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𝐕𝐈𝐈𝐈.| 𝒞omplicaçõesﻬ

𝐕𝐈𝐈𝐈.| 𝒞omplicações
{📖} ࣪ ˖𐀔˖ ࣪ ✧─┈⊹❛𝒪 𝒌...𝑰'𝒎 𝒈𝒐𝒐𝒅!❜

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𝒜𝑺 𝑫𝑼𝑨𝑺 𝑮𝑨𝑹𝑶𝑻𝑨𝑺 conversavam animadamente tanto que suas vozes chegavam a parecerem altas demais naquele momento, era possível ouvir-se as risadas e as falas de ambas pelos corredores, tanto Fayrie como Evie estavam empolgadas durante a conversação, falavam sobre assuntos banais da escola, moda e vestidos de "princesinhas-cor-de-rosa", e realmente o ambiente se encontrava bastante confortável, chegando a ser...um pouco aconchegante para a filha de Malévola, que vez ou outra acabava cedendo as brincadeiras, era raro, mas Mal as vezes ria e até mesmo participava de algumas conversas, logo após retornando a ter a pose séria de sempre, ao lembrar da mãe lhe aconselhando - ou ordenando, para Malévola não havia distinção para ambas as coisas. - sobre como deveria agir, principalmente perante a filha daquela que os fizeram viver naquela ilha nojenta.

Havia algo que a garota de olhos verdes não entendia, em Auradon, ninguém citara o nome da Fada Azul como a pessoa que fez a barreira se fechar, todos só afirmavam que a Fada Madrinha havia sido a única a concretizar tal ato, segundo a "dona do mal", Malévola, a mulher havia influenciado com sua magia fechando-a para sempre, olhando para Fayrie sendo tão esperançosa e empática com eles, sempre procurando os auxiliar da forma que poderia, ela se questionava se ela tinha o conhecimento completo sobre a história da barreira. Chegando a conclusão de que não. E quando avaliou isso, teve uma imensa vontade de contar a verdade.

Ela havia procurado algum motivo para odiar a fadinha além do óbvio, mas não achara, pois ela nunca a fez mal algum, pelo contrário, sempre foi estranhamente simpática e os respeitou como eram, sem tentativas de mudar qualquer coisa neles.

E era isso que a fazia esquecer de (quase) tudo.

Dessa conversa haviam saído muitas coisas, mas principalmente; Evie prometeu que faria o vestido para a coroação de Benjamim da fada, e dessa conversa foram se ramificando outros assuntos como o ajuste em detalhes, brilho e modelo utilizado, tecidos...as duas pareciam se completar de certa forma e Mal quase se sentia como uma boneca enquanto as duas a ajudavam a se arrumar para ir ao encontro com Benjamim.

Agora por exemplo, Faye se encontrava fazendo uma pequena trança nos cabelos arroxeados da garota com o maior cuidado possível, enquanto Evie cuidava da maquiagem da forma correta em seu rosto.

    ̶ Tudo bem. Pega leve no blush, eu não quero assustar ele.    ̶ Disse sorrindo levemente, achando um pouco de graça da situação.

̶ Por favor. Minha mãe me ensinou a passar blush antes de me ensinar a falar, sempre pinceladas pra cima.

    ̶ A minha mãe nunca foi boa em...Dicas de maquiagem. E eu nunca tive uma irmã.

    ̶ Pelo visto, você acabou de ganhar uma.     ̶ Fayrie comentou, passando levemente as mãos pelo cabelo da garota, somente para arrumá-lo corretamente.    ̶ Tecnicamente nós somos semelhantes já que eu sou uma meio fada e a Malévola sendo uma fada te torna meio fada também, então...é, nós somos quase irmãs!

A garota apenas sorriu, demonstrando divertimento com a conversa.

