51- Hero de Mariah Carey
A tensão no ar era quase palpável enquanto Tom seguia silenciosamente pelas escadas que levavam ao sótão. Cada degrau parecia ecoar como uma batida de tambor nos seus ouvidos, enquanto ele se esforçava para não fazer nenhum som que pudesse alertar Arthur ou os seus homens. O coração de Tom batia forte no peito, como se quisesse saltar para fora, e as suas mãos estavam suadas apesar do frio que sentia em casa.
Ele sabia que a qualquer momento poderia ser descoberto, e isso significaria não apenas o fracasso da missão. Ele esperou por alguns minutos até que os dois homens fossem embora. Finalmente, chegou ao sótão e não viu nada nem ninguém. O próximo desafio seria a cave.
Ao caminhar para lá, ele encontra um dos capangas de Arthur.
Tom rapidamente se prepara para o combate corpo a corpo. Ele assume uma posição defensiva e observa o homem a aproximar-se. O homem era grande e musculoso, com uma expressão séria e agressiva no rosto. Tom sabe que não pode subestimar o seu oponente e mantém a guarda alta.
O homem lança um soco em direção ao rosto de Tom, que se esquiva habilidosamente, aproveitando a oportunidade para dar um pontapé na perna do homem, fazendo-o recuar. Os dois encaram-se por um momento antes de o homem partir para o ataque novamente.
Tom usa as suas habilidades em artes marciais para desviar dos golpes do homem e contra-atacar com golpes precisos. A luta desenrola-se rapidamente, e Tom consegue imobilizar o homem com um golpe bem colocado.
Tom verifica se o homem está inconsciente antes de prosseguir para a cave. Sabia que não pode perder mais tempo.
— Devia ter trazido a arma silenciosa... — falava ele alto quando limpou o lábio aberto. — Vamos lá…
Ele, a caminho da cave, ainda encontra uma loira com silicone, que faz um golpe de garganta deixando ela agonizar no chão. Ao entrar na cave, vê os brinquedos espalhados misturados com restos de comida. Ele faz silêncio porque houve uma respiração.
— Marie, eu sou do bem... és tu? — ele olha para todos os buracos que aquele sítio imundo tinha e encontra Marie debaixo da cama, muito assustada.
Ela só conseguia ver os olhos verdes daquele homem e, depois de muito tempo, via o rosto humano outra vez. Ele estende a mão para a tirar dali.
— Vem, minha querida, estás livre! — diz ele com gentileza.
Marie olha para aquele estranho com receio, sem saber se podia confiar nele. Mas algo no olhar daquele homem a tranquiliza.
— Não... — diz a menina assustada. Ela não podia confiar em todo o mundo. — Você é da polícia?
Tom mente e diz que sim.
— Sou agente especial do FBI, Tom Keen.
Marie, ainda assustada, olha para Tom com desconfiança, mas começa a sentir que talvez ele possa ser uma esperança para sair daquela situação. Ela sente um pouco de alívio ao ouvir que ele é um agente do FBI, mas ao mesmo tempo ainda tinha medo de confiar completamente em alguém que acabou de conhecer.
Tom ouve barulhos nas escadas de acesso e, quando vê alguém abrir a porta, ele dispara contra o homem que entra. Marie, assustada, se joga nos braços de Tom. Nesse momento, ela tem um flashback da imagem de Yuna sendo baleada, que ainda assombra sua mente.
Embora ela tente se acalmar, a lembrança é avassaladora e a sensação de medo e desespero começa a tomar conta dela. Marie parece distante e desconectada da realidade, como se estivesse assistindo a tudo de uma perspectiva externa. Seus olhos fixam-se em um ponto vazio no chão, e ela mal consegue ouvir Tom tentando tranquilizá-la.
Tom permanece escondido com Marie na cave, enquanto acima deles, começa a intensificar-se um alvoroço. Passos ecoam pelos corredores e vozes gritam em pânico. Tom tira o telemóvel do bolso e envia uma mensagem rápida a Dembe: "Já tenho a menina". Enquanto lê a mensagem, Dembe ouve passos a aproximar-se e vê um homem. Sem hesitar, ele dispara contra o invasor, matando-o instantaneamente. Dembe alerta Reddington, que acabara de entrar na casa, indicando que Tom já tem Marie.
Reddington pega em Susana e usa-a como escudo de proteção até encontrar Arthur, que por pouco não consegue fugir.
Reddington avança cautelosamente pelos corredores escuros, a arma firmemente em sua mão e Susana como refém. De repente, ele vê um vulto. Susana grita para avisar o irmão e tenta se soltar, mas Reddington a segura firmemente.
Enquanto isso, Arthur tenta escapar pela porta dos fundos, mas é surpreendido por Reddington, que o alcança antes que ele possa sair. Arthur vira-se para confrontá-lo, mas fica paralisado quando vê a expressão fria e determinada de Reddington com sua irmã como moeda de troca.
Reddington mantém a arma apontada para Arthur enquanto segura Susana com firmeza. Seus olhos frios e calculistas refletem a determinação implacável que sempre o acompanha. Ele mantém a postura impecável, mesmo enquanto segura Susana, e fala com voz calma e ameaçadora.
