65- 21 Guns- Green Day
Sr Rodriguez─━━━━━━━⊱ ⏣ ⊰━━━━━━━─ não maltratem os animais, eles são nossos amigos ...
⚠️AVISO DE GATILHO: Este capítulo contém cenas de abandono animal que podem ser perturbadoras para algumas pessoas. Pedimos prudência na leitura e lembramos que o abandono de animais é uma forma cruel e ilegal de tratar os nossos amigos peludos. Se você se sentir desconfortável com este assunto, sugerimos que pule este capítulo ou leia com cautela. Lembre-se sempre de que os animais merecem amor, respeito e cuidado.⚠️
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— Não! — empurrei-o de cima de mim quando a minha mente começou a ver o sorriso do homem de dentes de ouro. A imagem era tão forte que parecia real.
Burke tentou beijar-me, mas eu virei o rosto.
Respirei fundo algumas vezes para tentar acalmar-me e sentei-me na cama, olhando para Burke. Ele parecia preocupado, e senti uma pontada de culpa por tê-lo preocupado.
— Queres conversar sobre isto? — ele perguntou, sentando-se ao meu lado.
— Acho que não. Estou bem! Só não quero ter relações agora. Desculpa.
— Tudo bem, mas não entendo. — ele questionou.
— É difícil explicar. Só... tive uma lembrança, uma imagem na minha cabeça que me perturbou. Mas não quero falar sobre isso agora.
Burke assentiu compreensivo.
— Tudo bem, respeito a tua privacidade. Mas se quiseres conversar, estou aqui para ouvir.
Sorri fraco para ele, agradecendo a sua compreensão.
Burke sai do quarto para beber água, visivelmente chateado apesar de dizer que entendia. Sinto-me mal por ter causado essa frustração nele. A maioria dos homens é assim, mas ainda assim, não queria que ele ficasse aborrecido comigo. Entretanto, o pequeno cão, Sr. Rodriguez, deita-se ao meu lado e eu abraço-o, o que só deixa Burke ainda mais furioso. Ele grita para o cão sair e vai dormir na sala com a sua almofada.
Eu olho para o Sr. Rodriguez e desabafo:
— Sr. Rodriguez, temos um problema!
Durante a tarde, ficou combinado que Burke iria cuidar da escola de Marie, uma vez que eu estava muito ocupada. Saí de casa enquanto eles ainda dormiam, desligando a televisão da sala onde Burke estava a descansar. Dei-lhe um toque para o alertar que estava a sair e segui para a minha rotina diária de trabalho.
Marie entra na sala e vê Burke a mexer no computador, lendo o conteúdo de um e-mail. Ela pergunta:
— Recebeste um e-mail a convidar-te para dar uma palestra na universidade e estavas a responder que não podes ir, é isso? — pergunta Marie.
— Sim, não estou muito motivado para isso — responde Burke.
— Mas eu acho importante que vás. Eu adoraria assistir à tua palestra. Ainda não tens idade para te reformares, tio! E a medicina precisa dos teus conhecimentos... — Marie parece desapontada. — Fico tão triste por desistires. Só não choro porque não sou sentimentalista!
— Mas ... — interrompe Burke, tentando se justificar. — É que já dei tantas palestras ao longo da minha carreira, e parece que já não tenho nada de novo para acrescentar.
— Mas isso não é verdade, tio! Você tem muitas experiências e conhecimentos que ainda não partilhou com os outros. Tenho certeza de que pode contribuir muito para a formação de novos profissionais da área — argumenta Marie, tentando convencê-lo.
Burke pensa por um momento e finalmente concorda em aceitar o convite para dar a palestra. Ele percebe que ainda tem muito a oferecer e que pode fazer a diferença na formação de novos profissionais da medicina.
— Você tem razão, Marie. Vou aceitar o convite e dar o meu melhor na palestra. Obrigado por me convencer — diz Burke, sorrindo para a criança mais adulta que ele conheceu.
Marie coloca as mãos nos bolsos das calças e morde o lábio, tentando pedir autorização ao tio.
— Posso ir passear com o Sr. Rodriguez pela rua?
— Sim, vamos... — responde Burke, mas é interrompido por Marie.
— Não, tio, eu queria mostrar à minha mãe que, apesar de ter 8 anos, já sou responsável.
— Compreendo, mas tenho medo que a Cristina não queira que andes a passear sozinha. Ela ainda não está bem desde que foste raptada — responde Burke, preocupado.
— Eu sei, tio. Mas eu prometo que vou tomar cuidado e não sair do bairro. Por favor, deixe-me mostrar que posso ser responsável — pede Marie com um olhar suplicante.
Burke suspira, mas acaba cedendo.
Marie veste o seu casaco, coloca uma boina na cabeça e prende a trela ao cão.
— Vamos, seu saco de pulgas horrendo! — diz ela ao animal, que começa a latir em resposta.
"Se eu o atirar para o lago, a minha mãe não vai saber, mas... ela gosta do bicho..." pensa Marie enquanto observa o cão. "Mas se eu o levar para o canil municipal, talvez arranje um dono. E como ele ainda não tem chip, é mais fácil arranjar um lar para ele." Decide então levar o cão ao canil, mas ao chegar lá, percebe que está fechado.
— Que droga! — exclama ela, olhando em volta para ver se encontra alguém. Acaba por amarrar a trela do cão ao gradeamento do canil e corre de volta para casa.
Só que dentro de um carro, alguém vigiava os passos da pequena. Hussain estava a observar Marie, tal como tinham combinado:
— Salam*, Reddington. Estou a seguir a Marie, conforme acordado, e ela acabou de abandonar um cão. Parece que o amarrou a uma grade do canil que está fechado e depois fugiu. — diz Hussain ao telefone.
Reddington fica chocado com a notícia:
— Que horror! — expressa Reddington, incrédulo. — Ela não faria isso... Tem a certeza?
— Tenho! E agora, o que faço com o cão? A minha esposa não gosta de animais.
Reddington fica em silêncio por uns segundos e diz:
— Leve o cão para casa de volta, e finja que isso nunca aconteceu. Essa criança merece uma palmada para aprender, está muito mal-educada! Vou falar com a mãe dela assim que puder. — Reddington começa a desabafar ao telefone. — Ainda dizem que uma palmada educativa faz mal! Bastava o meu pai abrir o cinto que eu ficava em sentido, hoje conheço a palavra respeito! — Ele desliga a chamada.
Enquanto esperava perto do baloiço, Marie estava imersa em seus pensamentos, tentando elaborar um plano para lidar com a situação do cão perdido. Ela sabia que seria difícil convencer me de que o cão fugiu sozinho, mas estava confiante em suas habilidades de persuasão principalmente com ajuda do Burke que é mais ingénuo. Ela planejou usar sua imaginação para criar uma história convincente e usar suas emoções para convencer a mãe a acreditar em sua versão dos fatos.
Hussain, sai do carro quando repara que a menina nunca mais saia do mesmo sítio, deixa o cão preso no carro e se aproxima da criança, que fica assustada quando vê o segurança da escola ver ela sozinha no meio da rua.
— Guten Tag, Fräulein Marie! - diz Hussain, sentando-se perto dela - O que estás a fazer sozinha aqui no parque?
—O que é que isso te importa? — responde Marie, lançando um olhar desdenhoso para Hussain.
—Só estou preocupado com a tua segurança—, diz Hussain tentando manter a calma.
—Não precisas de te preocupar comigo—, rebate Marie com um sorriso sarcástico. —Eu sei cuidar de mim mesma. Agora, se me dás licença, tenho coisas mais importantes para fazer do que conversar contigo.
Marie sai andando com passos firmes e o queixo erguido, deixando Hussain para trás.
Marie fechou os olhos por um momento e começou a respirar profundamente pelo nariz. Ela segurou a respiração por alguns segundos antes de expirar lentamente pela boca. Ela repetiu esse processo várias vezes, concentrando-se em sua respiração e tentando controlar sua emoção.
Enquanto respirava, Marie pensava em coisas que a deixavam triste, como a lembrança do rapto, mas felizmente tudo acabou bem graças à intervenção do senhor da pedrinha que atirou no sequestrador. "Isto não está a funcionar, tenho que pensar rápido", pensou consigo mesma.
Então, Marie começou a pensar na época em que foi sequestrada e teve que comer do chão como um animal. As lágrimas começaram a escorrer silenciosamente enquanto ela continuava a respirar profundamente.
Ela lembrava do frio daquele porão escuro, da sensação de estar completamente sozinha e indefesa. As imagens daquele momento voltavam à sua mente, fazendo o coração bater mais rápido e as lágrimas caírem mais intensamente.
"Estou pronta."
Marie entra em casa e eu olho para ela a chorar, nunca tinha visto Marie a chorar tanto.
— O Sr. Rodriguez fugiu! — ela tapa o rosto para dar mais força ao teatro que estava a fazer. — Desculpe-me!
— Como assim, Marie?! Como deixaste um cão pequenino fugir? — olho para ela. — Aliás, o que fazias na rua a passear o cão?
Marie engole em seco, tentando controlar a emoção e manter a história falsa em andamento.
— Eu... eu saí para passear com ele e ele simplesmente escapou da coleira e saiu a correr. Eu corri atrás dele, mas não consegui alcançá-lo. Sinto muito, devia ter sido mais cuidadosa.
Marie tenta segurar as lágrimas, mas elas continuam a rolar pelo seu rosto enquanto tenta parecer mais arrependida.
— Não sei o que fazer agora. Sou tão estúpida por deixá-lo escapar assim. Sinto muito, mãe.
Burke olha para Marie com desconfiança, mas parece acreditar na história dela.
— Tudo bem, vamos procurar o Sr. Rodriguez juntos. Mas, Marie, precisas ser mais cuidadosa da próxima vez. Não podemos perder a responsabilidade sobre um animal de estimação.
Marie concorda com a cabeça, tentando parecer arrependida, mas secretamente sentindo-se triunfante por ter conseguido enganar-me e Burke mais uma vez.
Quando estávamos quase a sair batem a porta, Burke foi atender.
— sim ? — era Hussain com o cão na mão. — sr Rodriguez voltou ! — dizia o burke pegando no cão.
Eu vou até a porta com a Marie que começa a chorar compulsivamente.
— deve ser de alívio ! — digo alto. — Muito obrigado, onde encontrou ? — perguntei.
— Por aí ! — Mal Hussain responde eu recordo dele. Ele era o capanga do Reddington.
— Posso ir também? — perguntei, para desespero de Marie, que saiu correndo para o quarto a chorar.
— Claro que sim.
— Eu também vou — disse Burke.
— Não é necessário, eu irei acompanhá-los. Afinal, o cão é meu e a filha também! — saí com Cristina até o carro dela.
Enquanto entrávamos no carro, comentei: —Cristina, não tenho nada a dizer.
Eu respondi:
—Mas eu conheço a minha filha, e o fato de você vir trazer o cão significa que...
Antes que ela pudesse terminar a frase, Hussain interrompeu:
—É porque ele estava perdido. Eu vi que ela perdeu o cão e fui atrás dele. O cão já está entregue.
Eu suspiro, ele não me convenceu, desvalorizar seria melhor. Corro antes que ele vá embora:
— O reddington está bom? — pergunto.
— está ótimo, eu acho ! — ele arranca com o carro
Continua
"A verdade é que mentir requer muito trabalho. Você precisa se lembrar de qual mentira contou para quem, e por que razão, e então ser capaz de manter a história coerente." - Sarah Dessen.
NOTAS DA AUTORA—>*Salam,é uma saudação em língua persa e em outras línguas usadas em países islâmicos, que significa "paz". É uma saudação comum na cultura islâmica e é usada como forma de cumprimento.
—> Meu deus que a Marie está se a tornar ? Como pode ? O que acham dela ? A sua opinião é mega hiper importante para mim ...
Beijos da Marie e da rainha
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