Fayrie se afastou, permitindo com que Mal se levantasse juntamente a Evie, as três se direcionaram ao espelho presente no quarto, justo para que ela pudesse ver em seu reflexo o quão linda ela estava, ela já era naturalmente bonita, mas a pouca maquiagem e a roupa haviam ressaltado seus melhores pontos, Faye sorriu assim que a garota ao encarar seu reflexo parecendo ficar surpresa.

   ̶ Uou...Eu tô...

   ̶ Fala.

    ̶ Nada feia.    ̶ Completou rindo levemente, Fayrie que se encontrava atrás dela colocou as mãos sobre os ombros da garota, logo apoiando seu rosto sobre elas.

   ̶ Você nunca foi e nunca será feia, na verdade está bem longe disso, você é e está linda.    ̶ Afirmou sorrindo, suas mãos apertaram levemente os ombros dela como um incentivo logo vendo Evie assentir com a cabeça, concordando com sua opinião de imediato.

Logo, o barulho na porta que se espalhou pelo quarto, fez com que toda a atenção se voltasse para ela.

Quando Ben a viu, Fayrie pôde jurar que ele começaria a babar na beleza da garota, conteve um riso anasalado, era icônico vê-lo com a aquela cara, ao mesmo tempo em que achava fofo, quase retirou seu celular de sua bolsa somente para capturar com uma foto a feição dele.

    ̶ Pela primeira vez, sei a diferença entre bela e linda.    ̶ Fayrie inevitavelmente soltou um "Own" baixinho, surtando levemente pela interação do casal junto à Evie, as duas se olharam, sorrindo, logo tomando uma postura mais séria ao ver Mal encará-las parecendo irritada pela reação das duas.    ̶ Você gosta de motos?    ̶ Mal, parecendo desejar ir embora o mais rápido possível, somente pegou o capacete extra que ele carregava com pressa.

Logo o casal saiu, pelo que Fayrie entendeu e pelo que Ben lhe contara durante o pequeno tempo ao qual conversaram, que eles iriam de moto até lá, havia todo um planejamento para o passeio e inclusive, a fada havia cooperado com ele na hora de organizar praticamente todas as coisas.

Sendo tirada de seus devaneios, ouviu a voz de Evie dizer:

    ̶ Bom...vamos tirar suas medidas agora!    ̶ O silêncio do quarto foi substituído pelos leves gritinhos de empolgação das duas e logo pelas risadas.

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𝒟𝑬𝑷𝑶𝑰𝑺 𝑫𝑬 𝑨𝑳𝑮𝑼𝑴𝑨𝑺 horas, Fayrie estava de volta em seu dormitório enquanto descansava, as medidas dela já haviam sido tiradas por Evie que garantiu que o vestido de Fayrie estaria prontíssimo no dia da coroação, a empolgação inundava seu corpo ao ver apenas um rascunho do vestido, imagina quando ele estivesse pronto e ela se visse vestida por ele? Ela plenamente confiava nas habilidades da azulada, sem duvidar disso por sequer um segundo, elas haviam trabalhado juntas, enquanto Faye também acabou tendo acesso aos devidos rascunhos dos vestidos dela e de Mal, o talento de Evie era incrível e notável, tinha a plena certeza de que se ela decidisse ficar em Auradon e desistir do que pretendiam fazer, ela poderia subir muito mais alto do que imaginava.

Obviamente a cor escolhida para compor praticamente por inteiro havia sido o azul.

Voltando ao momento atual, com um livro em suas mãos estampado com uma mulher ruiva que se assemelhava a uma princesa na capa, estava sentada a beira de sua janela, aproveitando a disposição de luz solar que existia naquele momento ali, com uma pequena xícara azul e branca posicionada sobre um pratinho do mesmo conjunto, a mesma fumegava ainda pelo fato de que o chá que Fayrie fizera ainda estava quente, aquilo lhe trazia uma paz absurda, esses momentinhos onde tinha a absoluta paz eram maravilhosos.

Logo, obviamente, sua momentânea paz seria interrompida com um brusco abrir de sua porta, vendo Ben adentrar o quarto aparentemente transtornado.

