira a ceder.

Um sorriso ladino emergiu em seus lábios, observando ao lampejo de fraqueza sob a postura polida. Ah, todos sempre cediam. O sorriso leve resistiu em seus lábios ao limitar-se a encarar Benjamim enquanto era "gentilmente" conduzida ao lado oposto em que encontrava-se seus aliados; conduzida ao meio de seus rivais como uma prova frágil de certeza, Uma não houvera feito aquilo apenas pela magia que residia em seu ser. Desejava desestruturar os pilares que impediriam a filha de Malévola em ceder a seus caprichos, ou seja, havia um receio crescente em confiar que Mal apenas a entregaria a relíquia poderosa de bom grado; já obtendo uma de suas melhores amigas em seu lado, a quem não hesitaria em utilizar como troca, tornaria tudo ainda mais favorável em próprio jogo e caso a mesma ainda recusasse a lhe dar o que desejava, seria obrigada pelo garoto de olhos esverdeados que tanto amava. Esperto de fato, não poderia negar que ela estaria correta em suspeitar.

Afinal, vossa majestade obtinha fraquezas visíveis ali. E uma daquelas era ela. E Fayrie sabia disso.

Quando dentro de sua primeira projeção guiada por si mesma ao interior da barreira, mesmo que em seu inconsciente, encontrara ao garoto que agitara suas piores preocupações ambos conversaram e antes que seu ser, ou melhor, que sua consciência se esvaisse completamente e a magia se dissipasse como uma breve lembrança, Ben recordou de um pequeno detalhe; A ameaça que Uma fizera havia um fundamento, tudo pôde se conectar em seu raciocínio, a sensação gritante em sua mente e intuição lhe fora esclarecida, a turbulenta tempestade que arrasara o interior de seu coração houvera acalentado-se perante ao alívio em seu pensar. E por isso, soube que havia alguém a seguir seus passos.

E por isso enfrentara quem quer que fosse.

   ̶ Ah...Olá, Gil não é? Filho de Gastón.

Sussurrou a fada para o loiro em um questionamento quase infantil e inocente, suas mãos delicadas sendo fortemente seguradas pelo aperto firme das do citado em suas costas, pouco distantes do núcleo de discussões estabelecido, que fora afrouxado pela euforia e súbita confiança manifestante ao coração puro do garoto.

Talvez assemelhado demais ao seu. Não exercera o ato de o encarar, apenas procurou por seu irmão de coração. Para acalmar seu próprio coração inundado pela angústia.

   ̶ Você lembra?

   ̶ Bem...não vejo o porquê eu não me recordaria, afinal. Agradeço pelo elogio ontem, quando isso tudo ainda não havia ocorrido...eu sou Fayrie, prazer. Você apenas se apresentou antes que eu...agisse daquela maneira indelicada.

Seus olhos claros se perderam em seus arredores, passeando por todo o local de maneira sutil, como se seu âmago ansiasse por algo que em que necessitava identificar o reconhecimento quando suas íris únicas pousaram sobre o melhor amigo, a expressão compenetrada que ocultava seu breve desespero e temor cedeu seu lugar ao iluminar provido pelo leve sorriso terno que pôde delinear seus lábios bem desenhados, a alegria e alívio atingira-os lindamente cintilando a escassa luz solar irradiante pelos pequenos espaços que permitiam um escape para degustação da mesma sobre sua pele alva, os fazendo corresponder a euforia que ondulava em seu ser...O peso da culpa espalhado sob seu peito e sua mente houvera se dissipado como a leve brisa que atingira seus cabelos presos naquele instante em que se situavam em meio a algo um tanto delicado que ocorria em meio a atmosfera voraz e hostil; as palavras ofensivas trocadas pela pirata e a filha de Malévola tornavam-se cada vez mais ácidas e ferozes, a única coisa que as desvencilhava de tal conflito era o objeto comprido e ornamentado cujas mãos pálidas de Mal se agarravam e ainda obtinham o poder sobre. A varinha da fada Madrinha, que de nada adiantaria. Que era e representava uma completa farsa coreografada, conduzida e estrelada pelo grupo de adolescentes.

Finalmente.

Os olhares de nuances castanho-esverdeadas e azuis-mar intensas puderam se admirar ao surgimento do grande afeto e amor existente entre os dois, refletindo os atos de seus opositores como se conectados intrinsecamente, através da pouca distância - o sorriso leve e agradável, transbordante em entendimento e conforto, o breve gesticular de sua cabeça como uma afirmação silenciosa ou pendendo a um questionamento sutil. - desde o âmago de sua alma.

E presenciar aquilo o fazia perceber um grande laço que os ligava; uma relação de fraternidade ainda mais profunda do que poderiam mensurar, Ben e Fayrie partilhavam familiaridade a ponto de que seus olhares se expressavam por ambos, Harry Hook a observara dialogar com Gil como se o conhecesse como ninguém, citar detalhes que o loiro sequer acreditara que a fada recordaria; como a primeira vez em que a viu - e voltou a descrever com a mínima exatidão, rotulando-a apenas como "moça muito bonita que tem olhos muito azuis." - sem realmente se atentar sobre como poderia irritar alguém de seu próprio lado da história ou ao grupo que pertencia, e agora percebia a pouca profundidade e relutância que seus olhos mar obtinham em demonstrar sua sensibilidade aflorada, sem medo de transparecer a suavidade de sua bondade ou o reaquecer do amor transbordante pelo amigo. Ou a raiva, a ira feroz que a acometeu ao ouvir por seus lábios ameaças futuras serem proferidas, estas direcionadas a seu lar de nascimento, as pessoas que conhecera que resultaram em um soco doloroso - que ainda tentara compreender como alguém de aparência demasiadamente delicada poderia desferir um golpe tão...intenso ‐ que recebera da garota "frágil", pequena e uma fada, a completa síntese do que jamais imaginou atrair ardentemente sua atenção.

O interesse inebriante rondara sua mente como um pensamento intrusivo demasiadamente insistente e intrínseco que se recusara a abandonar seu foco, as palavras em sua mente transbordante em rebeldia sempre acabariam ligadas à ilustre aparição da fada, que se recusara a deixá-lo apenas se desfrutar de seu deleite ao caos e futuro prósperos que o aguardaria; assim que Uma pusesse suas mãos e envolvesse a relíquia mágica em seus dedos, o princípio inacabável de sua vitória estaria selado para todo o sempre. Seu perfeito felizes para sempre, dessa vez, dos vilões.

Hook não era burro - ou um cego lunático, egocêntrico e orgulhoso, palavras que "carinhosamente" a fada atribuira a ele sem o mínimo de tato. - o suficiente para acreditar que não o merecera é claro, mas talvez, deveras estranho ao sentir-se ainda mais interessado sobre a oposição que a garota bonita representara quando em relação a si próprio. Questionando e ponderando sobre cada uma das palavras certeiras e cortantes que a voz doce, mas inundada pela seriedade proferira. Inclusive ao consolar meramente confortante de suas palavras mentirosas; era improvável que alguém originado de Auradon pudesse "sentir muito" por eles, quando perante a cruel realidade, a barreira fora o único passe que encontraram para seu triunfo eterno e humilhação sobre aqueles que nela foram fadados a desgraça e catástrofe, os "vilões". Por tal motivo, não acreditou na afirmação proferida por seus lábios de que a fada não poderia mentir; era algo irreal demais a sua visão. Ou talvez, seu próprio preconceito estivesse o deixando cego. Como ela o disse.

Fayrie sabia que o garoto de fios tão escuros quanto o céu noturno e olhos azuis tão assemelhados aos seus (em questão de proximidade de tons, afinal, nunca existiriam íris tão parecidas com as suas do que as da mãe, de quem herdara com orgulho) não houvera revelado seu pequeno deslize; assim que seus lábios disseram-lhe o triste pesar que carregara de nunca poder omitir a verdade ao fundo de sua mente se a ela fosse exigida sua revelação, caso contrário, seria apenas questiona-lá sobre a real veracidade da (não) relíquia poderosa nas mãos da amiga, embora lhe fosse altamente preferível afogar-se nas águas sujas e poluídas da localidade a trair e os por em risco, correspondendo ao ágil raciocínio que se acendera através das faíscas de receio a atiçar o medo em seu coração, um olhar de soslaio fora enviado sobre as águas pouco próximas de si, um riso nervoso relutante a tremular seus lábios crispados, Faye faria qualquer coisa e exerceria quaisquer esforço possível, até mesmo retirar-se temporariamente de seu corpo físico, caso fosse de suma e irrefutável necessidade. Sua lealdade era algo inquestionável, algo que jamais mudaria dentro de si.

Suas mãos envolveram uma a outra, denotando ao falho fato de que se encontravam libertas, sem nada a prendê-la, isso apenas comprovara a hipótese de que, o garoto era demasiamente sem atenção a ponto de a permitir estar livre. Seus lábios sequer se desgrudaram e não tão cedo revelaria aquele pequeno detalhe.

