*Especial Marie parte 2*
Eu percebi a surpresa estampada no rosto de Klaus.
— Pareces chocado... — digo, preocupada.
— É que... o Reddington que tu conheces é o mesmo que está a ser procurado pelo FBI? — pergunta Klaus, incrédulo.
— Deve haver uma explicação para tudo isto. — digo.
— Será que a tua mãe não é cúmplice?
Esta possibilidade assusta-me e fico em silêncio por um tempo, pensando no que Klaus acabou de dizer.
— Não sei... — respondo finalmente. — Não quero acreditar que a minha mãe esteja envolvida em algo ilegal ou perigoso.
— Mas é uma possibilidade, não é? E se ela estiver a esconder algo de ti todo este tempo? — insiste Klaus.
— Não, não e não. A minha mãe é médica, não criminosa.
Klaus começa a rir nervosamente, ele faz sempre isto sob pressão, mesmo na escola, durante testes.
— É melhor não saberes esta coisa sobre o teu pai, amiga. E se o denunciares à polícia?
— À polícia? Mas depois não terei problemas?
— Há 20 anos que o FBI o procura. Talvez ganhes dinheiro com a captura.
— E se a minha mãe estiver envolvida com ele e for presa? Não posso denunciar a minha mãe. — Mordo o meu lábio. — Mas não quero que esse homem faça mal à minha mãe.
— E se negociarmos com a polícia?
— Negociar com a polícia? Como assim? — pergunto, confusa.
— Tipo, falamos com eles e oferecemos ajuda para encontrar o Reddington em troca de proteção para a tua mãe. — explica Klaus.
— Tu andas a ver muitas séries criminais — começo a rir.
Klaus sorri envergonhado.
— É, talvez eu esteja um pouco obcecado por este tipo de coisas. Mas ainda acho que é uma possibilidade a considerar. Não podemos deixar que esse homem faça mal à tua mãe, Marie.
— Tirando os beijos, ainda não aconteceu nada de mal à minha mãe, mas o meu tio Burke levou porrada... Eu conheço um agente do FBI...
— Conheces um agente do FBI? Quem é ele? — pergunta Klaus, interessado.
— Sim e não, foi ele quem me salvou, juntamente com o Reddington, quando fui raptada.
— Uau, isso é incrível! Quem é ele? Talvez ele possa ajudar-nos a encontrar uma solução para tudo isto. — sugere Klaus.
— O nome dele é Tom Keen. Ele é um agente do FBI bastante competente. — respondo. — Ele parece um príncipe! Talvez nos ajude.
— Ótimo, vamos falar com ele. Talvez ele possa orientar-nos sobre o que fazer e como agir diante desta situação. — diz Klaus, animado.
— Sim, vou ligar-lhe agora mesmo. — digo, pegando no meu telemóvel. — Que horas são em Washington?
— Acho que são 13h.
Eu não sabia se era uma boa ideia fazer isso, mas era a melhor ideia que tínhamos. A minha mãe ia repreender-me pela conta do telemóvel. Esperei 30 minutos para que alguém descobrisse quem era o agente do FBI que eu conhecia.
Passaram a chamada por vários setores, mas só um homem conhecia um agente com o nome Keen, embora fosse uma mulher.
—Menina, não existe nenhum agente Tom Keen no FBI — disse a mulher do outro lado da linha. Fiquei surpreendida e um pouco confusa com a resposta.
—Como assim? Tenho a certeza de que o conheço. Ele foi o agente que me ajudou a sair do cativeiro quando fui raptada. O FBI veio até Zurique—, expliquei.
—Desculpe, mas não temos nenhum agente com esse nome registado nos nossos sistemas. Talvez esteja a confundir com alguém—, respondeu a mulher.
—Como se chama?
—O meu nome é Marie Yang—, respondi, ainda um pouco desconfiada. —Mas tenho a certeza de que o agente que estou a falar é Tom Keen.
A senhora ficou em silêncio por alguns minutos.
—Bem, vou transferir a sua chamada para outro departamento. Aguarde em linha—, disse ela.
Após alguns minutos de espera, a chamada foi transferida para outro departamento e outra pessoa atendeu.
—Olá, o meu nome é Marie Yang e estou a tentar encontrar um agente do FBI chamado Tom Keen. Ele ajudou-me a sair de um cativeiro há algum tempo atrás—, disse Marie.
—Olá, senhorita Yang. O meu nome é agente Cooper. Posso ajudá-la?—, respondeu a pessoa do outro lado da linha.
—Sim, por favor! Preciso falar com o agente Tom Keen. Tenho informações importantes sobre um caso em que ele pode ajudar-me—, disse Marie.
—Pode falar—, disse ele.
—Só quero falar com o agente Tom.
Parecia que esse tal Cooper estava a tentar enganar-me para saber do que se tratava. Ele conhecia o Tom. Tinha quase a certeza disso.
—Desculpe, senhorita Yang, mas como chefe dele, tudo tem que passar por mim—, disse ele.
Comecei a ditar o meu número de telefone.
—Este é o meu número de telefone. Se quiserem saber do caso, terá que ser o agente Tom a ligar.
