❛ A MANHÃ E A ÁGUIA. ❜
leia 40 de isaías e 30 de salmos.

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⠀⠀⠀𝑨S PAISAGENS passavam correndo pela janela do carro e Hannah sentiu um leve enjoo no veículo. A música ecoava em seus fones de ouvido, assim como a conversa de sua família à sua volta.

— Está ansiosa para voltar à Carolina do Norte, filha? — Abraham, seu pai, perguntou, olhando de relance para trás. — Não está com uma cara muito boa.

Ele comentou, preocupado com a filha e se virando novamente para a estrada, ao que sua mulher deu um leve tapa no braço do marido em sinal de repreensão. Ambos sabiam que havia algo de diferente com Hannah, mas queriam evitar pressioná-la.

— Estou papai, vai ser ótimo ver tudo de novo! — ela disse dando um sorriso amarelo e tirando um dos fones.

— Que bom, vai ser um novo começo para todos nós. — o homem sorriu, olhando em volta para sua família.

Construir um lar e uma família era algo que ele almejava desde criança e quando conheceu com Sarah, sua esposa, ele sabia naquele momento que seria o para sempre, que ela seria a mãe de seus filhos e o amor de sua vida. E ele estava certo.

Quando recebeu a notícia de que Sarah estava grávida de uma menina e Hannah nasceu, ele só conseguia chorar, sorrir, dizer o quanto amava sua esposa e sua filha e agradecia a Deus por tudo. E foi a mesma coisa com os gêmeos, Michael e Mary. Mas agora, vendo sua filha naquele estado, seu coração se partia, sem saber o que fazer por ela. E Sarah também se sentia assim, o amor dos dois pela filha era enorme.

Hannah suspirou, colocando o outro fone de volta e sabendo que eles estavam preocupados com ela, mas a morena não conseguia se abrir com sua família sobre o que estava acontecendo, nem com qualquer outro. Ela sentia que aquilo era uma batalha só dela e não queria que eles se preocupassem demais com ela.

Ela estava bem. Ou pelo menos queria que pensassem que ela estava assim.

Voltar para Carolina do Norte não fez tanta diferença para ela, quase não ligava pra mais nada. Apenas estava mais nostálgica e até um pouco feliz por voltar para aquele lugar. Não a leve a mal, Hannah achava a grande cidade de Nova York esplêndida, mas ela amava ainda mais a natureza e calmaria de sua terra natal.

Ela estava vendo sua vida despencando ao seu redor e não tinha forças para fazer nada. Sua relação com o Pai só se esfriava mais, não havia mais vontade de ir à igreja ou até mesmo fazer as coisas que lhe agradava, como ler um livro ou escrever.

Seus olhos se umedeceram e uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto, a qual ela limpou rapidamente para que não pudessem ver seu estado. Encarou o Falls Lake passando e viu algo branco voando por cima da água.

Seus irmãos também perceberam isso e chegaram mais perto da janela onde ela estava, se amontoando em cima dela.

— Olha, papai! Um anjo! — Michael disse rindo e o pássaro se aproximando mais enquanto eles passavam lentamente pela extensão do lago.

— É apenas uma águia, filho. — o homem respondeu, com um sorriso.

— Na verdade não, a águia representa a proximidade de Deus, considerada mensageira divina. — Mary respondeu, como sempre sendo metódica e inteligente.

— Ela tem um ponto, querido! — Sarah defendeu a filha, colocando a mão sobre o ombro do marido rindo.

— É… você está certa, Mary. — ele se rendeu, concordando com os filhos.

Hannah apenas observava o pássaro, escutando vagamente a conversa, algo havia chamado atenção naquela ave. O carro parou no acostamento para observar o pássaro e o pai sugeriu descerem do carro para ver o lago e assim que saíram, o homem começou a contar uma das histórias da sua infância que passou naquele lago.

— De novo não, papai. — o filho mais novo choramingou, mas ele ignorou e continuou contando a história que todos sabiam de cor.

Hannah tirou os fones de ouvido e colocou no bolso do cardigã que usava, junto a um vestido florido, e ela ainda observava a águia, que parecia realmente algo celeste se movendo sobre as águas. O resto da família não percebeu, mas ela estava vindo na direção deles.

O pássaro emitiu um grito que assustou os outros e antes que pudesse atingir eles, ela voou para o alto, o sol contrastando com o pássaro, criando uma visão magnífica e depois sumindo num vôo por entre as nuvens. Divino, não?

— Isaías 40:31: Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias. — O pai citou, observando a ave ir para longe.

— Eu disse! É sinal de Deus. — a pequena Mary afirmou com um sorriso cruzando os braços.

— É um bom sinal para nossa nova vida aqui, filha, um bom sinal para todos nós. — Sarah concordou, seu olhar indo para a filha Hannah, que observava o céu distante.

A mulher se aproximou e colocou passou o braço pelo ombro da primogênita, a abraçando e logo os outros fizeram o mesmo, olhando para o lago, os raios de sol refletindo na água e toda a natureza alaranjada pela estação em volta, o céu azul logo acima das montanhas ao fundo. Era como uma pintura, obra do Grande Pintor.

Deus era perfeito em tudo que fazia, Hannah observou em sua mente, absorvendo cada detalhe da paisagem a sua frente e sentiu através do que estava acontecendo que seria uma virada de chave em sua vida. Pois mesmo nos tempos de dor e luta, quando uma grande sombra toma as nossas vidas, ainda pode ter uma luz, mesmo que a nossa esteja apagada, Ele é a luz que ilumina nosso caminho.

Ela chorava, mas as lágrimas não eram visíveis em seus olhos, sua alma chorava, mas já havia dito o salmista Davi: O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.

E manhã na vida de Hannah Brown estava chegando.

𝒩OTAS DA AUTORA – bem vindos ao prólogo de by faith e estou muito feliz por terem gostado e espero que alcance muito mais pessoas. obrigada pelos comentários, votos e pelo carinho. que se sintam mais próximos a Deus através dessa obra. 🤍
𖹭 𓂅 𝒞𝑙𝑎𝑟𝑖𝑐𝑒.

𓍢 ✝ © writerdreamxs, 2024.
❛ somos fortes pela fé. ❜