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ONE 𓍯𓂃 ⭑the new players !

   ๋࣭ ⭑CAPÍTULO UM: NOVOS JOGADORES !
❛ i wanna be your slave ❜

A noite estava fria, com o vento cortando a floresta ao redor como uma lâmina. Victoria andava à frente, seus passos ágeis e silenciosos, guiados pela promessa de encontrar algo — ou alguém — que pudesse fortalecer seus planos. Elara a seguia de perto, suas mãos enfiadas nos bolsos do casaco escuro, observando a movimentação ao seu redor com um olhar calculista.

Elara sabia que Victoria tinha algo em mente, mas, como sempre, a ruiva gostava de manter seus segredos até o último momento. Não era incomum que Victoria desaparecesse por horas ou até dias, retornando com novas ideias ou peças para o tabuleiro mortal que estava montando. Elara não questionava. Sua lealdade não vinha da confiança cega, mas de um entendimento silencioso: ambas estavam dispostas a fazer o que fosse necessário para vencer.

"Estamos perto," disse Victoria, virando-se para olhar para Elara. "Você vai gostar dele."

Elara arqueou uma sobrancelha, mas não respondeu. A curiosidade estava ali, evidente, mas ela preferiu guardá-la para si.

Na beira de uma estrada deserta, o som de risadas abafadas e música alta ecoava de um conversível vermelho. Encostado no carro, um jovem de cabelos escuros e sorriso fácil segurava uma garrafa de uísque, completamente despreocupado. Seus olhos brilhavam com um charme arrogante, o tipo de olhar que sabia exatamente o efeito que causava nos outros. Miles McLaren era tudo o que uma cidade pequena podia odiar e invejar ao mesmo tempo: bonito, rico e completamente sem escrúpulos.

"Você vai mesmo ficar aí, parado?" perguntou uma garota loira ao lado dele, batendo de leve no capô do carro.

"Relaxa, babe," respondeu Miles, erguendo a garrafa em um brinde solitário. "A noite ainda está jovem."

Antes que a garota pudesse responder, o som das folhas se movendo chamou a atenção de ambos. Victoria surgiu das sombras, sua presença tão imponente quanto ameaçadora. Miles inclinou a cabeça, curioso, mas sem demonstrar medo.

"Você se perdeu, ruiva?" perguntou ele, sorrindo de canto.

A garota ao lado de Miles arqueou uma sobrancelha, visivelmente desconfortável com a súbita aparição de Victoria. O sorriso de Miles, no entanto, permaneceu firme, carregado daquela típica confiança despreocupada de quem sempre acreditou estar no controle. Ele apoiou o corpo contra o carro, analisando a figura da ruiva que surgira das sombras como se fosse apenas mais uma intrigante presença na noite.

Victoria não respondeu imediatamente. Seus olhos passearam pelo jovem à sua frente, avaliando-o como um predador avalia sua presa. Ela notou o ar relaxado de Miles, a forma como ele segurava a garrafa com descaso, a postura que exalava uma arrogância natural. Era claro que ele estava acostumado a ser o centro das atenções, a ter tudo ao alcance das mãos. E, mais importante, ela viu algo mais profundo — potencial.

"Você tem um senso de humor interessante," respondeu Victoria finalmente, a voz baixa, mas carregada de uma autoridade que fez a garota loira ao lado de Miles dar um passo para trás, instintivamente.

Miles estreitou os olhos, intrigado. "E você tem um jeito interessante de aparecer sem ser convidada," retrucou, o tom carregado de sarcasmo, mas não de hostilidade. Ele não estava acostumado a ser intimidado, e, por alguma razão, algo naquela mulher despertava sua curiosidade em vez de medo.

"Eu nunca apareço onde não sou necessária," disse Victoria com um leve sorriso, seus olhos queimando com intensidade. Ela deu um passo adiante, ignorando completamente a garota ao lado de Miles, que agora parecia ansiosa para sair dali. "E você, Miles, tem exatamente o que eu procuro."

Ele piscou, surpreso, mas logo seu sorriso se alargou. "Ah, então você sabe meu nome? Interessante. Sou famoso agora ou algo assim?"

"Algo assim," respondeu Victoria, sua expressão enigmática. "Você é... especial."

O ego de Miles absorveu a palavra como uma esponja. Ele soltou uma risada breve e se inclinou ligeiramente em sua direção. "Bom, ruiva, se você acha que sou especial, talvez a gente deva conversar. Mas o que exatamente você quer de mim?"

