𝐕.| 𝒞achorrinhos ℯ 𝒢arotos ℱujões

{📖} ࣪ ˖𐀔˖ ࣪ ✧─┈⊹ ❛𝒞𝒓𝒖𝒆𝒍𝒍𝒂 𝒅𝒆' 𝑽𝒊𝒍?❜

⊹┈─⊹✧ ࣪ ˖𐀔˖ ࣪ ✧⊹─┈⊹

ℰ𝑵𝑽𝑶𝑳𝑽𝑬𝑵𝑫𝑶 𝑨 mãe em um abraço apertado, não que tivesse se passado muito tempo, faziam apenas alguns meses que não a via pessoalmente, mas que parecia ter se passado uma eternidade, por um momento tudo desapareceu, qualquer assunto que estivesse perturbando sua cabeça nos últimos dias, proclamaçãoes, borboletas mágicas, pessoas que julgavam demais as outras....tudo. Se desvencilhou do abraço segurando ainda as mãos da fada azul como uma forma de demonstrar carinho. Um sorriso largo e genuíno se moldou nos lábios que portavam uma leve cor rosada.

   ̶ Acho que alguém estava com saudades...    ̶ A voz doce e meiga tão conhecida por Fayrie se fez presente, admirando o rosto iluminado em alegria da filha, soltou uma de suas mãos da dela, acariciando o rosto da garota a sua frente com o polegar.    ̶ Faz algum tempo desde que vim...então, já que o dia da família será em poucos dias, eu pensei...por que não?

    ̶ Eu adorei!    ̶ Afirmou colocando a mão livre sobre a da mãe.    ̶ O papai veio também?

    ̶ Claro que veio! Nós dois viemos, e estamos ansiosos para ver você cantar com os outros no dia da família...    ̶ Fayrie tomou uma feição assustada arregalando levemente os olhos, balançou a cabeça negativamente por diversas vezes, sabia que essa seria a reação dela.

   ̶ Nem a pau.    ̶ Disse de imediato, vendo a mãe rir com a negação.    ̶ Eu amo o Ben mas isso já é demais pra mim, meu plano já é chegar atrasada para não ter que cantar e muito menos fazer aquela....dança, sei lá.

A fada azul riu, as diferenças de personalidade entre ela e a filha se mostravam com força ao comparar suas atitudes, Fayrie era muito diferente em certos aspectos, mas seu coração era envolto em bondade e amor como o seu e isso a fazia imensamente feliz, Faye poderia ser diferente dela, mas isso era bom, ótimo, o orgulho que a tomava cada vez que a via agir de sua própria forma, sua pequena fadinha era perfeita.

Muitos dos filhos de heróis se sentiam pressionados a viverem à sombra do que seus pais foram, regras impostas não pelo reino, mas sim pela sociedade Auradoniana, cheia de "princesinhas cor-de-rosa" e principezinhos egocêntricos, estes não eram todos, é claro, muitos dos príncipes e princesas agora, reis e rainhas eram um amor de pessoa, mas muitas vezes, seus filhos pela pressão constatemente reforçada sobre eles, acabavam se tornando...difíceis, a fada azul já sabia do julgamento que cercaria sua menina desde pequena, quando a via dizer que libertaria os vilões, assim como sentia uma dor enorme lhe atingir, sua garganta estava constantemente entalada pelo segredo que poucos sabiam, mas uma das únicas que em sua opinião deveriam saber, era também a única que tinha um grande receio em contar.

   ̶ Eu não irei ficar na escola por muito tempo, a fada madrinha ainda abriu uma exceção para eu poder te ver, mesmo que ainda esteja em horário de aula, meu amor.    ̶ Sorriu largamente com uma radiante expressão de felicidade.

   ̶ Ah, por falar no Ben eu preciso encontrar ele.    ̶ Riu baixinho ao lembrar de mais cedo, da forma como Benjamim a olhou pedindo socorro por não conseguir aguentar as conversas com sua própria namorada e o amigo.    ̶ Podemos andar até o campo de esportes, até lá nós conversamos um pouco!

   ̶ Está ótimo.

