Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

56- Home- Michael Bublé


— Bom dia, senhores! - disse eu, ao entrar na reunião semanal no instituto. - Peço desculpas pelo atraso.

— Não tem problema, Dra. Yang - disse um dos chefes de departamento enquanto eu procurava os papéis.

"Poxa, onde eu coloquei os papéis da reunião?" pensei, enquanto Francesca entra com eles na mão.

Agradeço a Francesca por mais uma vez salvar o dia.

— Senhores, esta semana tenho apenas uma mensagem para transmitir. Faleceu uma jovem de 37 anos devido a um choque anafilático provocado por uma alergia à aspirina, medicamento que lhe foi prescrito. O marido que a acompanhava na consulta afirmou que o médico não perguntou sobre alergias, o que é muito grave!

— Quem foi o responsável? - perguntou o Dr. Hanh, cruzando os braços. - Acho que ele deveria sofrer uma penalização.

— É óbvio que não vou revelar o nome. O assunto já foi tratado pelo nosso advogado. Chamei essa reunião apenas para que todos reforcem em suas equipes a importância de prestar atenção às alergias dos pacientes antes de prescrever qualquer medicação.

— Entendido, Dra. Yang. Vamos reforçar a importância de perguntar sobre alergias antes de prescrever medicamentos - disse outro chefe de departamento.

— Eu acho isso uma irresponsabilidade com a medicina continuar com um médico assim - argumentou Hanh.

Lá estava ela começando com esse tipo de conversa.

— Errar é humano! - eu disse.
— Mas isso não é um erro, é burrice - retrucou ela.

Vou para o meu andar e falo com a Francesca, que me interrompe com uma pergunta.

— Hoje vou sair à tarde, encaminhe todos os problemas para o Shane.

— Certo, Dra Yang. Algum motivo especial para sair mais cedo? - pergunta a Francesca, com um tom curioso.

Sinto um pouco de desconforto com a intromissão dela e respondo de forma um pouco mais firme.

— Sim, tenho um compromisso pessoal. — digo-lhe e arqueio uma sobrancelha. — Desde quando tenho que lhe dar satisfações da minha vida? Encaminhe os problemas para o Shane e não me incomode com perguntas pessoais.

Gosto da Francesca, mas às vezes ela consegue ser muito cusca. Hoje é o dia em que a Viviane vai fazer um aborto e pediu-me para ir com ela, já que o Burke está em Zurique e não pode estar presente nem saber de nada.

Odeio mentiras, ainda mais quando não são minhas. Visto o meu casaco e pego na minha mala.

— Entendeu tudo, Francesca? — pergunto, tentando manter a compostura.

— Sim, Dra Yang. Claro. — responde ela, um pouco sem jeito.

Vou até à garagem e recebo outra mensagem no telemóvel: "TIC TAC TIC TAC, o tempo está a passar. Já tomou uma decisão?" A raiva toma conta de mim e, sem pensar duas vezes, entro no meu carro e desfiro dois murros no volante, como se quisesse quebrá-lo em pedaços.

Conduzo até à clínica, combinámos encontrar-nos lá para que Burke não desconfie. Viviane pediu para esperar na sala de espera, ela não queria que eu estivesse presente. Ela parecia nervosa e os olhos mostravam que tinha chorado dias a fio.

— Viviane, não é mau ser mãe solteira. Se você tem dúvidas, não faça. — digo-lhe.

— O melhor para mim, nessa altura, é não ter filhos. Eu sou muito nova! E serei a vergonha da minha família se tiver um filho agora.

— Eu entendo a sua preocupação, Viviane. Mas lembre-se de que a decisão de ter ou não ter um filho é sua e não da sua família. E não há nada de vergonhoso em ser mãe solteira. Você é forte e corajosa o suficiente para enfrentar qualquer desafio que possa surgir, mas a decisão é sua! — dava para ver que ela não tinha muitas certezas.

— Eu já tomei a minha decisão. — Diz ela entrando para dentro da sala do procedimento.