Victoria o observou por um longo momento, como se deliberasse a melhor forma de responder. Quando finalmente falou, sua voz era como uma promessa envolta em mistério. "Você tem carisma, confiança... características raras e valiosas. Características que poderiam ser... aprimoradas."

A expressão de Miles ficou mais séria por um instante, enquanto ele tentava decifrar o significado das palavras dela. "Aprimoradas? Que tipo de oferta é essa, ruiva?”

"Uma oportunidade," disse Victoria, sem perder o tom calculado. "Mas é uma decisão que você precisará tomar sozinho."

A garota loira, que havia permanecido em silêncio até então, finalmente interveio, sua voz trêmula. "Miles, vamos embora. Essa mulher é... estranha."

Miles deu uma olhada para a garota, como se estivesse considerando sua sugestão, mas logo voltou sua atenção para Victoria. Ele inclinou a cabeça, um sorriso preguiçoso voltando a surgir. "Estranha é subestimado, babe. Ela é fascinante."

Victoria riu suavemente, mas havia algo frio e calculado na maneira como o fez. "Pense bem, Miles. Às vezes, a vida que você conhece não é a melhor vida que pode ter. Posso mostrar um mundo diferente — um mundo onde você nunca precisará se limitar."

Miles segurou o olhar dela, sua curiosidade agora claramente transformada em interesse. Ele sabia que estava diante de algo — ou alguém — muito maior do que ele poderia compreender. Mas, fiel à sua natureza, ele apenas sorriu, levantou a garrafa mais uma vez e respondeu: "Por que não? Eu nunca digo não a uma boa proposta."

O sorriso de Victoria se alargou, triunfante. "Excelente decisão," disse ela, antes de se aproximar. A garota loira deu um passo atrás, enquanto Victoria parava bem em frente a Miles.

Aquela noite seria o início de algo que Miles jamais poderia imaginar — uma transformação que o colocaria em um jogo muito maior do que ele estava acostumado, onde charme e confiança eram apenas o começo.

Elara cruzou os braços, observando a cena com uma expressão indecifrável. Seus olhos seguiam cada movimento de Victoria, cada gesto calculado enquanto a ruiva realizava a transformação. Miles McLaren, o autoproclamado rei da noite, agora era apenas mais uma peça no tabuleiro que Victoria estava montando.

Ela sabia exatamente o que viria a seguir — o desespero, a dor, a quebra de tudo que o jovem acreditava ser. Elara já tinha visto isso tantas vezes que quase se tornara rotina. Mas algo em Miles a fazia prestar mais atenção do que o normal. Talvez fosse o modo como ele ainda tentava lutar, mesmo enquanto o inevitável o engolia.

Miles gritou, sua voz ecoando pela floresta silenciosa, mas Elara não se moveu. Ele estava aprendendo a primeira lição de sua nova vida: dor e poder andavam de mãos dadas.

"Ele é mais resistente do que eu esperava," comentou Elara, sua voz baixa, quase desinteressada, enquanto Victoria limpava o canto dos lábios com a graça de quem acabara de beber vinho em vez de sangue.

"Resistência é sempre útil," respondeu Victoria sem olhar para ela, os olhos fixos em Miles, que agora se contorcia no chão coberto de folhas. "Mas não se preocupe, isso não dura muito."

Elara deu um meio sorriso, inclinando a cabeça. "Não é como se ele tivesse escolha, não é? Você já decidiu o destino dele antes mesmo de se apresentar."

Victoria finalmente se voltou para Elara, os olhos brilhando com aquele olhar implacável que Elara conhecia tão bem. "Todos têm escolha. Ele escolheu dizer 'sim'. Eu apenas... mostrei as possibilidades."

Antes que Elara pudesse responder, um silêncio repentino caiu sobre a clareira. Miles parou de gritar. Ele estava deitado de costas agora, respirando com dificuldade, como se tivesse acabado de atravessar um furacão.

Os sentidos de Elara captaram a mudança antes mesmo de Miles abrir os olhos. A pulsação dele — antes tão humana, tão irregular — havia desaparecido. Agora, o coração silencioso de um vampiro habitava aquele corpo outrora humano.

Quando Miles finalmente abriu os olhos, eles brilharam em vermelho, um contraste perturbador com o homem arrogante e descontraído que ele era antes. Ele ficou imóvel por alguns segundos, tentando processar tudo, antes de se sentar lentamente, seus movimentos agora quase felinos. Ele olhou para suas mãos, ainda manchadas de terra e sangue, e então para Victoria.