E mesmo que não houvesse aprendido ao árduo ofício de nadar em águas turbulentas, ela não se afogaria, ao menos.

Assim que a música se iniciara em seus ouvidos, Fayrie verdadeiramente reclamou consigo mesma, era sério? Iriam cantar novamente e ainda naquele exato instante como fizeram no dia anterior? Seus olhos se reviraram, ainda fechados, o ar de seus pulmões escapou por seus lábios de maneira pouco delicada. Escutando as indiretas nada delicadas proferidas pelas garotas com uma certa carranca a tingir suas feições. O foco de suas percepções atingira a quebra das ondas selvagens contra o convés do navio negligenciado pelo tempo, o respirar profundo afim de revigorar seu próprio ser exaurido daquele núcleo caótico a seu redor; sobretudo, a denotar a falta de seu local de origem.

Huh, let's get this party started
I swear I'm cold-hearted
There's no negotiation
I'm not here for debatin'
You need some motivation?
Just look at Ben's face
Then ask yourself how long you think I'll remain patient
I'll throw him overboard and let him swim with killer sharks
You either hand over the wand or he'll be ripped apart

Ao menos, a voz que Uma portava era certamente bonita e poderosa, talvez irônico a contar com sua história.

Now, let's all just be smart
Although for you that must be hard
You'll get your wand
No one has to come to any harm
Don't try to intimidate
Your bark is much worse than your bite
Who's the baddest of them all?
I guess we're finding out tonight

Let's go, bring it on
Better give us what we want
It's the wand for the crown
If you don't, it's going down

Let's go, make your move
Peace or war, it's up to you
Give him up and do it now
If you don't, it's going down

We want the wand
Or else the king is gone
Your time is running out
You should really watch your mouth

Let's go, pound for pound
We're prepared to stand our ground
Put your swords up, put 'em up
It's going down

Yo-oh, ho-oh, oh-oh, make the trade
Yo-oh, ho-oh, oh-oh, or walk the plank
Yo-oh, ho-oh, oh-oh, make the trade (Uma, Uma, Uma, la-la-la)
Yo-oh, ho-oh, oh-oh, or walk the plank (Uma, Uma, Uma, la-la-la)

Okay, look, this is not a conversation
It's a do-or-die situation
If you don't give me back the king
I'll have no hesitation
I'll serve you right here
And I don't need a reservation
That way your whole pirate crew can have a demonstration
Release him now, and we can go our separate ways
Unless you wanna deal with me and the VK's

Ha ha, so that's your big speech, huh?
An empty ultimatum?

All it takes is one swing and I'll humiliate him
Matter of fact, make one wrong move and I'll debilitate him
And if he even starts to slip, I'll eliminate him
All it takes is one long look and I'll

Harry, we get it, chill

Let's go, pound for pound
We're prepared to stand our ground
Put your swords up, put 'em up
It's going down

Let's go, pound for pound
We're prepared to stand our ground
Put your swords up, put 'em up
It's going down

Hey, we don't have to choose
We don't have to light the fuse
Mal, whatever you do, it's gonna be a lose-lose
There's gotta be a better way (way)
Uma, I promise I'll give you your chance
You'll have your say

Silly king, you? Give me?
You're gonna give me a chance?
Well, not a chance

Yo-oh, ho-oh, oh-oh, make the trade
Yo-oh, ho-oh, oh-oh, or walk the plank
Yo-oh, ho-oh, oh-oh, make the trade (Uma, Uma, Uma, la-la-la)
Yo-oh, ho-oh, oh-oh, or walk the plank (Uma, Uma, Uma, la-la-la)

Todo o alvoroço criado por algum motivo que certamente, Fayrie se encontrava farta, a fada apenas havia aceitado que aquilo demoraria um pouco mais para ter seu fim concretizado e se sentara sobre o convés de madeira gasta e pouco confiável, suas pernas cruzadas uma sobre a outra afim de descansar seus calcanhares doloridos, mas ainda mantendo suas mãos atadas uma a outra atrás de sua costas como uma forma de pensarem que realmente estaria presa. O fato de Benjamim sequer tentar era algo que ao passo que a deixara orgulhosa, a deixara preocupada. Eles não iriam ceder.

   ̶ Espera, muito fácil.    ̶ Uma proferiu após perceber a entrega da relíquia em sua mãos, Fayrie percebeu o sutil nervosismo que tomou os amigos com a frase, denotou o olhar acentuado  de Evie sobre ela, relutando em realizar quaisquer movimento que pudesse levantar suspeitas ainda mais sérias sobre si.    ̶ Por que não faz um teste drive? Mas antes...

Os saltos das botas decoradas de Uma fizeram-se presentes a superfície amadeirada em passos decididos e confiantes demais para alguém que estava prestes a pavimentar seu próprio declínio, em um ímpeto duvidoso, a garota que se pôs próxima à si exerceu um leve movimento abrupto ao puxá-la para trás através de sua nuca, retirando apenas um objeção dolorosa pelo ato bruto de obrigar-se a olhá-la, o corpo inclinado da pirata sobre si ao sorrir em deleite a sua reação, Faye conteve as poucas palavras que pareciam desejar escapar por seus lábios; palavras nada apenas do que verdadeiras. Aquilo era uma batalha impulsionada por ego, o egocentrismo cegara a garota de tal maneira, que sequer mascarar o ódio sentido por ser meramente exposta perante a sua pior inimiga - quando a fada se atreveu a lhe falar sobre sua necessidade por holofotes. -  era inadmissível que alguém estivesse revirado algo tão pessoal e intrínseco quanto aquilo, uma cicatriz que embora sempre aparentasse estar prestes a cicatrizar, nunca o faz com êxito. Por um momento, sentiu-se culpada por tal ação, embora o arrependimento se dissolvesse em sua língua afiada e as palavras pouco dóceis que continha em sua garganta.

Sua própria respiração pesada fora contida em seus pulmões. Só mais algum tempo. Um suspiro entrecortado escapou por seus lábios bem delineados, um estranho arrepio cravado em sua cerne pelo toque nada cuidadoso realizado, a ponto de sentir os dedos esguios da semelhante se afundarem em sua pele.

   ̶ Recomendo que você tome bastante cuidado, fadinha. Caso contrário...

Apenas um olhar foi o suficiente para que seu fiel lacaio impulsionasse o corpo de Benjamim em inclinação aos mares revoltosos e obscuros, engoliu em seco com a ação inconsequente cujo coração inundado por preocupação palpitou em seu peito, seus olhos azuis-mar arregalados encarando de maneira rígida ao garoto de cabelo escuros e seu sorriso falho, oscilante em sua postura demasiadamente dramática, o alívio a percorreu quando fora solta pelo toque nada delicado, baixando sua cabeça para apenas esconder sua feição levemente pálida pelo susto, e o sorriso leve que circulou seus lábios ao vislumbrar Dude se esgueirar dentre as pessoas, por atrás de seus longos cabelos acastanhados parte de seu rosto trouxe a ternura a seus traços. Os olhos de Fayrie eram demasiadamente sinceros quando desejavam; o olhar lançado sobre o pequeno animal de pêlos caramelo, soubera antes da maioria ter se enfiado ao centro do conflito ao invadir o veículo, mas ainda sim se mantivera quieta e sensata sobre a pequena informação, Carlos e Evie trocaram uma postura cúmplice a mesma ideia da fada, e então Mal atuou como deveria.

Aquilo estava começando a se tornar complicado demais para seu próprio gosto. Mas iria se resolver. Esperava ao menos.

Após recitar um falso feitiço - que raramente funcionaria. - Mal conseguira convencer a todos ali, uma sutil prova era o sorriso mínimo, risadas estridentes e a euforia nascente sob a psique dos presentes, cuja floração fora sentida por si pelos meios da empatia em seu ser. Alheios sobre como uma possível libertação da barreira seria realizada; apenas a varinha da fada madrinha era inviável, necessitava de mais do que apenas a magia provinda daquela relíquia.

Céus, faltava muito pouco para poder voltar para sua casa.

   ̶ Me dá a varinha.

   ̶ O Ben e a Faye primeiro!    ̶ Negociou irredutível, seus olhos transitando a ambos por aquele lado, mas principalmente, apresentando um sinal delicado a Fayrie; o leve mover de sua cabeça em concordância a expressão positiva portada pela fada.    ̶ E ela vem sozinha, não confio em você.

