Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

⠀⠀━ 𝐂𝐀𝐏. 4 ❜ some little memories.

🩰' 𝒲elcome to 𝒕𝒉𝒆 𝑐𝑎𝑝. ℱ𝒐𝒖𝒓.
❛ algumas pequenas memórias. ❜

ℰ𝐒𝐓𝐀́ 𝐏𝐑𝐎𝐍𝐓𝐎?
𝒞omeçará em
três,
dois,
um!

ℳ𝐄𝐓𝐀 para o próximo capítulo : 90 comentários.
105 votos.

⠀⠀⠀𝒥𝐀́ 𝐇𝐀𝐕𝐈𝐀 anoitecido e o trio de amigos começou a colocar seu plano em prática. Noodle foi até a cabine do segurança enquanto Willy e Véronique esperavam atrás de um carro. Ambos observavam enquanto Noodle "enrolava" o segurança. Quero dizer, Véronique observava Noodle atentamente, o moreno ao seu lado mais olhava para a francesa do que qualquer coisa, seus olhares se desviando constantemente para a mulher ao seu lado sem que a mesma percebesse.

⠀⠀⠀Os traços dela eram tão belos sob o luar, na verdade, a qualquer hora do dia. Seus lábios finos levemente entreabertos e a pele pálida e suave, recebendo um fraco raio do luar deixando-a tão delicada. O brilho etéreo da lua a envolvendo. Ele sentiu que não poderia se cansar de admirá-la. Tão doce...

⠀⠀⠀— Você gosta mesmo da Noodle, não é? — o moreno perguntou, seu olhar não desviando da loira ao seu lado, que também virou o rosto para seus olhos se encontrarem.

⠀⠀⠀— Essa menina é muito importante para mim, depois de alguns... acontecimentos da minha vida, eu fiquei completamente desamparada e acho que encontrei em Noodle, um refúgio ao qual recorrer. — Véronique respondeu, seu olhar voltando para a menina que ainda estava na bilheteria. — Eu faria qualquer coisa por ela, é como se fosse uma irmã mais nova para mim, então Willy, por favor, entenda porque estou preocupada com isso tudo que estamos fazendo. — a preocupação era visível em seus olhos escuros enquanto olhava de volta para Willy. — Tenho medo que ela possa acabar como eu.

⠀⠀⠀— Não se preocupe, Véronique. Eu prometo de dedinho que nunca vou deixar nada acontecer com a pequena Noodle. — Willy respondeu suavemente dando um leve sorriso, estendendo o midinho em direção a loira.

⠀⠀⠀— De dedinho? — a francesa questionou com um sorriso de lado e o cenho franzido.

⠀⠀⠀— É o juramento mais solene que existe. — o moreno respondeu com um tom de brincadeira, e Véronique sorriu em resposta entrelaçando os dedos mínimos deles.

⠀⠀⠀— Está bem, sr. Wonka. Espero que seja capaz de cumprir sua promessa. — ela disse com um tom brincalhão, mas havia uma pitada de seriedade por trás de suas palavras.

⠀⠀⠀Willy assentiu suavemente dando uma risada, seu olhar esverdeado se encontrando com os olhos castanhos escuros de Véronique, e por todos os chocolates do mundo. Como alguém podia ser tão linda assim? A luz do luar prateado cai sobre eles e mesmo quando os seus dedos se desconectaram, de alguma forma ainda pareciam estar ligados por um fio invisível. Algumas almas são conectadas desde o nascimento, e às vezes se encontram nos caminhos da vida. Alguns chamam isso de coincidência, eu chamo de destino.

⠀⠀⠀Após isso, ambos voltaram seus olhares para Noodle, que havia entregado o "presentinho" para o segurança e estava caminhando de volta até eles.

⠀⠀⠀— Muito bem, Noodle! — Willy sussurrou para a menina que se juntou ao lado deles.

⠀⠀⠀— Mas o que aquilo realmente é de verdade? — ela perguntou, também em sussurro.