"O que... foi isso?" Sua voz saiu rouca, confusa, mas carregada de algo novo — uma intensidade que não estava lá antes.

Victoria deu alguns passos em sua direção, estendendo a mão para ajudá-lo a se levantar. "Isso, Miles, foi o começo da sua verdadeira vida. Bem-vindo ao mundo dos imortais."

Ele aceitou a ajuda dela, mas o sorriso que costumava adornar seu rosto não apareceu. Ele parecia perdido, olhando ao redor da floresta como se esperasse que tudo fosse um sonho ruim.

Elara cruzou os braços, inclinando a cabeça ligeiramente enquanto observava Miles com um brilho divertido nos olhos. Ele ainda estava se recompondo, os movimentos incertos de alguém que acabara de ter o mundo virado de cabeça para baixo.

"Você não parece muito grato, playboy," provocou, sua voz carregada de sarcasmo.

Miles soltou uma risada curta e rouca, ainda tentando recuperar o equilíbrio. "Se isso é algum tipo de brincadeira, vocês têm um péssimo senso de humor." Ele passou a mão pelos cabelos úmidos e bagunçados, um gesto automático que parecia quase humano, apesar das mudanças que pulsavam em seu corpo.

Victoria deu um passo à frente, a autoridade em sua postura tão natural quanto a respiração que ela já não precisava. Seus olhos se fixaram nos dele, intensos e implacáveis. "Não é uma brincadeira, Miles. Você agora faz parte de algo maior. Mas, para sobreviver, terá que aprender as regras. E rápido."

Miles ergueu uma sobrancelha, o sarcasmo cintilando em seus olhos. "Regras nunca foram o meu forte," respondeu, com um sorriso enviesado que parecia desafiar o próprio conceito de submissão.

Elara, encostada casualmente contra uma árvore, não conseguiu conter um sorriso de canto. A resistência de Miles era quase encantadora, embora previsível. Ela passou a mão pelos cabelos negros, os olhos fixos nele como se analisasse um quebra-cabeça complicado.

"Isso vai ser interessante," murmurou Elara para si mesma, embora soubesse que Victoria, com seus sentidos aguçados, havia captado cada palavra. A ruiva lançou-lhe um olhar de advertência, um lembrete silencioso de que o objetivo era claro e que distrações não eram bem-vindas.

Elara, no entanto, não se intimidou. Havia algo em Miles que prendia sua atenção de uma forma que ela não sentia há décadas. Talvez fosse a ousadia desmedida que ele exibia, mesmo diante da transformação brutal que acabara de sofrer. Ou talvez fosse o fato de que, em meio a tanta arrogância, havia uma centelha de vida que Elara há muito havia perdido — algo que ela nem sabia que ainda poderia reconhecer nos outros.

Ela desviou o olhar para Victoria, que já havia retornado ao seu habitual semblante impassível, completamente focada em seus pensamentos. Elara sabia que Miles era mais do que apenas um peão nesse jogo. Ele tinha o potencial de ser uma peça importante, alguém que não apenas seguiria ordens, mas também lideraria com a mesma confiança que exalava agora, mesmo sem compreender completamente o que havia se tornado.

Mas havia algo mais. Algo que Elara não conseguia ignorar. Miles não era apenas um soldado em potencial. Ele tinha a capacidade de ser uma distração, um desvio perigoso da monotonia calculada em que Elara vivia. Era raro alguém capturar sua atenção, mais raro ainda provocar uma fagulha de curiosidade genuína. E, para alguém como Elara, que há tanto tempo havia enterrado qualquer resquício de interesse pelo mundo, isso era quase... intrigante.

Ela mordeu o lábio inferior, perdida em seus próprios pensamentos por um breve momento. Miles não fazia ideia da profundidade da transformação que sofrera, nem das intrigas que estava prestes a enfrentar. Mas Elara sabia. Ela sabia que ele seria testado, desafiado e moldado por forças que ele mal podia começar a compreender.

E, por mais que Victoria visse nele apenas uma ferramenta para sua vingança, Elara não conseguia evitar pensar que, talvez, ele pudesse ser algo mais. Não para Victoria. Nem para o exército. Mas para ela. Algo entre um enigma e uma distração, algo que, contra todas as probabilidades, a fazia se sentir viva novamente. Que irônico.

