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SIX 𓍯𓂃 ⭑who's afraid of little old me ?

   ๋࣭ ⭑CAPÍTULO SEIS: QUEM TEM MEDO DO PEQUENO EU?
i wanna snarl and show you just how disturbed this has made me

Elara estava sentada em uma poltrona de veludo escuro, uma das poucas peças da casa que pareciam ter sido escolhidas para conforto mais do que estética. Os olhos vagueavam pela coleção de livros dispostos nas estantes impecáveis, um mais interessante que o outro, e ela pensou que esse foi um dos melhores planos que ela teve. E agora tem conforto, comida e livros novos.

Os dedos tamborilavam ritmadamente no braço da cadeira. Um sorriso leve ainda curvava seus lábios — o resquício do jogo com Jacob. Mas o brilho nos olhos tinha se apagado, substituído por um pensamento distante.

"Você o provoca porque ele te vê."

A voz doce e serena de Esme cortou o silêncio como uma brisa morna. Elara nem precisou virar o rosto para saber quem era.

"Você fala como se isso fosse algo nobre." Ela respondeu, arrastando o olhar até Esme, que estava encostada no batente da porta com uma xícara de porcelana nas mãos. Um gesto puramente humano, decorativo.

"Não é nobre. É apenas verdadeiro."

"Você se diverte com ele," disse Esme. "Mas também se irrita. Fica... inquieta."

"Ele é barulhento. Impulsivo. E fede a animal," retrucou Elara, com uma risadinha. "Nada em mim se inquieta."

Esme sorriu. "Claro."

Elara estreitou os olhos. "Você tem esse jeito... de não dizer nada e, ao mesmo tempo, parecer que sabe de tudo."

"É o que as mães fazem," disse Esme, sem traço de ironia.

"O que te faz pensar que você pode ser alguma coisa parecida com isso pra mim?"

Esme não se ofendeu. Só observou. "Nada me faz pensar isso. Mas não deixo de tentar. É o que faço por todos que entram nessa casa — mesmo quando não estão exatamente convidados."

Elara abaixou os olhos por um instante, pensativa. Depois, ergueu o rosto com um sorriso mais amargo.

"Você acha que pode me domesticar?"

"Não. E nem quero." Esme colocou a xícara sobre a mesinha ao lado. "Eu só queria entender o que tem por trás de toda essa performance."

"Performance?" Elara arqueou uma sobrancelha.

"Essa mulher fria, venenosa, que ri quando está prestes a beijar alguém só pra provar um ponto." A voz de Esme não tinha julgamento. Só delicadeza. "Você não precisa disso o tempo todo."

Elara não respondeu de imediato. Algo vacilou por trás da fachada por um instante — algo pequeno, mas real.

"Você não sabe nada sobre mim."

"Não," concordou Esme. "Mas sei olhar nos olhos de alguém que está cansada de manter as defesas sempre erguidas."

Elara respirou fundo, os olhos fixos em Esme por longos segundos, como se considerasse... algo.

Mas então sorriu. Um sorriso lento, provocador — mais cruel do que antes.

"Talvez você só queira me ver quebrada. Talvez isso faça vocês todos se sentirem melhor."

"Não," disse Esme, com suavidade. "Eu só quero ver quem você é quando para de atuar."

Elara não respondeu. Mas, por dentro, alguma coisa estranhamente incômoda — e quente — se remexeu.

Ela se levantou com elegância e se dirigiu à porta, parando ao lado de Esme por um breve instante.

"Cuidado, Esme. A compaixão pode ser uma fraqueza."

Esme olhou para frente, tranquila.

"Ou a única coisa que ainda pode salvar você."

Elara saiu sem dizer mais nada. Mas o silêncio que ficou para trás era menos vazio do que antes.

   ๋࣭ ⭑🦇

O quarto era grande demais para alguém como Elara. Não por falta de espaço — mas pela ausência de propósito. Ela caminhava lentamente, sem rumo, os pés descalços tocando o chão frio. A casa toda dormia ou fingia dormir. Ela sentia os olhares — dos irmãos, dos lobos.

Mas agora, enfim, estava só.

Parou diante do espelho da cômoda.

Ficou ali, encarando a imagem que a encarava de volta. Impecável. Bela. Mortal.

Passou os dedos pela linha do maxilar. Depois pelo próprio pescoço. A pele parecia porcelana — inquebrável. Ainda assim, algo ali tremia. Um vazio nos olhos, quase imperceptível.

A imagem refletida não piscava. Era como encarar uma estátua com olhos demais.

"Quem você é quando para de atuar?" As palavras de Esme ecoaram em algum canto fundo, enterrado entre mil camadas de memória. Elara cerrou os olhos por um instante. Quando os abriu, eles pareciam... cansados.

Ela puxou um colar fino de dentro da blusa — um pingente antigo, de prata escurecida. Tão fora de lugar naquele corpo novo. Passou o polegar sobre ele devagar. Um gesto automático. Um hábito antigo.

