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✧ 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄: 𝐀 𝐅𝐢𝐥𝐭𝐡𝐲 𝐁𝐚𝐬𝐭𝐚𝐫𝐝.

Trafalgar Law

Eu possuía tudo aquilo que as pessoas desejam para uma vida tranquila e pacífica. Eu tinha uma namorada perfeita com quem me casaria em poucos dias, pais que me amavam e apoiavam todas as minhas decisões, amigos em quem podia contar para me ajudar em qualquer ocasião ── em suma, tudo aquilo que poderia desejar e ainda mais. No entanto, fui ingênuo em não reconhecer que já tinha tudo o que era necessário para uma vida plena e satisfatória.

Se não tivesse sido tão ingênuo, talvez minha vida fosse melhor do que é agora, o que para muitos significa "vencer na vida". O que isso significa na prática? Vivendo constantemente sob o efeito de drogas, quase sempre embriagado, cercado de prostitutas que se fazem passar por fãs, exposto continuamente aos holofotes, tendo dinheiro em excesso e frequentemente envolvido em polêmicas, com o nome quase sempre citado nos qotes do Twitter.

Lana e eu nos conhecíamos desde a infância e, desde aquela época, compartilhávamos os mesmos sonhos e desejos. Ela almejava ser atriz, desejava que o mundo inteiro a conhecesse e aclamasse seu nome, ambicionava ser uma estrela de Hollywood, protagonizar os melhores filmes e séries, além de realizar participações especiais em novelas ── ela era a personificação do talento. Quanto a mim, eu aspirava a ter uma banda de rock indie, sempre quis que minha música fosse reconhecida, que meus acordes de guitarra fossem únicos e identificados por todos que me escutassem, mas, no final, me tornei apenas mais um merdinha da indústria musical.

Tínhamos ambos 19 anos quando lhe pedi em casamento, já que nos relacionávamos desde os 15 anos e, ao iniciarmos a faculdade, senti que era a hora de dar um passo adiante em nossa relação e unir-nos para sempre como um só.

E fui um canalha com ela.

Não apenas com ela, mas com todos aqueles que conhecia: meus pais, meus amigos e minha irmã mais nova.

Uma pessoa deplorável, sinceramente.

Ainda me lembro de tudo o que aconteceu, de como ocorreu e do que me levou a deixá-la plantada no altar, como uma tola. Essa é uma palavra da qual tenho plena certeza de que foi utilizada para se referirem a ela, uma vez que os amigos de Lana nunca gostaram de mim e sempre diziam que eu não prestava, que eu apenas tinha aparência de sonso e que ela merecia alguém melhor. Olhando para trás agora, vejo que sim, eles estavam certos; eu sou um maldito filho da puta que nunca a mereceu e apenas a fez perder anos de sua vida namorando um egoísta mesquinho como eu.

Estávamos dentro do carro do padrasto dela. Ela estava no banco do motorista, fumando um cigarro enquanto jogava Clash Royale no celular. Apesar do rosto delicado, da aparência refinada, do estilo de patricinha mimada e da voz suave como veludo, Lana não passava de uma nerd viciada em jogos que adorava a cultura pop e geek. Éramos iguais apenas nesse aspecto, pois, apesar da aparência de fresco, eu também era um emo nerdola insuportável.

Quando notei que a partida que ela estava jogando havia encerrado, retirei o celular da mão dela e o joguei para o banco de trás. Peguei com cuidado o cigarro de seus lábios e o levei até os meus, dando uma tragada antes de apagá-lo na coxa dela e jogá-lo pela janela. Lana me encarou de lado, curiosa e sorridente. Então, a puxei para meu colo e começamos a nos beijar. Minhas mãos foram ágeis ao retirar o pau das calças, levantar a saia dela e arrastar a calcinha para o lado, enquanto me entregava à sua intimidade molhada, que, por mais que eu tentasse arrombar, sempre parecia cada vez mais apertada e esmagadora ao meu redor.

Éramos como dois viciados em abstinência quando se tratava um do outro ── eu não conseguia ficar longe dela, nem ela longe de mim; éramos uma droga em nossas vidas pacatas no interior. Tudo nela me enlouquecia, tudo sobre Lana me deixava à beira da loucura, e eu sabia que tinha o mesmo efeito sobre ela, pois era sempre nítido o quanto ela era carente quando se tratava de mim, assim como eu era em relação a ela.

