64- One- U2
—Não gostas do cão, mas terás que suportar - eu também não gosto de muita coisa e tenho que aguentar!— disse-lhe, entregando o Sr. Rodriguez ao seu colo. —E o Shane?— perguntei, curiosa.
Marie afastou o cão do colo como se ele tivesse sarna, demonstrando claramente o seu desagrado.
—O Shane está no quarto. Não sei o que se passa com o meu marido — respondeu Samantha. Decidi investigar o que estava acontecendo, deixando as duas para trás.
Entrei no quarto do casal sem bater, pronta para descobrir o que estava acontecendo. O quarto estava escuro e silencioso, exceto pelo som suave da respiração do Shane. Andei em direção à cama e puxei os lençóis de cima dele. Shane estava deitado de costas, os braços cruzados sobre o peito, a expressão séria. Parecia estar dormindo, mas seus olhos estavam abertos.
— Sai da cama! — disse eu, cruzando os braços. — Ou eu te tiro à força!
— Deixa-me em paz, Cristina! — respondeu Shane, mudando de posição.
— Não vou deixar que te enterres numa cama em depressão, odeio pessoas depressivas! — comecei a dar-lhe pequenos empurrões. — Está tudo resolvido e não há nada com que se preocupar.
— Não há nada? — perguntou Shane. — Desde quando te tornaste uma pessoa tão fria ao ponto de não te importares com o ato hediondo?
Deitei-me na cama com ele.
— Não me tornei fria a esse ponto, mas tu salvaste-me. Eu devo-te a minha vida, se não fosse por ti, seria eu. — encostei a minha boca ao seu ombro. — Então é preferível esquecer isso... Está resolvido.
— E se eles não resolveram nada? E se chegarmos lá e o corpo estiver em decomposição?
— A Marie garante, o Reddington não ia mentir, ainda mais porque ia levar a menina para casa. — dei-lhe um beijo no ombro para o acalmar. — Vamos até a minha casa e você verá com os seus olhos, vamos ver que já passou e foi tudo um pesadelo, eu preciso disso Shane !!!
Ele olha para mim e dá-me a mão.
— você não se sente bem a ir sozinha, eu conheço te Cristina Yang ! Está bem o que você já me pediu que eu não tenha feito ?! — Diz Shane .— mas vou tomar banho …
— Sorri, preciso de ter ver a sorrir… — Ele dá um sorriso totalmente falso.— Idiota !
Fomos para casa e mal chegamos soltamos o Sr Rodriguez que corria pela casa, que estava impecável, limpa e cheirosa.
— Eu estou a pensar em mudar de casa, vender esse e comprar outra não me sinto bem aqui. — Digo ao Shane enquanto tiro o casaco.
— Acho uma excelente ideia, mudanças de ar. — responde o Shane.
Já por sua vez Marie não gostou nada .
— eu não sei o que se passa mas eu não quero mudar de casa, foi aqui que nasci e é aqui que quero morrer !
— Um dia arranjas um príncipe e vais casar e vais comprar uma casa para ti. — diz Shane para acalmar a criança.
— Nem pensar, não quero nada disso, os homens são muito confusos, vejamos você é confuso, o tio Burke é confuso, falando nisso cadê esse homem ? — pergunta ela olhando para mim.
— eu não sei Marie, ele está meio chateado comigo então não sei se ele volta. — sou honesta com ela não valia a pena mentir porque a história não tinha nada a ver comigo.
— Mas porque ?
— a filha dele Viviane fez um aborto e ele acha que fui eu … — digo e Marie revira os olhos.
— o tio não pensa bem, ela e o namorado é que tiveram culpa por não usar preservativo.— Diz Marie empurrando o cão.
Ela vai tomar banho quando reparo na cara de surpresa do Shane.
— não fica surpresa quando a sua filha fala dessa forma? — pergunta ele.
— Marie está preparada para a vida, ao contrário de muita criança… sabe da menstruação etc … — digo eu servindo bebida para os dois. — eu não sei se vou viver muito então se morrer nova ela já está preparada ninguém tem que explicar nada.
Após gole na minha bebida resolvo ligar para o Burke ele não atende.
— será que a Viviane já está estável? — pergunto ao Shane.
— sei lá…liga para o hospital para saberes…
— não vou fazer isso, não faço parte da família… talvez mais tarde volte a ligar para o Burke.
— para que tanta insistência? — Shane pergunta revirando os olhos.
Não lhe respondo.
Tentei falar com ele durante uma semana, mas ele não atendia o telefone. — Suspirei e olhei para Francesca ao entrar no meu escritório. — Francesca, poderia verificar se a Viviane já saiu do hospital?
— Bom dia, saudações para si também. — Ela me seguiu. — Ela recebeu alta na quarta-feira, pensei que já soubesse...
— Não sabia, isso me deixa chateada. — Eu cruzei os braços e andei de um lado para o outro. — Então, por favor, verifique onde está o pai dela. Eu preciso falar com ele.