Um nome escapou de seus lábios, num sussurro. Tão baixo que nem o vento teria ouvido.

Depois, os olhos voltaram ao espelho.

A máscara já tinha voltado.

Elara deu meia-volta e se jogou na poltrona junto à janela. Cruzou as pernas, apoiou o queixo na mão e ficou olhando a floresta do lado de fora, onde a névoa rastejava como um animal cansado.

Do lado de dentro, a fera esperava.

Com os olhos abertos.

E o peito silencioso.

   ๋࣭ ⭑🦇

A luz cinzenta da manhã filtrava-se pelas janelas amplas da casa dos Cullen, mas não trazia com ela nenhum alívio. O ar ali dentro era pesado, denso como neblina antes de uma tempestade. Na cozinha — uma peça quase simbólica naquela casa onde ninguém comia — os sons eram mínimos. O tilintar de uma caneca sendo colocada sobre o mármore. O ranger quase inaudível da madeira sob passos leves. E o silêncio.

Elara estava sentada na bancada, uma perna dobrada, os cabelos soltos como sombras líquidas sobre os ombros. O vestido escuro contrastava com o ambiente claro da casa, mas o que mais destoava era sua expressão: calma demais. Serena demais.

Era isso que deixava todos desconfiados.

"Ela está planejando alguma coisa." Rosalie, de braços cruzados, observava a vampira como se pudesse perfurá-la com o olhar.

"Ou talvez só esteja entediada," respondeu Emmett, encostado no batente da porta, mas sua voz não carregava humor. "O que é ainda pior. Vampiros entediados são perigosos. Vampiras manipuladoras e entediadas... bom, aí já é outro nível."

Jacob estava de pé no canto oposto da sala, longe o suficiente para fingir que não a observava — mas perto o bastante para reagir se ela tentasse alguma coisa. Os braços cruzados, as costas tensas, e o olhar lançado pela lateral, como se cada pequeno movimento dela fosse um possível ataque.

Mas Elara não se movia. Não provocava. Não sorria.

Apenas observava.

"Vocês estão exagerando," murmurou Esme do sofá, sua voz baixa, quase tímida — mas com um peso que a fazia ser ouvida. "Ela não falou nada desde ontem. Talvez... esteja tentando se adaptar."

"Se adaptar?" Rosalie arqueou a sobrancelha, voltando-se para a matriarca. "Ela não é uma visita, Esme. É uma prisioneira. E deveria continuar sendo tratada como tal."

Esme não respondeu. Seus olhos voltaram para Elara — e, por um segundo, não viu uma ameaça ali, mas uma jovem marcada por alguma perda que ela não conhecia. Não era exatamente empatia. Era algo mais sutil. Uma semente de dúvida.

Jacob bufou baixinho. A raiva estava ali, pulsando sob a pele, e não era só por Elara. Era por todos ao redor agindo como se ela fosse... parte da casa.

"Ela só tá quieta porque quer deixar a gente nervoso. Ela sabe que tá funcionando."

Do outro lado da sala, Alice entrou em silêncio, os olhos fixos em algo que ninguém mais podia ver. Parou, como se fosse falar, mas balançou a cabeça devagar.

"Está tudo... embaçado. Como se alguém estivesse mexendo nas bordas das coisas." Ela franziu a testa, inquieta. "É como quando Victoria se esconde, mas diferente. Mais próximo. Mais constante."

"Você acha que é ela?" Edward perguntou, surgindo na escada com o olhar já carregado. "Elara?"

Alice hesitou. "Eu não sei. Não consigo ver os caminhos com clareza. É como se alguém estivesse apagando os rastros conforme andamos."

Elara finalmente ergueu o olhar, os olhos encontrando os de Alice por um instante. Um leve sorriso se desenhou em seus lábios, mas não era zombeteiro. Era... como se ela já soubesse.

"Talvez seja só a incerteza," disse ela calmamente. "Ou talvez vocês estejam tão acostumados a controlar tudo... que a dúvida parece um veneno."

"Não fale como se você não fosse o veneno," retrucou Jacob, com a voz baixa, mas cortante.

Os olhos de Elara brilharam por um segundo, e o silêncio que se seguiu foi quase mais incômodo do que qualquer discussão.

Carlisle entra na sala, interrompendo o clima com sua serenidade clínica. "Precisamos decidir o que fazer a seguir. Victoria não vai parar — e agora, ela está furiosa."

Todos olham para Elara. E, pela primeira vez, ela não desvia o olhar.

Ela estava esperando por isso.

   ๋࣭ ⭑🦇

[Elara, Há Cem Anos – Europa Oriental]

Chovia quando ela despertou pela primeira vez com sede.

Não era uma sede comum. Era uma dor viva, como se sua garganta estivesse em carne viva e o fogo ardesse de dentro para fora. Ela se ergueu das sombras de um beco estreito, coberto de folhas molhadas e fuligem, e cambaleou pelas ruas de paralelepípedos envoltas por uma neblina espessa e o fedor de morte.