⠀⠀⠀— Ele se chama Noitada Boa. Um chocolate único que imita com perfeição uma noite feliz na cidade. Na camada externa uma trufa de champagne e logo depois o vinho branco, em seguida o tinto. — Willy explicou para as duas ouvintes. — E é aí que começa a cantoria e dança.

⠀⠀⠀Um breve sorriso pintou os lábios de Véronique, arrancando uma risada baixa ao ver o homem cantar e dançar ao longe, dentro da cabine de bilheteria, enquanto Noodle fazia uma careta diante da situação.

⠀⠀⠀— Hoje a noite vai rolar uma festa!

⠀⠀⠀— E quando ele chega na camada de uísque, aí ele fica bastante emotivo.

⠀⠀⠀— Oh! — o guarda choramingou. — Gwennie foi a única mulher que eu amei!

⠀⠀⠀— E pode ser que tome decisões um tanto impulsivas. — Willy continuou.

⠀⠀⠀— Oh!, Eu vou ligar pra ela, que mal vai fazer? — o homem na cabine se perguntou, pegando o telefone para ligar para sua ex-namorada. — Alô, Gweenie? É o Basílio, eu só queria dizer que eu sempre te amei, eu te amo tanto que... sou o Basílio Milles, a gente estudou química na mesma turma! Não, não! Não desligue!

⠀⠀⠀Véronique se divertiu com o desenrolar da cena diante de si, realmente era uma situação hilariante. Basicamente o chocolate servia como um impulso para tomar decisões precipitadas e um tanto

⠀⠀⠀— E para finalizar, um vinho do porto antigo lá do fundo armário e... — o moreno terminou a explicação e assim que pronunciou a última palavra, o guarda inclinou a cabeça para trás subitamente e se ouviu seu ronco ecoar no ar.

⠀⠀⠀— Eh... Nossa! — Véronique estava surpresa, e balançou a cabeça um pouco em descrença, mas deveria se acostumar com isso, afinal estamos falando de Willy Wonka. Noodle estava ainda mais chocada que Véronique, sua boca formando um "O" perfeito.

⠀⠀⠀— Hum! — Ele murmurou com um sorrisinho nos lábios. — Vamos! — Ele chamou e saiu, com Véronique logo o seguindo, mas Noodle ainda estava lá, encarando o segurança.

⠀⠀⠀— Vamos, Noodle? — Véronique chamou, puxando a menina levemente pelo braço.

⠀⠀⠀Eles adentraram os portões do zoológico após pegarem a chave discretamente na cabine do segurança e os destrancar. Era tudo muito lindo e encantador. A neve dava um toque mais belo ao local e as luzes pareciam pequenas fadas que brilhavam ao redor deles. O trio caminhava em silêncio, absorvendo a tranquilidade da noite e a beleza do zoológico sob a luz do luar. Haviam muitos prédios, que abrigavam os outros animais, todos numa bela arquitetura clássica.

⠀⠀⠀Noodle olhava tudo com um ar tão sorridente que fazia o coração de Véronique aquecer, a menina nunca havia estado lá, apenas podia ver o local por trás das grades. Como é de se esperar, a dona Alva não liberava a criança para apenas ser... criança. Brincar na neve, visitar parques, olhar os animais no zoológico. A loira sabia que se esse plano realmente desse certo, mais que conseguir sua própria liberdade, iria agradá-la ainda mais ver a liberdade de Noodle.

⠀⠀⠀Podiam avistar um carrossel, do outro lado do lado que ficava no centro do parque e também tendas de jogos, como do jogo das garrafas e argolas, que tinham como prêmios bichinhos de pelúcia. Era uma atmosfera com um toque mágico e envolvente, do outro lado do caminho nevado que seguiam também havia outro lago, o qual abrigava flamingo e Noodle os observou curiosa.

⠀⠀⠀— Por que eles simplesmente não fogem voando? — ela perguntou olhando para os dois mais velhos.

⠀⠀⠀— Talvez nunca tenham pensado nisso. — Véronique respondeu, olhando para as aves de plumagem rosa e logo depois para Willy.

