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73-Love on the Brain - Rihanna

— Mãe, hoje vamos visitar o tio Burke? — Marie me acorda. — Vou ter que faltar às aulas, mas é só um dia. O mais importante é visitá-lo.

— Você está muito solidária, Marie. — eu me espreguiço. — Eu não sei se você deve ir, ele não está muito bem e você é nova.

— Mas eu quero vê-lo, mãe. Quero estar lá para apoiá-lo e mostrar que nos importamos com ele. — responde Marie, determinada.

— Ele está com uma traqueostomia temporária, Marie. Não sei se você está preparada para ver isso. É uma situação difícil. — eu a alerto.

— Eu entendo, mãe. Mas quero estar lá por ele, independentemente do que aconteça. — Marie me responde com firmeza.

— Ok, ok. — olho para o relógio. — São seis da manhã, você não dorme? — Deito-me novamente.

— Desculpe, mãe. Eu estava ansiosa para ver o tio Burke. — Marie se desculpa. — Também acordo sempre a essa hora para ir para a escola.

Ela limpa os olhos com as costas da mão.

— Você ainda está com sono, deita aqui. — digo sonolenta e ela deita a cabeça sobre o meu peito. Acabamos por adormecer novamente.

" — Fui eu, Cristina! — dizia Reddington. — Não podia tolerar ver você com outro!

Ele pega no meu rosto e beija-me em frente ao corpo do Burke deitado na cama do hospital. Reddington pega na pistola e passou-me para a mão e eu disparo, matando o Burke.

— Agora sou só tua. — volto a beijá-lo. Quando dou conta, grito arrependida."
— Mãe mãe ! — Diz Marie me abanando, abro o olho e olho para o relógio eram 7h30 .

— Ainda é cedo ! Não podemos ir ao hospital agora !

— Você já é de quem ? — pergunta Marie a olhar para mim com olhar sério .

Será que falei no sonho ? Bem eu não tinha grandes lembranças dos sonhos, mas cada vez que sonhava era sempre com beijos.

— não faço ideia do que falas ?! — Digo sentando me na cama

Enquanto Marie toma banho, ligo para a mãe do Burke para informar o que aconteceu a ele. Preferi informar de manhã para que ela tivesse um soninho descansado.
Depois de tomar café, eu e Marie nos arrumamos e partimos para o hospital. Chegando lá, encontramos Burke em seu quarto. E o que vejo não é bom.

Érica estava deitada na cabeceira da cama enquanto Burke ainda dormia. Marie olha confusa e eu não sabia o que dizer. Em vez de eu dormir com o meu namorado, outra mulher dormiu.

— Eu fui levar-te a casa?! — pergunto confusa a Érica.

— Ah, desculpa-me, Cristina. Eu precisava ver o Burke e não conseguia dormir, então vim para cá e acabei dormindo aqui mesmo.

Eu mordo o lábio, evitando discutir com ela. Acho que não é normal algo assim.

— Agradecemos, mas acho que já pode ir embora. Eu fico! — sorrio. — A minha futura sogra está vindo para a Suíça e queremos um pouco de privacidade!

Érica parece surpreendida, mas acaba por concordar e despede-se de nós. Assim que ela sai do quarto, aproximo-me de Burke e ele segura a minha mão.

— Como é que te estás a sentir? — pergunto.

Ele fecha os olhos e volta a dormir. Marie, por sua vez, pergunta:

— Vamos ficar aqui a vê-lo dormir? — diz ela visivelmente aborrecida. — Podes levar-me à escola?

— Marie! — grito, chocada com a sua falta de educação.

— Ele não fala, vamos ficar aqui as duas a olhar para ele dormir? — ela vai à mala e tira um livro e começa a ler.

Eu saio do quarto por um instante e tento ligar para o Dembe novamente. Ao contrário das outras vezes, ele atende o telefone, mas desliga na minha cara imediatamente.

— Isso só pode ser propositado — murmuro frustrada.

Decido deixar essa questão de lado por enquanto e sentar-me ao lado de Marie, que continua a ler o seu livro.

Realmente, é frustrante para mim estar parada num quarto de hospital.

Passamos algumas horas juntas no quarto do hospital, até que finalmente Burke acorda.

— Mãe, ele acordou! — ela apontou enquanto eu lia uma revista antiga.

— Finalmente — digo, levantando-me da cadeira e indo até ao lado da cama de Burke. — Como é que te estás a sentir?

Ele mexe os lábios, mas não emite som audível.

— Tens que ter calma — dou-lhe uma carícia na cabeça. — Já avisei a tua família.

Ele faz um pequeno gesto de positivo com a cabeça, e percebo que está a tentar comunicar comigo.

— Queres escrever alguma coisa? — pergunto, pegando numa caneta e num papel.

Burke faz um sinal afirmativo com a cabeça e eu coloco o papel e a caneta nas suas mãos. Ele começa a escrever devagar, mas é difícil entender a sua letra.

— Não entendi. — Digo, olhando para ele

Ele tenta escrever novamente e só consigo ler "O que aconteceu?", parecia que ele não se lembrava de nada.