    ̶ Era um feitiço!    ̶ Fayrie revirou os olhos, marcando o livro antes que pudesse perder a página que lera, tranquilamente mudou de posição, se sentando corretamente para encará-lo com o livro sobre as pernas.    ̶ O lago encantado retirou o feitiço! Eu...o cookie...é claro!

Ele caminhava de um lado para o outro, e então percebeu a falta de surpresa na feição de Fayrie.

    ̶ É, eu já sabia, se era isso que está pensando.    ̶ Afirmou tranquilamente, ela estava tão neutra que parecia sequer se importar, suspirou pesadamente.

    ̶ Como?!     ̶ Perguntou parecendo meramente ofendido.    ̶ Por quê não me contou?!

    ̶ Eu não pude! Quando eu descobri eu não poderia te contar!

Quando perceberam estar praticamente gritando um com o outro, eles pararam, não era o momento de começarem a brigar e sinceramente odiavam esse acontecimento, era raríssimo que eles levantassem a voz um para o outro, dessa vez era compreensível, Benjamim estava em certo pânico, ambos se calaram por não quererem acabar falando algo na impulsividade, algo que poderiam machucar um ao outro, Fayrie foi a primeira a decidir se pronunciar depois de algum tempo, optando por iniciar uma nova conversa.

    ̶ Bom..    ̶ Ela se levantou do pequeno sofá posicionado no canto do quarto, perto da janela, cruzando os braços enquanto olhava para o chão, organizando seu raciocínio completo em apenas alguns segundos.    ̶ Eu dei a ideia de vocês irem no lago encantado, já que setenta por cento das vezes em que você fazia passeios por lá voltava com o cabelo molhado, como eu sabia? Seu cabelo é um castanho claro, quase loiro ao sol, já quando você voltava de lá estava claramente mais escuro, molhado, então isso me fez concluir que você nadava lá, como você costuma falar para mim que gostava.    ̶ Afirmou certeira, vendo-o franzir o cenho com suas ideias finalmente sendo processadas por ele, quase poderia ver as engrenagens se movendo.     ̶ Então foi só um simples raciocínio: se você levasse ela lá, você nadaria como de costume e o feitiço seria retirado de forma em que a Mal sequer percebesse o que havia acontecido, sendo assim ela literalmente não saberia de absolutamente nada. A água mágica vetaria o feitiço e ela não saberia, fora que seria muito estranho se você começasse a agir diferente logo assim, no início, foi necessário um tempo até que ela tivesse total certeza de que você ainda estava sob os efeitos dele, e como não nos "encontramos" somente nós dois até onde ela sabe, ou seja, agora, não haveria como eu tê-lo desfeito, a Mal sabe que eu tenho magia e justamente por isso eu precisei fingir cair na lábia dela e acreditar que você teve do nada a coragem de se declarar para ela na frente da escola inteira, sendo que, até ontem, sua futura princesa seria a Audrey. É fácil fazê-la acreditar que eu "só sei que nada sei", ela acha que minha mãe é apenas uma mulher inocente e automaticamente pensa que eu sou como ela.

    ̶ Ok...    ̶ Foi a única coisa que se deixou sair de seus lábios, Fayrie deu um gole no chá colocado gentilmente sobre a mesinha que ali existia, vendo-o se sentar sobre a poltrona que ficava em sua escrivaninha branca, na parede, diversas fotos eram presas por fitas coloridas - em tons de azul - junto a pequenos adesivos, alguns com corações azuis, algumas feições poderiam ser facilmente identificadas: a Fada Azul, Ben, seu pai, e muitas outras pessoas importantes e especiais.    ̶ Você é realmente uma..

    ̶ Gênia?    ̶ Completou, com a mão posta na cintura, andando lentamente até o garoto com um sorriso no rosto, seu braço se apoiou no encosto da poltrona, acariciando levemente o cabelo de Benjamim.    ̶ É o que eu digo, Benny, um gênio poderia amar uma mulher como eu.    ̶ Brincou, tentando descontrair o ambiente.    ̶Mas eu sei que não adianta....com ou sem poção do amor, você a ama. E por isso está confuso.    ̶ Apoiou-se sobre a escrivaninha, deixando que o peso de seu corpo relaxasse sobre o móvel.    ̶ Isso é óbvio.

