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21- Sacrifice - Elton John

O beijo intensifica, os dedos dele percorre as minhas costas, enquanto eu seguro o seu pescoço e encosto mais o meu corpo ao dele.

Encaminhamos para cama onde ele me deita, o olhar pede autorização para se colocar em cima de mim, ao que respondo que sim sorrindo.
Ele arruma o meu cabelo para que não fique no meu rosto.
- desejo-te tanto! - diz ele com a voz embargada de emoção.

Eu gostei de ouvir e tentei falar, mas a minha dificuldade de expressar-me verbalmente, ganha-me mais uma vez troco as palavras por um beijo.
A mão dele tocando a minha pele debaixo da blusa, fazia arrepiar todas as partes do meu corpo, corpo esse que já nem meu, era.
Ele coloca-se de lado, para que a posição facilita-se a retirada das calças, a mão dele sobre a parte interna da minha coxa causar-me-ia ondas de prazer.

Talvez tivesse sido isso que me trouxe aqui a Itália, ele ainda conhecia todas as partes do meu corpo e não tinha intenção de mostrar ser excelente na cama, tudo o que fazíamos era natural e eu não necessitava de mostrar a mulher fogosa que havia em mim, talvez a psicologia consiga explicar isso, eu ainda não consigo ou talvez consiga, mas não quero.

Desaperto a sua camisa branca e tiro a minha t-shirt nada 'sexy' por sinal, eu não estava preparada para tanta intimidade, as nossas peles se tocam,ele beija cada parte do meu corpo ansioso, brinca com a minha roupa interior que se mantinha teimosamente em mim, cada vez que ele puxava o elástico, soltando contra a minha virilha,recebia pequenos choques.
Ele puxa o meu corpo para a beirada da cama onde me inclino para ver e guardar na memória o olhar dele enquanto está no meio das minhas pernas, a língua dele em mim, fazia as minhas pernas tremer e a partir desse momento deixei de conseguir ver seja o que for,meu corpo controcia com aquele prazer todo que a boca e os dedos dele causava, quando volta a beijar-me dava para sentir o gosto do meu orgasmo na boca dele.

- Eu amo-te tanto, eu queria tanto parar aqui e ir embora, é tão errado o que estamos a fazer...
Eu entendi o que ele queria dizer.
- Mas tudo em mim ama tudo em ti! - Eu nesse momento olho para ele, ainda com o corpo combalido do prazer que ele concebera.

- Talvez não seja errado! Não interessa agora. - falo mudando a posição, ficando por cima. - Honestamente eu não quero saber, se é errado ou não, eu só te quero!

Começo a beijar-lhe cada parte do seu corpo moreno,mordisco-lhe o mamilo dele, e abro-lhe as calças, tiro a roupa que lhe restava, adorava olhar-lhe naquela posição vulnerável, estávamos nus de roupa e de preconceito, aquela combinação de cores que sempre me cativou.
Passo os meus lábios contra a pele cheirosa dele, dou mordidas na coxa e sorrio para ele, noto que ele quer que eu prossiga, mas tem receio de pedir-me e encara-me e eu encarno a safada que há em mim, apesar de não ser prática que faça, eu queria-lhe dar esse prazer.

A minha boca possui ele e ele segura-me o cabelo, mas sem impor nada, eu podia parar quando quisesse, mas quem diria que eu queria? Eu gostava de olhar o rosto dele, talvez fosse a última vez que veria, ele devia estar quase atingir o clímax quando me impede de continuar.

Senta-me ao seu colo, enquanto o abraço com as minhas pernas, ele entra em mim, tão rijo que daria para sentir o pulsar do coração nele tornou-se meu naquele momento.
Já não interessa saber se é errado se ele tem família, errado seria eu não fazer isso porque era isso que o meu corpo pedia .

- Burke...
Ele beija-me mais uma vez quando, meu corpo já viajava outra vez para as estrelas, obrigando-me a parar os movimentos.
Ele sorri quando me vê a contorcer.
- adoro adoro ver-te! - dizia ele com a respiração ofegante, ele pega-me e coloque-me debaixo dele.

Entre beijos, arranhões e ir ao céu algumas vezes, chegou o momento dele, olhando ele naquele momento ganhei medo de voltar a iludir-me, apesar de ter sido melhor para mim ele ter ido, aprendi e evolui mas...
Ficaria sempre um mas...Eu não sou mulher de sofrer então, tento-me levantar da cama, mas sou impedida.

- Nem penses! Deita aqui! - dizia ele enquanto procurava a minha t-shirt.
Eu fico sentada na cama a olhar para ele fixamente e acabo por entrar na cama com ele, ao que sou recebida por um beijo ,mas paro de o beijar.

- Burke, bem... eu não quero tornar isso um drama, foi bom, mas tem família... - ele interrompe-me tapando a minha boca.

- Não diga nada, estas a justificar algo que sentiste... eu sei que tenho família e sei que vou sentir culpa amanhã, como senti no outro dia, mas sei o que senti e sei o que TU sentiste... - ele olha-me.- proíbo-lhe de tornar o que aconteceu em apenas sexo!

- você não entende!
- As vezes não são necessário palavras para se exprimir o corpo fala, o coração fala. - reviro os olhos
-O coração é um órgão. Não sente...

Ele não diz nada sabe que tenho razão.

- A sério Burke eu não estou afim desse tipo de dialogo... eu sei que estas a falar metaforicamente, mas mesmo assim, eu não quero falar disso... - ele olha-me.- Não quero!
Viro-me de costas para ele, ele agarra-se por trás.

- ok... não queres! Amavas o teu marido? - pergunta ele gaguejando, fazendo-me sentar na cama.
- Isso é sério? E você ama a sua mulher? Eu não tenho marido! Sou divorciada! Se amasse intensamente não teria ido para a Suíça. - ajoelho-me na cama. - Quer falar de sentimentos é isso!?

- Bingo! Acho importante... ! Externamente importante.... ! Você não acha importante?
- Não, não vai mudar nada... além do mais não há nada para falar, pelo menos na minha parte e não acho bom-tom responder a essa pergunta idiota... Quer que diga que não amo? Posso dizer sem problemas, eu não amo, se amei? talvez... estivesse apaixonada por aquilo que ele proporcionava... mas éramos muito diferente! -Descontraio.- acho não haver necessidade de falar dele...

- Também acho não haver necessidade. - e volta a deitar-me. - Cristina...

Lá vem bomba outra vez, penso eu enquanto me deito virada para a janela do quarto.

- Essa é a última pergunta que te faço: após a nossa separação pensas-te em mim sem ser como cirurgião cardiotoracico?

Muito rápido respondi.
- Não! - ele logo se levanta e balbucia algo que parecia de desilusão. - Não porque esquecer-te foi uma das coisas mais difícil que tive que fazer na vida -suspiro e levanto-me da cama tambem.- então eu não me permiti pensar em ti.

Vou ate ao duche porque achei que me expus demais, mas ele não desiste e vem atrás de mim.
- No banho não por favor, é espuma é água, interrogatório não cabe agora aqui. - ele entra da box.
- Eu não falei nada! - ele encosta-me a parede fria da box
- Bem assim já é outra conversa.
Acabamos por rir e damos mais uma volta no carrossel, quando demos por nós já era de manhã quando adormeci, não dou por ele sair da cama.
- Burke! - chamo a pensar que foi embora.
- Estavas a dormir profundamente, mas já pedi o pequeno-almoço. - fala ele tentando arrumar a camisa.
O serviço do quarto chega com a comida e começamos a comer numa mesa redonda que a junto a janela.
- Hoje ainda vais ao instituto?
- Não, vou só buscar a Marie a escola e vou para casa, amanhã tenho uma cirurgia as 8h e queria ver se não demorava muito. - busco um pão no cesto, parecia que não via comida a anos.
- vais-me ligar ?
- eu mandei mensagem na outra vez e nem se dignou a responder, agora é a tua vez de ligar.
- Eu sei, tem razão! Mas foi muita coisa nesse último mês, a cirurgia da Edra a neuro não quis arriscar então foi aberta e fechada, ainda tentei falar com o Derek, mas descobri que ele morreu... a anos que não sabia dele...
- que vergonha dr Burke... ! sim, o Derek morreu, um camião foi contra o carro dele e ele acabou por morrer, o George também morreu tentou salvar uma moça sendo atropelado por um autocarro. Só desgraças! - dou uma mordida e começo a rir. - eu tive sorte, sai a tempo de lá!
Ele recebe um telefonema, eu fiquei atenta, a curiosidade era mais forte que eu.
- Mais uma hora e estou em casa!
- Ok filho!

Não pude de deixar de tremer quando ouço a voz da mãe dele, ele desliga.
- bem muitos morreram, mas a sua mãe mantém se viva, ta igual a minha é inquebrável.
-Cristina..
- Ela deve gostar nora, deve ser a esposa perfeita, aliás dr Burke devia ir ter com a sua amada esposa
- é impressão minha ou você esta com ciúmes da Edra com a minha mãe? - engasgo-me com o pão.
- Está doido alguma vez iria ter ciúmes da mamã? - Digo aborrecida e continuo a comer o pão. - vai embora, não queremos preocupar a sua mãe!

- A Edra nunca soube que foi a ti que passei o instituto, a minha mãe por acaso sabia, mas ... bem teve meses sem falar comigo... -olho para ele. - mas eu senti que era a ti que tinha que dar, eu não faço tudo o que a minha mãe quer, se não me casei contigo não foi por causa dela, foi por nossa causa, estávamos no momento errado... também nao foi falta de amor o não ter casado, sabe disso não sabe ? - Ele olha para a chávena do café.-Sei que deve julgar como um ato de cobardia , eu ter esperado a hora H para ter ido embora mas foi a réstia de esperança que tinha, mas você entrou em colapso nervoso e quem ama liberta, não prende!

- Você nem se dignou ... a perguntar se eu queria ser libertada.. mas eu não quero falar disso , por favor entenda...

- Bem vou ter de ir, eu procuro-te!
- Não procures! Falo serio! - Levanto-me da cadeira. - Eu gosto de ti, mas não quero que me procures, se a sua esposa falecer aí sim, podes-me procurar, se não...- tento controlar a minha respiração para que as palavras saem sem gaguejar.- continuamos como estávamos, eu não quero ser motivo da sua separação e pior ser sua amante!

Vou ao encontro dos lábios dele, eu tinha um sentimento agridoce, as nossas línguas se tocam as minhas mãos teimam em segurar o seu rosto enquanto ele me agarra a cintura, não podia continuar nessa loucura, eu merecia mais que ser uma amante relés.
Não que tenha problemas com isso, eu não devo fidelidade a ninguém além de a mim mesma, mas com o Burke não, eu recuso me ser amante dele.

Termino o beijo e peço que ele saia, vejo ele a sair e sinto-me tão pequenina, tão indefesa. Não consegui-a transmitir como me sentia.
Arrumo as minhas coisas e parto para Zurique.

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer."
Luis de Camões

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