⠀⠀⠀Ela adorava flamingos, eram tão lindos, na verdade a francesa adorava aves, corujas, pavões, pombos, cisnes - oh, os cisnes! As plumagens tão coloridas das aves, a liberdade que elas tinham de poder sair pelo mundo sem se preocupar com nada, era magnífico.

⠀⠀⠀— Tá de brincadeira? — Noodle perguntou incrédula.

⠀⠀⠀— Na verdade não! — o moreno respondeu, enquanto eles continuavam a caminhar. — Esse é o problema dos flamingos, precisam que alguém lhes mostre o caminho.

⠀⠀⠀Noodle murmurou um "Hum" em resposta e os três continuaram seguindo até um dos prédios, onde esperavam encontrar a girafa. Antes de adentrarem o local Willy apanhou uma lanterna, assim como Véronique e Noodle e após, torceu maçaneta prateada da porta de carvalho que se abriu com um rangido, o trio entrou em passos lentos no corredor que continha outras diversas portas, com as espécies de animais escritos em plaquinhas penduradas na madeira.

⠀⠀⠀A luz da lanterna do moreno se direcionou para um as portas na qual estava escrito "Tigre" - no entanto, lembra daquele pequeno detalhe a respeito de Willy?.

⠀⠀⠀— Há! Girafa. — ele estendeu a mão abrindo a porta, antes que Véronique pudesse gritar "Não!" e um tigre enorme rugiu e veio em direção a Willy que soltou um grito, mas Noodle foi ágil em fechar a porta.

⠀⠀⠀— Você realmente precisa aprender a ler! — ela disse soltando um suspiro aliviado.

⠀⠀⠀— Por que? — Willy perguntou franzindo a sobrancelha, claramente não entendendo o motivo.

⠀⠀⠀— Como assim "por que"? — Véronique pergunta incrédula. — Você quase foi devorado por um tigre!

⠀⠀⠀— "Quase" é a palavra chave, minha querida Véronique! — o moreno de olhos verdes respondeu com um sorriso para a loira. — Eu já fui quase devorado por muitas coisas. Mas estou inteiro até hoje! — ele finalizou indicando o próprio e dando uma piscadela.

⠀⠀⠀— "Até hoje" são as palavras chaves! — Noodle disse e saiu com um leve bufo, após revirar os olhos.

⠀⠀⠀— Tá bom, eu aprendo a ler! — Willy se conformou, seguindo as duas que já estavam um pouco mais à frente.

⠀⠀⠀Após andarem mais alguns instantes, finalmente encontraram a porta certa e abriram cuidadosamente a porta e entraram na sala onde a girafa estava alojada. O ambiente era amplo e bem iluminado, com grandes janelas que permitiam a entrada da luz da lua. No centro da sala, uma bela girafa estava de pé, olhando para eles com curiosidade.

⠀⠀⠀A luz da lanterna percorreu o longo pescoço do animal que soltou um leve bufo e mexeu as orelhas. Noodle olhava encantada para a girafa a sua frente e apesar de estar um pouco tensa com a situação, Véronique não pôde deixar de sorrir ao ver a expressão de admiração no rosto de Noodle. A menina parecia hipnotizada pela presença majestosa da girafa, e aquilo fez com que a francesa se sentisse grata por poder proporcionar aquele momento à sua amiga.

⠀⠀⠀— Ela é linda, não é mesmo? — Véronique sussurrou.

⠀⠀⠀— Sim, é incrível! — Noodle respondeu, seus olhos brilhando de fascínio.

⠀⠀⠀Willy apoiava a bengala no chão e fez uma pequena mesura diante do belo animal.

⠀⠀⠀— Boa noite, senhorita... eh... — o moreno hesitou, sem saber o nome da girafa.

⠀⠀⠀— Abigail. — Noodle sussurrou, após ler na placa de dentro do lugar.