   ̶ Talvez...

    ̶ Ben...eu acho que talvez, seja bom nós não falamos assim logo de cara do que sabemos.    ̶ Argumentou o vendo estranhar sua atitude, instintivamente, Fayrie por algum motivo se abraçou.    ̶ Eu sinto que eles não querem fazer isso por simples orgulho, as coisas não são fáceis...dos dois lados da barreira, eu mais do que ninguém sei disso, podem ser cruéis demais...eu não estou passando pano nem nada disso! É só que, nós demos a chance para eles, sabíamos que seria difícil! Quem seríamos nós para tirarmos ela assim..? Eles são pessoas acima de quem são seus pais, ou do que fazem por influência deles.    ̶ Sua voz ficou mais baixa com o final da frase.    ̶ Me desculpe por ter mentido para você, mas eu não vi outro jeito de resolver as coisas sem que tudo se tornasse um caos completo!

Os dois jovens se calaram, o ambiente se tornando pesado por instantes, Ben chegou a se sentir culpado, logo levantando-se para olhar diretamente para ela, passando as mãos sobre a testa como um ato nervoso. Definitivamente ele havia errado feio.

   ̶ Eu concordo com você.     ̶ Refletiu por instantes, pensando em sua próximas palavras.    ̶ Me desculpa por ter gritado eu-

    ̶ Eu entendo. Mas se fizer de novo, você vai ver.

Ambos sorriram envergonhados e ao mesmo tempo em divertimento, logo Fayrie deu um leve soco no ombro de Benjamim como uma brincadeira, logo os dois se abraçaram por alguns instantes, como uma forma de demonstrarem que estava tudo certo, como forma de perdão.

   ̶ Mas, me conta, como foi o "encontro"?    ̶ A feição de susto de Ben a fez sorrir.    ̶ Não me olhe assim. Eu sou romântica, vocês se amam e eu sei disso, não é possível que vocês só tenham ficado encarando a cara um do outro. Conta aí...o que aconteceu?

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𝒜  𝑪𝑨𝑵𝑬𝑪𝑨 aquecida de porcelana clara emanando um aroma absurdamente agradável, diga-se de passagem e o pequeno prato de biscoitos colocados sobre o móvel abarrotado por materiais diversos - como tinturas em tons azulados e claros, canetas, marcadores, folhas de papel coloridos, livros abertos além de até mesmo, telas incompletas, assim como pequenos presentes feitos à mão. - foram arrastados em sua direção pelas mãos da amiga, ainda apoiado sobre a cadeira confortável que a Fada utilizava para estudar por algumas horas a cada retorno ao espaço aconchegante adorado, Ben adorava ao quarto de Fayrie e sua atmosfera reconfortante, agora obtendo um maior preenchimento de suas adoráveis pinturas sobre as paredes brancas, naquela altura o despontar do esplendor da lua aos céus azuis e limpos da majestosa Auradon haviam lhe trazido uma noite estrelada e gloriosa, a luminosidade fria adentrava o quarto de luzes leves através das grandes janelas, presenteando ao espaço com delicadeza, as estrelas pintadas ao teto já cintilavam em fluorescência; um detalhe cuidadoso que Benjamim notara naquele instante, devido a aconchegante diminuição de luz.

A observara sentar-se sobre o carpete fofo que cobrira o piso amadeirado do dormitório, trazendo uma de suas almofadas consigo, o adereço composto por pérolas que escondia-se dentre seus cabelos acastanhados oscilava como o sutil brilho portado pelas mangas longas e bufantes do vestido que cobriam seus braços, o colar de sua mãe presente, a iluminar sua pele em azul. Chegou a realizar uma menção de se levantar para que a fada pudesse ocupar seu lugar, em um costume aprendido desde quando era apenas uma criança, mas a mesma puxara seu braço de maneira firme na direção contrária ao insinuar negativamente, o obrigando a se acomodar novamente e alçar a porcelana trazida em mãos.