Fayrie desviou seu olhar por segundos para suas costas, observando a proximidade da borda amadeirada perante a seu próprio corpo; tentada a usufruir de seus dons de nascença, erguendo-se lentamente ao saltos de suas botas longas ao prender seu olhar sob as íris esverdeadas de Mal, Uma aparentou ponderar por segundos roubados, a resposta ecoou em uma ordem natural em direção a Hook, aparentemente demonstrando desagrado pela desfeita; aparentando realmente desejar ver seu irmão de coração despencar dali, o que a fez transbordar em descrença. Assim que recebeu a confirmação que poderia retornar através de Uma - mais precisamente de um olhar pouco amigável e um aceno com as mãos. - e recebera uma sutil despedida do pirata loiro com quem antes dialogou, seu pés trabalharam rapidamente, correndo sobre as tábuas de madeira instáveis que representavam uma espécie de ponte pouco confiável, fora prontamente abraçada por Evie, Carlos e Lonnie, sentindo a mão de Jay sobre seu ombro por poucos instantes, apenas assentindo aos questionamentos despejados sobre si.

   ̶ Relaxem, estou bem.    ̶ Proferiu, embora sua voz soasse um pouco trêmula a seus ouvidos na realidade, a motivação pela qual seu corpo apresentava aquilo era justamente o contrário do que poderiam pensar; sua empatia ainda estava aflorada, a magia da cúpula dourada atiçara a sua de forma exagerada, ou seja, sentimentos conflitantes ainda a atingiam com certa intensidade.

E era torturante sentir o quão alegres e eufóricos, beirando a esperançosos, aqueles do grupo oposto estavam e ainda mais o peso de seus próprios sentimentos conflitantes. E o pior ainda estava por vir.

Seus braços desesperamente envolveram ao pescoço do melhor amigo, em um abraço aconchegante e semelhante ao da noite anterior - um pouco mais caloroso pela presença de toque físico para além de suas consciências. - na qual ambos haviam dialogado, seu aperto igualmente necessário sobre o corpo de Faye, em busca de sobretudo, esquecer ao peso de estar ao lado de sua recém ex-namorada. Deveria ser um carma.

Não portava um ressentimento amargo em relação a garota de olhos verdes cujo o anelar, um dia, portou um anel que selava o compromisso entre ambos; talvez um arrependimento sincero por suas atitudes rasas ao decorrer do curto relacionamento entre ambos. Arrependimento.

   ̶ Tome cuidado.    ̶ Alertou a fada, Benjamim não entendera o motivo de seus lábios proferirem aquilo tão rapidamente mas, sua expressão parecia incoerente; beirando a confusão por suas palavras, seu olhar atento aos oponentes assim que a voz de Uma selou um feitiço, transitando entre a dúvida e a determinação ao recusar seu próprio temor, observando ao leve vibrar do solo a seus pés perante ao estrondoso trovão que cortou os céus para além da cúpula.

A magia envolveu suas mãos aguardando pelo conflito que se formaria, a espada herdada sendo formada através de sua magia límpida. Não pretendia lutar, pretendia se defender caso necessário.

Como seu pai havia lhe ensinado. Definitivamente, era uma filhinha do papai.

Seus dedos se firmaram sob a lâmina quando o grito irritado de Uma sobresaiu aos ruídos inconstantes de seus próprios pensamentos, a explosão de cores sob céu obscurecido selara o princípio daquilo que pelo visto, deveria acontecer...

Sua intuição lhe dizia. Sobretudo, quando o conflito se intensificou e passou a ter que se defender.

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𝔖ua atenção e sentidos ataram-se a imagem distante do amigo, presos por um segundo a Ben e Jay e seus respectivos oponentes quando, após um passo decidido em seu encontro, seu corpo parou. Em um rápido aflorar de sua intuição guiada por uma inconsciente percepção de perigo, abaixou seu corpo sobre as próprias pernas em um equilíbrio invejável que sequer a fez cambalear; ser uma fada com asas lhe auxiliava, erguendo-se lentamente ao observar a figura da capitã a encará-la ruidosamente por através das longas tranças turquesa em seus cabelos, exalante em puro desdém e ódio enrustidos quando uma risada baixa escapou pelos lábios de Uma, recuando seu corpo com o ressurgir da arma prateada a acontecer em suas mãos e o aproximar lento - como de um predador prestes a atacar a oponente. - em movimentos calmos e bem polidos demais para alguém que não parecia aguardar pelo ataque. Seus lábios entreabertos pela respiração ofegante que inundava seus pulmões fecharam-se, liberando um último exalar pesado através de suas narinas, atenta ao mínimo sinal de movimentação.

Seus ombros baixaram-se em sincronia ao nublar de sua feição, os dedos folgados tendo o aperto intensificado.

Assim que a garota à sua frente ergueu a espada em sua direção, desferindo um golpe certeiro sobre seu corpo, a própria espada em suas mãos a impediu de completar seu propósito com êxito, pondo-se como um obstáculo, sendo segurada com suas duas mãos e erguida para sua portadora conforme se aproximava. Uma forçava-a cada vez mais em direção contrária e Faye sentiu o contato leve de seus braços contra um dos mastros amadeirados que compunha toda estrutura do barco, indicando a insuficiência. Algo que foi mudado quando a magia em seu âmago despertou para protegê-la.

Envolvida sobre a arma, a névoa esbranquiçada provinda de suas mãos ocasionou a raiva mais profunda sob o coração da vilã, ainda irada pela enganação que o grupo houvera realizado. Fayrie entendia, desgostava de mentiras tanto quanto a tudo aquilo que ocorria naquele momento.

   ̶ Magia é uma arma pra pessoas fracas...    ̶  Esbravejou Uma, as íris azuis cintilantes da fada apenas se intensificaram ao vinco ressurgido entre suas sobrancelhas, ofegou em surpresa quando a força exercida sobrepôs a sua novamente, ocasionando um arranhar metálico desagradável entre o par de lâminas perante aos tremores de ambas, ainda procurando manter-se firme em seu aperto a ponto dos nós de seus dedos estarem completamente brancos e seu pulso tremer. Voltando a afastá-la da área cujas tentativas de atingí-la eram exercidas; a área lateral de seu pescoço.    ̶ Pensei que não seria tão baixa para alguém que se diz tão justa. Mas isso faz parte do seu povo. 

A risadinha meramente surpreendente de Fayrie fez, dessa vez, a expressão duvidosa surgir em uma excêntrica fusão a feição enraivecida da primogênita de Úrsula, um riso nasal calmo pendido ao nervosismo e a ironia, um genuíno prelúdio do que seus lábios tremeram e disparam-lhe em suas próximas palavras cortantes.

   ̶ Exigir equilíbrio em uma situação de desvantagem é muito previsível, sobretudo quando o motivo pelo qual estamos aqui, neste exato momento, em toda essa luta foi promovido por um meio tão desbalenceado quanto as pessoas que o guiaram a isso...    ̶ Comentou de forma leve, abandonando aos ares nada graciosos ou correspondidos a seu tom como um comentário insignificante, sua voz pacífica beirando a uma provocação bem pensada e ensaiada para ser dita naquele exato instante, a percebeu estremecer perante a cada sílaba escapante por suas cordas vocais um tanto trêmulas, antecedente a outro acesso de ira que a dominou por completo, a lâmina herdada por seu pai tremeluziu aos primeiros e remanescentes raios solares que adentravam a cúpula dourada, a luz solar subitamente aparentava um aumento em sua distribuição sobre a ilha, isso talvez, explicasse o aumento súbito de temperatura em sua cerne, um calor reconfortante distribuido sob em seu âmago.    ̶ Resumindo; é muito fácil e necessário exigir justiça quando se está perdendo, Uma. Afinal, cada um luta com o que tem em mãos, não é? De onde eu venho, isso também tem um nome muito específico.    ̶ Fayrie aproximou-se de sua oponente em um afronte interessante, ainda impedindo que a espada portada em suas mãos a atingisse apesar da força exercida sobre ela se tornar mais intensa e suas costas serem pressionadas contra a estrutura a suas costas, retirando-a objeções de irritação conforme suas ações preenchiam a raiva e rancor transbordantes da citada e a cegavam com seus próprios sentires, as íris azuladas fixas no rosto feminino em sua frente ao pontuar aquele único dilema, aquela única palavra. Um sorriso fixado em suas feições ao atingir a parte chata da lâmina contra sua igual, a afastando;    ̶  Hipocrisia. Tal qual a que diz a odiada Auradon portar, reside em você...

Em um ímpeto vingativo, uma última tentativa impensada de atingir Faye foi exercida; demasiadamente guiada por péssimas emoções para pensar duas vezes. Apenas sentiu algo a atingir com força sem nem mesmo poder tocá-la ou perceber um toque, somente o simples encostar de suas espadas e um ruído desconfortante permaneciam em sua memória anterior, a afastando da fada e a pondo de joelhos sobre o convés do próprio navio ao ansiar por ar devido a alta intensidade do golpe desferido. Observando com incredulidade aos resquícios da magia límpida que a atingiu o corpo se dissiparem aos poucos pelos ares obscuros, pairando sob a madeira à seus pés. Seus olhos castanhos passearam a direção oposta, atados a falta das íris azuis intensas sob os traços da fada. Ocupadas por uma etérea e pura luz de um abismo tempestuoso de poder que os tomou por completo naquele instante roubado, a anomalia vislumbrada fora revertida e voltara a apresentar sua normalidade, os olhos claros de Fayrie brilhavam naturalmente a luminosidade solar irradiante e suas íris restabelecidas a encarando com algo mais do que simples pena; com piedade talvez, ou apenas relutância em crer na aparente irreal manifestação de seu poder, irreal para alguém que sequer usufruiu daquilo por muitas vezes para ter obtido um certo controle.