— Olá Arthur! Tanto tempo sem nos vermos. Parece que nossos negócios agora se cruzaram de novo.
— Larga a minha irmã!
— Oh, não se preocupe, ela está segura comigo. Mas você, por outro lado, não está tão seguro assim. Troca por troca era isso que queria propor-me? - responde Reddington, mantendo sua postura intimidadora.
Arthur engole em seco e hesita por um momento antes de responder.
— Desgraçado.
Reddington aperta ainda mais sua mão em torno de Susana, fazendo-a gemer de dor. Dembe, por sua vez, desarma Arthur com habilidade e rapidez.
Dembe imobiliza Arthur, algemando-o a uma cadeira, enquanto os outros homens do seu grupo morrem ou fogem. O ataque foi tão surpreendente que nem Arthur nem seus homens esperavam que Reddington agisse com tanta ousadia.
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Na esquadra, os agentes da polícia estavam reunidos em grupos, revisando as táticas e preparando-se para o ataque. Todos estavam tensos e concentrados em suas funções.
Assim que receberam a ordem para avançar, os grupos saíram a correr pela esquadra, entrando nos carros e partindo em alta velocidade. O som das sirenes e dos motores ecoou pelos arredores, chamando a atenção dos jornalistas que se encontravam à porta.
Cada um dos repórteres tentou noticiar a operação à sua maneira, enquanto os agentes da polícia se deslocavam rapidamente para o local da ação, prontos para enfrentar qualquer desafio que surgisse no caminho.
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Boa tarde, estamos aqui em frente à esquadra da polícia de Zurique, na Blumenstraße, onde decorrem as buscas pela Marie, uma jovem de sete anos que desapareceu recentemente. Presenciámos há momentos uma grande movimentação: grupos de polícias saíram em alta velocidade com destino ainda desconhecido, mas acredita-se que estejam envolvidos na busca pela criança.
O FBI também está a trabalhar em conjunto com as autoridades suíças nesta operação, o que revela a gravidade do caso. As autoridades parecem ter seguido uma pista concreta e esperam encontrar novas informações sobre o paradeiro da jovem.
Os moradores da região estão preocupados com a situação e esperam que a polícia e o FBI consigam trazer respostas sobre o que aconteceu com Marie. Continuaremos a acompanhar as novidades e traremos mais informações assim que possível.
— Cristina! — Gritava Burke. — Encontraram alguma coisa.
Cristina desce as escadas a correr, para ir ver a televisão.
— Será? — Ela olha para ele.
— Temos que ter esperança. — Burke agarra-a por trás e dá um beijo na cabeça.
— Vamos para a esquadra!
— Não, é melhor esperar que a televisão fale alguma coisa.
— Ela deve estar tão confusa. — Cristina chora. — Você acha que ela está viva?
Burke vira-a para ele e segura-lhe o rosto.
— Eu sou um homem de fé. Acredito que ela esteja viva!
Cristina soluça e agarra-se a Burke, sentindo-se um pouco reconfortada pelas palavras dele.
— Mas por que ninguém entrou em contato connosco? — Ela pergunta. — Por que não pediram resgate?
Burke suspira e passa a mão pelo cabelo.
— Não sabemos o que se passa pela cabeça dos raptores, mas não podemos desistir da nossa menina. Temos que manter a esperança e continuar a procurá-la.
Cristina concorda com a cabeça, sabendo que Burke está certo. Ela afasta-se dele e vai até à janela, olhando para a rua.
— Onde estás, Marie? — Ela sussurra para si mesma. — Onde estás?
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Após Arthur ser imobilizado, Reddington faz sinal a um dos homens para que dê um fim a Susana, ele já estava cansado de andar com aquela mulher de um lado para o outro.
Arthur fica horrorizado ao ouvir a ordem de Reddington e começa a lutar desesperadamente contra as amarras que o prendem. Ele grita o nome de sua irmã, implorando a Reddington que não a machuque.
Reddington começa andar de um lado para o outro e faz um tipo de massagem a Arthur dando tapinhas no ombro.
— Então rapaz queria acabar comigo ? — ele dá uma gargalhada típica. — acredito que o seu pai era um homem inteligente mas você fica muito aquém dele, ainda terá que comer muitas papinhas maisenas.
— Cale se ! Você já não pegou a sua filha ? Então deixe a minha irmã fora disso me mate a mim.
Reddington ri do desespero dele e com um olhar sério diz:
— Você realmente acha que sou tão simples assim? Acha que a morte não é uma coisa tão fácil, Arthur ? Vou deixar você escolher o jeito que quer morrer.
Arthur olha para Reddington, seus olhos cheios de medo e desespero. Ele não sabia como responder àquela pergunta. Como escolher a forma de morrer? Ele nunca tinha pensado nisso antes.
Reddington observa a hesitação de Arthur e continua:
— Pense bem, Arthur. É a sua vida que está em jogo aqui. Se você não escolher, eu escolho por você.
Arthur começa a tremer, sentindo o suor frio escorrer pelo seu rosto. Ele fecha os olhos e tenta se concentrar. Como escolher o jeito de morrer?