Entrelaçadas por seus braços, mãe e filha andavam e observavam os campos e todo o verde que seus olhos conseguiam alcançar, risadas leves e afirmações circulavam entre as conversas das duas, eram meses de conversas adiadas por conta do fato da mãe de Fayrie não ter vindo. Fayrie encerrou sua conversa sobre os detalhes que cercam a proclamação feita por Ben, sobre o vinda dos filhos de vilões, observando avidamente Carlos em meio aos outros, conforme falava percebia algo na feição da mãe que representava desconforto, seus olhos pareciam tristes e distantes, mesmo tentando encobrir ao máximo suas emoções sobre camadas e camadas e expressões falsas, sorrisos com um fundo de tristeza. Aquilo era estranhamente doloroso para ela, Fayrie sentiu um aperto no peito, tendo consciência de que algo não estava bem, segurou o colar dado por ela em mãos olhando fixamente para a mulher, e logo desviando seus olhos para o chão em um sinal de dúvida, quando inspirou profundamente, se encontrava pronta a perguntar.

Prestes a questiona-lá sobre, quis falar, mas percebeu a voz de Ben chama-lá, acenando para ela e a mãe enquanto tinha uma prancheta em mãos, havia abandonado os trajes reais, composto pelos ternos azuis e amarelos extremamente sociais. Ambas acenaram de volta, embora Faye estivesse ainda desconfiada, Ben conhecia a mãe da amiga por algumas visitas que a mesma fizera a sua mãe desde crianças, tinha a leve impressão que a consideração entre as duas se estendia a Benjamim.

Algo chamou a atenção do príncipe e da fada, esse algo era somente os gritos de Carlos enquanto corria de um...do Dude?!

    ̶ Mas o quê..?

Fayrie mentiria se afirmasse que não se viu surpresa com a velocidade a qual o garoto corria, a garota olhou para mãe que parecia tentar compreender a situação, pedindo quase como uma permissão para ir atrás do garoto assim como Ben iria, esta que não foi negada, a Fada Azul apenas sorriu comedida, sentindo todo o desconforto que sentira antes se esvair rapidamente.

   ̶ Já volto!   ̶ Largou a mochila azulada no chão sem ao menos se importar se a sujaria com o solo terroso que a cercava, a garota trocou olhares com Ben de longe, ambos entrando em um consenso silencioso sobre o que fariam, correram atrás do garoto, a mulher apenas pegou a mesma no chão, rindo ao ver a filha adentrar a mata rapidamente.

   ̶ Igualzinha a ele, impressionante.    ̶ Concluiu, sorrindo ao segurar a mochila em mãos colocando-a em seu ombro ao esperar o retorno da sua garotinha.

Surpreendeu-se ao ver a o garoto subir uma árvore com uma facilidade assustadora, desejando ter o mínimo daquele porte físico, se amaldiçoou mentalmente ao sentir sua respiração falhar miseravelmente e tossir algumas vezes, definitivamente não estava preparada para correr aquele dia, principalmente de salto.

    ̶ BEN! ME AJUDA! Ele está querendo me pegar!    ̶ Apontou para a criaturinha que latia ao ver todo o estardalhaço que Carlos fazia com sua presença, a garota franziu o cenho, enrugando o nariz no processo. Ben o pegou no colo, estava nítido que a única coisa que o cachorro queria era brincar e carinho, este que foi ofertado pela Fada, que de algum jeito conseguia saber o que ele queria.

   ̶ Carlos, calma!

   ̶ É, Carlos tá tudo bem, o Dude é um amorzinho!   ̶ Percebeu o cachorro se contorcer para desvencilhar-se do aperto de Ben, impulsionando-se para lamber o rosto da fada, que apenas soltou uma risada realmente genuína, algo que fez Benjamim sorrir.    ̶ Quietinho Dude! Bom garoto, que coisa linda...    ̶ Fez uma voz levemente mais fina que a sua, acariciando o bichinho com todo o amor que podia.

Percebeu Carlos soltar outro grito vendo a interação entre Faye e o bichinho arregalando os olhos, completamente imerso no susto. Demonstrando um pânico visível.

   ̶ Isso aí vai me caçar e me estraçalhar. É um animal cruel que transmite raiva.    ̶ Gritou com toda a força que pôde, Ben e Fayrie se entreolharam, a fada se apoiou no garoto ao seu lado, abaixando e cabeça para soltar um riso anasalado mais baixo que conseguira no momento, sendo repreendida por Ben com um olhar.

Ambos olharam para ele, Fayrie divertidamente e Ben duvidosamente.

   ̶ Ei! Quem te falou isso?    ̶ Perguntaram em um uníssono, enquanto encaravam o garoto ainda agarrado na árvore, Fayrie pegou o cachorrinho em mãos, acariciando os pêlos de tom claro do mesmo, percebendo se acalmar e aproveitar os mimos vindos da garota.

   ̶ A minha mãe..

   ̶ Cruella de Vil?   ̶ Ergueu uma sobrancelha, olhando pouco convencida sobre o assunto.    ̶ A mesma que tem um casaco feito de pele de dálmatas? E que era obcecada pelos pobres filhotinhos?

Soltou sem perceber, acabando por tentar conter sua língua por mais alguns instantes. Parabéns Fayrie, fala mais...

    ̶ É, ela é especialista em cães....PORQUÊ TÁ SEGURANDO ELE FAYRIE?! NÃO FAZ ISSO, ELE É PERIGOSO!    ̶ Faye olhou para ele, ela somente havia movido o cachorro em seu colo, nada mais além disso.

Olhou curiosamente para o garoto ao seu lado, o incitando a se manifestar.

    ̶ Carlos, você nunca chegou perto de um cachorro não é?    ̶ Ben sorriu, e Fayrie repetiu o ato procurando acalmar o garoto que ainda estava paralisado.

    ̶ Claro que não!

    ̶ Dude conheça o Carlos..Carlos conheça o Dude. 
    ̶ Fayrie olhou para Carlos, fazendo questão demonstrar sua melhor expressão de calma, algo dentro de si se alegrou ao ver aos poucos o medo do garoto se dissipar fazendo com que ele voltasse a cogitar pisar em terra firme, ela sorriu ao vê-lo dizer;

   ̶ Ele não parece nada com um animal cruel que transmite raiva..

   ̶ Porque ele não é.    ̶ Afirmou sorrindo.   ̶ Tá tudo bem Carlos, olha, ele é bem mansinho, além disso, é o nosso mascote.    ̶ Disse com um tom de voz mais brando possível, a garota entregou o cachorro para Ben, estendendo uma de suas mãos para o garoto, na tentativa de fazê-lo a seguir e a ouvir.    ̶ Vem. Eu juro para você, ele não é "selvagem" desse jeito que a sua....mãe detalhou.

Percebeu ele pensar um pouco desviando seu olhar para a garota a sua frente que mantinha um sorriso pacífico no rosto, os olhos azuis vibrantes encarando-o com um carinho estranho e pouco percebido por ele antes de colocar a mão sobre a dela, sorrindo levemente com a atitude Fayrie segurou a mão dele com mais força entre a sua, como uma garantia de que ele estava seguro, vendo-o se desvencilhar lentamente da árvore ao qual se encontrava agarrado. Fayrie soltou a mão do mesmo ao ver Carlos se aproximar de Ben por vontade própria, sem retirar seu sorriso do rosto, a garota deixou que ele tivesse aquele momento, ficando atrás do mesmo enquanto observava o momento, que com certeza queria guardar para sempre em sua memória.

   ̶ Nossa, você é bonzinho né?    ̶ Sorriu ao concluir em sua mente, Carlos seria bom com cachorros. Um tanto irônico ao considerar o fato de que Cruella de Vil era sua mãe, finalmente Fayrie concluiu aquilo que acreditava veemente: os filhos não são como os pais. Isso valia para qualquer dos lados, sendo Ilha, ou sendo Auradon.

Viu ele finalmente encostar suas mãos no bichinho, sentindo um certo alívio, não demorando a pega-ló no colo, aquilo havia sido mais rápido do que imaginava.

Por um momento, seus devaneios antigos tomaram sua mente, quantas crianças da ilha não eram como Carlos, quantos deles sofriam daquela forma? Quantos deles eram manipulados a acreditar no que queriam? Uma leve angústia nasceu em seu coração, sentindo seus olhos transitarem de cor por um momento, lembrando-se de tudo o que ocorrera, ela desviou seu olhar para Ben sem perceber, encarando os olhos do garoto com os seus levemente marejados, e o sorriso que antes acompanhava seus lábios, desfeito.

    ̶ Imagino que seja bem difícil na ilha...    ̶ A voz de Ben a despertou em um estalar de dedos, o sorriso radiante do futuro rei dando lugar a uma simples expressão pensativa, piscou algumas vezes afugentando o leve marejar que acometeu seus olhos, percebeu que o garoto a sua frente pensou a mesma coisa, Fayrie tinha escolhido o garoto certo para ser irmã de coração. Tinha plena certeza, ele não era seus pais, assim como ela também não.