⠀⠀⠀— Abigail! — Willy completou, mas a girafa bufou e avançou levemente em direção a ele. — Opa! Calminha! — ele enfiou a mão no bolso do sobretudo vinho e retirou pequenas bolinhas verdes de lá. — Trouxe balas de acácia para a senhorita.

⠀⠀⠀A girafa resfolegou enrugando as narinas, como se estivesse desdenhando, mas abaixou o longo pescoço até a mão de Willy para comer as balas de acácia. Véronique deu um pequeno sorriso ao ver a reação de Willy e o jeito dele agir, era... fofo. Noodle estava um pouco receosa em relação a proximidade da girafa, então agarrou a mão de Véronique que fez carinho com o polegar nas costas da mão da garota.

⠀⠀⠀— Não se preocupe, querida. Ela parece inofensiva! — Véronique respondeu com um sorriso tranquilizador.

⠀⠀⠀— De fato! — o chocolateiro concordou. — O que ela mais adoram são balas de acácia! Na verdade, só perde para a coçadinha no queixo. — ele reafirmou, fazendo uma leve carícia no queixo da girafa, o que a fez se aconchegar na mão dele e Noodle soltou uma leve risada.

⠀⠀⠀— Nossa, você realmente sabe conquistar uma girafa, Sr. Wonka. — Véronique disse o provocando.

⠀⠀⠀— Deveras. — ele concordou, ainda acariciando o queixo da girafa, mas o olhar se voltou para Véronique. — Mas não só girafas, mademoiselle. — Willy respondeu, seu olhar fixo nos olhos castanhos de Véronique, transmitindo uma certa intensidade. — Há muitas outras coisas que eu sei conquistar, se assim eu desejar.

⠀⠀⠀— Isso soa um tanto quanto pretensioso, não acha? — Véronique respondeu com um sorriso divertido, enquanto desviava o olhar de Willy para a girafa, que parecia bastante confortável com as carícias do chocolateiro.

⠀⠀⠀— Digamos que tenho meus truques. — Ele respondeu com um tom de mistério, enquanto continuava a mimar a girafa, voltando o olhar para a mesma.

⠀⠀⠀Véronique direcionou seu olhar para os sapatos, que estavam um tanto sujos pela caminhada, mas ela não se importou com isso, sua mente ainda estava imersa no que havia acabado de acontecer. E isso era estranho, algo estava acontecendo e era diferente. No entanto, o diferente nem sempre é ruim. Willy era tão enigmático e sabe se lá o que se passava pela mente dele.

⠀⠀⠀— Quer tentar, Noodle? — Willy disse, chamando a atenção de Véronique novamente.

⠀⠀⠀

⠀⠀⠀— Eu? — A menina questionou, sua mão se desvencilhando lentamente da de Véronique.

⠀⠀⠀— É! Por que não?— O moreno respondeu, se afastando um pouco para o lado, dando espaço para Noodle chegar mais perto.

⠀⠀⠀A menina deu de ombros concordando e se aproximou da girafa, ainda um pouco receosa. Mas estendeu a mão e começou a acariciar o queixo do animal, assim como Willy estava fazendo. Ela soltou um leve risinho e Véronique também se aproximou de Abigail, fazendo carinho nela.

⠀⠀⠀— Será que ela tá gostando? — Noodle perguntou e a girava se aproximou dela, lambendo seu rosto.

⠀⠀⠀— É! — a mais velha riu. — Ela gostou de você!

⠀⠀⠀Abigail levantou seu pescoço novamente e Willy se pôs diante dela, olhando para o enorme animal.

⠀⠀⠀— Senhorita Abigail, se minhas colegas se disporem a lhe fazer carinhos, poderia nos ceder um pouco do seu leite?

⠀⠀⠀A girafa balançou as orelhas como se concordasse e Willy sorriu seu olhar indo de Abigail para Véronique, que estava olhando para a girafa. Ela era tão perfeita... Véronique, é claro! Não que Abigail não fosse, mas... enfim!