   ̶ Trouxe chocolate, sei que já deve estar cansado de tomar chá nas milhares de visitas a outros reinos vizinhos e reuniões, então...nada melhor do que chocolate!    ̶ Comentou ao ajeitar sua postura, recostando-se sobre o mesmo móvel ao qual a cadeira do garoto se encontrava, um sorriso terno preencheu seus lábios que fora refletido as feições pouco relaxadas de Ben, mordeu a um dos biscoitos que sua mãe trazera para si dias antes, ao bebericar o líquido ainda fumegante com certo cuidado para não se queimar, assoprando-o lentamente.   
    ̶ Então...como foi seu encontro com a Mal? Porque o início foi bem...complicado?

Soou com uma pergunta, mesmo que não o quisesse, mas seu foco estava situado sobre o rubor avermelhado que tomava o rosto tímido de Ben ao relembrar sobre o que exatamente ela se referia, o garoto apenas voltara a deslizar o indicador sobre a borda da xícara em suas mãos em movimentos circulares, Faye segurou o riso sobretudo, em busca de não cuspir ao líquido que havia ingerido após seu questionamento e as lembranças cuja mente insistia em lhe mostrar em seu pior momento. Mordendo a mais um pedaço do biscoito com gotas de chocolate e confeitos azuis para conter suas opiniões pessoais para si.

   ̶ Eu fiz mesmo aquilo?

Como uma confirmação, a fada murmurou algo nada identificável junto a um assentir breve de sua cabeça ao enfiar o restante do alimento em sua boca sem sequer encarar ao garoto tão bem conhecido, obviamente sabendo da garfe nada agradável que cometeria caso não se limitasse ao ato simples, seu irmão de coração aparentava relutar em acreditar que uma poção do amor poderia atingir seu juízo de tal maneira, Ben não era um exemplo claro de ser um símbolo da mais pura extroversão, apesar de saber se comunicar de forma eficaz e com maior facilidade, existiam limites que nunca ultrapassaria.

Inocente. Pensou, ao soltar um risinho baixo e contido.

   ̶ Cantar na frente da escola inteira que ama uma garota que conheceu a dois dias sendo que, em tese você namorava a Audrey e ela seria sua rainha, até você dizer "Me dá um M!" E logo depois revelar tudo? É sim, você fez.    ̶ Revelou, o observando aparentar um desespero e vergonha mútuos ao recordar-se da princesa com a qual antes estava destinado a se enlaçar em matrimônio um dia; em negação ao tomar da bebida familiar que ao menos, aliviaria um pouco daquela extrema necessidade em esconder-se em um buraco próximo para apenas sanar sua péssima sensação.     ̶ Desculpe, mas eu realmente não consigo esconder o quão aquilo foi...ridículo. Como a música dizia.

   ̶ Deveria ter me desencantado antes que eu fizesse tudo isso.

A atmosfera do quarto fora tomada pelo riso genuíno da fada, comedida com o nervosismo do mais novo, Faye costumava ser uma ótima amiga e ouvinte; mas as verdades que despejava durante as conversas eram, em especial, algo bom e genuíno que tornava-a a perfeita pessoa para caso desejasse entender aquilo ao qual sua mente aparentar recusar como verdade única e absoluta, um simples abrir de seus lábios lhe era capaz de trazer percepções diferentes da situação vivenciada. Naquele momento, ao qual Fayrie praticamente permitia que cada mínimo resquício de ar em seus pulmões escapasse por seus dedos graças ao humor agradável e duvidoso que a fada portara desde criança, Benjamim se questionara sobre sua sinceridade exacerbada e sua sutileza inexistente, já que algo dentro de si se contorcia efusivamente ao relembrar partes específicas das memórias e atitudes de seu ser enfeitiçado. A observou pausar suas risadas, focada em comer outro biscoito que pegou por mais que seus lábios tornassem a tremer e um riso nasal escapasse por algumas vezes. Limpou as poucas lágrimas que haviam sido produzidas durante seu riso com cuidado e tornou a encará-lo ao fundo de seus olhos castanho esverdeados, um suspiro leve abandonando seus lábios em resposta ao sorriso leve surgido no rosto do mais novo.