    ̶ É, digamos que ninguém coça nossa barriga.    ̶ Fayrie, por um momento se sentiu da melhor e pior maneira possível, orgulhosa de si mesma por querer lutar por eles mesmo sendo de Auradon, e ao mesmo tempo, triste com a realidade da ilha, a fada deu alguns passos a frente, colocando uma mão sobre o ombro do garoto de cabelos claros ao usar a outra para acariciar o cachorrinho que a olhava pedindo por aquilo.

    ̶ Bom garoto.    ̶ Ben disse colocando a mão sobre o ombro livre dele e ela riu do comentário completamente desconexo.    ̶ Quer dizer, você corre bem, você é rápido!

   ̶ Rápido até demais! Quase morri por tentar te alcançar garoto!    ̶ Fingiu uma raiva branda do garoto, ao bagunçar os cabelos claros do mesmo com as mãos, algo que o fez rir, tal ato fez a alegria se agitar em seus sentimentos.    ̶ Talvez eu seja um pouco sedentária também, não sei...

Sim, ela era.

   ̶ Valeu.

    ̶ É, vamos dar um tempo pra vocês dois.    ̶ Fayrie sentiu seu braço sendo puxado para trás pelo amigo, apenas seguiu a direção para onde ele a puxava confiando inteiramente em Benjamim.    ̶ Tá podem ir se conhecendo e venha nos contar depois.

   ̶ Claro!

   ̶ Tchau!    ̶ Ambos falaram, sorrindo feito dois bobos, vendo o garoto interagir com o cachorro, Faye via tanta sinceridade entre os dois, aquilo parecia ser o mais incrível visto pelos olhos do garoto, mesmo sendo comum para eles.

    ̶ Acho que eu nunca me senti tão segura durante os anos sobre tudo o que eu fiz para ajudá-los e defendê-los, e sobre o que ainda faço para libertá-los Ben...    ̶ Murmurou para o garoto ao seu lado sorrindo fracamente ao observar o caminho terroso ao qual seguia, este que passou seu braço por trás do ombro da garota, trazendo-a para mais perto, deu leves tapinhas no ombro dela, a fazendo rir enquanto erguia sua cabeça, olhando para trás por breves segundos.

   ̶ Eu também, fadinha.

   ̶ Espera aí.    ̶ Percebeu o garoto parar seu passos, Fayrie apoiada no ombro do garoto, retirou os sapatos de salto, tampouco se importando em pisar na terra, contanto que não machucasse seus pés, sentindo um alívio imenso.    ̶ Vamos...    ̶ Olhou para Benjamim, com um sorriso claramente competitivo em seu rosto e uma expressão decidida, Ben suspirou fingindo cansaço.

    ̶ Fayrie....não.    ̶ Afirmou, sorrindo ao olhar para a garota de olhos azulados ao seu lado.

Faye começou a correr pelo caminho de volta sentido alguns fios de seus cabelos acastanhados virem contra seu rosto, mesmo descalça, só então ouvindo Benjamim gritar um "Não vale!" Quando já estava bem a frente dele, que a seguiu para tentar alcançá-la, gargalhando feito duas crianças que no fundo, eram, a única diferença era que um deles teria uma coroa na cabeça, um reino para governar e um título a zelar em poucos dias.

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Mais um capítulo saiu gente, percebi que normalmente atualizo Fairytale nos sábados, mas é por conta da escola e tals, é o dia onde eu tenho mais tranquilidade para finalizar os capítulos - parte deles - que escrevo mais ou menos durante a semana, então nos finais de semana, eu dou uma revisada e finalizo eles com o intuito de que fique tudo bem organizadinho e bonitinho, meu perfeccionismo não me permite que eu poste até estar do jeitinho que eu gosto akakakakak.

Eu gosto de postar dessa maneira por querer entregar o melhor a vocês ♡, e me satisfazer e distrair durante a escrita...enfim, espero que tenham gostado desse capítulo que foi um pouco...doloroso escrever ele akakakakakak, por conta dos eventos de mais a frente, ver a Fayrie com tanta fé, esperança e determinação aqui, sabendo o que os Vk's pretendem fazer, e pensar como ela reagiria a isso, me corta o coração viu, além da treta da barreira, vamos aqui de explicações: a Fada Azul, era pouco conhecida em Auradon, justamente por não fazer parte do conto de nenhuma princesa, ou seja, poucos a conhecem realmente...

Não vou falar mais para evitar spoilers, ok? Boa tarde meus amores!