⠀⠀⠀Ele se pegou admirando a suavidade dos traços do rosto dela, a maneira como a luz da lua destacava a curva delicada de seus lábios, a graça com que ela se movia ao acariciar a girafa. Cada detalhe parecia perfeito, como se fosse desenhada minuciosamente. E seus olhos... Ah, seus olhos! Profundos e hipnotizantes, como duas poças de chocolate derretido sob o luar.

⠀⠀⠀No entanto, teve que voltar a realidade tangível, não podendo apenas admirar a francesa a noite toda. Se bem que é algo que ele adoraria fazer, era como se ela fosse uma inspiração para ele.

⠀⠀⠀Noodle e Véronique andaram procurando como acender as luzes daquele lugar enquanto Willy se preparava para ordenhar a girafa. Ele fincou a bengala no chão, que se abriu como um cabideiro, na qual ele pendurou seu sobretudo e a cartola. Ele encontrou um banquinho em algum dos cantos do local e o colocou perto da girafa, enquanto as meninas acendiam as luzes. Após isso, Noodle puxou uma escada também escondida nas sombras do lugar e subiu nela para poder acariciar a girafa, devido a altura do animal e Véronique também dependurou seu casaco no cabideiro improvisado de Willy.

⠀⠀⠀Ela se aproximou da girafa, acariciando a barriga da mesma enquanto cantarolava uma melodia em voz baixa, era de uma antiga música que ela recordava de sua infância, que apesar de um tanto perturbada ainda continha memórias felizes. Como os passeios matinais com seus gatos pelo Jardim de Luxemburgo e os balés assistidos no Palais Garnier, que desde muito tenra idade lhe fizeram despertar o interesse pelo balé. Véronique ainda se recorda do primeiro balé que assistiu, ela tinha apenas seis anos mas se lembra como se fosse ontem, foi Quebra-Nozes, ela havia se encantado pela bailarina da Fada Açucarada, ela era tão linda, a pele negra reluzia sobre a luz que rescindia nela, uma beleza melódica e fascinante. E foi naquele momento em que viu-a dançar com tanta paixão que Véronique, em seu coração, soube que era aquilo que queria fazer para o resto de sua vida. Seu sonho. No entanto, nós sabemos como essa história termina, com dor, certo? Mas será que acabou?

⠀⠀⠀— É uma bela música. — A voz de Willy a despertou de seus devaneios.

⠀⠀⠀— Sim! — Noodle concordou, assentindo levemente com a cabeça lá do alto da girafa. — Véronique sempre a canta para mim, quando há tempestades e eu não consigo dormir. Como se chama mesmo, Véro?

⠀⠀⠀— Once Upon a December. — a loira respondeu, seus lábios se curvando em um leve sorriso. — Eu a ouvi uma vez quando estava caminhando ainda jovem pelas ruas de Paris com a governanta da família e havia um violinista a tocando na rua. Fala sobre a família real russa e...

⠀⠀⠀— Anastasia, a princesa perdida! — Noodle completou. — Também é uma das história que Véronique sempre me conta.

⠀⠀⠀Véronique assentiu com a cabeça, sua mente vagueando lentamente ao passado, antes de tudo ter se tornado a confusão que está hoje.

⠀⠀⠀— Você... não fala muito do seu passado, não é? — Willy perguntou cautelosamente, não querendo forçar Véronique a contar algo que ela não queira.

⠀⠀⠀— Às vezes, sr. Wonka, esquecer o passado se torna uma necessidade. — a loira respondeu, sua voz suave mas melancólica ao mesmo tempo.

⠀⠀⠀— De fato. — Willy respondeu compreendendo o tom de Véronique. — Mas não acredita também que precisamos do nosso passado para poder escrever o futuro?

⠀⠀⠀— Essa é uma observação importante, sr. Wonka. Em breve veremos qual de nós está mais correto. — a francesa finalizou, um sorriso desafiador esboçando seus lábios enquanto olhava para Willy, que sentiu seu rosto esquentar levemente sobre o olhar da mulher ao seu lado. Um detalhe quase que imperceptível, mas não para Noodle, que deu um sorriso travesso ao observar os dois amigos. Era como assistir a um daqueles romances que ela lia escondido sob as cobertas à noite.