A ascensão daquela liberdade por um curto período de tempo fora divina. Era como se tudo se encaixasse e nada pudesse faltar; sentia-se completa como nunca antes.

Por um momento, no qual seus olhos fitavam as próprias mãos, fora a bomba de fumaça arroxeada lançada que havia obstruído sua visão da oponente prestes a se reerguer e exercer outra falha tentativa de ataque, em outro apenas se virou, observando Mal lancar uma piscada discreta em sua direção, seguida de um sorriso simples a delinear seus lábios. Em concordância a quem havia auxiliado.

A amiga se aproximou, situando a mão em seu ombro ao sinalizar o recuo e retorno da fada a sua rota; a instigando a partir e não lutar mais do que já houvera feito - derrubando três ou mais piratas aos mares - sabia que Fayrie estava cansada por seu respirar apressado e desacostumada a tanto em um intervalo tão curto de tempo. E era o que pretendia ao correr dentre o conflito, até sua atenção estar completamente focada no debate entre Jay e Harry Hook que ainda perdurava, amaldiçoando a si mesma pelas ações que sua própria mente pôs-se a cogitar...

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𝔒s olhos azuis tempestuosos do pirata procuravam com avidez por apenas um pequeno vislumbre do objeto tão emocionalmente interligado a seu âmago, seus pensamentos orbitando ao redor do amargo temor em perder o único objeto que o fazia sentir-se o mínimo de proximidade com o pai, a pequena e quase inexistente semelhança entre ele e o magnífico Capitão Gancho, cuja sua admiração pertencera a boa parte de sua vida, cujo objeto herdado fora jogado por aquele que Gancho um dia, solicitou em um lugar de sua tripulação ao invés de seu próprio primogênito.

Aparentava ser o pior dos afrontes e ironias existentes.

Até perceber o arranhar metálico do mover de uma arma próximo demais de sua nuca, engolira em seco, esperando profundamente o sanar do raso nervosismo que acometeu seu ser, seu olhar atento abandonara as águas poluídas, amaldiçoando sua própria incompetência ao entregar-se a sua preocupação e esquecer do embate intenso que ocorria a sua volta, mas, apenas o que seus olhos puderam vislumbrar fora o rosto completamente descoberto daquela que ocasionara a pequena cicatriz ardente em seu rosto, pouco acima das maçãs bem definidas em suas feições aparentes como o maxilar trincado pelo receio, suavizado em seu aperto ao denotar o sol escasso - ainda que estranhamente mais intenso do que de costume, já que a cálida sensação de aquecimento sobre sua pele pálida lhe era novidade. - banhar ao acessório reconhecível pendendo sobre a admirável e bem lustrada espada que pertencia a fada gentilmente envolvida em seus dedos, cuja expressão continha um sorriso leve de ar de tranquilo que beirava ao assustador, não de triunfo e satisfação; mas de alívio, calma e plenitude, algo que proveria confiança a alguém que não a conhecia, seus ombros moveram-se para cima e para baixo como uma resposta a feição desconfiada de Harry Hook, inclinando a lâmina levemente para frente para que o adereço escorregasse a sua direção.

   ̶ Vai pegar agora ou prefere que eu jogue no mar e você seja obrigado a nadar ali para conseguí-lo novamente?   ̶  Questionou calmamente após segundos perdidos, ignorando aos chamamentos de seus nomes, uma risadinha ao final da frase adicionara certa graciosidade a sua doçura exacerbada, sua educação impecável não o irritara como imaginava, a única percepção que se manifestou em seu peito naquele momento fora de incredulidade por sua atitude amistosa.    ̶ Bem...não permiti que fizesse algo com meu colar, então, nada mais justo do que eu devolver o seu objeto.

Explicou, o inclinar finalmente fez com que o objeto quase deslizasse ao convés envelhecido, mas os reflexos do pirata não o permitiram mesmo que seu torpor ainda dominasse suas percepções, envolvendo seus dedos com intensidade ao redor do gancho prateado que brilhava conforme a luminosidade diurna avançava rumo à seu ápice, então a percebeu afastar-se em passos longos para trás, ainda com o sorriso a dominar seus lábios bem desenhados.

   ̶ Você...se acha muito espertinha, não é?    ̶  A voz do garoto reverberou em seus ouvidos, a brincadeira amarga e o sarcasmo denotara ainda mais destaque ao sotaque belo que o pertencia.

Cada passo dado em sua direção resultava em um recuo do corpo da Fada para a direção contrária, cujo sorriso leve ainda prevalecia sobre sua expressão alegremente iluminada, ao sentir seu corpo encostar sob a superfície amadeirada e seus dedos se cruzarem de forma intensa ao entorno da proteção, impulsionando-se para cima ao se sentar sobre o corrimão, Faye confiou no que poderia realizar. O cenho do citado franziu-se em dúvida diante a ação, embora soubesse o que de certa forma ela pretendia realizar, as pernas de Fayrie a afastaram para trás, inclinando levemente seu corpo para a mesma direção, enquanto ainda o via aos poucos abandonar ao ódio e tomar a curiosidade como sua fiel questionadora.

   ̶ Acho que sou princesinha cor-de-rosa demais para isso...mas sim, me acho muito espertinha, Hook.    ̶  Brincou, seus olhos azuis fixados sob a feição pouco irritada de Harry que por um instante, pendeu a um leve divertimento com o tremer do canto de seus lábios em um sorriso ladino de suas feições, sua mente lhe relembrava sobre o quão as de sua espécie eram "traiçoeiras" segundo as histórias que escutara na infância. Tanto que cogitou estar enfeitiçado de alguma maneira pelo o sutil e pequeno fraquejar.    ̶ Eu falei a verdade, não posso mentir. É uma pena que não tenha acreditado em mim, Gancho...

Um único passo de Hook dado após suas palavras, e ela lançou seu corpo para trás sem o mínimo temor ou hesitar. Utilizando suas asas que se formaram de imediato através da magia que, por uma vez confiou em todo o seu ser, contornos que entrelacaram-se como os fios de seu destino e brilharam perante ao renascimento de um brilho expansivo pelos céus.

Era a primeira vez que vira uma fada em sua vida, fora de descrições rasas e superficiais do maior odiador de sua origem. Mas em contraparte ao que acreditava não sentira uma avassaladora tentação em destruir sua espécie; estava intrigado, talvez em um leve choque que seria dificultoso de superar, por algum tempo.

Por algum tempo.

E isso poderia o enlouquecer ainda mais.

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𝔓ermitiu com que seu corpo tenso pudesse descansar sobre os assentos macios do limusine, deixando com que sua necessidade por descanso não a impedisse de deitar-se por instantes, abandonando-se exaustivamente sobre o estofado, inspirou o ar que ainda escapava de maneira descontrolada por seus lábios entreabertos e a tentar com todo o ser ser compreender a estranha densidade da aura emanada por todos ali no interior do veículo, mas principalmente; pelo casal separado por sua ilustre presença entre eles, algo que ambos necessitavam veemente ao que parecia para sua pessoa. Suas mãos alçaram a jaqueta em seu corpo reerguido, deslizando-a por seus ombros e braços até que estivesse sem a peça, com certo cuidado pelo carinho que sentira pelo presente dado. Assim que impulsionou-se para frente, outra dolorosa sensação se espalhou por suas têmporas, obscurecendo sua visão por meros instantes pouco perceptíveis, mas incômodos.

Não poderia ser outra coisa, além de uma dor de cabeça rotineira...certo? Bem, poderia acreditar de maneira momentânea em tal fato caso desejasse, se não houvesse uma pequena desconfiança a esgueirar-se pelas sombras de sua mente naquele exato compasso. Embora as preocupações voltassem a agitar os mares turbulentos de sua mente, sua atenção atou-se apenas as palavras defensivas proferidas por Ben e Mal. O casal obtinha ideias destoantes; e por uma terrível ironia, Fayrie estava entre ambos.

Tanto em opiniões, quando em relação aos lugares.