   ๋࣭ ⭑🦇

Nos dias que se seguiram, Miles não teve escolha senão aceitar sua nova realidade, mesmo que a contragosto. Tudo parecia surreal — os sentidos aguçados, a fome que queimava como um incêndio incontrolável, e, claro, a constante presença de Elara, que parecia fazer de sua missão pessoal complicar ainda mais as coisas.

"Você vai precisar se alimentar, sabe disso, certo?" provocou Elara, encostada preguiçosamente em uma árvore enquanto observava Miles tropeçar em sua tentativa desastrosa de pegar o homem que corria desesperado pela floresta.

"Estou tentando!" ele retrucou, frustrado. "Não é como se eu tivesse um manual para isso."

Elara arqueou uma sobrancelha, sua expressão carregada de diversão. "Você parece gostar de fazer tudo da maneira mais difícil."

Miles bufou, mas não conseguiu esconder o sorriso. "E você parece gostar disso," disse ele, lançando-lhe um olhar acusador enquanto limpava a sujeira de suas roupas.

"De você falhando miseravelmente? Sim," respondeu Elara, os olhos cintilando com uma diversão cruel. "É o melhor entretenimento que tive em décadas."

Miles revirou os olhos, mas não se deu ao trabalho de responder. Em vez disso, virou-se abruptamente, desaparecendo em uma corrida ágil em direção ao homem que, aterrorizado, soluçava e implorava por sua vida no chão.

A cena era quase patética. O mortal, encurralado contra uma árvore, tremia enquanto encarava o predador à sua frente. Miles se aproximou com passos lentos, o sorriso em seu rosto se ampliando em algo que oscilava entre o humor e a ameaça pura. Ele se agachou, ficando na altura do homem, como um gato brincando com sua presa.

"Você prefere uma morte lenta ou rápida?" Miles perguntou, sua voz suave, mas impregnada de malícia. "Estou sendo legal aqui, te dando uma escolha."

O homem balbuciou palavras desconexas, as lágrimas se misturando com a sujeira em seu rosto.

"Por favor... eu tenho família... filhos..."

Miles inclinou a cabeça, fingindo ponderar, como se as palavras do homem tivessem algum peso. "Família? Isso é adorável. Mas sabe," ele disse, colocando a mão sob o queixo do homem para forçá-lo a olhar diretamente em seus olhos, "não vejo como isso é problema meu."

Elara observava de longe, encostada em uma árvore próxima, o rosto impassível. Embora soubesse que Miles ainda estava se acostumando com sua nova natureza, algo nela não conseguia decidir se ele estava testando seus limites ou simplesmente se divertindo com o terror da vítima.

"Não brinque com sua comida por muito tempo, Miles," ela advertiu, sem levantar a voz. "Isso só faz a fome piorar."

Miles lançou um olhar de lado para ela, sua expressão brincalhona. "Você é tão mandona, sabia? Me dá um minuto, tá?"

Ele voltou a atenção para o homem, cujo choro se intensificava. "Ok, cara," disse Miles, como se estivesse fechando um acordo. "Vamos fazer isso rápido. Não gosto de deixar ninguém esperando."

Antes que o homem pudesse reagir, Miles avançou, seus movimentos precisos e implacáveis. O som da mordida ecoou pela floresta, e Elara permaneceu imóvel, observando com olhos calculistas.

Quando Miles terminou, limpando casualmente o canto da boca, ele se aproximou de Elara com um sorriso satisfeito. "Está vendo? Sou um aluno exemplar."

"Você é um show à parte, isso sim," respondeu Elara, arqueando uma sobrancelha. "Mas ainda tem muito o que aprender."

"Isso foi um elogio?" perguntou Miles, fingindo surpresa enquanto jogava o corpo agora inerte do homem de lado.

"Não se empolgue," retrucou Elara, começando a caminhar. "Você ainda é um novato... mas, pelo menos, está aprendendo rápido."

Miles deu de ombros, caminhando ao lado dela com as mãos nos bolsos. "Talvez eu apenas tenha nascido para isso."

"Talvez," disse Elara, sem olhar para ele. Mas a verdade era que, pela primeira vez em muito tempo, ela estava começando a acreditar que Miles McLaren poderia ser mais do que apenas um soldado. Ele era imprevisível, perigoso... e, de certa forma, fascinante.