Nossa transa não durou mais do que meia hora. Quando finalizei dentro dela, senti minha porra quente preenchê-la por completo, ouvindo um suspiro escapar de seus lábios trêmulos enquanto ela se agarrava a mim, rebolando mais algumas vezes antes de sair de cima e apenas deitar a cabeça em meu ombro, seu corpo mole e delicado finalmente descansando sobre meu colo. Passei os braços em volta da cintura dela e beijei o topo de sua cabeça, puxando meu casaco e retirando uma caixinha de dentro.

- Eu te amo. Sabe disso, não sabe? ─ murmurei rente ao ouvido dela, enquanto Lana apenas assentiu em silêncio.

- Eu também te amo. Bem grande. Assim. ─ ela se afastou um pouco, abrindo os braços para indicar o tamanho do amor que sentia por mim.

- Se ama tanto assim, por que não casa comigo?

- O quê!? ─ seus olhos se arregalaram no instante em que abri a caixinha e mostrei uma aliança para ela. Era simples, mas delicada e bonita, do jeito que ela gostava.

- Casa comigo, Lana.

Acho que nunca a havia visto sorrir tão amplamente como naquela noite. Os olhos violeta brilhavam com a luz do carro acesa, os dentes brancos e perfeitamente alinhados cintilando em um sorriso animado para mim, antes de ela começar a chorar e se agarrar a mim como se sua vida dependesse daquela situação.

Eu sempre costumava tocar em um bar com Shachi, Penguin e Ikkaku, que era nossa vocalista. E, por mais que eu odiasse admitir, tinha que engolir meu orgulho sempre que ela cantava, porque, de fato, a idiota possuía uma voz tão potente e gloriosa que eu ficava surpreso por ela nunca ter tido vontade de investir na carreira de cantora. Tenho certeza de que ela teria feito sucesso como uma diva pop da atualidade; pena que sua preocupação era focar no ramo de confeitaria.

Semanas antes do meu casamento com Lana, estávamos ptocando no mesmo bar de sempre, quando um olhar chamou minha atenção e quase me fez desafinar os acordes da guitarra. Um dos produtores mais famosos e bem-sucedidos da década estava nos observando tocar, embora seus olhos, escondidos por detrás dos óculos escuros, estivessem nitidamente fixos em mim, em minha pessoa. Justo eu, que apenas fazia pequenas partes dos vocais e tocava a guitarra de forma intensa, entregue por completo à excitação das músicas que tocávamos juntos.

Donquixote Doflamingo se aproximou de mim quando eu estava me preparando para ir embora. Já estava em cima da moto e com o capacete na cabeça quando ele tocou meu ombro e me convidou para tomar um drink no hotel onde estava hospedado. Eu, obviamente, não pensei duas vezes antes de aceitar.

Fui recebido por alguns de seus empregados. Havia algumas mulheres com roupas exageradamente vulgares na cobertura que ele havia alugado e, claro, muita gente "conhecida" da região e das cidades vizinhas. Meu coração disparava a cada pessoa minimamente famosa que falava comigo, e eu me senti nas nuvens no momento em que Doflamingo me levou para um escritório e conseguiu me convencer a assinar papéis de contrato com sua gravadora. Ele me mostrou um pouco do que eu teria ao alcançar a fama: mulheres sensuais aos meus pés, dinheiro em abundância e, claro, bebidas da melhor qualidade sem que eu precisasse fazer um único esforço para obtê-las. Bastava apenas levantar um dedo e alguém vinha me trazendo um uísque caro ou um vinho tão doce e saboroso que era como beber suco de uva.

Eu simplesmente não contava com o fato de que, ao assinar aquele bendito contrato, tudo que envolvesse minha existência passaria a pertencer àquele puto. Talvez, se eu não fosse tão arrombado a ponto de me tornar cego, eu tivesse apenas pedido para encerrar tudo e continuar a normalidade da minha vida, casando-me com a minha garota.

No dia em que iríamos nos casar, apenas duas horas antes, eu estava pronto, de paletó e tudo, enquanto Shachi e Penguin choravam como dois bocós e Ikkaku tentava arrumar minha gravata. Foi nesse momento que recebi uma ligação que me fez esquecer tudo: Lana, meus amigos, meus pais, tudo.