Enquanto aguardava na sala de espera, o tempo parecia arrastar-se. Viviane estava lá dentro há algum tempo e eu comecei a ficar preocupada. O nervosismo tomou conta de mim e eu comecei a imaginar tudo o que poderia estar acontecendo. De repente, ouvi um barulho vindo da sala onde Viviane estava e percebi que algo não estava certo. O médico e as enfermeiras andavam a correr de um lado para o outro. Corri em direção à porta e a encontrei entreaberta. Quando olhei para dentro, vi Viviane deitada na maca, pálida e com uma expressão de dor no rosto.

Entre na sala visivelmente preocupada.

— Por favor, aguarde lá fora! — disse o médico responsável pelo procedimento de interrupção voluntária da gravidez.

— Sou médica, a Dra. Cristina Yang, e estou aqui para acompanhar a Viviane. O que está a acontecer?

— Ela está a ter uma hemorragia. Teremos de transferi-la para um hospital com bloco cirúrgico, aqui não consigo fazer nada. — respondeu o médico, claramente nervoso.

— Como aconteceu?

— Durante o procedimento, podem ocorrer complicações. Infelizmente, é uma possibilidade que sempre existe. Precisamos de a transferir o mais rapidamente possível.

— Isso é muita incompetência! A interrupção voluntária da gravidez é algo simples... Até eu, cardiologista, já fiz uma sem nada acontecer.

— Dra. Yang, a interrupção voluntária da gravidez pode ser um procedimento simples, mas como qualquer outro procedimento médico, existem riscos e complicações que podem ocorrer. Não podemos prever ou controlar todas as situações.

O médico responsável pelo aborto explicou que durante o procedimento de interrupção voluntária da gravidez, pode ocorrer uma lesão no colo do útero, o que pode levar a uma hemorragia. Infelizmente, parece que foi isso que aconteceu com Viviane. A hemorragia era grave e o médico não conseguia controlá-la. Percebendo a gravidade da situação, ele sugeriu que Viviane fosse transferida para um hospital com bloco cirúrgico, mas infelizmente, mesmo com a transferência, ela acabou por ter uma paragem cardíaca devido à perda de sangue e à falta de oxigenação adequada.

Nesse momento, a adrenalina tomou conta de mim e rapidamente comecei a fazer manobras de ressuscitação cardiopulmonar. O médico parecia não estar habituado a situações dessas. Pedi ajuda à enfermeira e mandei o médico sair e chamar uma ambulância para que Viviane chegasse rapidamente ao hospital de emergência.

— Como vou dizer ao Burke? — pensei em voz alta.

Após alguns minutos de ressuscitação, Viviane começou finalmente a recuperar a consciência. A ambulância chegou e ela foi levada às pressas para o hospital. Acompanhei-a durante todo o percurso, preocupada e tentando acalmá-la.
Mal chegamos ao hospital Viviane foi levada para a sala de reanimação, sala onde os casos graves são postos quando vem do exterior.
— Eu sou médica ! — Dizia a ele, quando ele me expulsava da sala.

— Você é acompanhante, aqui é acompanhante ! — dizia o médico oriental de cerca de 40 anos com óculos, olhou-me de forma arrogante e encarou-me com uma expressão fria. Parecia um nerd.

— Vocês são cirurgiões ? — perguntava mas ele só fechou a porta. — que idiota, vou esperar um pouco antes de ligar para o Burke. É melhor !

Fiquei inquieta do lado de fora, tentando controlar a minha ansiedade. Após alguns minutos, ele saiu da sala com uma expressão grave no rosto.

— Infelizmente, o estado da paciente é crítico. Ela foi avaliada pela equipa de cirurgia e precisa de ir agora mesmo para o bloco operatório — disse o médico, com um sorriso  a tentar acalmar-me. — Quero deixar claro que não sou cirurgião, sou médico especialista em cuidados intensivos.

— Posso falar com o cirurgião responsável? — perguntei.

— Lamento, mas o cirurgião está ocupado com a paciente neste momento. Assim que possível, ele irá falar consigo. Por enquanto, peço que aguarde aqui na sala de espera — respondeu o médico enquanto se preparava para entrar na sala. De repente, voltou-se para mim e perguntou: — Quer um café ou uma água?

Fiquei um pouco confusa com a oferta, mas agradeci e recusei. O médico então entrou na sala, deixando-me sozinha na sala de espera.