O que restava da vila onde crescera era um punhado de escombros enegrecidos. A guerra havia passado por ali como uma praga — deixando para trás cadáveres, cruzes quebradas e uma quietude tão absoluta que parecia amaldiçoada. Nenhuma alma viva. Nenhuma esperança. Somente ela.

A jovem não se lembrava do momento da transformação. Apenas flashes de agonia. Sangue escorrendo entre seus dentes. Um calor sufocante queimando por dentro. E depois, a voz — suave, hipnótica, irresistível — de uma mulher pálida, de longos cabelos vermelhos que pareciam flutuar na escuridão.

"Agora, você pertence à escuridão."

O nome da mulher, ela nunca soube. Nem de onde viera. Apenas acordou sozinha. Faminta. Fria. Imortal.

Nos dias que se seguiram, Elara tentou se conter. Tentou caminhar pela floresta, longe das cidades, longe de tudo que sangrava e respirava. Mas a fome... a fome era uma entidade. E ela, apenas um receptáculo.

A primeira vítima foi um caçador. Velho. Com cheiro de álcool, suor e pólvora. Ela não lembra do ataque — apenas do som dos ossos partindo, da sensação do sangue quente escorrendo por sua garganta. E do nojo. Tão intenso quanto o alívio. Foi nesse instante que soube: algo dentro dela havia morrido.

E algo monstruoso tomara seu lugar.

Elara vagou por décadas.

Sem orientação. Sem mestre. Sem clã. Apenas correndo — da luz, dos humanos, e dela mesma. Em algumas noites, caçadores de vampiros a perseguiam com estacas e cruzes. Em outras, ela era o pesadelo que arrastava as crianças das janelas abertas. Nunca por prazer. Sempre por necessidade. Sempre com culpa.

Mas foi no leste, em uma aldeia abandonada pelos cossacos, que o pior aconteceu.

Ela encontrou uma menina, por volta dos 13 anos. Frágil, suja de lama. Assustada. Chorando em silêncio.

O cheiro do sangue chamou Elara antes mesmo de seus olhos a verem.

A fome venceu antes que pudesse pensar.

Somente depois, com o corpo da menina inerte nos braços, Elara reconheceu os olhos. O nariz fino. A voz fraca, que antes gritava seu nome quando corriam juntas pelos campos de trigo.

Era sua irmã.

Tinha sobrevivido. E Elara a matou.

Ali, o que restava da garota humana que existia dentro dela foi enterrado.

A partir daquele momento, ela deixou de ter alma.

   ๋࣭ ⭑🦇

Victoria caminhava entre os corpos com a calma de uma sacerdotisa num ritual antigo. Jovens. Viciados. Desaparecidos da sociedade. Alguns ainda respiravam, mas não por muito tempo. Seus olhos flamejavam em êxtase: o exército estava crescendo. E estava faminto.

Ela se ajoelhou ao lado de uma garota loira, que tremia, amarrada, e deslizou um dedo pelo pescoço dela como quem analisa uma escultura inacabada.

"Vai doer," murmurou Victoria, "mas depois... você vai me agradecer."

O grito da transformação ecoou entre as árvores. E Miles — parado à distância, observando — sorriu com leveza sombria.

"Está funcionando," disse ele, aproximando-se. "Em breve, teremos números o suficiente para enfrentar os Cullen e seus cachorrinhos."

Victoria ergueu-se. Seu olhar era gélido e implacável.

"Não é só uma guerra. É justiça. Eles tiraram James de mim. Eu vou fazer cada um deles pagar — especialmente ela."

Miles não respondeu de imediato. Ele olhou para o fogo que devorava os corpos dos fracassados, dos que não suportaram a mudança. Depois, desviou o olhar.

"E Elara?" perguntou ele, como quem disfarça um interesse por trás de uma preocupação estratégica. "Vamos resgatá-la?"

Victoria virou-se lentamente, os olhos estreitando-se.

"Elara sabe se cuidar sozinha. Se ela resistir sob cativeiro, talvez ainda nos seja útil. Caso contrário... será descartável."

Miles mordeu o interior da bochecha. Uma fagulha de indignação brilhou em seu rosto, mas foi apagada com a mesma rapidez. Sabia que não podia contrariar Victoria ali.

Mas, no fundo, a ideia de Elara sendo descartada o envenenava por dentro.

Desde o primeiro momento em que a viu — naquela noite em Budapeste, há décadas — soube que havia algo nela que o prendia. Não era só desejo. Era o reconhecimento de algo quebrado no outro. Algo semelhante. Ele era o estrategista. O silencioso. Ela, o fogo disfarçado em mármore.

"Ela não é descartável," disse por fim, a voz baixa.

Victoria se aproximou, sorrindo.

"Se você quer tanto salvá-la, Miles, melhor torcer para que ela prove que ainda está do nosso lado."

Ela passou por ele como uma lâmina. Miles ficou ali, em silêncio, com o rosto neutro — mas os olhos vermelho ardente de tensão.

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