— O Dr. Burke? — Francesca questionou.
— Sim, o Dr. Burke. — Respondi impacientemente. — Eu não conheci a Edra, mas acho que...
Nesse momento, Burke entrou no meu escritório e eu me virei para encará-lo.
Burke estava visivelmente chateado, mas optei por não dar Asos a mais discussão.
— está tudo bem? — pergunto. — como está Viviane? Correu bem a cirurgia? Acabou por perder o útero ? — eu estava nervosa então enchi ele de perguntas.
Burke não respondeu imediatamente, parecendo hesitante.
— Viviane está bem e a cirurgia correu como esperado. Ela não perdeu o útero, mas a situação foi bastante delicada. — Burke finalmente respondeu.
Eu senti um peso sair dos meus ombros ao ouvir que Viviane estava bem. Mas ainda assim, a tensão entre eu e Burke era palpável.
— Eu sinto muito por tudo o que aconteceu, Burke. Eu realmente não tinha nada a ver com isso. — Tentei explicar minha posição.
Burke suspirou e olhou para mim.
— Eu sei que não teve culpa, mas eu ainda estou chateado. Eu amo a minha filha e não quero que ela passe por isso novamente.
Eu agradeci a notícia sobre Viviane e tentei relaxar um pouco. Porém, a tensão entre nós continuava presente.
— Eu entendo como se sente, Burke. Eu também amo a minha filha e não queria que nada de ruim lhe acontecesse. — Respondi.
Ele suspirou e me encarou com um olhar sério.
— Eu sei que não teve culpa, mas ainda estou chateado. Eu quero pedir desculpas pela bofetada... — Ele mordeu o lábio e baixou o tom de voz. — Espero que saiba que foi por causa dos nervos.
Eu acenei com a cabeça, entendendo sua posição, mas ainda me sentindo um pouco magoada.
— Eu entendo, Burke. E eu também peço desculpas por qualquer mal-entendido ou desconforto que tenha causado. — Falei sinceramente
Burke aproximou-se e beijou-me nos lábios, deixando-me desconfortável.
— Eu sei que errei ao agredir-te, e peço desculpa por isso. Mas a situação toda deixou-me tão nervoso e preocupado com a minha filha que acabei descontando em ti. — explicou.
Eu respirei fundo e encarei-o seriamente.
— Eu compreendo que estivesses preocupado, mas isso não justifica a tua agressão. E quero deixar claro que eu nunca escolhi o aborto para a Viviane. Apenas a aconselhei e apoiei na decisão que ela tomou. — disse firmemente.
Burke olhou-me nos olhos e assentiu.
— Eu sei, e confio em ti. Só quero que saibas que amo muito a minha filha e quero o melhor para ela. — disse sinceramente.
Eu respirei fundo e concordei.
— Entendo e também quero o melhor para a Marie e para a Viviane. Podemos deixar esse mal-entendido para trás e seguir em frente? — sugeri.
Burke sorriu e concordou.
— Tens muito trabalho? — perguntou.
— Sim, vim só buscar alguns papéis e tenho uma cirurgia de Fontan para realizar num menino do Quénia. Talvez demore umas seis horas entre a deslocação e espera. E tu, tens planos?
Depois da saída de Burke, fui para o hospital para realizar a cirurgia em uma criança que precisava do procedimento de Fontan. Foi cansativo ter que explicar tudo aos internos, mas eu sabia que era importante. Expliquei que a cirurgia consiste em criar uma conexão direta entre a veia cava inferior e a artéria pulmonar para melhorar o fluxo sanguíneo e a oxigenação do sangue em condições cardíacas congênitas. É um procedimento complexo que exige grande habilidade e experiência do cirurgião. Após a cirurgia, é necessário um período de recuperação e acompanhamento médico cuidadoso para garantir que tudo esteja correndo bem.
No vestiário, senti o cansaço físico e mental da operação, mas também a satisfação de ter realizado uma cirurgia tão delicada com sucesso. Após me trocar, saí do hospital ainda pensando no dinheiro que perdi com a chantagem. Eu sabia que não deveria pensar em dinheiro, mas a situação ficou complicada.
Esse tipo de cirurgia dava-me para voltar a repor o milhão que perdi. O outro Felizmente o homem morreu quase agarrado a mala.
Quando cheguei em casa, encontrei o Sr. Rodriguez brigando com um boneco da Marie. Ela parecia irritada e reclamava do cão.
Burke pegou o jornal e deu um tapinha no Sr. Rodriguez. Eu o repreendi imediatamente.
— Não bata no cão. — olhei para ele. — Ele é apenas um cachorro, mas é muito inteligente.
Eu gostava muito do Sr. Rodriguez, ele me lembrava o Reddington.
Continua...
"Somos um só, mas somos muitos. Somos a soma de nossas histórias e a força de nossas diferenças." - Barack Obama
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