⠀⠀⠀Véronique meditava em pensamentos enquanto Noodle e Willy conversavam, ela sempre gostava de se manter ativa por causa disso. Quando se para muito para refletir, pensamentos obsessivos vem à mente e eles sempre a levam de volta ao passado.

⠀⠀⠀Fogo, chamas, fumaça...

⠀⠀⠀De forma abrupta, ela despertou de seu devaneio e respirou fundo, olhando ao redor como se ainda achasse que estivesse no incêndio e seus amigos perceberam sua inquietação.

⠀⠀⠀— Você está bem, Véro? — Noodle perguntou, com preocupação em seus olhos.

⠀⠀⠀— E-estou, só... preciso de tomar um pouco de ar! — a francesa respondeu, com uma leve dificuldade — Vocês... vão precisar de mim aqui agora?

⠀⠀⠀— Não, Véro! — Noodle respondeu rapidamente, preocupada com a mulher. — Pode ir, sem problemas! Encontra a gente perto da fonte.

⠀⠀⠀Véronique assentiu levemente, tentando não demonstrar o pânico que crescia dentro de si. Ela precisava de um momento sozinha, longe das memórias que a perseguiam e dos olhares preocupados de seus amigos.

⠀⠀⠀— Certo, encontro vocês lá.— Ela respondeu com um leve sorriso forçado. — Até mais, Abigail! — a loira se despediu com um sussurro, antes de se afastar da girafa e caminhar em direção à porta.

⠀⠀⠀Willy observou enquanto ela se afastava, seu olhar cheio de preocupação e algo mais que ele não conseguia definir completamente. Noodle observou o olhar dele seguindo Véronique enquanto a mesma saia da sala e deu um sorriso para si mesma, alguma coisa estava para começar.

⠀⠀⠀Véronique caminhava pelas ruas cobertas com camadas de neve da cidade. Ela havia deixado o zoológico e seus passos eram lentos, respirando fundo e se envolvendo mais no seu casaco, devido ao frio constante. Ela detestava quando essas lembranças horríveis invadiam sua mente, era como tentar se livrar de algo pesado amarrado a você, uma âncora em seus pés enquanto você se afogava em um oceano profundo lutando com todas as suas forças para poder chegar à superfície.

⠀⠀⠀Véronique esfregou suas mãos, que mesmo envoltas em luvas, ainda era possível sentir frio percorrendo sua pele. Enquanto respirava, um leve vapor saía de seus lábios, devido a temperatura baixa. A cidade estava silenciosa, quase todos já haviam ido dormir e se podiam ver algumas raras luzes acesas nas casas, o que indicava que estava cada vez mais próximo da hora do toque de recolher da lavanderia.

⠀⠀⠀A francesa estava tão preocupada com todas essas coisas em sua mente que não viu uma figura vindo rapidamente em sua direção e chocando com seu corpo. Ela soltou um leve grito, assim como a sombra, que era visualmente mais baixa que ela.

⠀⠀⠀— Ei! — uma voz profunda, mas não tão grave, como a de um menino, exclamou. — Olha por onde anda!

⠀⠀⠀— Me desculpe, mas a culpa não foi só minha. — Véronique replicou, seus olhos agora distinguindo a figura à sua frente.

⠀⠀⠀Era de um garoto de mais ou menos a idade de Noodle, ele possúia uma pele pálida, algumas sardas em seu rosto, bochechas avermelhadas pelo frio, cabelos lisos negros como ébano e olhos tão escuros como tal. Também estava vestido com roupas de frio, e parecia que também distinguia a figura da mulher a sua frente e seus olhos se arregalaram levemente ao perceber que se tratava de Véronique Varenne. Mais para frente você descobrirá o quanto isso está ligado à sua vida.

⠀⠀⠀— V-Véronique? — ele perguntou com hesitação.

⠀⠀⠀— Eh... sim? — a loira respondeu com hesitação, é estranho você trombar com um estranho a noite e ele saber seu nome. — Como você me conhece e quem é você? — a voz de Véronique parecia incerta.

⠀⠀⠀— Meu nome é Frede- — e ele subitamente parou, recuando um pouco como se tivesse se queimado. — É Freddie! E... como eu não te conheceria? Você é simplesmente Véronique Varenne, uma das bailarinas mais encantadoras de todos os tempos!

⠀⠀⠀Um olhar melancólico tomou os olhos de Véronique, e um sorriso leve, sombreado por saudade e memória pintou em seus lábios. Ela olhou para baixo e depois se voltou para o menino, que agora sabia que se chamava Freddie.

⠀⠀⠀— Obrigada pelo elogio, mas... isso foi há muito tempo, agora sou só... Véronique. — ela deu de ombros.

⠀⠀⠀— No entanto, algumas pessoas jamais serão esquecidas. — Freddie disse, com um sorriso de lado e Véronique inclinou a cabeça levemente para o lado, era um garoto interessante. — Meu tio me fala muito de você, ele diz que é uma das bailarinas mais mágicas que ele já viu.

⠀⠀⠀— Seu tio? — ela indagou, curiosa.

⠀⠀⠀— Sim! Ele... — ele parecia prestes a dizer algo, mas se interrompeu novamente, como na última vez. — Ele é um grande amante do balé e acho que eu herdei isso dele. — o moreno deu um sorriso sem dentes e Véronique se surpreendeu com o fato de ele gostar de balé e admitir isso, na sociedade em que viviam, o balé era constantemente julgado uma atividade unicamente "feminina".

⠀⠀⠀E apesar de haverem meninos que gostassem dessa arte, eles nunca admitiam como Freddie fez, em razão do medo do julgamento das pessoas. Ela achava admirável o que ele fez.

⠀⠀⠀— Isso é muito bom, Freddie! Nem todo mundo tem a coragem de admitir seus sonhos. — ela se sentou em um banco na praça da fonte e o convidou para se sentar ao lado dela, dando um tapinha no espaço vazio.

⠀⠀⠀O menino hesitou um pouco ao ir, mas se sentou ao lado da mulher mais velha.

⠀⠀⠀— Ah, obrigado! — Freddie disse timidamente, sentando-se ao lado dela. Ele esfregou as mãos enluvadas para aquecê-las. — Eu só não tenho certeza se consigo seguir esse sonho, sabe? É complicado...

⠀⠀⠀— Eu te entendo, Freddie, às vezes nossos sonhos têm um preço muito alto. Se qualquer coisa que possa nos aniquilar, após os realizarmos, acontecer, a dor será tão grande que talvez você nem possa sonhar de novo. — Véronique disse, talvez mais para si mesmo do que para Freddie, seu olhar direcionado a lua marfim no céu noturno. Ela direcionou seu olhar novamente para o menino ao seu lado e deu um sorriso suave. — Mas não desista, mesmo com tudo que possa acontecer, perseguir nossos sonhos é algo que nos mantém vivos.

⠀⠀⠀— Obrigado, Véronique! Mas, você fala da dor devido ao incêndio, certo? Meu tio me contou sobre isso também. Imagino que não tenha sido fácil para você.

⠀⠀⠀— Não foi, Freddie e não está sendo, mas como eu disse, sempre há coisas que nos dão força para passar por cada dia e não pensar em desistir de tudo. Todo mundo tem um motivo pra continuar, por menor que seja, ainda há algo. Eu tenho a Noodle, uma garota que eu considero como uma irmã e se não fosse por ela, acho que seria muito mais difícil. — a francesa deu uma pausa e um sorriso. — Mas e você, o que te dá forças?

⠀⠀⠀— Eu... — Freddie pareceu parar para pensar, porém seus olhos apresentavam confusão. — Acho que meu tio, ele cuidou de mim desde que meus pais morreram, há três anos atrás.

⠀⠀⠀— Nossa! Sinto muito, Freddie. Você fala muito do seu tio, ele realmente deve ser muito especial para você. É... qual o nome dele? Talvez eu o conheça!