Ao longo das semanas, os dois desenvolveram uma dinâmica curiosa. Miles, com sua energia quase insuportável, parecia ser o único capaz de trazer alguma leveza à vida sombria de Elara, enquanto ela, com sua paciência afiada e calma implacável, era a única que conseguia lidar com a arrogância e o humor cáustico dele.

Em uma de suas noites juntos, enquanto descansavam após um longo treino, Miles olhou para ela com uma expressão que misturava curiosidade e gratidão.

"Por que você está me ajudando, Elara? Não faz muito o seu estilo, sabe?"

Ela hesitou, algo que ele raramente via nela. "Talvez eu só goste de um bom desafio," admitiu, desviando o olhar para o céu estrelado.

Miles sorriu, mas não disse nada. Pela primeira vez, ele entendeu que, por trás de toda aquela frieza e sarcasmo, havia alguém que, mesmo relutantemente, ainda era capaz de se importar.

E assim, de forma inesperada, a relação entre os dois tornou-se algo mais profundo do que qualquer um poderia ter imaginado. Enquanto Victoria via em Miles um soldado, Elara começava a vê-lo como algo mais: um aliado, um amigo... talvez até uma lembrança de que a escuridão não precisava ser eterna.

Victoria observava de longe, satisfeita. Miles era uma adição inesperada, mas bem-vinda. Com ele ao lado de Elara, seu pequeno grupo estava mais forte — e mais perigoso.

E assim, o trio começou a se mover como uma unidade. Cada um com suas habilidades únicas, mas com um objetivo compartilhado: destruir quem ousasse se colocar em seu caminho. Miles ainda estava aprendendo, mas uma coisa era certa: ele era exatamente o tipo de aliado que Victoria precisava — e Elara nunca admitiria, mas talvez fosse exatamente o tipo de companhia que ela não sabia que queria.

   ๋࣭ ⭑🦇

A chuva torrencial parecia lavar a cidade, obscurecendo as luzes dos postes e criando poças que refletiam o céu tempestuoso. Riley Biers, um jovem de olhos intensos e porte confiante, puxou o casaco para mais perto do corpo enquanto caminhava pela rua deserta. O cheiro de álcool e fumaça de cigarro ainda pairava em seu paletó, lembranças do bar onde havia passado a noite. Ele era um homem acostumado a controlar a situação, mas, naquela noite, algo parecia diferente.

O primeiro movimento foi sutil, um borrão que passou pelo canto de sua visão. Riley parou por um instante, franzindo o cenho, mas decidiu continuar. "Talvez seja só minha imaginação," murmurou para si mesmo, tentando ignorar a sensação incômoda que começava a se instalar.

No entanto, o vulto apareceu novamente, desta vez mais perto, e ele sentiu o arrepio percorrer sua espinha. Quando se virou para olhar, não havia nada, apenas a chuva caindo pesada ao redor. Com o coração acelerado, Riley começou a andar mais rápido, suas botas batendo contra o asfalto molhado.

De repente, ele ouviu passos — leves, quase imperceptíveis, mas definitivamente lá. Não era sua imaginação. Ele começou a correr, o pânico tomando conta enquanto olhava para trás e via apenas sombras dançando entre os becos escuros.

Seus pés o levaram até o porto, onde os barcos balançavam suavemente com o vento. O som das ondas se misturava ao da chuva, criando uma sinfonia caótica. Riley parou, ofegante, tentando localizar o que quer que estivesse o seguindo. Ele olhou ao redor, mas a escuridão parecia engoli-lo.

Foi então que aconteceu. Uma figura passou por ele com uma velocidade impossível, o suficiente para fazer seu cabelo se agitar com o deslocamento de ar. Antes que pudesse reagir, sentiu uma dor aguda em sua mão. O grito de Riley cortou a noite, ecoando pelo porto vazio. Ele caiu de joelhos, segurando a mão que agora exibia uma mordida profunda. O sangue escorria livremente, misturando-se com a água da chuva.

No alto de uma estrutura próxima, duas figuras observavam a cena com olhos predatórios. Victoria, com sua postura imponente e sorriso frio, parecia satisfeita. Elara, ao seu lado, manteve-se em silêncio, mas seus olhos brilhavam com algo entre curiosidade e aprovação.

"Você tem certeza de que ele é a escolha certa?" Elara perguntou, seu tom indiferente.

Victoria não desviou seus olhos dourados de Riley. "Ele tem tudo o que precisamos. Força, carisma e o tipo de determinação que pode ser moldada."

Elara deu de ombros, embora soubesse que a ruiva raramente errava em suas escolhas. Ainda assim, ela nunca deixava de questionar.

"Se você diz..."

Riley continuava a se contorcer no chão, a dor aumentando a cada segundo. O veneno começava a se espalhar por suas veias, queimando como fogo líquido. Ele tentava gritar novamente, mas a voz parecia presa em sua garganta. Seus olhos se encontraram brevemente com os de Victoria, que finalmente deu um passo à frente, saindo das sombras.

Quando os olhos de Riley cruzaram com os de Victoria pela primeira vez, ele foi imediatamente tomado por uma sensação inexplicável. A ruiva emanava um magnetismo que transcendia a beleza comum. Era perigosa, intrigante e misteriosa — exatamente o tipo de mulher que ele, acostumado a conseguir tudo com facilidade, sabia que não seria conquistada sem esforço. O coração de Riley disparou, uma reação que ele, até então, acreditava estar reservado para situações de perigo ou adrenalina.

Victoria, por outro lado, avaliou Riley com olhos clínicos. Ela não via apenas o jovem bonito e bem-sucedido que ele aparentava ser, mas sim as camadas mais profundas de sua personalidade. Havia nele um potencial bruto, uma determinação silenciosa que poderia ser moldada e usada para seus propósitos. Ele tinha o que Victoria mais precisava em seu exército: lealdade natural, habilidades de liderança e uma disposição para seguir ordens quando devidamente motivado.

O que Riley sentiu como paixão à primeira vista, Victoria encarou como uma oportunidade estratégica. Seu comportamento era glacial, suas palavras medidas, e sua presença era tão intimidante quanto fascinante. Cada olhar, cada movimento calculado de Victoria era como uma lâmina de gelo atravessando Riley. Ele se viu atraído pela mulher que parecia mais fria que as noites de inverno em Forks.

"Quem... quem é você?" ele conseguiu balbuciar, sua voz cheia de desespero.

Victoria se aproximou lentamente, cada passo ecoando na madeira molhada do porto. Seus olhos brilhavam com uma intensidade quase hipnótica. Ela se ajoelhou ao lado dele, como uma predadora que acaba de capturar sua presa.

"Sou quem vai te dar uma segunda chance," respondeu ela, sua voz doce, mas repleta de uma frieza cortante. "Uma chance de ser algo mais."

Riley tentou entender o que ela queria dizer, mas a dor o consumia. Antes que pudesse formular uma resposta, Victoria inclinou-se, aproximando os lábios de seu ouvido.

"Você tem tudo o que preciso," disse ela certa vez, o tom de sua voz suave, mas carregado de uma autoridade que não permitia contradição. Para Riley, aquelas palavras eram um elogio raro e precioso. Para Victoria, eram a simples verdade.

Do outro lado, Elara soltou um suspiro, observando a cena com um pequeno sorriso. "Vingança e mais vingança. Você realmente sabe como manter as coisas interessantes."

Victoria levantou-se, seus olhos ainda fixos em Riley, que agora estava inconsciente, mas começava sua transformação. Ela sorriu, triunfante, enquanto a chuva finalmente cessava.

"Isso é apenas o começo," disse ela, mais para si mesma do que para Elara.

Elara, observando à distância, não pôde deixar de sorrir com ironia. "Mais um garoto rico fascinado pela ruiva intocável," comentou em um tom brincalhão. Mas, ainda que provocasse, Elara reconhecia o valor estratégico do rapaz. Ele seria um trunfo importante — e talvez até um ponto fraco útil para manipular Victoria, caso fosse necessário no futuro.

Para Riley, o desejo de impressionar Victoria e se tornar indispensável para ela era quase obsessivo. Ele não sabia, no entanto, que estava entrando em um mundo onde sentimentos como amor e lealdade eram ferramentas de manipulação. Victoria o via como uma peça essencial para o exército que ela e Elara estavam construindo, mas jamais como algo mais.

A verdade era que, para Victoria, Riley era apenas mais uma arma em sua guerra contra os Cullen. Suas emoções, por mais genuínas que fossem, nunca seriam correspondidas. Mas ela sabia como usá-las — e essa habilidade era o que a tornava tão implacável.

Naquele momento, Riley Biers estava cego por um misto de fascínio e ambição. Mal sabia ele que, ao se aproximar da vampira ruiva, estava se tornando parte de um jogo muito maior do que poderia imaginar.

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