24- Another Love - Tom Odell
- Para para para! - Empurro ele, para sair de cima de mim.
- O que se passou? - Dizia com ar de desentendido.
- É melhor você ir embora, se não amanhã não acordamos para o tal passeio. - ele tenta retorquir, mas eu nem lhe dou espaço para isso. - Eu poderia convidar para dormir aqui, mas... a vida mudou, eu tenho uma criança de 6anos lá em cima, que merece respeito no seu espaço.
- Mas...
- Mas nada, apaga esse fogo na tua casa da maneira manual que aqui não vais apagar nada. - Ele começa a rir.- Não te rias que não conto nenhuma piada, falo muito sério! O único homem que dorme nessa casa é somente o Shane! Estamos a falar de uma criança que não tem pai e que muitas vezes pode confundir as coisas... - Começo a levantar ele do sofá e vou a empurrar até a porta.- xoxoxoxo, amanhã as 9h estaremos prontas. Tenha uma boa noite Burke!
Subo a escada até ao piso dos quartos e não pude deixar de rir ao lembrar de eu ter mandado usar a mão, mas a verdade que era uma das coisas que o meu subconsciente ordenava, é muito triste apresentar vários namorados e depois todos esvoaçarem pelos dedos, ainda para mais uma criança que não tem a figura paternal.
Nessa questão não há volta a dar, os motéis servem para isso mesmo e eu nem ando aderir muito, em oito anos só estive com dois homens mesmo.
Desligo a luz de presença da Marie e deixo a porta encostada, visto um pijama polar, que ninguém sabe que tenho porque é aconchegante, mas nada "sexy", por sinal!
- Mãe!! Dói-me a barriga! - acordava-me a Marie, eram 2h30 da manhã.
Peço para ela se deitar e faço apalpação, não vi nada anormal.
- Não vi nada, se amanhã continuar vamos ao pediatra, mas vou-te fazer uma massagem para melhorar.
O que me assustava nem era a dor de barriga era ela se queixar, ela nunca se queixava de nada e só a febre de 39° que levava a cama, felizmente era raro!
Após massagem ela acaba de dormir na minha cama o resto da noite.
Acordo antes dela acordar e mando mensagem ao Burke, talvez não devêssemos ir à estância, podia ser alguma virose e estar sempre ir ao WC não seria nada bom.
- Mãe vou-me vestir para irmos com tio Burke! - dizia ela espreguiçando
- E a barriga?
- já não doí! - algo me dizia que não era verdade, então preparo um chá com uma torrada.
- Passou rápido, devia ser gases então.
Burke, chega a minha casa às 9h em ponto, dou o dia de folga a Yuna e vamos no carro dele até floresta Sihl onde tem um zoológico que dá para ver os animais selvagens como ursos, lontras e linces. podemos ver eles em grandes recipientes na natureza, como se estivessem se movendo na selva.
Marie continuava murcha.
- Deve ser uma virose! Está enjoada?
- Não, eu estou bem tio!
- Eu vou ligar ao dr Cormac Hayes. Aliás, devo-lhe uma chamada, ele perdeu a mulher e agora quer mudar de país, recomendei o greys sloan! Ele é pediatra da Marie desde que nasceu, então vamos ver se pode ver ela amanhã. - observo se ela tem febre, mas não tem. - Tenho que pedir ao Shane para vir ficar com ela, hoje já não fui, amanhã não posso faltar e não confio na Yuna pode começar a dar coisas naturais a menina!
- Cristina, mas o Shane é que vai ficar com a tua filha? - dizia o Burke.- Tens alguma cirurgia importante para fazer? Eu posso fazer ela por ti... uma mãe é que tem que tratar dos filhos doentes...
Após o passeio, almoçamos e anoitecia cedo e ao entrar no carro, noto que ela tinha as mãos frias, encosto os meus lábios a testa dela e vejo que tem febre.
- têm paracetamol?
- ter tenho, mas prefiro confirmar a febre, as vezes basta medidas de arrefecimento.
Burke queria entrar em casa, mas eu não deixei, eu ainda sabia tratar da criança.
Quando chego tinha a luz da sala acesa, mas vou direta a casa de banho para medir a febre e dar a medicação a ela.
- Boa altura para ficar doente nê, dona Marie? - falo dando o xarope.- Será que não podia ficar com o Shane?
Começo a ouvir passos pela casa.
- Boa Yuna, ainda bem que chegou, prepare um chá...
Não olho para trás, tirava a roupa dela para refrescar.
- Devo ter ouvido mal... vou-te levar para a sala enquanto faço o chá...
Doenças infantil é sempre saturante e eu pouco jeito para pediatria tinha, pego nela ao colo para ir deitar no sofá enquanto assistia uns bonecos quaisquer.