Eu sabia tudo o que poderia ocorrer no bloco, mas ainda não sabia como contar ao Burke. Bati na porta da reanimação, mas como ninguém respondeu, decidi entrar.

— O que faz aqui? — perguntou o médico chato  com um tom bipolar.

Ignorei a sua pergunta e olhei para o médico mais velho.

— O meu nome é Dra. Cristina Yang e sou cirurgiã cardiotorácica. Por isso, preciso de informações precisas sobre o estado de saúde da Viviane para informar o pai dela.

— Ela sofreu uma lesão no útero e está com uma hemorragia extensa. Vamos abrir para ver se consigo reparar os danos sem precisar remover o útero, mas há risco de isso ser necessário. — ele explicou, visivelmente preocupado.

— Entendi. Obrigada pelas informações, doutor. — agradeci, tentando manter a calma.

O médico assentiu e voltou a se concentrar em seus afazeres, e eu saí da sala de reanimação para esperar por notícias.

O médico intensivista me seguiu e começou a reclamar.

— Dra. Yang, não tem o direito de invadir a minha urgência.

— Não invadi. Entrei porque não obtive resposta ao bater na porta. E como cirurgiã e madrasta, tenho todo o direito de saber o estado de saúde da paciente. Agora, por favor, não tenho tempo para discutir com médicos de ego inflado. Com licença. — disse, enquanto pegava o telefone para ligar para o Burke.

— Eu não tenho ego inflado. Sou chefe da urgência e você é uma acompanhante igual às outras. — disse ele. — Já agora, sou o Dr. Anurak Chaiyapruk. Caso não goste da minha forma de trabalhar, faça queixa.

— Não é uma questão de gostar ou não, Dr. Chaiyapruk. É uma questão de respeito e comunicação clara entre a equipe médica e os familiares dos pacientes.

Ele ficou olhando para mim enquanto eu tentava falar com o Burke.

— Raios, ele não atende. — dei um suspiro.

»»——⍟——««»»——⍟——««»»—

Já havia passado meia hora desde que Viviane entrou no bloco cirúrgico, e eu havia ligado para o Burke diversas vezes, pedindo que ele viesse ao hospital para que pudesse falar com ele pessoalmente. Ele veio em passos apressados até a sala de espera, e pedi que me acompanhasse até o jardim do hospital, que já começava a escurecer.

— O que aconteceu, Cristina? — perguntou Burke, visivelmente preocupado.

— É a Viviane. Ela fez um aborto e tudo correu mal. Feriu o colo do útero e acabou tendo uma extensa hemorragia.

— Meu Deus, como ela está agora? — perguntou Burke.

— Ela está no bloco cirúrgico agora. Os médicos estão tentando reparar os danos sem remover o útero, mas há risco de isso ser necessário. A situação é muito delicada, Burke. Precisamos ter paciência e aguardar por notícias.

— Mas por que ela não me disse que estava grávida? — perguntou Burke, claramente aborrecido.

— Isso é algo que terá que perguntar a sua filha mais tarde. Agora, a prioridade é a saúde dela.

Eu não estava gostando nada da forma como Burke me olhava, dava para perceber que ele estava me acusando em seu íntimo.

— Eu te conheço, Cristina. Foi você que convenceu a Viviane a fazer isso. Ela foi criada com a ideia de que filho é uma benção, mesmo tendo 19 anos.

— Burke, eu jamais convenceria a Viviane a fazer algo que ela não quisesse. — disse, sem acreditar na situação em que estávamos.

Ele elevou o tom de voz:

— Isso é típico de você. Convenceu a minha filha a fazer isso! — disse, visivelmente irritado.

— Calma, já disse que não fiz nada disso. Você precisa acreditar em mim! — tentei argumentar.

Mas nunca tinha visto Burke assim, ele estava com tanta raiva que levantou a mão e me deu uma forte bofetada no rosto. O som ecoou pelo jardim do hospital, e eu fiquei chocada com sua reação.

— Como é possível bater numa mulher assim, seu canalha? — ouvi a voz do médico Anurak Chaiyapruk atrás de mim.

Continua...

"O amor pode transformar-se em fúria, alegria em tristeza, mas a violência nunca é a resposta." -
Walter Anderson

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro