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66- My Immortal- Evanescence


Com o passar dos anos, Marie demonstrou possuir uma inteligência acima da média, o que levou a professora primária a sugerir que ela avançasse dois anos em relação aos seus colegas e passasse diretamente para o segundo ciclo do ensino primário na Suíça. A professora argumentou que não havia muito mais a ensinar a Marie e que permanecer no último ano do primeiro ciclo poderia desmotivá-la.

Eu fiquei preocupada com o impacto que essa mudança poderia ter em seus colegas e nela, que já a conheciam há anos. Por isso, decidi mudá-la de escola. Burke não concordava muito com a ideia, mas ele era apenas o padrasto falsificado visto que não somos casados. Nem sei se teremos casamento alguma vez na vida, apesar de ele passar a vida a falar sobre dar o nome a Marie. No entanto, sei que ela gosta dele e, como se costuma dizer, pai é quem cria.

O Shane concorda com o Burke e até menciona que a Marie precisa de uma figura masculina em sua vida, mas eu respondo que ela já tem a ele. No entanto, ele me responde que tem um filho! Fiquei desapontada. Por um momento, senti que preferiria que o Shane fosse o pai dela.

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— Vou pensar nisso. Mas é a Marie que tem que escolher se quer ou não que você dê o nome a ela.

O Burke concorda comigo e diz que é importante respeitar a decisão da Marie. Ele sempre foi um ótimo padrasto e a ama como se fosse sua própria filha.

— Vou falar com ela. Aliás, Cristina, no fim de semana vamos até Milão e não aceito um não como resposta. — Ele me beija. — Eu nunca aceito nãos.

Ele não aceitava " não "  então não havia muito que poderia dizer.

Hoje estaria o dia todo no instituto, a trabalhar.

─━━━━━━━⊱colégio da Marie ⊰━━━━━━━─

O novo colégio não oferece a mesma privacidade e segurança do anterior, que era protegido por muros altos. Em vez disso, a escola conta com uma rede que separa a sua área do mundo exterior. No entanto, ainda existem áreas onde a privacidade pode ser comprometida, como no campo onde são realizadas as aulas de educação física, que são visíveis a quem passa pelo jardim ao lado do colégio.

Durante uma aula de educação física, uma menina maior começou a empurrar e provocar Marie, fazendo com que ela mantivesse o seu nariz empinado. A menina disse:

— Então, pequena, aqui não és tão boa?

Marie olhou para ela com um olhar desafiador e respondeu:

— Eu posso não ser boa em esportes, mas sou muito boa em outras coisas.

A menina deu risada e disse para os outros alunos que estavam por perto:

— Olhem só, a nerd acha que é boa em alguma coisa!

Reddington, que estava observando a situação de longe, quase perdeu a cabeça ao ver o bullying que estava acontecendo. Ele se levantou do banco e, por um instante, colocou a mão na sua pistola, mas logo se lembrou de que era uma criança e conteve-se.

— Mas estas crianças de hoje em dia não têm educação nenhuma. — ele saiu do jardim onde observava, decidido a ter que resolver mais este berbicacho. Não ia deixar que a sua filha sofresse nas mãos daquela criança birrenta. — Vou falar com a Cristina e tenho que colocar o Hussain nessa escola maldita.

Ele pegou no telemóvel e ligou para Dembe:

— Companheiro, preciso de dois favores teus, nada difícil, mas de extrema importância. Preciso que descubras todos os podres do diretor do Colégio Albert Schweitzer e da família da rapariga que anda a fazer bullying à minha filha. — Disse Reddington.

— Que raio de serviço é esse que me estás a pedir? — Disse Dembe, rindo. — Está bem, vou falar com Aram. O que vais fazer com eles?

Reddington respondeu com um sorriso malicioso:

— Vou dar um jeito de ensinar a eles como se comportar e mostrar como se trata uma menina, já que a mãe dela não faz nada em relação ao bullying que Marie sofre. Terei que ser eu a tratar.

— Compreendo, Reddington. Vou ver o que posso fazer e falar com Aram para começar a investigação imediatamente. E quanto ao segundo favor? — Perguntou Dembe.

— Quero que o Hussain seja transferido para o Colégio Albert Schweitzer. Preciso que alguém tome conta da Marie quando os meus olhos não poderem ver. Não posso permitir que a minha filha seja tratada assim. — Respondeu Reddington.

— Entendido, companheiro. Vou cuidar disso. — Respondeu Dembe, firme.

Reddington agradeceu e desligou o telefone. Dirigiu-se para o instituto.

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— A Dra. Yang não está cá, senhor. Ela está a operar! — disse Francesca com um sorriso ao olhar para ele.

— Eu vou esperar. Qual é o gabinete dela? As cirurgias costumam demorar muito tempo... - respondeu Reddington.

— O senhor não pode ir para o gabinete dela. Terá que ficar aqui. A Dra. Yang não gosta que as pessoas fiquem lá dentro. - respondeu Francesca.

— Não se preocupe, senhorita. Eu sou da casa. - insistiu Reddington.

Enquanto tentava convencer Francesca a deixá-lo entrar, Érica entrou na sala de espera.

— Não temos nada para falar Raymond! - disse ela por trás dele, fazendo com que ele se virasse com um sorriso debochado.

— Senhorita Hanh, há tanto tempo! O tempo passou por si, está mais velha... - provocou Reddington com um sorriso malicioso no rosto, parecendo completamente arrogante.

— E você continua o mesmo idiota de sempre! - respondeu Érica com a voz carregada de raiva e frustração, claramente chateada com a presença dele.

— Tem dias e tem pessoas. Se a pessoa merecer, eu trato bem. Se a pessoa não merecer... - Reddington deu de ombros, mostrando total desdém pela opinião de Érica. - Enfim, onde é a sala da Cristina? - disse, ignorando completamente a Érica e olhando para Francesca.

Francesca, por sua vez, tentou manter a compostura e disse com um tom profissional:

— Desculpe-me, senhor, mas o escritório da Dra. Yang é de acesso restrito. Eu posso tentar falar com ela para saber se ela pode recebê-lo, mas não posso garantir nada. - disse Francesca com um tom profissional.

Reddington apenas olhou para ela com um olhar desafiador, mostrando que não iria aceitar um não como resposta.

— Minha querida, seu nome é? - perguntou, cruzando os braços e olhando para a porta em frente ao corredor. - Deve ser aquele, tenham um bom dia. - disse, dirigindo-se à porta que supôs ser.

Francesca vai atrás segurando no braço dele:

— eu vou chamar a segurança se você não sair daí rapidamente. — diz ela com voz de medo e insegurança.

Reddington apenas sorriu de forma irónica, como se não se importasse com as ameaças de Francesca.

— Eu sou um homem de negócios muito ocupado e tenho assuntos importantes a tratar com a Dra. Yang. Não irei causar nenhum problema, apenas gostaria de falar com ela. - disse ele, mantendo a postura arrogante.

Francesca suspirou e decidiu ceder, sabendo que seria difícil impedi-lo.

— Tudo bem, eu vou tentar falar com ela. Mas se ela não puder recebê-lo, o senhor terá que sair imediatamente. - disse ela. — por favor espere cá fora até, eu voltar.

— Raymond! — Érica aproximou-se do Reddington e encarou-o, cruzando os braços. — O que queres da Cristina?

Reddington virou-se para Érica, com um sorriso enigmático no rosto.

— Oh, minha cara Érica. Sempre tão curiosa. Eu apenas tenho alguns assuntos a tratar com a Cristina, nada de mais. Mas, por que tanto interesse? Há algo que queiras me contar sobre ela? - disse ele, provocando-a.

Érica revirou os olhos, sabendo que não conseguiria extrair mais informações dele.

— Não te faças de desentendido, Raymond. Tu sempre tens segundas intenções. Só espero que a Cristina esteja ciente disso. - disse ela, antes de sair andando pelo corredor.

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Estou concentrada em realizar o cateterismo no paciente, o Sr. Thomas Meier, assessor do primeiro-ministro da Suíça. O procedimento requer total atenção e precisão, e eu não posso distrair-me, pois operar políticos, mesmo que seja um cateterismo básico, é um passo importante na carreira de um médico.

De repente, ouço a voz de Francesca a chamar-me da galeria.

— Dra. Yang, a senhora precisa atender uma visita. É um homem muito insistente e não aceita um não como resposta. Ele diz que precisa falar urgentemente consigo.

Sinto uma pontada de frustração, pois sei que não posso simplesmente abandonar o procedimento a meio. Mas também sei que, como chefe  do instituto é meu dever lidar com estas situações.

— Diga-lhe que estou ocupada, Francesca. Peça para aguardar até eu terminar o procedimento. - digo, tentando manter a calma. — Como se chama o senhor?

Francesca responde:

— Ele disse que se chama Raymond Reddington e insiste em falar com a senhora pessoalmente.

— O que ele quer agora? — penso alto e logo peço a Francesca. — Ponha-o no meu gabinete e mande-o esperar. Agora não posso parar o procedimento do Sr. Meier.

Francesca assente e logo saí da galeria para atender às minhas ordens. Continuo o procedimento com cuidado e atenção, tentando não me distrair com a presença de Reddington no meu gabinete.

Assim que termino o cateterismo, informo ao paciente sobre o procedimento e certifico-me de que ele está estável. Em seguida, lavo as mãos e dirijo-me ate ao gabinete, onde encontro Reddington sentado à minha secretária.

Logo sinto-me envergonhada ao olhar para o meu estado: com uma farda azul escura e um gorro roxo na cabeça, além da bata descartável, pois estava frio nos corredores. Sinto que não estou adequada para recebê-lo e já sei que tenho que estar afiada, caso ele provoque.

— Boa tarde, o que o traz ao meu humilde instituto? — digo-lhe num tom sarcástico.

— Você está deliciosamente mal vestida... — diz ele, rindo.

Meu rosto fica ruborizado de vergonha e raiva ao ouvir o comentário de Reddington. Respiro fundo para me controlar e respondo com firmeza:

— Por favor, mantenha as suas observações inapropriadas para si mesmo. O que o trouxe aqui, afinal?

Ele se aproxima por trás de mim, e sinto um arrepio percorrer-me. Odiava ficar ansiosa com a presença dele por perto. Meu coração acelera quando ele tira minha toca cirúrgica da cabeça e, em seguida, retira o elástico que prende meu cabelo. Fico atrapalhada, sem saber como reagir diante daquele gesto inesperado. Minha respiração fica presa na garganta enquanto tento me recompor.

— Fica muito melhor de cabelo solto! — diz Reddington.

Ele se afasta, e eu fico ali, sem saber o que dizer.

— Voltando ao assunto que o traz por cá. — digo gaguejando.

— Venho falar do bullying que nossa filha tem vindo a sofrer e, agressões! — exclama ele.

— Marie é vítima de bullying ou a causadora dele? — sorrio. — Realmente, o senhor não conhece a minha filha. Desculpe nossa !

Eu estava indignada com a atitude de Reddington, fazendo um grande drama como se fosse inocente. Eu conhecia minha filha e sabia do que ela era capaz.

— Não conheço? Mas eu sei o que vi. E eu vou resolver isso à minha maneira! Se você acha piada a humilhação que ela passa na escola... — Ele ameaça sair, e eu seguro seu braço com firmeza.

— Quais são os seus métodos? — questiono com a voz cheia de sarcasmo.

Reddington vira-se para mim, com um sorriso malicioso no rosto.

— Ah, Cristina. Sempre tão direta e sem papas na língua. Os meus métodos são simples: eu faço as pessoas desaparecerem.

Os meus olhos arregalam-se diante daquela ameaça. Eu sabia que Reddington tinha um passado obscuro, mas não esperava que ele fosse tão direto.

— Isso é um crime! — exclamo.

— Sim, é um crime. Mas é assim que eu resolvo os meus problemas. E, acredita em mim, o bullying que a minha filha está sofrendo é um grande problema. Eu não vou permitir que isso continue.

Eu solto o braço dele e dou um passo para trás, analisando a situação.

— E o que espera que eu faça? — pergunto.

— Espero que se certifique de que isso pare. De uma forma ou de outra. E se descobrir que não está fazendo o seu trabalho, eu mesmo vou resolver isso.

Eu olho-o com desdém.

— Não preciso que me diga como fazer o meu trabalho. Faço-o há 9 anos sem precisar de si.

Reddington olha para mim com um olhar profundo e misterioso.

— Eu não vou fazer nada que vá contra a minha ética, Cristina. Mas eu vou proteger a minha filha, custe o que custar. E se você não está disposta a me ajudar, vou ter que encontrar outra maneira de resolver isso.

— Amanhã irei falar na escola que tu viste a Marie a ser agredida. — digo tentando que ele mude de ideias.— e agora vai cuidar dos teus negócios longe de mim.

— És uma mulher difícil, Cristina Yang. Mas eu não vou desistir tão facilmente. Eu farei o que for preciso para proteger a minha filha.

Encaro-o com firmeza.

— E eu farei o que for preciso para garantir que não cometas nenhum crime.

Reddington olha-me penetrantemente, mas depois vira as costas e sai da sala, sem dizer mais nada.

Respiro fundo, acalmando-me e agachando-me para recuperar o fôlego.

— Marie, o que fizeste desta vez? — digo em voz alta.


Continua…



"O verdadeiro caráter de uma pessoa é revelado pela forma como ela trata aqueles que não podem lhe trazer benefício algum." - Samuel Johnson

Bem, deu um ataque de paterno ao reddington ao fim de 9anos ? Será que vai resolver ?  Espero os vossos comentários e votos é muito importante... ❤️❤️❤️👌👌👌

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