⠀⠀⠀— É... você não o deve conhecer! Eu... — Freddie pareceu nervoso e levemente corado e se levantou repentinamente. — Preciso ir! Ele já deve estar preocupado comigo. Foi um prazer te conhecer, Véronique!

⠀⠀⠀— Até logo, Freddie também foi um prazer te conhecer! — a loira sorriu e acenou, o aceno sendo retribuído pelo menino que se afastou, após alguns instantes desaparecendo no caminho.

⠀⠀⠀Véronique suspirou e sorriu, se envolvendo em um abraço para se manter aquecida. Foi bom conhecer Freddie, ele era um menino incrível e parecia ter um futuro brilhante pela frente. Ela se sentiu como se fosse uma menina outra vez, repleta de sonhos e esperança, não de pesadelos e desilusão. Também um pouco de seu velho pequeno eu na alma do garoto, então se lembrou um pouco de como chegou ao mundo do teatro.

⠀⠀⠀Sua antiga família, que só a foi procurar quando ela já era mais velha e uma bailarina de renome, pois estavam passando por dificuldades financeiras e precisavam de dinheiro, nem tendo se preocupado o mínimo com a garota quando ela ainda era apenas uma criança e havia fugido de casa. Quando chegou na Inglaterra e o teatro da cidade, e George... o homem que havia cuidado e incentivado a seguir seu sonho da dança, se não fosse por ele, Véronique nunca teria se tornado a grande bailarina que um dia foi.

⠀⠀⠀Por onde será que ele andava? Ela foi tão egoísta, nunca pensou nele e nas pessoas da companhia do teatro em que havia sido descoberta, quando viajou pelo mundo, se apresentando em todos os grandes teatros. E nunca havia recebido notícia dele também, mesmo depois que voltou à cidade, apenas que ele havia ido embora. No entanto, ela desejava reencontrá-lo de novo, e todos que a ajudaram, talvez alguns não estavam mais presentes entre eles, mas o teatro... situado na praça da cidade, o lugar que um dia havia sido palco para grandes peças com todo seu esplendor, estava agora fechado e sem vivalma restante que pudesse entrar lá. Havia sido fechado com o pretexto de que o teatro não era mais tão popular quanto antes e que o interesse das pessoas para peças e musicais havia se extinguido. O teatro era inútil, segundo o governo da cidade.

⠀⠀⠀No entanto, apesar de tudo a memória permanece. E em seu coração, sempre se lembrará como um lugar mágico e encantador. Afinal, a vida também tem doces lembranças, Véronique pensou e sorriu, já sentindo um pouco melhor, seu olhar observava a fonte congelada, a luz das estrelas e o raio do luar pálido refletindo nos cristais de gelo e sua mente vagando em recordações.

──── 𝒪lá, sweeties! Quanto tempo, certo? Mas o novo ensino médio me pegou de jeito e tô completamente e totalmente atolada de atividades, provas e trabalhos, sem contar o curso que faço de manhã. 🤡

Vou te contar, vida de estudante do ensino médio não é fácil, em High School Musical é muito mais legal. 😭

Espero que tenham gostado do capítulo, não ficou muito bom, mas dei meu melhor. Não se esqueçam de dar a estrelinha e comentar bastante, vou responder todos os comentários. 💗

Obrigada por terem lido e até o próximo capítulo! <3

🩰' interação: qual o filme preferido de vocês?

me: não consigo me decidir 😭 mas amo filmes de romance, musical, fantasia, animação (disney, principalmenre!!) e comédia.

━━ sem revisão. ▌🍭

𝐒weetie 𝐊isses, 𝒞𝒍𝒂𝒓𝒚.

© WRITERDREAMXS, 2023.
a doce bailarina.
❛❛ 𝐂OME 𝐖ITH 𝐌E
𝐀ND 𝐘OU 𝐖ILL
𝐁E 𝐈N 𝐀 𝐖ORLD
𝐎F 𝐏URE 𝐈MAGINATION. ❜❜

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro