71- Bad Guy- Billie Eilish
Burke andava pela casa de calças de fato de treino e chinelos, tentando decidir o que queria para o casamento.
— Burke, ainda temos tempo, não precisamos nos apressar! — disse eu, já cansada de vê-lo andar de um lado para o outro.
— Não temos assim tanto tempo, precisamos primeiro decidir onde será - Zurique, Milão ou Beverly Hills.
— Nem penses em casar na minha terra! — levantei-me da mesa. — Casamos aqui mesmo e fazemos algo simples. Não temos idade para grandes festas... A sério, não queres ver-me de noiva com véu, grinalda e flores de laranjeira, simbolizando a minha pureza? Para além disso, sou divorciada e tu és viúvo.
Burke sorriu para mim. — Vem trabalhar comigo, já faz semanas que não te vejo a operar. Até podias fazer o meu lugar no instituto enquanto eu vou operar no hospital — disse ele, enquanto eu saía de casa.
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Tal como prometera a Marie, Reddington foi resolver a situação.
— Boa tarde, Dr. Roth. O meu nome é Raymond Reddington e gostaria de ter uma conversa consigo.
— Sim, diga. - responde Roth, vendo Reddington entrar.
— Bem, a sua filha anda a agredir crianças indefesas. - informa Reddington num tom firme.
— Meu Deus, eu não tinha conhecimento disso. - responde Roth, visivelmente preocupado.
— Lamento muito ter de lhe trazer essas notícias, mas o que me preocupa ainda mais é a atitude do senhor diante desse episódio que nada faz para educar essa menina mal educada e agressiva. Então vou ser direto: Soube que além da firma de advogados, gosta de investir em negócios promissores. Também sei que pode ser muito desagradável quando a fonte desse dinheiro é questionada. Mas tenho conhecimento de um desvio de dinheiro do seu banco. O senhor está ciente do que estou falando?
— Não entendo do que está a falar, Sr. Reddington. - responde Roth, visivelmente nervoso.
— Não se faça desentendido, Dr. Roth. Seu banco está envolvido numa manipulação de branqueamento de capitais e tenho todas as informações necessárias para provar isso. - diz Reddington com um sorriso cínico. - Então, o que proponho é muito simples: o senhor vai retir
ar a sua amada filha dessa escola imediatamente e sair de Zurique com ela. Em troca, manterei as informações sobre o seu banco em segredo. Combinado?
— Bluff? Onde estão as provas? - questiona Roth.
Reddington abre uma pasta preta e retira alguns papéis impressos, colocando-os sobre a mesa em frente a Roth. Ele mantém um sorriso cínico enquanto Roth, olha para as folhas com uma expressão de crescente preocupação.
— Como disse, tenho todas as informações necessárias para provar a manipulação de branqueamento de capitais em seu banco, Dr. Roth. Estes documentos mostram claramente a transferência de grandes quantias de dinheiro para contas offshore, com a finalidade de ocultar a origem ilícita desses fundos.
Roth olha fixamente para as folhas por alguns instantes, aparentemente atordoado pelas revelações.
— Isso é absurdo! Eu não sabia de nada disso! - protesta Roth, mas a sua voz soou trêmula e incerta.
Reddington dá de ombros.
— Não é a primeira vez que um homem em sua posição afirma inocência, Dr. Roth. Mas sugiro que deixemos as desculpas para depois e nos concentremos em resolver o problema imediato.
Ele recolhe os papéis e os guarda-os na pasta preta, ainda mantendo o sorriso cínico.
— Então, o que me diz sobre a minha proposta, Dr. Roth? Retirar a sua filha da escola e sair de Zurique com ela em troca do silêncio sobre as atividades ilegais do seu banco? Parece justo para mim.
Roth olha para Reddington com desespero nos olhos, como se estivesse lutando para encontrar uma saída. Finalmente, suspira profundamente e concorda.
— Está bem. Farei o que pediu.
Reddington assente e levanta-se, estendendo a mão a Roth.
— É um prazer fazer negócios consigo, Dr. Roth. Tenha um bom dia.
— Espere! — grita Roth. — Mas é só isso, a chantagem?
Reddington para e vira-se para Roth, com um sorriso satisfeito no rosto.
— Não é uma chantagem, Dr. Roth. É apenas um acordo justo. Isso é bom para si e para mim, a sua filha não vai para a prisão e...! — Reddington não termina a frase. — Sabe-se lá o que pode acontecer se essas informações vazarem para a imprensa e para as autoridades competentes. É melhor para todos nós que essa situação seja resolvida discretamente.
Roth suspira, sabendo que não tem muitas opções.
— Entendo. Mas como posso ter a certeza de que vai cumprir a sua palavra e não divulgar as informações?
Reddington sorri novamente, desta vez com um tom mais amigável.