— Tentaram assaltar-te e acabaram por te esfaquear no pescoço, por sorte a Érica apareceu e o ladrão fugiu. — Digo-lhe calmamente e ele coloca a mão no pescoço e começa a chorar.

— É temporário, eles vão retirar isso brevemente! — Diz Marie aproximando-se da cama.

— É verdade, Burke. Os médicos disseram que a traqueostomia é temporária e que vão retirá-la em breve. Precisas de recuperar-te e ter paciência. — Acrescento, tentando confortá-lo. — Além disso, nós somos médicos e sabemos que às vezes é melhor fazer uma traqueostomia.

Ele volta a fechar os olhos. Foi nesse momento que eu e a Marie fomos tomar alguma coisa no refeitório. Recebo a chamada da mãe de Burke e explico onde fica o hospital. Ela não demora uma hora a chegar.

— Meu Deus, a Suíça já não é como era...

— Infelizmente, a violência está em todos os lugares. — Comento. — Mas pelo menos aqui temos acesso a bons cuidados médicos e vamos garantir que o Burke se recupere rapidamente.

A mãe de Burke entra no quarto e abraça o filho, enquanto eu e Marie nos afastamos para lhes dar privacidade. Mas ela chama-me:

— Não vais ficar com o teu noivo? — Pergunta-me com um tom arrogante.

— Pensei que vocês quisessem privacidade. — Digo, gaguejando.

— Não acho isso normal, o teu dever é ficar com o teu noivo. Sentem-se aí nas cadeiras.

— Desculpe, eu não pretendia incomodar. — Digo, sentindo-me um pouco desconfortável com a atitude dela. Mas acato a sua ordem e sento-me numa das cadeiras ao lado da cama de Burke.

Marie queixa-se de fome e a mãe de Burke dá-lhe umas bolachas para comer.

— Vou ficar na tua casa, não consigo estar sozinha depois disso. — Diz a mãe de Burke.

— Claro, sem problemas.

O meu telemóvel toca enquanto a mãe de Burke molha a boca do filho com compressas e Marie continua a ler e a reclamar que está a acabar o livro.

— Nós já vamos, só vou atender essa chamada! — digo, levantando-me da cadeira e saindo do quarto para atender o telefone.

Do outro lado da linha está Reddington:

— Finalmente deu sinal de vida! — digo agressivamente, mas Reddington parece não se importar com o meu tom de voz.

— Minha doce e amada Cristina, o que necessita deste pobre homem?

— O que vocês fizeram ao meu noivo? — digo furiosa.

— Ah, isso é uma longa história, minha cara. Mas posso assegurar-lhe que não fizemos nada de grave com ele. Dembe está a ficar velho e foi difícil acabar de vez. — diz ele, e nota-se que está a beber alguma coisa. — Saudades minhas?

— Não me venha com joguinhos, Reddington. Por que fizeram isso ao Burke? Ele é um bom homem.

— Foi só um pequeno contratempo. Mas deixando isso de lado, querida... — interrompi-o.

— Você está a brincar comigo? — levanto o tom de voz. — Eu vou casar-me com ele, queira você ou não. Deixe o Burke em paz e não faça mais nada contra ele ou contra a minha família.

— Aliás, gostaria de dar um presente de casamento para vocês. — ele diz e dá uma gargalhada característica.

— Vá para o inferno! — desligo a chamada. Ele estava a brincar comigo.

Volto para o quarto de Burke, ainda irritada com a conversa com Reddington.

— Tudo bem? — pergunta Marie, olhando para mim.

— Sim, foi só uma ligação irritante. Como está o Burke? — pergunto, aproximando-me da cama.

— Estável, mas a mãe dele está preocupada. Ela quer que ele saia da Suíça o mais rápido possível. — responde Marie.

— Eu entendo a preocupação dela, mas acho que é melhor que ele fique aqui até se recuperar completamente. — comento, olhando para a mãe de Burke que estava ao lado do filho.

Ela olha para mim e pergunta:

— O que se passou? Aconteceu algo? — Parecia preocupada.

— Não, foi só uma ligação irritante. Mas não se preocupe, está tudo bem. — digo, tentando tranquilizá-la.

Passamos o resto do dia no hospital, acompanhando Burke e dando suporte à mãe dele. A mãe dele decidiu ficar na Suíça até ele se recuperar completamente.

À medida que os dias foram passando, Burke continuava internado devido a uma infeção hospitalar. Nesse dia, fiquei em casa e decidi iniciar o estudo de algo novo. No entanto, achei importante manter isso em segredo por enquanto. Quando falei com Burke sobre isso, ele desmotivou-me como sempre fazia. Por isso, optei por seguir sozinha nesta primeira fase e sem pedir ajuda a ninguém.

Como médica, sabia que era importante manter-me atualizada e aprimorar as minhas habilidades mesmo contra a vontade de Burke que achava que eu passava a vida no hospital. Por isso, decidi estudar uma técnica cirúrgica minimamente invasiva para tratar aneurismas aórticos torácicos.

Os meus pensamentos são interrompidos pelo toque da campainha e o Sr. Rodriguez começa a ladrar para a porta. Paro de escrever, calço os chinelos e vou ver quem é, sem olhar pelo olho mágico.

— O que faz aqui? — pergunto ao Reddington, que estava vestido de forma descontraída, até com boné.

— Que receção mais sem graça! Mas pode ficar descansada que não vou demorar, estou a ir para Berlim tratar de uns assuntos.

— E resolveu parar aqui?

— Acredite ou não, eu precisava de um conselho médico. — ele responde com um sorriso irónico.

— E como posso ajudá-lo?

— Tenho uma dor persistente no peito, pode me examinar?

— Era preciso vir tão longe para isso? — pergunto enquanto vou até ao armário da casa de banho buscar o estetoscópio. — Levante a blusa!

Ele levanta, mas não para de rir.

— Você é uma gracinha... Você vai mesmo examinar-me. — Ignoro o que ele diz e começo a examiná-lo. — É um aperto no peito que invade-me os pensamentos.

— Pode ser muita coisa, precisamos fazer alguns exames. — respondo, concentrada.

— À noite nem durmo com este aperto, e quando durmo sonho com a causa do aperto.

Enquanto continuo a examinar, começo a achar que ele está a brincar comigo, pois a auscultação está perfeita.

— Nunca ouvi falar de apertos que invadam pensamentos e tirem o sono! - disse eu, retirando o estetoscópio e olhando para o rosto dele.

—Você não sente esses apertos, Cristina? — perguntou ele, enquanto eu me afastava.

— Não, tenho uma saúde de ferro! Faço o que posso para mantê-la assim. — Ele se aproximou.—Reddington, porque fizeram isso com Burke? Vocês foram uns covardes…

— Por que? Ainda perguntas o motivo? - ele cruza os braços - Porque não gosto que brinquem com o que é meu!

— Eu não sou tua, Reddington! - retruca Cristina.

— Claro que não! Acha que eu faria algo por uma mulher? - Reddington sorri de maneira irônica - Cristina, sou um homem prático e os amores vão e vêm!

Ele olha-me fixamente, analisando cada gesto meu.

— Isso é muito conveniente para ti, Reddington. Parece que sempre tens uma desculpa para tudo.— Reviro os olhos.— Do que estás a falar? - pergunto, afastando-me dele.

— Oh, Cristina, não te faças de inocente. - Reddington sorri de forma irônica - Sei muito bem que o Burke queria assumir a paternidade da tua filha. Mas isso não vai acontecer, porque a tua filha é minha. E eu não vou permitir que nenhum outro homem se intrometa no meu território.

— Estás a falar da minha filha como se fosse um objeto teu! - digo, indignada.

Reddington coloca as mãos nos meus ombros, com força.

— Ela é minha filha, Cristina. E eu não vou permitir que ninguém assuma.

— não se preocupe com isso! - respondo, tentando me soltar dele.

— Espero que não. Porque, se o fizeres, terás de lidar comigo. E acredita em mim, querida, não queres fazer isso.

Fico a olhar para ele, com raiva.
— Reddington, não estou insinuando nada. Só quero que saia daqui. - respondo firmemente.

— Você é uma mulher tão inteligente, Cristina. Não se deixe enganar pelos seus sentimentos. - ele diz, aproximando-se novamente.

— Não me deixo enganar por nada. Só não quero a sua presença aqui. - digo, afastando-me dele.

— É uma pena que pense assim. Eu poderia ter muito a oferecer-lhe. - Reddington sorri, mas seus olhos estão frios.

— Não me interessa o que tem para oferecer. Agora, se não tem mais nada para dizer, faça o favor de retirar-se.

— Você ainda me surpreende com as insinuações sobre o meu poder de raciocínio. Acha-se muito importante para mim? - ele pergunta, sarcástico.

— Não acho que sou importante para si, Reddington. Mas acho que o meu tempo é importante para mim. E prefiro não gastá-lo consigo. - respondo, determinada.

— Sério? - ele olha-me e eu desvio o olhar.

— Pare, Marie e a minha futura sogra estão a chegar. - digo colocando a mão no peito dele.

— O que tem isso a ver comigo? - Reddington franze a testa.

— Tem a ver com o facto de eu não querer que elas o vejam aqui. - ele arruma o meu cabelo e beija-me, eu agarro o rosto dele para retribuir o beijo, senti tanta saudades dele, os braços dele envolvem o meu corpo. — Afinal, sou importante para si! — Digo eu.

Sorrio enquanto os nossos lábios se tocam, sem dar conta de que a porta da rua se abria e Marie e a mãe de Burke entravam. Solto-me do beijo do Reddington quando oiço a voz da Marie:

— Avó, esqueci-me do telemóvel no carro!

"O amor é uma fumaça feita com a fumaça dos suspiros"
- William Shakespeare.

Notas da autora:

Obrigada por lerem🙏

Se virem alguma música repetida por favor alertem me porque já tou perdida com tanta música kkkkk

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