O meu coração para de bater por segundos ao entrar na sala.
- Bonjour madame! - agarrado a uma taça de vinho. - alguns meses que não a vejo!
- é o senhor da pedrinha vermelha! - diz Marie ao meu colo.
- como entrou na minha casa? - falo confusa, sem entender como a Marie conhecia ele.
Ele olha-me com o mesmo ar de deboche de sempre, senti que andou pela minha casa muitas horas, visto que os vinhos tão guardados na garagem, ele tinha o casaco do terno na cadeira e o chapéu em cima da mesa.
Não admirava se tivesse dormido até...
- Formalidades para quê? Quando nessa vida Reddignton precisa de convite para visitar a casa da sua amiga? Não sei se já reparou! - ele levanta-se do cadeirão, da um gole na taça de vinho, pousando em cima da mesa.- Eu sou um invasor de vidas, da sua vida! Entro e saiu quando quero!
Ele dá-me um beijo no rosto e outro na cabeça da Marie! Esse homem quando me toca parece que levo uma passagem de uma corrente elétrica através do corpo, deve ser a forma que ele se arranja, aquele colete em cima da camisa branca passada a ferro milimetricamente, a sua pistola sempre na parte de trás, o perfume que usa que deve ser dos mais caros atualmente ou então era sua boca que quando falava parecia declamar poesias, não sei havia algo nele que me conduzia para um mundo pecaminoso!
"Essas sensações podem ser por ser pai da Marie, é sempre uma ligação mais forte"
- Não na minha, eu não autorizo! Agora por favor saía, tenho a menina doente e precisa de descansar! - Pouso a Marie no Sofá e vou até ao arco que faz a divisória da sala com a entrada - Saía!
Porém, o efeito foi o oposto, ele ignora todas as minhas ordens e senta-se ao lado da Marie, mexendo no cabelo da menina.
- A minha mãe mandou o senhor sair, afinal não são amigos! - diz a Marie com a voz murcha da febre.
- Somos, sim, é só divergências passadas! A sua mãe é muito stressada. Eu vim para dar-lhe várias prendas! Eu não disse que voltava? Todavia, tenho uma vida muito ocupada, então nem sempre consigo!
Ele levanta-se e vai buscar dois sacos enormes, um parecia brinquedos e livros, outro cheio de roupa.
- Agradecemos, mas Marie, não necessita nada seu!- Ele olha-me com ar de poucos amigos, nem quando fui raptada, ele olhou-me assim.
- Dê-me licença Princesa Marie! Eu e a sua mãe precisamos de ter uma conversa chata de adultos.- Ele vai até à rua e chama o homem negro que, raptou-me. - Tome conta da menina que ela esta doente, pode precisar de alguma coisa, a casa também não é grande, você não se perde cá dentro!
Ele pega no meu braço e leva-me até ao meu quarto, fechado a porta a chaves. Ele deita-se na minha cama.
- Já dormimos em camas melhores que essa! peço desculpa, dormir não, ficamos bem acordados...
- Não seja nojento!
- Nojento? - Ele levanta-se, arruma-me o cabelo atrás da orelha.-Você nem imagina a saudades que tenho de ouvir, você suspirar de prazer...- Beija-me o lóbulo da orelha, que faz o meu corpo estremecer. - Dopamina ao máximo ou síndrome de Estocolmo?
- Quê parvoíce está para aí a dizer?
Solto uma gargalhada debochada!
- Minto? - Ele agarra-me no rosto e quando eu penso que ele vai-me beijar, ele deslarga-me. - Eu sou um homem de princípios, não traiu a doce e linda mulher com quem eu estou, ao contrário de si...-Ele afasta-se mais um pouco.- Cristina baixe a guarda, antes que eu diga a sua filha... Peço desculpa a nossa filha, que a mãe se põe debaixo do primeiro homem que aparece a frente, como cadela com cio!
- Você acha mesmo que preocupo com essa fama? Engana-se meu querido! - chego-me perto dele, mostrando que não tenho medo.- Acredito que essa sua dama deve gostar das pedrinhas que você dá, conquistando pessoas a base de pedrinhas, oh meu doce Reddignton! - Chego perto e dou um beijinho na face dele e volto a rir-me, subo o escadote que uso para ir em cima do guarda-roupa, nos armários de cima guardo coisas importantes, pego na caixa de joia que ele me deu. - Tome, nenhuma joia do mundo paga o pesadelo que foi de dormir com você!
Os olhos dele encheram-se de raiva, eu fui a andar para trás enquanto vejo ele pondo a mão na parte de trás das calças e sacar a arma e apontar para a cabeça.
"Prontos é o meu fim."
continua...
"Quando você ama alguém, Você não tem nenhum controle. Isso é o amor: Ficar impotente"
Raymond Reddignton
(Blacklist)
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