*Especial Marie, parte -1*
Vou dividir esse especial em dois para que não fique cansativo.
Toda a narrativa é na perspectiva da pequenina.
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Desde que me lembro, sempre fui eu mesma e não me importo muito com o que os outros pensam de mim, o que me torna uma criança independente. No entanto, há coisas que não entendo, como a situação da minha mãe hoje.
Às vezes, ela faz coisas que me confundem. Beija o senhor das pedrinhas, mas namora o tio Burke. Não entendo o que está acontecendo e isso me deixa preocupada.
Se minha mãe vai se casar com o tio Burke, por que ela está beijando o senhor das pedrinhas?
Tentei não pensar muito nisso, mas é difícil não ficar curiosa. Quando percebi que esqueci o meu telemóvel no carro, usei isso como desculpa para que a mãe do tio Burke não visse a minha mãe beijando outro homem. Não é certo ser infiel ao noivo dela.
— Quando é que vais crescer e assumir responsabilidade? — reclamou a mãe do Burke rabugenta.
Quando chegamos, esperava que eles tivessem parado de se beijar depois de ouvir meu grito. Tentei disfarçar minha preocupação perguntando se trouxe meu telemóvel comigo.
— Não acho que trouxe. Você me viu saindo com ele? — perguntei.
— Acho que não! Decida-se, menina! — respondia a mãe do Burke enquanto caminhava na minha frente em direção à casa.
Olhei de lado para eles e encarei minha mãe. Quando a mãe de Burke os cumprimentou, Reddington se apresentou como um advogado contratado para ajudar com um problema do filho dela. Fiquei admirada com a rapidez com que ele inventou essa mentira.
A mãe de Burke estava encantada com o charme do advogado, realmente esse senhor era muito inteligente e até consegui sentir o suspiro de alívio da minha mãe ao ver que a situação não se complicou.
— Posso ir para o meu quarto? — pergunto à minha mãe.
—Sim, pode. -- respondeu a minha mãe enquanto me sorria.
Subi as escadas até chegar ao meu quarto e fechei a porta atrás de mim. Agarrei o ursinho que tinha o meu dinheiro e as pedrinhas que Reddington me deu. Enquanto os segurava, comecei a pensar sobre Reddington. Peguei no portátil e tentei lembrar-me do nome dele. Enquanto digitava, a minha mente divagava sobre todas as coisas que Reddington tinha feito por mim. Ele salvou-me do rapto, deu-me presentes e até ajudou-me a tirar uma rapariga da escola porque eu não gostava dela.
Enquanto navegava na internet, comecei a digitar algumas palavras-chave relacionadas com a paternidade. De repente, ocorreu-me uma ideia maluca: e se Reddington fosse meu pai?
Abanei a cabeça para tentar livrar-me dessa ideia, mas ela continuou a martelar na minha mente. Reddington era um homem misterioso, que parecia ter muitos segredos, e eu sabia muito pouco sobre ele. Afinal, por que é que ele se importaria tanto comigo, ao ponto de me salvar do rapto e dar-me presentes?
—Não pode ser verdade. Sou oriental, mas isso não quer dizer muita coisa. Posso sair à minha mãe em beleza.—Comecei a investigar as minhas características físicas, mas isso não estava a ajudar.
Decidi ir até ao vão das escadas para analisar a situação. Achei tão engraçado ver a mãe de Burke encantada com ele.
— Dr., que tal debatermos essa situação numa encantadora refeição? — dizia a senhora, enquanto via a minha mãe encolher-se toda num canto de vergonha.
— Ficaria encantado, mas não posso aceitar. — disse Reddington, com um sorriso educado no rosto. — Infelizmente, tenho alguns assuntos urgentes a tratar, mas muito obrigado pelo convite. Talvez numa próxima oportunidade.
— Não vai fazer uma desfeita dessas? — retruca ela.
— Não é minha intenção ser indelicado, mas infelizmente, tenho mesmo de partir. Espero que compreenda. — disse Reddington com um sorriso amável.
— Espero que resolva a situação do meu filho, essa violência toda tem que acabar.
— Com certeza, senhora. Farei o meu melhor para ajudar Burke, o problema é que a polícia ainda não descobriu quem agrediu, então será difícil.
— Sabemos que vai ser difícil, mas vamos falando. — minha mãe começa a empurrar Reddington para a porta da rua, parecendo uma louca.
Observando a cena, fiquei surpresa com o comportamento da minha mãe. Ela estava claramente envergonhada e parecia querer se livrar rapidamente da situação. Reddington, por outro lado, permaneceu calmo e educado durante todo o tempo, mesmo diante da insistência da mãe de Burke.
Enquanto minha mãe empurrava Reddington para fora da porta, pensei em como essa situação poderia estar relacionada à minha própria suspeita.
— Cristina Yang, que falta de educação é essa? — perguntava a mãe de Burke.