Fiquei muito ansiosa, aguardando pelo contacto do agente Tom Keen. Esperava que ele ainda se lembrasse de mim e pudesse ajudar com o que precisava. Enquanto isso, perguntava-me porque não encontraram nenhum registo do agente Tom Keen.
—Isso é tudo muito estranho, Marie! Não achas?—perguntou Klaus.
—Sim, Klaus, é muito estranho — suspirei.
\.·´¯'·->- ––––•(-• ෴Washington෴
Cooper tentou entrar em contato com Elizabeth, que havia acabado de se tornar mãe de uma menina e não tinha notícias dela há alguns dias.
— Finalmente, Liz, precisava falar com você! — disse Cooper ao telefone.
— Agente Cooper? O que aconteceu? — perguntou Elizabeth, preocupada.
— Eu preciso falar com você sobre um assunto urgente, Liz. Podemos nos encontrar pessoalmente? — pediu Cooper.
— Estou cuidando da minha bebé agora, Cooper. Não posso sair de casa tão cedo. O que é tão importante que não pode ser discutido por telefone? — questionou Elizabeth.
— Aquela rapariga que foi raptada, lembra-se? A filha escondida do Reddington. Ela quer falar com o Tom, mais precisamente com o agente Tom Keen, mas nós não temos nenhum agente com esse nome, e todos sabemos que o Tom não faz parte do FBI.
— Como assim, falar com o Tom? Sobre o quê? — perguntou Elizabeth, confusa.
— A rapariga quer falar com o Tom sobre informações importantes, mas ela não diz mais nada além de "agente Tom" — explicou Cooper com um tom de voz sarcástico.
— Eu não sei de nada. O Tom tem passado horas em casa a cuidar da bebé. Nós temos tentado salvar o nosso casamento, e não quero que ele se envolva em mais problemas. O Reddington sabe que a filha tem entrado em contato com o FBI? — perguntou Elizabeth.
— Já faz alguns dias que não tenho notícias dele. Ele tem passado por aí? — perguntou Cooper.
— O Reddington teve uns dias fora, mas vou tentar falar com ele. Se puder passar cá em casa, agradeço — respondeu Elizabeth antes de desligar o telefone.
Cooper e Reddington chegaram à casa de Elizabeth em silêncio, tentando evitar chamar a atenção de vizinhos ou transeuntes curiosos. Elizabeth recebeu-os e conduziu-os para dentro, em voz baixa.
Na sala, Tom entrou vestindo um fato de treino, com ar confuso. Depois de cumprimentar Cooper e Reddington, juntou-se a eles no sofá.
—Marie, aquela menina que você salvou da cave quando ela foi sequestrada—, disse Reddington.
Tom franziu o cenho.
—O que ela quer falar comigo?
—Ela disse que tem informações importantes e que quer falar com o agente Tom Keen do FBI —explicou Cooper. —Mas não temos nenhum agente com esse nome, e todos nós sabemos que você nunca trabalhou para o FBI, Tom.
—Você disse a ela que era agente?—, perguntou Reddington.
—Não faço ideia. Nem me lembro do rosto dela—, respondeu Tom.
Reddington olhou para Tom.
—Como você não se lembra da cara da Marie? Refira-se a ela com respeito. Se ela quer falar com você, é porque Marie é extremamente inteligente e não faria algo aleatório.
Tom pareceu desconcertado.
—Eu não quis ofendê-la, Reddington. É só que eu não me lembro dela. Seria perigoso se eu lembrasse de uma criança de sete anos, que era a idade que ela tinha. Mas há uma possibilidade de eu ter me apresentado como agente para ela.—
—Então, agente Tom, ligue para a menina e veja o que ela quer—, disse Cooper, concordando com os demais.
—Será melhor ele ligar mais tarde, pois é madrugada em Zurique—, comentou Reddington.
Elizabeth interveio:
— O que você andou fazendo, Reddington?
Assim, a conversa continuou, enquanto todos aguardavam para descobrir qual era a informação que a menina tinha e por que ela queria falar com Tom Keen.
\.·´¯'·->- ––––•(-• ෴❤️෴
Na manhã seguinte, fui acordada por uma chamada no telemóvel. Klaus, que dormia comigo, acordou sobressaltado.
— É um número estrangeiro! — disse, enquanto minhas mãos tremiam com medo de atender. Klaus olhou para mim com preocupação enquanto eu atendia a chamada com um nervosismo evidente na minha voz:
— Alô? Quem está falando? — perguntei meio assustada. Do outro lado, uma voz grave se apresentou.
— Estou a falar com a menina Marie? Aqui fala o agente Tom Keen.
— Sim, sou eu mesma. — respondi com um misto de curiosidade e apreensão.
— Ouvi dizer que você queria falar comigo sobre informações importantes. O que é que você tem para me dizer? — perguntou Tom com uma voz séria e profissional.
— Sim, tenho. Acho que vai interessar. Eu vi no vosso site pessoas procuradas.
— Sim, e o que você viu? — perguntou Tom, mantendo-se calmo e concentrado.