— Meu caro, a confiança é uma das coisas mais valiosas que temos neste mundo. Eu nunca quebraria a minha palavra, especialmente quando se trata de um acordo como este. Seja como for, espero que a sua filha aprenda com esta situação e se torne uma pessoa melhor no futuro.
Com isto, Reddington sai da sala, deixando Roth.
Reddington entra no elevador e começa a rir, e continua a rir até chegar ao carro.
— Dembe, sinto-me um idiota. Este homem deve ser a coisa mais pequena que já negociei…
— Qual foi o acordo?
Reddington sorri enquanto entra no carro.
— Apenas um acordo para retirar a filha dele da escola e deixar Zurique. Nada de mais, mas ele estava tão desesperado que nem percebeu que eu estava a blefar sobre as informações do banco. Às vezes, a ameaça é mais eficaz do que a ação real, Porque depois de tantos anos a lidar com papéis desses é fácil exagerar um pouco. .
— Pois eu disse que os podres dele eram poucos e pequenos... Raymond Reddington a negociar saídas de crianças da escola. — Dembe solta uma gargalhada. — o ponto que você chegou companheiro !
Reddington ri junto com Dembe.
— Bem, nem sempre podemos fazer grandes negócios, Dembe. Às vezes, é preciso lidar com questões menores para manter as nossas conexões e pessoas felizes. Além disso, é sempre bom ter um pouco de diversão de vez em quando.
— Está certo, daqui a dois dias trato do Burke e depois preciso do jato para voltar para os EUA. — diz Dembe.
— Eu parto hoje mesmo, só preciso dormir um pouco.
Dembe conduz habilmente pelas ruas movimentadas de Zurique, enquanto o sol começa a pôr no horizonte.
— Já estou um pouco farto de estar aqui, Red. — Dembe olha pelo retrovisor. — Desta vez não vai ver a Cristina?
— Não, vou dormir e voltar para os EUA. — responde Reddington e dá um longo suspiro. — Às vezes é preciso afastar-se dos vícios.
O carro para em frente a um hotel de luxo onde Reddington se hospedou durante a sua estadia em Zurique. Ele sai do carro e despede-se de Dembe antes de entrar no hotel.
— Por que não vai para a casa que comprou aqui?
— Só faltam algumas horas, para quê ir a casa por uma hora ou duas? Não precisa vir buscar-me, vou de táxi e esticar as pernas. Quando terminar o seu serviço, volte logo para os EUA! Preciso de si.
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— Mãe, acho que já não preciso de ficar de castigo. A menina que me acusou com mentiras foi embora da escola! — diz Marie contente por Reddington ter resolvido a situação. — O pai vai mudar de país!
"Como é que ele conseguiu isso? Ele é muito inteligente, mas eu sou muito mais do que ele porque consegui manipular", pensa Marie enquanto dá uma gargalhada.
— Isso não muda o facto de teres tido um comportamento inadequado com a menina. Pediste-lhe desculpa? — pergunta Burke.
— Estava a falar com a minha mãe! — responde Marie.
— Vais continuar de castigo por teres respondido assim ao Burke.— respondo
- Peço desculpa, tio, mas eu nunca gostei que se intrometessem na minha conversa com a minha mãe.
— Tudo bem, Marie. Mas é importante que aprendas a comunicar-te com as pessoas de forma respeitosa e adequada. Agora, podes brincar um pouco, mas lembra-te de que ainda estás de castigo. E lembra-te também de que é importante pedir desculpas quando magoas alguém, mesmo que a pessoa não esteja mais presente. — respondeu Burke, tentando ensinar uma lição à Marie.
Marie fez uma careta, mas concordou com a cabeça e foi fazer desenhos no seu quarto. Burke suspirou.
— Ela está com um feitio terrível! — disse eu.
— Eu vou dobrar esse feitio, Cristina. Eu também dobrei você! — Burke sorriu e deu-me um selinho. Eu corei levemente e sorri.
— É verdade, tu dobraste-me mesmo. Mas espero que consigas lidar com a Marie de forma mais eficaz do que lidavas comigo. — brinquei com Burke. — Olha, decidi que o casamento será aqui em Zurique mesmo, e nada de vestidos de noiva nem damas de honra.
— Tudo bem para mim, amor. O importante é estarmos juntos. E quanto à Marie, ela vai entender com o tempo que precisamos respeitar os outros e que pedir desculpas é uma parte importante disso. Mas agora vamos pensar em nós, no nosso casamento e na nossa felicidade juntos. — Burke respondeu, dando um beijo na minha testa. — Vamos até ao quarto?
— Fazer o quê? — perguntei.
— Aproveitar o nosso tempo juntos, relaxar um pouco, quem sabe tomar um banho de banheira... — disse Burke com um sorriso sugestivo.
— Ah, percebi... — respondi, corando um pouco.— Mas a Marie está no quarto ao lado. — insisti.
— Ela está distraída a pintar! — disse Burke, beijando o meu pescoço e apalpando-me a bunda.
Burke sorri e beija-me suavemente nos lábios.
— Não é pedir muito querer um tempo a sós com a minha noiva, pois não? — diz, com um sorriso sedutor.
— Claro que não. Eu também estou animada para passar esse momento juntos. — respondo, retribuindo o beijo.
Entramos no quarto e Burke começa a acariciar suavemente meu rosto enquanto me beija. Em seguida, ele abraçou-me e beijou-me novamente, enquanto suas mãos exploram delicadamente o meu corpo.
Acabamos por ter relações.
Burke estava deitado ao meu lado, nu e dormindo profundamente, enquanto eu sentia um peso na consciência terrível. Pensei alto: "Enfim!" porque finalmente ele havia conseguido o que tanto queria, mas ao mesmo tempo me sentia mal por ter fingido o orgasmo. Por mais que quisesse ter prazer naquele momento, meu corpo não colaborou e acabei optando por fingir para agradar a ele. Isso não era algo que eu costumava fazer, sempre achei essa ideia absurda, mas naquele momento a pressão de agradar era grande demais. Agora, ali deitada ao lado dele, me sentia hipócrita e desonesta por ter mentido.
Acordei com o som do chuveiro e percebi que Burke já estava se preparando para sair. Enquanto me espreguiçava na cama, observei-o vestindo a roupa, ajustando a gravata com perfeição e dando os últimos retoques no cabelo. Eu admirava sua determinação e profissionalismo.
— Vais para o instituto? O que vais fazer? Tens alguma cirurgia planeada? — Perguntei curiosa, ainda sonolenta. Burke se aproximou da cama e me beijou suavemente.
— Sim, tenho uma cirurgia marcada para hoje de manhã. É uma operação delicada, mas estou confiante de que tudo correrá bem.
— Eu vou para o hospital, vai chegar um grupo de 5 pessoas da Guiné-Bissau para operar. Eles precisam de um acompanhamento especializado. — Disse enquanto me sentava na cama.
— Só cardiologia? — perguntou Burke.
— Não, na cardiologia é só um bebé de 7 meses com uma malformação cardíaca. Espero que consiga.
— Como vai ser a cirurgia? — perguntou Burke.
— Será uma cirurgia de correção da malformação. — Olhei para ele tirando a blusa para ir tomar banho. — Boa sorte, Burke, para aturar a Hanh.
Burke sorriu e balançou a cabeça, já habituado com as minhas brincadeiras sobre a Hanh.
— Obrigado, vou precisar. Mas agora tenho que ir. Boa sorte no hospital, espero que tudo corra bem com o bebé.
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Já era noite quando Burke saiu do instituto para ir para casa. Enquanto caminhava pelo estacionamento, viu um homem negro encostado em seu carro.
— Burke? — perguntou o homem, olhando para ele com um olhar sério.
— Sim, em que posso ajudar? — respondeu Burke, um pouco confuso e preocupado com a situação.
— Meu nome é Dembe Zuma, e quero dar-te um aviso. Meteste-te com a pessoa errada.
— Desculpa, mas não entendo do que estás a falar. Não me meti com ninguém de forma errada — respondeu Burke, já começando a sentir-se ameaçado.
— Não quero entrar em detalhes, mas há pessoas que não ficaram satisfeitas com algumas das tuas escolhas recentes, incluindo tudo o que envolve a Marie. Isso é só um aviso! — Dembe aproximou-se mais de Burke, que recuou instintivamente.
— Eu não sei do que estás a falar! — afirmou Burke, já com a mão no bolso em busca do telemóvel.
— Acredita em mim, é melhor ficares longe de assuntos que não te dizem respeito. Eu não gostaria de ter que ser mais enérgico.
— Do que estás a falar? O que tem a minha enteada a ver com isso? — perguntou Burke, cada vez mais preocupado.
— A tua enteada? Ela tem um pai, e o pai não está a gostar nada da tua aproximação — respondeu Dembe, com um tom ameaçador.
Burke sentiu um arrepio na espinha e percebeu que aquela conversa não iria acabar bem. Ele decidiu chamar a polícia, mas Dembe percebeu o que ele estava a fazer e tomou uma atitude.
Continua...
"Às vezes, o peso do poder é menos suportável do que a liberdade da obscuridade."
- Raymond Reddington
Burke não devia reagir, tenho um mau pressentimento, será que Dembe vai livrar se dele ?
Ele deve tar muito confuso não acham ?
Vocês não acham que o Raymond tá abusar da sorte ? Ele parece que tem vida própria, Eu honestamente não sei o que pensar
😂😂
Mentirinha eu passo o paninho ao red❤️ mas também gosto do Burke ... Nossa ajudem me 😂😂😂
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