"Ei, Law... Você está ocupado?", a voz de Doflamingo ressoou do outro lado da linha, naquele tom sonolento e preguiçoso.

- Estou me arrumando para o meu casamento. Podemos conversar depois?

"Tenho uma notícia da qual sei que você vai adorar ouvir."

- Ah... qual? ─ afastei-me de meus amigos e fui para o banheiro, trancando-me lá dentro enquanto escutava o burburinho deles no quarto.

"Tem um cara interessado em você. Sabe, ele é bem mais competente do que eu nesse ramo... Ele quer te ver hoje e, se tudo der certo... rapaz, prepare-se para lotar todos os estádios em que você pisar", ele riu e eu, em estado de choque, apenas engasguei.

- Hoje?!

"Daqui a duas horas. Vejo você no aeroporto", foram as últimas palavras dele antes de encerrar a ligação, deixando-me parado em frente ao espelho com os olhos arregalados.

Naquele dia, reprimi todos os sentimentos que tinha por Lana e fingi que o que vivíamos era superficial, apenas para seguir atrás de um sonho que acreditava ser tudo para mim. Antes de sair, informei a Ikkaku que a encontraria em frente à igreja e pedi a Shachi e Penguin que fossem na frente com ela, pois, no fundo, sabia que Lana ficaria devastada. No entanto, estava tão empolgado com as palavras de Doflamingo que nem olhei para trás...

E fui.

Quando os três saíram, peguei minhas roupas e coloquei tudo em uma mochila. Em seguida, fui à velocidade da luz para o aeroporto, vestido com paletó e com o cabelo penteado para trás. Encontrei Doflamingo e seus seguranças sentados nos bancos da sala de espera para embarque. Meus olhos brilharam ao ver o produtor se erguer e sorrir amplamente, estendendo-me uma passagem e meu passaporte, enquanto meu estômago se contorcia de excitação.

Aguardamos algumas horas até que o nosso voo fosse anunciado. Não demorou para que meu celular começasse a vibrar dentro da mochila, quase rasgando um buraco no tecido de tanto que vibrava. Doeu, porque sabia exatamente de quem eram aquelas ligações.

Meu problema foi ignorar.

Meu problema foi esquecer que tudo aquilo não significava nada comparado ao que eu teria ao lado de Lana.

Meu problema foi acreditar que seguir Doflamingo e me deixar seduzir por suas palavras me tornariam uma pessoa bem-sucedida, um astro capaz de fazer todos cantarem minhas músicas, tatuarem o brasão da minha banda ou qualquer outra merda feita por fãs alucinados por seus ídolos.

E agora, 7 anos depois, ainda sofro com as consequências das minhas escolhas imprudentes e, de certa forma, já não me importo mais. Meus pais não falam comigo, minha irmã só me liga em datas comemorativas, como Natal e Ano Novo. Aqueles que eu considerava meus melhores amigos me bloquearam em todas as redes sociais e quanto à Lana... nem sei qual fim ela levou; também não me importo mais. Acredito que, no fim das contas, eu era apenas um pivete carente que se contentava com outra pessoa carente.

Neste exato momento, encontro-me deitado em uma cama de motel com uma desconhecida, da qual sequer sei o nome e nem como chegou aqui. O odor de maconha e álcool permeia o ambiente, e tudo o que sinto é uma intensa dor de cabeça provocada pela ressaca.

Levantei-me cambaleando e fui ao banheiro tomar um banho de água gelada para despertar. Ao finalizar, retornei ao quarto apenas para ver a mulher se levantar, momento em que pude observar melhor sua aparência. Ela era alta, possuía um corpo esbelto e curvas volumosas, que se destacavam na camisola de tecido fino. Seus longos cabelos eram tingidos de verde e seus olhos eram amarelos. Arqueei uma sobrancelha, tentando lembrar quem ela era e o que havia acontecido ── embora isso fosse óbvio ── até o momento em que ela se levantou e se espreguiçou, virando o rosto na minha direção.

- Bom dia, Law. ─ disse ela sonolenta, bocejando. Ao reparar melhor em seu semblante, que parecia ser naturalmente sedutor, lembrei quem era.

Monet.

- Bom dia... ─ murmurei, caminhando até a cama e subindo sobre ela, empurrando-a para deitar novamente enquanto levava meus lábios até seu pescoço. Parei ao senti-la me empurrar.

- O quê?

- Você disse que ia parar.

- Com o quê? ─ afastei-me, sentando ao lado dela e recostando as costas na cabeceira da cama.

- Com isso. ─ Monet apontou para o cinzeiro, que continha o que restava dos baseados que eu havia tragado na noite passada. - Eu não vou mais tolerar isso, cara. Você prometeu várias vezes que ia parar e continuou. Sério, para mim, já deu.

- Hein? ─ franzi o cenho quando ela se levantou e começou a procurar por suas roupas. - Você não reclamou ontem à noite. Por que isso agora?

- Não reclamei porque estava bêbada. Se eu estivesse sóbria, não teria voltado para esse inferno no qual você me afunda todas as vezes.

- Ah, Monet, não comece. ─ dei de ombros, revirando os olhos, e isso pareceu ativar um gatilho na cabeça dela.

- Não comece!? Você já percebeu que sempre tenta reverter a situação como se a culpada de tudo isso fosse eu? ─ ela disparou, e eu me encolhi. - Você estraga as coisas, se afunda nessa vida miserável e acha que estou errada em reclamar por querer o melhor para você? Vá se ferrar, Law! Eu já cansei!

Dei uma risada amarga enquanto ela pegava sua bolsa em cima da cômoda e me encarava com os olhos irritadiços, prestes a explodir de raiva.

- Ah, claro. Cansou. Depois que se envolveu comigo e conseguiu aparecer na mídia, você cansou, hein?

- O que disse? ─ percebi a fúria em seu semblante desaparecer, sendo substituída por uma expressão de choque.

- Você ouviu. ─ repeti e, antes de dizer qualquer coisa a mais, senti a mão dela atingir meu rosto, o som do tapa ecoando pelo enorme quarto. - Que porra!?

- Você vai morrer sozinho, e nem o Doffy será capaz de tirá-lo da cova que você está cavando para si mesmo, seu merdinha.

Essas foram as últimas palavras que Monet me dirigiu antes de girar nos calcanhares e sair em direção à porta do quarto, abrindo-a e fechando-a com tanta força que fez as janelas tremerem e derrubou um copo que estava apoiado no batente.

É claro que Monet sempre tinha suas frescuras, dizendo que eu deveria parar de me drogar sempre que tivesse uma crise e procurar ajuda, ao invés de continuar fazendo o que faço. Ela gritava que estava cansada e ia embora, apenas para voltar atrás de mim como um cachorrinho abandonado com saudades do dono. Eu não a julgava, pois, assim como eu era um lixo, ela também era outra escória que se deixava levar pelos holofotes e pelos sorrisos falsos que exibia na frente das câmeras.

No fim, nos merecíamos.

Após mais um show, dirigi-me ao meu camarim, acompanhado por alguns seguranças que permaneceram do lado de fora, proporcionando-me a privacidade necessária para fumar em paz.

Sentei-me no enorme sofá e esparramei o corpo sobre as almofadas que o compunham. Acendi o cigarro e levei-o até os lábios, dando uma tragada e soprando a fumaça enquanto encarava o teto. Meu corpo está tão cansado que poderia dormir por horas seguidas, acordando apenas uma única vez para comer e voltar a dormir novamente, talvez despertando de fato somente após vários dias.

"Suas músicas, ultimamente, estão uma droga. O que você tem na cabeça? Esqueceu como escrever suas próprias canções? Se continuar produzindo essas coisas fúteis, pode esquecer que tem um produtor que enche teu rabo de dinheiro."

As palavras de Doflamingo ecoaram em meu ouvido, e eu apenas suspirei frustrado. Já fazia um ano e meio que não lançava música nova e estava com atraso no estúdio, devendo um álbum completo de, no mínimo, dez canções inéditas. Tudo o que eu escrevia parecia ser considerado lixo aos olhos do meu produtor e empresário. Nada estava bom e nada era suficiente, e isso me causa uma dor de cabeça que parece só passar se eu bater o crânio na parede até estourá-lo.

Porra, eu queria e precisava de um tempo. Talvez um hiato me ajudasse, mas não sei como ele reagiria se eu pedisse algo assim estando no auge da minha carreira.

Doflamingo era uma sanguessuga, e eu gostaria de ter me dado conta disso antes de ir embora com ele. Porém, fui ingênuo demais e, apesar de ele ter cumprido o que prometeu ao afirmar que eu teria tudo o que a fama poderia me proporcionar, às vezes sinto falta do que deixei para trás. Entretanto, esse sentimento desaparece no exato momento em que lembro que estou vivendo um sonho que nunca teria alcançado sem ele.

Escutei uma batida na porta do camarim e permaneci em silêncio; não desejava ser incomodado e queria um pouco de sossego após três horas inteiras de pé, tocando e cantando ao mesmo tempo. Até que a porta se abriu bruscamente, revelando meu produtor com seus trajes elegantes e seu sorriso habitual.

- Olha só se não é minha fonte favorita de dinheiro. Fuffuffuffuffu! ─ ele riu, lançando uma garrafa de uísque em minha direção, que consegui agarrar. - Cansado?

- Um pouco. ─ menti.

- Terminou com sua namoradinha de novo? A Monet apareceu possessa lá no escritório; estava armada e tudo, mas sabemos que aquela puta é cagona demais para disparar.

- Ela... ela o quê!? ─ arregalei os olhos e franzi o cenho, um gosto azedo dominando minha língua. - Armada?

- Sim, ela veio novamente com aquele discurso de boa samaritana, alegando que estou te transformando em algo repulsivo e que você tem plena consciência disso. ─ ele sorriu. - É curioso ouvir algo assim vindo dela, considerando que foi você quem a tirou da sua vida medíocre e a apresentou ao mundo. Veja só, a vadia tem até uma linha de maquiagem com o nome dela! Que sortuda. Mas, você sabe? Eu ainda preferia a outra... qual era o nome dela? Aquela japinha com quem você quase se casou.

- Tashigi.

- Isso mesmo. Uma pena que você não soube controlar a fera. Fuffuffuffuffu!

- Atletas não são meu tipo.

Fiquei em silêncio ao observá-lo beber alguns goles de sua própria garrafa de uísque. Talvez eu devesse arriscar. Quer dizer, se eu usasse a desculpa do hiato para escrever músicas novas, ele acreditaria e me daria algum tempo de paz, certo?

- Doflamingo. ─ chamei em um murmúrio, notando quando seus olhos, ocultos pelos óculos escuros, se fixaram em mim.

- Sim?

- Estou nos palcos há sete anos e, sinceramente, preciso de um tempo para mim. ─ falei o mais rápido e calmamente que pude, observando-o parar para me encarar enquanto levantava os óculos.

- Como? ─ ele franziu o cenho. - Não fode.

‐ Se você deseja tanto que eu escreva algo decente, deveria me conceder pelo menos algumas férias para colocar a cabeça no lugar. ─ rebati, engolindo em seco ao notar uma veia saltar em sua testa.

- Está querendo jogar tudo para o alto? Perdeu a cabeça, seu moleque!? Você tem cerca de dez shows marcados nos próximos quatro meses e acha que eu vou perder toda essa grana só porque você quer "descansar"!? ─ Doflamingo gritou, socando a parede ao seu lado. - Sabe o QUANTO tenho investido em cada uma dessas suas apresentações!?

- E é justamente pensando nessas questões que eu quero entrar em hiato! Se eu tiver um pouco de paz para pensar com clareza, conseguirei escrever um álbum inteiro!

- Certo, Law. Se são férias que você deseja, férias você terá. ─ ele começou, sorrindo de forma contida e se aproximando de mim, seus lábios se abrindo em um sorriso sinistro a cada passo que se aproximava. - Mas escute bem, moleque: você tem cerca de seis meses para me entregar um álbum decente que faça sua base de fãs crescer. E se você fracassar... prepare-se para dar adeus à sua carreira e à sua reputação, porque eu vou acabar com a sua vida como pagamento pela grana que vou perder com esse seu hiato de merda.

Assim que terminou de falar, Doflamingo me deu as costas e saiu do camarim, batendo a porta com força e me proporcionando espaço para soltar o ar que estava preso em meus pulmões.

Ótimo, eu estava com um prazo de validade que dependeria do quão brilhante minha mente desgastada conseguiria ser em meio ano.

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