De repente, ele se lembra de algo que seu pai costumava dizer. "Nunca desista de sua dignidade", era uma de suas frases favoritas. E foi isso que Arthur decidiu fazer.
Ele olha para Reddington com coragem nos olhos e responde:
— Eu escolho morrer de pé, como um homem. Não vou pedir clemência ou me curvar diante de você.
Reddington parece impressionado com a resposta e sorri.
— Muito bem, Arthur. É assim que se fala. Você pode até morrer, mas morrerá com honra.
Tom tenta acalmar Marie, que está muito assustada, sem dizer uma palavra e olhando para o homem morto no chão.
Tom pega na menina ao colo e segura-a, fazendo com que ela olhe para o seu rosto.
— Não sabemos o que encontramos lá fora, mas tu vais fechar os olhos com força para não veres, para que o teu cérebro não guarde imagens feias, está bem? — Dizia Tom, tentando ser simpático com a criança.
Quando chegam ao corredor principal, encontram muitos corpos, incluindo um homem de Reddington que estava morto. Tom faz sinal a um dos homens sobreviventes para levar o corpo, pois ele sabia que Red iria dar um enterro digno.
— Isso mesmo, pequenina, continua com os olhos fechados — Dizia Tom, segurando a cabeça dela. Quando passam pela sala onde está Reddington com Arthur como refém, Marie fica curiosa como qualquer criança e abre os olhos quando reconhece a voz de Reddington.
Ela solta a cabeça que Tom segurava para que não visse a cena de horror.
— Senhor da Pedrinha?! — grita Marie, fazendo com que Reddington perdesse o foco em Arthur.
Ele olha e sorri para ela, escondendo a arma. Tom tenta andar para a frente, mas a menina manda-o esperar.
— Mata-o! — ela sorri para Reddington. — Eu não conto a ninguém! — Todos ficam surpresos com a reação de Marie.
Reddington fica perplexo ao ouvir as palavras da criança, confuso com a coragem e a determinação de Marie.
— O que é isto, pequena? — Ele pergunta, visivelmente intrigado.
Marie olha diretamente para Reddington, com uma expressão séria e resoluta.
— Mata-o! Não se pode sequestrar uma criança! — ela repete, com uma voz firme e determinada.
Os homens de Reddington ficam chocados com as palavras da menina, mas Reddington parece admirar a coragem dela. Se havia alguma dúvida sobre a paternidade de Marie naquele momento, ele perdeu-a. Nem precisaria de um teste de DNA para comprovar que Marie era sua filha.
Tom sai com Marie para fora, e reddington imaginou que a polícia já devia estar a chegar.
Reddington pede que levantem o Arthur para cumprir o último desejo dele e dispara contra Arthur. Que cai rapidamente no chão.
— Ele matou? — perguntou Marie, ouvindo o tiro.
— Acho que sim! — respondeu Tom, colocando a menina no chão quando ouviu a sirene da polícia se aproximando. Todos começaram a fugir, alguns disparos foram dados para dissipar a polícia. A ideia era que todos fugissem.
Marie ficou confusa, olhando para o céu que já não via há tanto tempo. Ela não conseguia acreditar que havia escapado com vida daquilo, quando alguém se aproximou dela.
— Marie? — era Elizabeth Keen, que, ao ver a pequena, a pegou nos braços. — Já a tenho!
Claro que Elizabeth sabia que Marie havia sido resgatada pelos homens de Reddington, mas a polícia suíça não poderia saber disso.
Com cuidado, a equipa médica cobre Marie com mantas de aquecimento, colocando-a numa ambulância e começando a tratá-la, enquanto Reddington e Dembe se afastam um pouco. Depois, Reddington pede o telefone a Dembe e disca o número de Cristina, que atende imediatamente.
— Minha querida Cristina — diz ele com uma voz suave e gentil. — Tenho boas notícias. Cumprimos a nossa promessa, encontrámos a Marie e ela está segura.
Cristina mal podia acreditar no que estava a ouvir. Com a voz trémula, agradeceu a Reddington, mas ele insistiu que não precisava de agradecimentos e que agora era melhor aguardar a chamada da polícia para não levantar suspeitas.
Mas antes de desligar, Reddington acrescentou, com um sorriso no rosto:
— Quero que saiba que foi um prazer voltar a ver-te. E, confesso, sinto falta dos velhos tempos em que nos envolvíamos em assuntos que não eram tão sérios como este.
As palavras de Reddington deixaram Cristina envergonhada, mas não conseguiu deixar de sorrir ao ouvi-las.
— Mas temos coisas mais importantes com que nos preocuparmos agora, não é verdade? Mantém-te forte, minha querida.
E com isso, Reddington desligou o telefone, deixando Cristina constrangida a olhar para Burke.
Continua...
"A maior glória em viver não está em nunca cair, mas em se levantar a cada vez que caímos." -
Nelson Mandela
Notas da autora: Próximo capítulo voltamos a narração normal.
E não é que adorei escrever o rapto da Marie ... A tanto tempo planeado ❤️❤️
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