— Eu vi uma das pessoas procuradas, um homem chamado Raymond Reddington. Ele anda sempre em contato com a minha família.
— Espere um momento, você está dizendo que Raymond Reddington está em contato com a sua família? Como assim? — perguntou Tom, fingindo surpresa e tentando obter mais informações.
— Sim, ele é amigo da minha mãe e vem nos visitar com frequência. Eu não sabia que ele era uma pessoa procurada até ver a foto dele no site. — respondi, um pouco nervosa por ter revelado essa informação.
Pausando por um momento, começo a questionar-me por que o agente Tom não prendeu Raymond Reddington se ele já sabia que ele era uma pessoa procurada. Essa pergunta deixa-me ainda mais nervosa e preocupada com a segurança da minha família.
E se ninguém conhecia um agente Tom porque agora conhecem? Será que ele é mesmo um agente do FBI ou um impostor? Estes pensamentos deixam-me ainda mais apreensiva.
Fico calada por momentos...
— Marie? Estás aí? — pergunta ele, mas eu estava abstraída nos meus pensamentos e não respondi de imediato. — Marie?
O meu corpo tremia, ele era uma fraude, tinha quase a certeza.
— Você não é agente, pensam que me enganam?! Eu tenho 9 anos, mas não sou idiota.
— Espera, Marie, vamos falar. Acho que és muito nova e estás a reagir no impulso. Claro que sou agente.
Eu disse ao Reddington que Burke iria assumir a minha paternidade. Passados uns dias, ele foi agredido. A minha certeza aumentava: o Raymond Reddington era meu pai, eu era filha de um criminoso.
— Eu não sou nova demais para saber que estás a mentir! — respondo com a voz elevada e firme. — Não podes ser um agente real do FBI, caso contrário, já terias prendido Raymond Reddington. Não confio em ti e não quero falar mais nada.
Desligo a chamada, respirando fundo para tentar acalmar os meus nervos. O meu coração estava acelerado, não sabia o que fazer ou em quem confiar. Precisava descobrir a verdade sobre o agente Tom e sobre o meu pai.
A minha mãe não tinha direito de fazer isto comigo. Toda a vida pensei que o meu pai era um médico reconhecido e respeitado, mas agora descubro que ele é um criminoso procurado pelo FBI. A minha mente está confusa e sinto-me traída pela minha própria mãe.
— Então? — pergunta Klaus.
— Então, o meu pai é um criminoso...
— Pode não ser, pode ser outro homem, Marie. Tu antes pensavas que o teu pai era o teu padrinho.
\.·´¯'·->- ––––•(-• ෴❤️෴
— E desligou! — Diz Tom, olhando envergonhado para o ecrã do telemóvel.
— Bastou ela ligar os pontos, fico surpreendido com a inteligência da criança! — Fala Reddington, levantando-se para ir buscar um cálice de uísque — Ela viu-me lá e ligou um mais um.
— E ela descobriu que o agente Tom pode não ser confiável também. — Comenta Tom, com expressão preocupada.
Reddington volta para a mesa com o cálice de uísque em mãos e senta-se, olhando para Tom com um sorriso irónico.
— Parece que a tua capa de agente do FBI não é tão convincente assim, Tom. — Diz Reddington, dando um gole no uísque.
Tom balança a cabeça.
— Isso é um caso de família... — diz Tom, enquanto Reddington o interrompe.
— Acho que sim, acho que ela tem muita minhoca na cabeça e está a tentar descobrir não sei bem o quê.
— Ela está a tentar descobrir a verdade, Raymond. E ela tem todo o direito de saber. — Retruca Tom, com um tom sério na voz.
Reddington solta um suspiro, apoiando o queixo na mão.
— Eu sei, Tom. Mas tu sabes muito bem que a verdade nem sempre é a melhor opção.
Elizabeth intervém na conversa.
— Eu acho que ela não quer descobrir, acho que ela tem certeza já.
Reddington olha para Elizabeth e arqueia uma sobrancelha.
— E tu achas que ela sabe concretamente o quê? — Pergunta ele.
— Tu não tens tomado decisões muito sensatas, Red., então para mim ela está apenas a lidar já com a verdade!
Reddington sorri, aparentemente achando graça na observação de Elizabeth.
— Eu tenho abusado um pouco da sorte! — Ele sorri. — Eu acho que sei o motivo disso agora.
— E qual é o motivo? — Pergunta Elizabeth.
— É um caso de família! Ninguém tem nada a ver com isso. — Reddington levanta-se, dá um beijo na testa da bebé Agnes e sai, deixando os outros chateados com a sua atitude.
Continua...
Notas da autora:
O casamento está a chegar finalmente vou conseguir ter um burketina ? Isso é só para provocar o pessoal ?! 😊
Quero alertar também que o próximo capítulo, já será normal, mas tou muito triste com reação da marie :(
Não quero esse pai , não quero o Burke ... Que pai é que ela quer ?
*Sei bem que a única que vai responder é a GrazysXGreys mas, eu não perco a esperança de ver mais alguém a responder kkkkk*
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