Com isso, o restante da viagem fora regida em um clima desagradável que pesava sobre si a algum tempo; um tanto de decepção e mágoa disseminados sobre a atmosfera silenciosa, embora a presença de Dude que abandonara ao colo de Carlos De'vil para deitar-se sobre o seu - abandonando ao dono em uma expressão falsamente dura, transbordante em traição. - estivesse suavizado o terrível fardo que sua empatia aflorada lhe trazia, acariciando ao animal com cuidado enquanto sussurrava que estava orgulhosa por sua participação. Agora Dude poderia retribuir as palavras doces que a fada atribuira a ele com algo que não eram apenas lambidas desesperadas ou pulos sobre meu corpo, sua tutora favorita poderia o escutar dizer que ela era a mais incrível para ele. Ele amava Carlos, ele era seu tutor favorito para atazanar e ocasionar problemas. Mas Fayrie era aquela que sempre encontrava algum tempo durante as aulas para estar com ele quando Ben não poderia, antes de ter a presença do mais novo. Havia vezes nas quais a própria havia o levado para seu próprio dormitório, que por sinal adorava estar.

Ao chegar em Auradon, Fayrie sabia que algo precisava ser esclarecido entre os quatro, algo que apenas eles entenderiam entre si e caso necessário; os aconselharia separadamente, se distanciou assim que abandonou ao automóvel, em uma agilidade e silêncio que sequer notaram a falta de sua presença, direcionando-se ao cômodo que lhe pertencia. Chorar arduamente pelas próximas horas tornariam-as pesarosas, e Fayrie obtinha uma leve impressão de que, caso seus lábios se abrissem para evidenciar e explicar certas questões, ela não conseguiria conter-se o suficiente.

O restante daquele caótico dia fora abastecido da exata calmaria emanada do vistoso e imponente clima perfeito ao exterior; o sol espalhava seus raios necessários sobre as folhas esverdeadas das plantas ou os aromáticos botões de roseiras espalhadas por todos os arredores, aguardando pelo retornar do período de seu mais belo desabrochar para espalharem-se pela harmoniosa paisagem, junto à aquelas que já haviam o feito e ocupavam-na com seus tons avermelhados ou esbranquiçados, sobretudo, a brisa fresca trazia consigo o canto afinado dos passarinhos que pareciam retribuir pela dádiva de tal perfeição com algo que pudesse ser tão divino quanto. As adoráveis rosas que espalhavam-se sobre o que poderia vislumbrar estavam em constante floração, uma gentil presença e lembrança ao conto que construira Auradon; as flores, sobretudo vermelhas, eram enfeitiçadas para sempre aparecem, um presente de Adam para Bela, uma promessa para que agora, acreditasse que teria todas as rosas que poderia desejar.

Inegavelmente contrastante a agonizante noite anterior e madrugada que o antecederam em seu passar arrastado, Fayrie houvera se entregado ao sono reunido em seus sentidos quando, após retornar a seus tão adorados e familiares aposentos e principalmente, a cama de lençóis macios que haviam sido trocados a pouco, deleitou-se por instantes roubados sobre os travesseiros macios e confortáveis, sem sequer retirar de seu corpo de maneira completa o traje feito sob medida para si. Ela precisava dormir, nem que fosse por poucos minutos.

Após despertar de seu curto descanso, embora suas pálpebras ainda pesassem e seu ser implorasse veemente por mais de seus lençóis, para que tornasse a mergulhar aos poucos sonhos estáveis que ainda possuíam seu sono, obrigou seu corpo dolorido a se levantar e realizar seus ofícios para que em horário mais tardio, se permitisse sair como Jay e ela houveram combinado; retirando ao restante das peças que mantiveram-se ali para que pudesse, ao menos, desfrutar de um banho morno que relaxaria seu corpo com algum tempo a mais, além de resultar na escolha de suas roupas e acessórios mais leves para se vestir naquele restante do dia. Não antes de organizar e guardar as que havia ganhado de Evie em seu traje de ilha, por um momento, seus olhos azuis se iluminaram com seus pensamentos arteiros - fixos sobre o símbolo desenhado às costas da jaqueta que ganhou como um presente gentil, logo a abraçando por intantes. - e uma risada baixa percorreu o ambiente preenchido pela solitude necessária, por tudo o que acontecera consigo, ainda havia certo deslumbramento e gratidão por tê-lo vivenciado, sua pequena criança interior deveria gargalhar e desferir pulinhos empolgados ao se lembrar de que por fim, pôde vislumbrar o local que tanto questionara sua mãe; ela estaria feliz, mesmo diante as péssimas circunstâncias.

E além deste pequeno fato, seu maravilhoso vestido de gala finamente poderia ser vestido e visto em sua totalidade após os últimos toques terminados naquele dia, juntamente as joias já separadas sobre sua penteadeira clara, cujas combinações seriam decididas assim que o tivesse em mãos.

Algo que a acalmava e ao mesmo passo, a deixara eufórica.

As aulas estavam livres naquela tarde abençoada pela bela sinfonia de paz que a compunha, com o aproximar do badalado baile de "noivado" ou "anunciação de noivado"; que alegavam ser os melhores termos para descrever tal evento, uma cerimônia que deveria celebrar o amor entre Mal e Ben como algo único e belo em todo a infinidade dos contos conhecidos, além de selar seus futuros vínculos como um casal soberano embora ambos ainda estivessem feridos com os eventos mais recentes, algo desconhecido pela maioria que sequer soubera todo o caos que ocorrera, os preparativos e últimos detalhes necessitavam de uma infindável atenção, esta que a Fada Madrinha possuía com exímio após anos realizando o trabalho que lhe fora designado, portanto a mais velha se predispunha a ajudar sua adorada filha Jane e com tal conflitância, a Auradon Prep não poderia estar sem sua mais alta autoridade. Apenas aulas extracurriculares poderiam ser frequentadas, caso assim desejasse.

Bem, ao menos não havia perdido suas aulas. Pensou, um alívio atingindo-a a consciência ao recordar-se deste pequeno evento, no qual apenas durante seu longo banho viera a sua mente, fechando seus olhos lentamente, ansiou para que a tranquilidade pudesse se espalhar por seus pensamentos e tornar aquele pequeno momento algo proveitoso para si, como se as gotículas de água aquecidas que atingiam sua cerne pudesse as conduzir.

Partiu de seu longo momento de relaxamento, inspirando de maneira calma ao observar a variedade de vestimentas - sendo a maioria, vestidos de distintos modelos, tecidos e tonalidades azuladas. - penduradas em seu armário pelos numerosos cabides prateados, organizadas de seus tons de nuances claras as mais obscuras em um atencioso degradê perfeito que naquele instante, se perguntara como fizera aquilo com tanto cuidado e paciência investidos ao sorrir leve como resultado a agradável sensação de orgulho. Mas seu adorado momento de escolha fora interrompido ao escutar o bater leve em sua porta, abandonando o vestido claro que houvera sido pego sobre a cama meramente desorganizada, abrindo-a ao focar seus olhos claros sob o médio objeto a seus pés.

A caixa branca de tamanho relativamente grande fora delicadamente posta em suas mãos, como resposta abraçando-a contra o corpo ao livrar sua destra que agarrava-se a maçaneta dourada afim de se recolher novamente em seu dormitório, apenas de cor sólida sem nenhum outro ornamento em específico ao qual poderia ater-se ou a levar a presumir sua origem além da dupla de fitas que mantinham fechada, havia acabado de finalizar seus fios ondulados portanto ainda se encontravam bastante úmidos, caindo sobre os ombros cobertos pelo grosso e aquecido roupão branco-gelo que trajava por ter acabado de sair de um banho quente para relaxar seu corpo da adrenalina que o percorreu e a ansiedade que inundava seu ser, seus olhos se atentaram a ela com curiosidade guiando suas mãos até o feixe que a abriria quando já houvera se sentado a frente da penteadeira que agora se encontrava em outro ponto do extenso local.

Abriu-a com delicadeza em busca de não danificá-la caso algo frágil estivesse ali, seus dedos tocaram o feixe, explorando o relevo desenhado sobre o mesmo através do tato, seu corpo aquecido reagiu a gélida superfície que sentiu assim que o fez, sensação essa que apenas se intensificou ao visitar seu interior; notando apenas a "pequena" tiara encrustada por brilhantes, pérolas rosadas pouco opalescentes - reflexos de tons variáveis e diversos. - detalhes assemelhados a flores de pétalas de tons parecidos, moldados a botões de rosa delicados ao princípio de sua floração após os primeiros raios de sol depois de um rigoroso inverno, perfeitamente colocada ao centro da caixa junto à algumas peças douradas reluzentes do mesmo acervo e coleção de joias que a rodeavam, sentiu sua mandíbula afrouxar levemente com a surpresa que lhe acometeu com a beleza e delicadeza de cada uma das peças entalhadas a pura perfeição, o dourado presente invadiu seus olhos.

Eram inefáveis! pensou ao pousar seus dedos delicados sobre a peça principal, alisando sua superfície para provar-se como algo que poderia tocar, seus olhos azulados estavam encantados com a rara beleza jamais vista por eles e ornamentavam perfeitamente a construção dos detalhes de seu vestido para a noite.

A sensibilidade de cada uma das peças a fizera concluir que aquilo deveria ter sido feito a sua medida.

Um envelope de papel de textura lisa, tingido ao rosado e emanado a um aroma de rosas que atingira suas narinas fora encontrado por suas íris bonitas e a fizera, pela curiosidade, ignorar o pequeno incômodo que surgira em seu nariz franzido pelo sentir do mesmo, preso sob a superfície cuja visão era possível apenas se aberta, suas mãos buscando observar a assinatura quase perfeitamente desenhada; de uma tonalidade tão dourada e cintulante quanto as peças do acervo de joias ali que cintilavam a luminosidade amarelada que irrompia as vidraças em seu quarto, um sorriso iluminou seu rosto, atingindo toda sua expressão em uma euforia transbordante ao denotar o simples nome, ou nomenclatura que a combinação de letras formava, o nome reconhecido de sua princesa favorita; Bela. É claro!

Seus dedos buscaram remover o selo com cuidado e afinco, ansiando por não ocasionar danos a algo tão afetuoso ; moldado a uma rosa em seu desabrochar - é claro. - retirando a carta de aparência envelhecida e a desdobrando, seu corpo fora projetado para frente, inclinando-se ao apoiar os cotovelos sobre a superfície clara de sua penteadeira para uma postura de leitura pouco mais confortável, capturando cada pequeno detalhe que fora registrado sobre o papel conforme o sorriso em seus lábios delicados se estendia.

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Olá querida, há tempos em que não a vejo andar pelos corredores do Palácio e confesso; sinto falta de tê-la com Benjamim - e de roubá-la dele pela paixão por livros e romances partilhada por nós duas, de nossas conversas e chás da tarde interrompidos pelo leve ciúme de Ben quanto ao seu tempo passado comigo. -, soube de tudo através de Adam após algum tempo do acontecido, mas obtenho a ilusória impressão de que ele jamais me revelaria caso eu não estivesse o obrigado com o poder que sei portar sobre ele, pude entender o porquê de seu afastamento e apesar de parecerem palavras vagas; eu sinto muito por tal transtorno meu amor, és a principal que confio e sei que jamais faria algo para ferir ou violar a integridade de outra pessoa a menos que lhe fosse de suma necessidade, aquele garoto sempre fora certamente destoante da gentil e amável mãe com a qual crescera; e talvez, por isso ele crescera de tal maneira. Um mimado egocêntrico, características que me trazem lembranças nada agradáveis a mente...

...Imagino que saiba sobre quem estou a me referir!

Este pequeno presente fora dado a mim - junto a muitos e muitos outros. - após minha chegada, se é que poderia chamar assim o pequeno fato de que as circunstâncias me obrigaram a permanecer ao lado da Fera e, embora não me cause arrependimento, pode soar estranho para você. Mas nunca cheguei a usá-la sobre minha cabeça, entre um enorme acervo de joias disponíveis a mim, eu na época, ainda preferia a uma simples coroa de flores ou tranças ou um livro talvez, obtinha o poder de escolha sobre o que usaria ou faria, tendo o perdido com o passar de meus anos como rainha, um árduo ofício que exige renúncias maiores do que seus próprios benefícios. Após anos apenas guardada sob as lembranças pouco relevantes em meu conto e nunca contadas sobre páginas de um livro, resolvi enviá-la a você. Minha única e considerada afilhada que tanto adoro. Considere um pequeno presente para comemorar seu aniversário, mesmo que um tanto demorado ao dia tão memorável de seu nascimento.

Conversei com Evie a alguns dias atrás, adorável Evie, uma garota tão prontamente disposta e pura para me ajudar que jamais poderia pensar sobre ela de tal forma se não a estivesse conhecido. Não negarei que talvez, influenciada pela fama de sua mãe, mas a adoro, sua amiga me deu detalhes de seu vestido para o evento que tornou minha decisão ainda mais acertada, ela fora quem escolhi para guiar-me em minha escolha e lembro de quão seus olhos brilharam ao pousar sobre esse acervo em especial (principalmente a sua euforia e pulos empolgados, enquanto me dizia efusivamente que era o ideal.). A agradeça e espero vê-la usando-a em sua maneira mais bonita, em quem você realmente é.

Com amor, Bela. ❞

A fada azul olhava para a amiga com olhos amorosos e gratos; Bela fora uma incrível pessoa que houvera cruzado o caminho de sua pequena fadinha tão semelhante, a princesa que vira se tornar uma governante era extremamente valiosa para ela, a mulher cuja obtinha traços em comum havia ajudado-a em bons e maus momentos, o apoio ofertado durante alguns de seus dilemas e o carinho depositado em sua Fayrie era o que a deixara ainda mais emocionada perante a tênue ligação de amizade que as envolvia; e ainda se estendera a seus respectivos herdeiros. Bela sabia de pequenos fatos que rodeavam a vida de ambas que sequer outros poderiam imaginar.

   ̶ Eu agradeço. Por tudo o que já fez e faz pela minha menina.    ̶ Proferiu, as lágrimas nascentes em seus olhos foram evitadas por si, ao retirá-las de seus olhos azuis antes mesmo que aquilo viesse a ser um choro, as mãos calorosas da amiga sobre as suas, tocando-as em um gesto reconfortante.

   ̶ Não me agradeça, sabe que ela é uma benção...

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Seus dedos que antes a abriram, cuidadosamente fecharam o papel em suas mãos ao abandonar sua risadinha leve aos ares do ambiente, talvez para sanar o brilho cristalino sobre suas íris únicas, retornando a sua forma demarcada para caber perfeitamente ao envelope intacto que por sorte, conseguira manter tão belo quanto lhe fora entregue em mãos, um sorriso em sua expressão que doía em suas bochechas e ainda sim, não abandonava seus lábios; ela estava feliz e um tanto emocionada por ser lembrada pela mulher mais velha, encarou por segundos seu próprio reflexo ao espelho a sua frente, vendo-se refletida apesar do embarçar em sua visão perante as lágrimas crescentes, as últimas palavras de Bela ecoavam em seus pensamentos como uma verdadeira e melodiosa frase que precisara escutar, e talvez escutara por tantas vezes, embora somente naquele exato instante no qual seus pensamentos a guiavam por aquela pequena centelha, a que obtinha as respostas que deveria desejar por através de caminhos obscuros, poderia compreender com exatidão. Somente ao momento no qual seu ser e sua consciência estivessem preparados o suficiente para ter tal percepção a inundar seu coração com aquilo que deveria sentir.

Ainda encarando seu reflexo, após secar as poucas gotas que haviam caído por seus olhos, denotara que sua aparência física demasiadamente delicada e afável continuara a mesma, o formato de seus lábios, olhos, nariz, cabelos e rosto, características que a tornavam uma personificação de seu interior belo, tudo permanecera como sempre foi e como sempre fora vangloriada pela dádiva de apenas obter seus traços naturais, abençoada pelos genes de seu pais mas mesmo que pudesse renegar a tal fato por mais algum tempo, apenas a mentir e enganar a si mesma de forma errônea e um tanto portadora de uma cruel hipocrisia, havia algo distinto do que seu ser sempre foi.

O brilho em sua íris.

O azulado vívido que portavam permanecia tão inebriante e único quanto os mares de águas límpidas cujas as ondas calmas banhavam as areias da costa, e, embora a ternura e amabilidade infindável permanecesse e aos poucos o cansaço e negatividade que antes emanavam se postos em evidência dissolviam-se dado às lágrimas que haviam escapado sem que pudesse as impedir, ou melhor, sem que sequer tentasse ofuscá-las, dando-lhes a liberdade necessária para expressar aquilo que tanto um dia buscou ocultar; era notável que os pequenos resquícios a ondular sobre elas eram mais do que seu raciocínio poderia mensurar, algo etéreo e bonito assemelhado aos astros que tanto adorava vislumbrar ao céu escuro, as estrelas cintilantes ou como uma gentil dança das auroras boreais. Uma parte de si que era tão bela e merecedora de seu orgulho quanto ao restante. O restante daquilo que a definia como uma única pessoa, em seu mais profundo significado de "sua maneira mais bonita e deslumbrante de ser."

"   ̶ Já vi muitas almas poderosas garota.    ̶ A voz firme, grave e poderosa ressoara por seus ouvidos como um dos trovões selvagens que tornavam o solo trêmulo a cada ressoar, o colar pertencente a seu âmago mais profundo sendo devolvido sobre suas mãos ao levantar-se lentamente sobre seu corpo extasiado, cintilante em um tilintar fraco a correspondência da sutil tonalidade acentuada em suas íris, recuando de forma falha em passos pouco perceptíveis, seus olhos azuis, acobertados pelo capuz escuro em suas cabeça, atados a vislumbrar o rosto desconhecido, o agitar em sua respiração denotando o gélido arrepio cravado em sua cerne com o surgimento daquelas palavras em seu pensamentos.    ̶ Você é uma das mais raras em todo mundo mortal; há muito poder e em contraparte a isso, ainda emana bondade e empatia pura. Muitos se corrompem até o âmago para ter o que você nasceu para portar desde seu primeiro dia sobre esta terra."

E essa parte, bem, ela era sua magia, em sua forma mais pura, era a benção que lhe fora dada por algum motivo que não conseguira entender em sua totalidade. E sabia o que deveria fazer para estar em sua maneira mais bonita, perante a todos.

E embora isso pudesse lhe causar pequenos impecilhos, estava disposta a tal risco. E sinceramente, após tudo o que enfrentara, um conselho de idosos meramente enfurecidos por sua existência era algo mínimo perante a tudo que vivera (ou viveria).

Já devidamente vestida, seus olhos se perderam a própria imagem refletida sobre o espelho; observando avidamente ao vestido acinturado de mangas longas e soltas cujos pequenos bordados feitos em seu final eram pouco visíveis, quase esvoaçantes devido ao tecido, uma peça mais leve e agradável para um dia tão ameno e de clima perfeito; suas costas expostas de maneira parcial a peça um pouco mais curta do que seus joelhos, os all-star azulados que havia trazido de casa consigo como uma lembrança adorável em seu pés - uma gentil associação a seu lar de nascimento - o colar de cristal como de costume pendendo em seu pescoço junto a um par simples cuja a corrente prateada combinada a aquela que pendia em sua cintura (atuando como um cinto com representações pequenas de estrelas) o trio de anéis prateados e cravejados pelo azul em seus dedos harmonizados com os brincos de pedra única escondidos por seus cabelos que emolduravam-lhe lindamente o rosto, além de uma delicada tiara que perdia-se dentre as mechas acastanhadas com requintes azulados livres, quase isentas de umidade em sua totalidade naquela altura, permitindo com que as ondas fechadas que o compunham formassem aparentes cachos sobre seus ombros.

Aprovando a combinação em um menear positivo de sua cabeça e o sorriso mínimo projetados em seu reflexo antes de afastar-se, seus pés apoiaram o peso de seu corpo as pontas de seus tênis que logo não se fizeram mais necessário; já que suas longas asas ressurgiram a suas costas e aos poucos, se moveram, as mãos agarradas ao que desejava no alto da prateleira repleta por exemplares exposta sobre sua escrivaninha bem organizada, um livro de capa escura e detalhes cintilantes costurados sob o couro que fora folheado, logo, capturando consigo mais dois exemplares que lhe foram dados como presentes, histórias distintas que repentinamente haviam atiçado seu conhecimento, os três livros espalhados espalhados sobre os lençóis abarrotados de sua cama após o repolsar de seu corpo sobre as camadas de tecidos confortáveis, seus pés ergueram-se, balançando-os sobre a cabeça conforme buscara naquelas páginas, uma recapitulação minunciosa dos contos que já lera.

Após alguns minutos de leitura ávida, uma batida sobre a superfície amadeirada que guardara seu dormitório ecoou pelo cômodo, seus olhos azuis retirados das obras clássicas que antes lera ao se erguer e permitir com que o amigo adentrasse o espaço.

   ̶ Podemos ir?    ̶ Escutou-o questionar com um leve sorriso a surgir ao canto de seus lábios, como uma maneira silenciosa de assentir, Jay estava com o exato uniforme que aqueles do clube de luta utilizavam; os tons gritantes e significativos de amarelo e azul vibrantes que não apreciava plenamente a combinação, e a espada de prata que carregara reluzia com a excessiva luminosidade que atingia o quarto, mas tal percepção apenas atiçou seu olhar desconfiado, seus olhos estreitados ao questionar;

   ̶ Até agora, eu não entendi muito bem o que está acontecendo...mas tenho meus palpites...    ̶ Comentou de forma vaga, uma simples conclusão que abandonara aos ares do grande espaço, antecedente de uma risada leve e a uma comemoração breve pelo reencontro com a chave que perdera minutos antes - aquela que trancaria a porta de seu dormitório para a segurança de seus itens. - que fora concretizada com um agradecimento, ambos partindo enquanto Faye prometera a si mesma que reorganizaria a bagunça feita ali.

   ̶ Não quer saber o que é? Então precisamos ir.

   ̶ Vamos, então.

   ̶ Afinal, você vai pro baile ou não?    ̶ Jay sabia que com Fayrie, não era necessário uma abordagem menos direta e rodeios desnecessários; ela sabia identificar o que exatamente desejavam dela e preferira ser um pouco mais sincero com a amiga.    ̶  Escutei a conversa com as garotas naquele dia, e que eu saiba a senhorita não tem um par.    ̶  O escutou atentamente, sorrindo e o encarando ao escutar a menção a um par; afinal ela mesma preferira ir sozinha, algo deveras destoante do garoto que estava a seu lado que iria apenas consigo mesmo por...outras circunstâncias.    ̶ Sabe, recusou todos os convites que recebeu...

   ̶ Bem, mesmo que eu esteja sem par, eu não preciso de um para me divertir e chorar de emoção ao ver o casal que vi acontecer começarem a se entender verdadeiramente depois de...tudo...    ̶ A escutou replicar, seus olhos pendendo ao bom humor que aos poucos tomava sua feição nostálgica, provendo um sorriso genuíno e um brilho zombeteiro em seu olhar gentil, o leve aperto sobre seu braço entrelaçado ao dela e o crispar de seus lábios fora um sinal claro de que suas próximas palavras seriam inundadas por seu próprio riso.    ̶  Mesmo que eu esteja sem par, você não irá sozinho para dançar com todas as garotas do baile? Quer dizer, sou somente sua amiga, mas poderia estar na sua lista tão requisitada não? A menos que esteja oculpado dema-

   ̶ Tá tá, já entendi a mensagem.   ̶  Interrompeu-a, a observando decair sobre a própria postura comedida e atuação dramática, juntando-se as risadas altas de Faye que somente o contagiavam com a alegria e brilho de sua aura, percebeu-o colocar as mãos nos bolsos, ato que indicava certo receio em prosseguir mas contentou-se em permanecer encarando sem proferir quaisquer comentários sobre.    ̶ Eu...acho que não quero mais ir sozinho..

   ̶ Sabia.    ̶ A mente de Fayrie manifestou tal palavra como uma constatação óbvia, não era a toa que desde o início, seu ser lhe apontara que tanto Ben, quanto Mal haviam vislumbrado algo único um ao outro assim que os olhos esverdeados em tons distintos de ambos se observaram pela primeira vez, uma exímia leitora de sentimentos saberia distinguir o início de um interesse romântico a surgir. Fayrie obtinha conhecimento o suficiente para entender aquilo.

A grande quantidade e variedade de contos de fada que lera em sua vida haviam sido proveitosos, isso havia atiçado sua percepção dos sentimentos que o envolviam, a linguagem corporal, olhares e gestos.

   ̶ Quê? Sério?    ̶ Não soou como deveria, embora devesse aparentar alguma surpresa pela conclusão, mentir não era viável para si; é claro! Mas realmente desejava prosseguir com a conversa entre ambos, então fizera seu máximo para soar ao menos o interesse naquela pequena parte, não para ser invasiva, mas para lhe prover abertura e confiança.    ̶ Bem, não vou fingir surpresa, eu realmente não consigo.

O observou encará-la com algo mais do que apenas respeito, com um carinho mais assemelhado a como fazia com seus amigos conhecidos, um largo sorriso como raramente vira nos lábios de Jay; ambos eram menos próximos do que todos os outros em questões de conversas e familiaridade, Carlos era um menino empolgado, tímido e bondoso, características que Fayrie também portava com intensidade e isso era algo familiar que partilhavam, Evie e a fada pareciam ter se conectado ao simples momento em que vislumbraram uma a outra por apenas uma vez, desde sua primeira conversa gentil, sorriso reconfortante e reverência uma outra como um sinal de respeito e gratidão; Já com a garota de cabelos recém aroxeados, bem, Mal era em muitas vezes impaciente, impulsiva mas sensível perante a aqueles que lhe ofereciam confiança, ambas obtinham questões mal-resolvidas que aparentavam se relacionar a coisas que não poderiam ser modificadas; ambas por um momento, haviam abandonado seu próprio ser para agradar a aqueles que não mereciam tal sacrifício.

Já ela e Jay partilhavam a lealdade e talvez um resquício de amor pela luta, embora Faye preferisse palavras a socos e violência, haviam casos onde nem sempre, eram resolvidos de forma passiva.

   ̶ Você é igual a sua mãe.

   ̶ Como você tem tanta certeza? Vocês não conhecem muito a minha mãe.    ̶ Brincou novamente, a boa atmosfera que rodeava Fayrie provinha de uma tranquilidade e empolgação visíveis, tudo havia sido conduzido da melhor maneira possível, ela sentia.

Mesmo que algo ainda a avisasse sobre algum pequeno resquício de caos a ressurgir.

   ̶ Ela estava aqui quando viemos para conseguir a varinha, procurando você.

Por um momento, o único sentimento manifestante em seu âmago fora a surpresa, antecedente a percepção do porquê havia um grande pote de biscoitos com gotas de chocolate colocado justamente em meio as poucas louças que lhe pertenciam ao cômodo onde os alunos poderiam trabalhar em suas refeições, junto à uma nova xícara cuidadosamente embalada. Já havia desconfiado do pequeno fato, mas não esperava que fosse a própria a regressar após pouco tempo de seu retorno.

A nova informação a fez franzir o cenho, seu nariz adquirindo as claras marcas de suas expressões espontâneas, lembranças retornando a sua mente e uma não tão nova percepção a alertou de um pequeno impecilho que poderia surgir; mentiras eram inviáveis para aquela que portara a "maldição" que havia, de certa maneira, herdado. Ela saberia se estivessem mentindo ou a tentar distrair de seus objetivos e ela com toda certeza pôde perceber o indício de enganação, a fada azul perceberia.

Sobretudo, o que dominou sua mente fora a comparação do que ela havia percebido.

   ̶ Vocês...não tentaram mentir para ela...tentaram?   ̶  Questionou, uma leve seriedade inundava lentamente sua voz doce e então o encarou, seus olhos tão claros arregalando-os enquanto aos poucos, o divertimento desvanecia, perdendo-se em meio a incredulidade.    ̶  Jayden, não me diga que tentou mentir para a Fada Azul!

Os lábios do garoto a seu lado formaram um sorriso sutil, pouco confiável. Portando um leve ar divertido enquanto a observara estar a beira de uma síncope nervosa.

   ̶ É...tentamos.    ̶ A resposta recebida obrigou Fayrie a pausar seus passos por um momento, processando com lentidão a nada fácil questão que seria inevitável, no entanto, voltara a mover seus pés quando Jay prometeu a explicar os detalhes.    ̶ Em minha defesa, você conhece o Carlos, quando ele tá nervoso ou sobre pressão ele reage da pior maneira possível.    ̶ Comentou, um suspiro curto fora o que ocupou a pausa em sua fala, aparentando relembrar o momento com pesar por instantes, algo que mostrou-se falho após uma risada leve do garoto ocupar a atmosfera entre ambos, Faye a correspondeu.    ̶ Falando. Ele citou até mesmo a criação da barreira e ela ficou assustada por um momento, então ele começou a pedir desculpas e dizer que sentia muito, sua mãe começou a rir e disse que tudo estava bem. Até agradeceu por "conversar" com o Carlos e...

   ̶ E?

   ̶ Disse para cuidarmos de você.    ̶  Finalizou sua fala, percebendo depois de algum tempo que a fada obviamente não escondera a percepção daquilo que falavam como uma rasa mentira; ela era mãe de Fayrie, afinal.    ̶ Ela sabia...

   ̶ É, ela sabia sim.

   ̶ Então...?

Questionou sincero, suas íris escuras entregando-se ao ímpeto de observar a feição franzida da amiga pelo imergir profundo em seus pensamentos, seus olhos azuis incomuns recebiam a luz solar com graça conforme o piscar lento de seus cílios e olhar perdido ao longe, a paisagem oposta de onde estava; intensificando de forma clara o tom tão único que portavam, delineando aos resquícios brilhosos que sobre ela tremulavam. Havia algo diferente.

   ̶ Bem, nada.    ̶ Respondeu simples, um sorriso formado em seus lábios devolvera a agradável atmosfera que antes os rodeavam, além do vislumbre do local ao qual suas suspeitas se vinculavam, terem tornado-a uma euforia repentina.    ̶ Eu apenas irei ser sincera e contar tudo para ela, já não posso mentir mesmo-

A estridente e repentina melodia invadiu o ambiente, a música alta que compunha seu toque que escutara por milhares de vezes consecutivas desde que conhecera invadiu seus ouvidos, retirando o dispositivo do interior da bolsa de ombro - que carregara com suas chaves, chicletes, um protetor labial e seu celular para quase todo local. - atendendo a chamada requisitada quando o nome dado ao contato de Evie brilhou sob o tela recém acesa; o pequeno vislumbre pode revelar sua identidade ao compreender a combinação das letras como "Minha princesa favorita". Já no dispositivo que pertencia a azulada, o contato de Faye levara o nome de "Minha fadinha favorita" como uma sutil referência a talvez, os contos onde fadas costumavam abençoar as princesas. Bem, claro que haviam muitas exceções, como Malévola - a pior de todas. - mas em tal caso, a lógica não se aplicava. Fayrie era incapaz de amaldiçoar alguém por um motivo tão raso. Com todo o respeito que poderia ter pela forma réptil a qual a fada má fora amaldiçoada.

   ̶ Ah! Evie...estou com o Jay...    ̶ Afastou minimamente seu corpo ao percebê-lo inclinar-se próximo ao aparelho sobre seu ouvido, utilizando sua voz grave para "cumprimentar" a amiga e sendo afastado por Faye em um leve empurrão contra seu ombro, antecende ao tapa leve em sua bochecha pela segunda tentativa falha de invasão que tentara, apenas o repreendeu comedidamente, ignorando o pequeno fato de quem estivesse a escutando ao outro lado da linha fizesse o mesmo, poderia imaginar a postura de Evie conforme a percebera falar efusivamente sobre o quão infantil seus atos o tornavam.

   ̶ Entendi porque bati tantas vezes e ninguém atendeu.    ̶ A escutou, a voz calma e aveludada aparentava certa repreensão, esta dissipada em uma risadinha simples, os dedos desocupados da fada brincando tediosamente com as mangas fluídas da peça que trajava ao questionar-se de sua motivação.    ̶ Pensei que você estaria com fones escutando música no volume máximo e com um livro em mãos, como quase toda vez que não me escuta bater.    ̶ Faye apenas contentou-se com o risinho vergonhoso, era uma situação corriqueira e que não resultava em mágoa por nenhum dos lados envolvidos, Evie também se distraia com facilidade dentre seus tecidos e costuras, era dificultoso a retirar daquele mundo que tanto adorava por um segundo livre sequer.    ̶ Enfim, é sobre o seu vestido, ele está no meu quarto e o da Mal, já que a senhorita sumiu assim que retornamos para Auradon, prontinho para vestir a dona, vim te buscar para nós nos arrumarmos juntas e conversamos sobre certos assuntos, os meninos não permitiram nossa privacidade mais cedo e você fugiu para longe sem que pudéssemos perceber então, é a hora perfeita de nós três esclarecermos muita coisa umas com as outras. E diz pro Jay que ele precisa parar de gritar enquanto os outros estão em chamada, isso é infantil.

Fayrie apenas assentiu, permitindo com que o volume aumentado do dispositivo enviasse a mensagem por si mesmo, através da voz feminina; o que ocasionou uma leve expressão cínica a transparecer pelo amigo, seu descontentamento sendo transmitido por sussuros que não atentou-se as reclamações.

   ̶ Dessa vez não. E ele te escutou, fique tranquila.   ̶  Justificou a primeira acusação contra sua pessoa, aquilo não houvera sido tratado como uma ofensa direta e um sorriso reconfortante moldando seus lábios emanavam ao quão pouco importava-se, embora a citada não pudesse a ver no momento.    ̶ Bem, eu vou logo, acredito que não vou demorar aqui, mas precisarei passar na cozinha e no meu dormitório para buscar o presente da Bela.

   ̶ ELE CHEGOU?!    ̶ A voz repentinamente estridente a fez afastar o objeto de sua audição pelo susto e desconforto à atingir seus tímpanos, seguida por gritinhos empolgados, percebendo Jayden que caminhava conforme o ritmo vagaroso de seus passos sorrir novamente com o sobresalto de seu corpo, uma risada baixa que resultou em outro empurrão leve exercido pela fadinha de feição assustada sutil em seus traços, desejando profundamente ao afastar abrupto que realizou ao esperá-la sobretudo, por ambos já terem regressado ao ambiente onde estiveram a poucos dias atrás.    ̶ Tô muito ansiosa para ver vocês duas arrumadas! Garotas, você vão estar gloriosas nessa noite! Bem, vou desligar, tenho que ajudar Mal com algumas coisas. Tchauzinho fadinha.

   ̶ Ev?    ̶ Fayrie escutara apenas o ruído de encerramento da ligação, mesmo que esperando ansiosamente por alguma informação a mais, obtinha a percepção de que a amiga havia ocupações ainda pendentes, então apenas guardou o dispositivo azulado após certificar-se que a mesma havia se desligado.    ̶ Evie, Evie...enfim, vamos entrar?

O observou assentir positivamente, ambos adentraram o espaço mas antes, Fayrie tocou seu braço, o segurando levemente ao o encarar com certos sentimentos transparecidos; um orgulho reconfortante talvez.

   ̶ Boa sorte com a Lonnie.

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