— Não se preocupe, senhora! Não me disse o nome. Já estou habituado aos clientes grosseiros. — diz Reddington.
Decidi descer, já não aguentava ver minha mãe naquela situação.
— Não é falta de educação, apenas não estamos habituadas a convidar pessoas que trabalham para nós para jantar. — Disse eu, cruzando os braços. — Peço desculpa, doutor, é apenas uma questão de hábito familiar.
Reddington sorriu gentilmente para minha mãe e para a mãe de Burke.
— Sem problema, querida. Qual é o seu nome? — Perguntou ele, fingindo não saber, mas eu entrei na mentira dele. — Marie, Marie Yang!
Reddington sorriu e respondeu:
— Prazer em conhecê-la, Marie.
— Meu filho vai ter muito trabalho, com uma mãe mal educada e uma filha que segue o mesmo caminho! — Respondia a mãe de Burke, abrindo a porta para Reddington.
Revirei os olhos enquanto ele saía.
— Esse advogado é um cavalheiro, Cristina! — Ela olhou para mim.
— Sim, parece ser muito educado e gentil. — Respondi, ainda um pouco incomodada com a forma como minha mãe havia agido antes. — Talvez até demais...
— Cristina, Burke terá alta hospitalar na próxima semana! Já sabe como será? — perguntou a mãe de Burke.
— Estou no meio de uma pesquisa, mas arranjei uma senhora para ajudá-lo — respondeu.
Esta pesquisa era super importante pode levar ela ao Nobel, ela falou-me assim por alto mas o pior e que ela sempre dizia coisas sem sentido quando estava nervosa. Ela deveria ter dito algo como "Está tudo sob controle" para que a senhora se acalmasse.
— Mãe! — chamo quando a senhora olha para ela com olhos de raiva, mas ela não me deixava falar.
— Cristina vai entregar a saúde do seu noivo aos cuidados de uma estranha?
— Não é uma estranha, mama. É uma profissional da área de saúde, com experiência e referências. E eu confio plenamente nela. — Respondeu, tentando acalmar a situação. — E é claro que vou estar acompanhando todo o processo, para garantir que tudo esteja correndo bem. — Acrescentou.
— Mãe! — Chamei novamente, mas ela não me ouviu e saí correndo para a rua, tentando encontrar Reddington, mas era em vão. Seu carro já havia partido. Eu queria pedir a ele que não beijasse mais minha mãe.
Fiquei tão chateada que mal conseguia pensar direito, mas sabia que talvez não conseguisse dizer isso a ele. Minha mãe estava na porta me chamando para jantar.
"klaus estás a jogar ?"
"Não, Marie, estou só navegando na internet. O que houve?" - responde Klaus.
"Preciso de estar contigo amanhã. Você nem imagina o que descobri "
"Claro, Marie. O que você descobriu?" - pergunta Klaus.
"Eu vi o Reddington beijando a minha mãe, e minha mãe é noiva" - respondi.
"O quê?! Como assim?" - exclamou Klaus, surpreso." Sua mãe é uma vadia como a minha "
"KLAUS!" — escrevo com letras grandes "Não fala assim da minha mãe, ela está passando por um momento difícil e não merece ser julgada dessa maneira. Preciso conversar com alguém sobre isso, e você é meu melhor amigo", escrevi.
"As vezes as pessoas se beijam Marie você talvez não tenha visto direito. Ok pode vir, meu pai vai estar a trabalhar e vou ficar com a babá"
Minha mãe entrou no quarto sem bater, como sempre faz. Ela me lembrou de que já era tarde e que eu deveria ir dormir. Mas eu não conseguia dormir, porque eu precisava falar com meu amigo Klaus sobre o que tinha visto.
Então, fingindo que não vi nada , perguntei:
—Mãe, posso ir dormir na casa do Klaus amanhã? Ele disse que eu posso ficar lá.
Eu realmente queria falar sobre o que tinha visto, mas sabia que não seria uma boa ideia. Minha mãe ficaria brava e eu não queria criar mais problemas. Mas eu precisava desabafar com alguém e Klaus era meu único amigo confiável.
— Para quê? Não consegues fazer novas amizades e evoluir? — perguntou-me
— Os rapazes da escola são muito mais velhos do que eu e chamam-me de pirralha. — respondi.
— Oh, Marie. Eu entendo que é difícil ser a mais nova da turma, mas isso não significa que não possas fazer novas amizades. Talvez possas juntar-te a algum clube ou atividade extracurricular para conhecer pessoas com interesses semelhantes aos teus.
— Posso ou não ir dormir na casa do Klaus? — perguntei novamente.
— Podes, apesar de eu não gostar muito que durmas na casa de outras pessoas. — disse ela.
— Mas eu durmo sempre na casa do meu padrinho! — respondi, comparando de forma boba. Às vezes, bobagens se pegam.
— quer comparar o seu padrinho a um estranho?
— Eu sei, mãe. Mas eu já sou grande o suficiente para fazer algumas coisas sozinha. E dormir na casa do Klaus não é algo perigoso, eu prometo que vou ficar bem. — respondi, tentando argumentar.
Minha mãe me olhou por um momento e suspirou.
— Tudo bem, você pode ir dormir na casa do Klaus. Mas me prometa que vai ser cuidadosa e obedecer às regras dele e dos pais dele. — interrompi ela.
— Você esqueceu que o Klaus não tem mãe? Que ela deixou o pai dele quando ele era bebê? — perguntei, lembrando da história que o Klaus já tinha me contado.
— Aí, Marie, você só se dá com pessoas problemáticas. Eu já te expliquei que isso não é bom para o teu futuro. — respondeu minha mãe, preocupada.
— Sabia que podem pensar o mesmo de nós? — questionei, mesmo não gostando de fazer frente. Às vezes ela dizia coisas contraditórias.
— Como assim, Marie? — perguntou minha mãe, confusa.
— Não que me interesse, mas eu tecnicamente não tenho pai e nem faço ideia de quem é o homem. Isso é mais problemático do que a mãe sair de casa. — falei, sentindo-me um pouco zangada com ela, odeio que ela escolha as pessoas com quem devo conviver se ela própria só faz escolhas erradas, odeio ter que dizer as verdades a ela.
Minha mãe ficou chateada e fechou a porta na minha cara, nem me desejou boa noite. Sei que amanhã já passou, mas odeio quando ela faz isso. À noite, levantei-me. Ainda ouço a mãe do tio Burke a ressonar. Fui deitar-me com a minha mãe. Entendo que sou um fardo para ela por causa da vida profissional complicada que ela tem. Eu própria nem quero ter filhos por causa da profissão que vou escolher. Ela abraçou-me quando me deitei ao lado dela.
A babá do Klaus foi buscar-me ao colégio para depois irmos buscar o Klaus. Fiquei algumas horas a ajudá-lo nos deveres.
— Marie, conta-me tudo! — Disse ele animado.
— Lembras-te do senhor das pedrinhas de que te falei? — Tirei-lhe o lápis da mão e comecei a fazer as contas dele enquanto continuava a falar. — Sim, aquele que deu o tiro ao palhaço? Ele chama-se Reddington e como te disse ontem, ele estava a beijar a minha mãe.
— Espera, espera! — Interrompeu o Klaus. — Na boca?
— Sim, Klaus. Na boca. — Respondi ainda a fazer as contas dele. — Eu nunca dei beijos na boca, mas acho nojento. Agora, o problema é que a minha mãe vai casar com o tio Burke. Isso não é traição?
Klaus pareceu surpreso com a notícia e deixou escapar um suspiro.
— Bem, tecnicamente, sim. Se a tua mãe está noiva e beijar outra pessoa, isso pode ser considerado traição. Mas talvez ela tenha os seus próprios motivos. Não é certo julgar sem saber o que está a acontecer.
— Eu sei. Mas é difícil de entender. Eu gosto do tio Burke e quero que a minha mãe seja feliz com ele. Como é que ela pode beijar outro homem assim?
— Entendo, mas o Burke não é o seu pai, não devia estar preocupada com isso.
Eu olho para ele, com o rosto contraído.
— O pior é que eu acho que o meu pai... — começo a morder o lábio.
— O seu pai é? — pergunta ele.
— Acho que é o Reddington, mas não tenho a certeza.
— Você sabe alguma coisa sobre ele?
— Não muito, só que ele trabalha com pedrinhas e que ele e a minha mãe estão se encontrando às escondidas. E agora ela vai casar com o tio Burke, é tudo tão confuso.
Klaus coloca a mão no meu ombro.
— Vamos procurar no Google, ele deve ter uma empresa — diz Klaus, tentando me animar.
Assenti com a cabeça e ligamos o computador para pesquisar sobre Reddington.
— Só sei que é Reddington.
— Tudo bem, vamos tentar pesquisar usando essa informação. — diz Klaus enquanto digita no computador.
Passamos algum tempo procurando informações sobre um Reddington que trabalha com pedrinhas, mas não encontramos nada conclusivo. Ficamos frustrados e eu comecei a me sentir cada vez mais confusa.
— Talvez devêssemos perguntar para a minha mãe... — sugeri, mas Klaus hesitou.
— A sua mãe não vai contar. Encontrei uma base de dados com nomes. Esse homem é suíço?
— Minha mãe diz que fui concebida em França.
— Mas ele é francês? — pergunta Klaus.
— Acho que não, ele fala bem inglês.
— Então ele pode ser de qualquer lugar do mundo. Vamos tentar pesquisar com outras informações. Você sabe onde sua mãe costuma se encontrar com ele?
— Não sei ao certo. — respondo, franzindo a testa. — Ela nunca me disse.
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Continua...
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