   ̶ Perdão, mas passei a noite preocupada se eu conseguiria fazer meu plano para retirá-lo dar certo.    ̶ Comentou, sua voz baixa e calma retornando a ser calorosa, junto a mais uma menção a um sorriso simples e leve enquanto embalava a caneca entre suas mãos delicadas, sendo agraciada com o calor confortante e o aroma familiar que lhe trazia lembranças de sua casa, seu lar e sua família. Algo que amava com afinco e devoção, o delinear de seus lábios intensificou-se e seus olhos acompanharam seus movimentos, sorrindo também com seu olhar de fundo destoante, pendido a preocupação em seus devaneios momentâneos.    ̶ Eu preciso rir um pouco, confesso que estou preocupada com tudo isso. Preocupada e me sentindo um pouco...perdida.

Seus indicadores passaram a bater contra a superfície, ocasionando um único ruído mínimo ao ambiente, além do cantarolar baixo que Fayrie iniciou por instantes apertando seus lábios em uma linha fina ao que parecia, adentrar algum devaneio de sua mente.

   ̶ Sabe, eu prometo que se você for enfeitiçado de novo, em algum momento, eu vou fazer o possível para desfazer o que seja.     ̶ Selou suas palavras com um sorriso leve a fixar-se sobre os lábios bem delineados pela aparente tonalidade brilhante que os cobria, Ben a viu estender a mão em sua direção ao vislumbrar sua feição manchada pelo divertimento, seu dedo mindinho erguido unicamente para selar uma espécie de contrato irrefutável entre ambos e não conteve o risinho baixo pela atitude da mais velha. Fayrie era alguém que sabia como dissipar a seriedade e formalidade que fora ensinado a portar como ninguém; próximo da fada, o príncipe era apenas Benjamim Florian refletindo ao ato infantil para solidificar o princípio da promessa feita, entrelaçando seus dedos com firmeza e tocando seus polegares.     ̶ Eu prometo, embora espere do fundo do meu coração que isso não aconteça novamente.     ̶  A observou afirmar, ambos separando-se ao concordarem em um murmúrio de alívio.     ̶Juro Ben, eu nunca vou esquecer a minha vontade de encontrar um buraco que me tirasse dali, poderia até escorregar direto para o país das maravilhas e ter que tomar chá com o Chapeleiro enquanto sou caçada pela Rainha de copas, ainda preferiria ter despencado no buraco.

Brincou, ocupada em consumir outro gole da bebida já morna em suas mãos mesmo que o contato direto do olhar carinhoso de Ben a seu rosto estivesse a fazendo estranhar e atrapalhado o foco em seu ofício, o encarar constante pendendo a uma bela e confortável nostalgia a fazia sentir-se envergonhada, seus olhos azuis vibrantes focados sobre a extensa sombra luminosa projetada ao interior do ambiente e aos ventos gélidos que envolviam as cortinas finas de sua cama as levando de acordo a seu curso natural, moveram-se por instantes na direção do melhor amigo, o vendo erguer-se do móvel confortável para juntar-se a ela ao seu lado, Faye conduziu seu corpo para um afastamento mínimo dando-lhes o espaço necessário para os dois, seus olhares uniram-se ao único ponto possível; o exterior e o céu estrelado que a visão dele os trazia. Fayrie inclinou sua cabeça para a direção onde sabia que encontraria ao ombro de Benjamim e a presença necessária para seu descanso, se permitindo demonstrar sua confiança inabalável e o afeto mútuo entre ambos naquele ato simples.

   ̶ Fico feliz que antiga fadinha que conheci esteja de volta. A garota animada, confortável, que não sente medo de demonstrar sua bondade e ser prestativa, espontânea e empolgada que não tenta o tempo todo estar invisível para não pensarem mal dela apenas por ser ela.    ̶ Comentou, aproveitando-se do momento ao qual a percebeu estremecer seus olhos fechados perante a fala repentina, os abrindo ao baixar seu olhar vacilante entre a tristeza e entendimento ao piso amadeirado em sua frente.     ̶ Sabe que não é sua culpa, não sabe?     ̶ A falta de uma resposta permeou o ambiente em um clima pouco confortável, deixar Faye sem uma resposta plausível poderia indicar apenas uma alternativa; caso seus lábios proferissem algo em concordância ao questionamento, ela estaria fadada a revelar a verdade em sua maldição cuja resposta seria contrária ao que desejava escutar, a brisa fria pareceu intensificar a baixa temperatura, dado o mover desconfortável do corpo feminino, cujo afastamento mínimo foi decisivo para suas próximas palavras.    ̶  Faye, não é culpa sua. Não é culpa sua que eles não entendem a sua bondade e poder de perdão que temos em mãos como algo possível.

Fayrie apenas permaneceu calada, descolando seus lábios para uma possível resposta por repetidas vezes a cada palavra ou frase vislumbrada em sua mente como uma possível justificativa, apenas a verdade sincera circulava suas reais percepções, então se contentou em apenas assentir positivamente, um sorriso simples surgindo em seu lábios ao deixar de apoiar-se sobre seu ombro e encará-lo ao fundo de seus olhos esverdeados.

   ̶ Sobre o encontro...foi bom.     ̶ Prosseguiu, retornando ao assunto principal no qual ela o questionara, observando o aumentar do sorriso da fada que sequer notara ao momento onde suas longas asas haviam sido expostas, um cálido cintilar irradiante das mesmas aumentara com as palavras proferidas, indicando uma empolgação visível por parte da citada cujo apego por romances inalcançaveis lhe era conhecido. Aquilo não lhe soava tão estranho quanto antes, talvez o costume sobre sua melhor companhia ser uma fadinha deveras única.     ̶ Nós conversamos...

   ̶ E?

   ̶ Ela disse que não sabe o que é o amor.

Faye por um momento, parou seus próprios pensamentos, as lembranças não muito antigas martelando em sua cabeça fez com que um suspiro raso abandonasse seus lábios.

   ̶ Bem...acho que nenhum deles sabe ao certo o que é.    ̶ Comentou de forma vaga, relembrando ao questionamento de Lonnie e as reações que vira ao rosto de cada um dos quatro jovens; uma mistura de tristeza e confusão, quase como se suas mentes procurassem compreender ao que a princesa estava desejando expressar com suas palavras tão simples e transbordantes em nostalgia, seguidas de uma empolgação pelo aquecer de suas melhores lembranças. Faye suspirou profundamente, em uma pequena reflexão que muitas vezes tivera durante sua vida.     ̶ É uma pena, o amor para mim é algo incrível que todos deveriam poder experimentar, na verdade, acredito que sempre há uma maneira de se fazer isso. Nem que seja por ler páginas de um livro e imaginar.

   ̶ Você já se apaixonou por alguém?     ̶ O escutou questionar, atraindo sua atenção com apenas aquelas palavras tão simples.

A observou o olhar com um divertimento mútuo após o quase terror que atingiu suas feições com a questão proposta, quase como se o questionasse sobre sua real atenção por todas as vezes em que comentara efusivamente sobre cada livro que lera, voltando a avaliar sua própria pergunta. Fayrie revirou seus olhos claros graças ao sorriso levado que Benjamim a lançou junto ao um olhar comedido que tornou seu olhar mais doce e suave, evidências do provável início de uma piadinha sarcástica por parte do garoto.

   ̶ Alguém real?

   ̶ Claro que já. Quem nunca se apaixonou?     ̶ Respondeu, o mais sinceramente que poderia.     ̶  Sabe, se apaixonar é algo comum, não precisa ficar tão assustado por estar gostando dela.     ̶ Sua voz doce e tranquila não poderia estar mais em evidência como naquele instante, a euforia que a inundou aparentou se dissipar conforme suas risadas escapavam, sem filtros como sempre. E o deixando envergonhado ao tropeço de seu coração em suas própria batidas compassadas, como sempre; a voz de uma fadinha extremamente efusiva ressou pelo quarto, temendo por alguém tê-la escutado ao perceber que fora abraçado com intensidade pela mais velha e forjar uma expressão séria pouco confiável.     ̶ Aí que bonitinho! Você está mesmo apaixonadinho por ela...se casem e tenham dois filhinhos no mínimo, daí eu e a Evie poderemos ser madrinhas dos dois...

Benjamim lutara contra o ímpeto de cobrir seu próprio rosto com as mãos para disfarçar o aquecer e corar de suas bochechas. Faye sorriu ao suspirar profundamente.

Cada fingimento de irritação caiu por terra ao perceber um beijo estalado sobre sua bochecha corada, dado a aproximação e o apoiar do queixo de uma Fayrie radiante contra seu ombro, suas asas estavam levemente levantadas e portavam um resquício brilhoso excessivo a ofuscar sua visão; indicando felicidade em concordância a de seu melhor amigo, era incrível o quão alguém que sequer dividira seu sangue ou familiaridade poderia ser portador de um amor fraterno tão profundo, o afeto de Faye sempre fora tudo o que Ben sempre teve a certeza de que nunca se dissiparia diante dificuldades, esperava que o brilho carinhoso nos lindos e únicos olhos azuis vibrantes da fada ao olhá-lo nunca pudesse se perder, o lampejo de orgulho, entendimento e conforto perante a sua presença nunca pudesse se esvair, que os pequenos presentes trocados em seus armários em datas especiais - que eram lembradas com afinco. - sempre pudessem estar ali. O Florian nunca havia vivido em um mundo sem a pequena fadinha que conhecia por sua irmã de coração, alguém que estava disposta a tudo por aquilo que acreditava, que não o julgou e sim, foi essencial para suas escolhas. Como ele, que em troca abandonou um único no alto de sua testa, retribuindo ao enlace cuidadoso que a fada lhe oferecera. Faye o conheceria não apenas como seu amigo de longa data, mas como seu rei e ele a conheceria como um de seus súditos mais fiéis e apoiadores.

O abraço retribuído era reconfortante.

   ̶ Ben, não precisa ter medo de gostar dela ou amá-la, talvez possa a ensinar o que é o amor...lembra do "sua" história? A Bela ensina a Fera a amar...     ̶ O comentário fora pausado por um risinho, Ben escutara a exata frase que proferira para garota de olhos verdes em uma das análises extensas de Faye sobre seu próprio conto de fadas, em debates que realizavam entre os dois.     ̶ E hum...lamento em te avisar, mas acho que a Bela da história é você, que a Mal não me escute, mas você combina bem mais com esse papel.

Um delinear de seus lábios em sua expressão aliviada fora o suficiente. Realmente, esperava não a perder por tão cedo.

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"Atualização dupla? A autora surtou de vez!"

Como eu disse, estou em pleno surto criativo, e, ansiosa para que chegasse logo o ponto onde eu queria; O dia da família.

Esse demorará um pouco mais...tenho já uma ideia bem construída dele, então talvez, não irei prometer nada, mas até sábado eu o publique, esse capítulo vai ser puro caos instaurado, e sinceramente, vai ser muito bom ao mesmo tempo, estou descontando tudo o que não escrevi durante os feriados durante esse tempo, nos feriados não havia uma mínima inspiração, parece que só foi voltado pras aulas, as ideias vieram com tudo. Então, aproveitem!

Tchau tchau queridos! ♡

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