14- A Thousand Years - Christina Perri
Reddignton fica a olhar para a diretora a ver se ela sabia do que a menina estava a reclamar , a diretora não estava a entender nada da reclamação .
A auxiliar , logo ajuda eles a entenderem .
- Coisas de criança , Marie só deu uns conselhos de beleza a outra menina .
Falava a auxiliar segurando os ombros da menina , ela própria estava achar aquilo tudo muito exagerado .
Reddignton deu uma pequena gargalhada quando entendeu , ele tinha uma presença marcante , ainda por cima com Dembe atrás.
- Olá Marie , como estás ?-pergunta ele tentando ser afável - já podem sair !
Logo todos saem , Marie ficou assustada encostada a parede ao lado da porta .
- Não precisas ter medo ! - fala ele apontando para a cadeira do lado da dele para ela sentar-se.
- Eu não tenho medo . - Marie fazia cara de durona , tinha ensinado ela que o pior é mostrar medo , as pessoas ,gostam de ver a fraqueza no olhar .
Não era isso que o corpo dela demonstrava e Reddignton sabia disso apesar de ignorar por completo.
Ele abaixou-se para ficar ao nível dela ,visto que Marie não se sentava.
- Pois é você é uma criança que não tem medo e a sua diretora disse que é a melhor da turma. - ele levanta-se e volta a sentar-se - Então e a Cristina como está?
- A minha mãe ? O senhor conhece a minha mãe? - Marie fica admirada por ele conhecer a mãe . - Minha mãe está boa , mas tem trabalhado muito , sabe ela é dona de um hospital é uma cirurgiã cardio torácica , reconhecida mundialmente! E eu vou ficar dona do hospital também , porque a minha mãe não quer mais filhos e eu também não quero irmãos eles são chatos , os bebés choram muito ! você não tem cara de médico ! você não é médico ? - ela afasta-se um pouco mais da parede , na cabeça dela o Reddignton era amigo da família .
- É eu conheço a tua mãe sim ! - ele da um sorriso. - se não tenho cara de médico , tenho cara de quê ?
Ela pensa como havia de dizer isso .
- acho que você tem ar de detetive , aquele chapéu em cima da mesa é seu ? - ele pega no chapéu e mete na cabeça para mostrar que sim. - Você me lembra um desenho animado que vi com o tio Burke , o inspetor Gadget.
Ele solta uma gargalhada estridente com a sinceridade dela .
- O que é estranho a minha mãe conhecer pessoas que não sejam médicas , todo o ciclo de amigos que são poucos e tudo médico . - ela da de ombros .
Não demorou muito tempo para ela estar a divagar sobre a relação com o tio Burke , era uma coisa que assustava , porque mesmo ela gostando do Burke , Marie não queria pais , padrastos e afins na casa dela , ela sentia-se bem assim .
- Eu não entendo muito de relações amorosas , porque só tenho 6 anos , mas eu não quero ele com a minha mãe . porque ela e minha mãe !? - logo ela achou que tinha falado demais . - por favor posso pedir que não fale a minha mãe que eu falei disso tudo? ela diz que não devemos falar da nossa vida com ninguém.
Reddignton tentou falar mas Marie continuava.
-e.. - logo ele interrompe .
- Senhorita Marie, você teve o poder de confundir-me todo , eu não digo a sua mãe e você não diz a ela que eu estive aqui ? combinado ? - ele estica a mão como um acordo , ela estica a sua para apertar . - Mais uma coisa tome esse envelope , vai guardar isso bem escondido é um presente meu .
Marie não abriu de imediato , guardou no bolso .
Reddignton sabia que ela inicialmente não ia entender o valor do diamante Argyle Everglow , o raro diamante vermelho avaliado em milhões , mas futuramente... isso é se ela não joga-se fora.
- Linda menina ! -Dizia o Reddignton.
Eles trocam olhares , ele da um sorriso para ela e ela vai se embora a correr para a aula de música que iria ter.
Reddignton ainda vê ela a descer as escadas a correr porque estava atrasada, ele vai de encontro ao Dembe, que estava a tomar café com a diretora da escola.
- Noutro dia volto , ok ? e claro...- ele não terminou a frase porque ela entendeu e desloca- para o seu carro.
- Então Red? - Pergunta Dembe.
- Então nada! Ela falava tanto da mãe que deu-me um bloqueio mental - ele ri quando diz isso - uma graça!
- Ela gostou da boneca? - ele tinha levado um saco mas não chegou a entregar.
- Nem experimentei dar, mal que ela entrou vi logo que não devia dar. Eu não percebo nada de crianças mas deu para ver a forma que tava a reivindicar que não ia la com bonecas! - Suspira - Ela diferente da Liz ...
- Diferente como?
- Diferente, não sei explicar - Reddignton olha pela janela - Ela não precisa de mim para existir, ate desconfio que nem da mãe ela necessita! Isso assusta-me - dizia o Reddignton - Não que eu seja uma pessoa boa, mas não queria ela igual a mim ou a mãe mas para lá caminha .
Reddignton tinha no Dembe um amigo confidente , ele deveria ser o único a conhecer totalmente ele.
- Não que eu não goste da mãe dela dessa forma... ui se gosto ! - Dembe ria enquanto conduzia - Mulher intensa! Alguma vez eu voltaria atrás de uma mulher que fugiu ?
- você só voltou por causa do Tom ..
- Do Tom? - ele da uma gargalhada. - Ao Tom dava era um tiro na cabeça dele , mas a Liz pediu-me , Eu podia arranjar qualquer médico mas eu quis ela , Dembe eu sou um homem sensível ! nesses pequenos pormenores .
Dembe sorri .
**
Marie chega a casa a primeira coisa que faz é abrir o envelope escondida no quarto.
Dentro do envelope tinha uma pedra vermelha, com formato de diamante.
- o que faço com isso ? -Interrogava-se ela em um tom desiludido .
Mesmo assim resolve guardar a pedra dentro do ursinho de peluche que ela guardava o dinheiro que arranjava , ninguém podia imaginar que ela tivesse dinheiro escondido.
- Marie ! - gritava entrando no quarto . - como correu a escola ?
- Correu bem ! - falo enquanto arruma o ursinho no armário.
- desde quando brincas com peluches? Esse ta todo encardido .- Bem não interessa , amanha vou passear até Lugano , pedi ao padrinho para ficar contigo.
-OK mãe. - Marie mostra cara feia porque não gosta de ficar com o padrinho mas não quer me contrariar.
Eu sei que não era certo sair com o Burke , ele era um homem casado , e eu sou uma mulher LIVRE desimpedida e que por sinal até já fui traída e não gostei .
No dia seguinte parto para Lugano , seria uma viagem curta de 208km cerca de duas horas ,fui um dia mais cedo porque podia arrepender e ia embora na mesma altura .
Lugano é uma cidade feita de parques, vilas às margens do lago e um clima moderado, o que a torna um popular destino de férias para os suíços da parte alemã principalmente durante a Primavera e o Verão , menos eu que acho que desde que comecei a trabalhar nunca fui de férias.
Era um chalé encantador , com uma lareira artificial , o que era ótimo visto que , eu não tinha aptidão para acender uma real , assim bastava tocar no botão .
Almocei já tarde num restaurante acolhedor e voltei para o chalé , á noite , peguei uma caixa de cereais e fui comer para o sofá .
Passei uma noite encantadora , atravessada na cama , até desconfio que tenha roncado , mas sou acordada pela campainha.
- isso podia ter sido evitado quando construíram o aldeamento... - visto as calças e o casaco de malha para ir abrir a porta .
Abro a porta e o Burke aparece ao lado da porta com uma caixa que parecia comida.
- Calculei que tivesse fome ... você nunca come nada - ele sorri e entra , pousa as coisas em cima da mesa e começa a mexer no armário. - o bom é que eles tem leite no frigorífico.
- E cereais ! - gargalhamos os dois .
Foi algo momentâneo , logo ele para de rir e fica entretido a por a mesa e abrir os croissants para colocar o queijo .
- Muita manteiga ? - digo que sim com a cabeça.
Aproveito que ele está na cozinha , e vou tomar um duche rápido , adoro esses confortos, tomo um duche ao som do bon Jovi , ainda danço, o chuveiro era todo modernizado .
Saiu enrolada na toalha.
- Cristina ! - grita ele ao ver me passar para o quarto .
- Você é médico e já me viu nua uma catrefada de vezes . eu só me vou vestir !
Que raio ! ele fica colado a porta falar.
- é é eu fiquei assustado ...
- assustado ??? - fiquei até envergonhada , meu corpo estará assim tão diferente para ter assustado ele ?
- escolhi a palavra errada , peço desculpa!
Saiu do quarto chateada , sento-me a mesa e começo a comer .
- Sei que sua esposa é negra e normalmente, pessoas negras mostram menos sinais de envelhecimento, pois a pele negra tem maior produção de melanina, substância que não só dá cor, mas também protege a pele dos efeitos nocivos do sol. - falo enraivecida.
-Meu deus Cristina , você ta a confundir tudo e a levar por caminhos bastante infantil , até desconfio que a Marie é mais adulta que você - diz ele bebendo o café.
Faço caretas com o rosto , controlando para não me chatear .
- está a ver o que digo ? - Fala apontando para a minha cara .
- Burke ?
- sim ?
- Vai chatear outra ! afinal veio aqui me dar lições de moral ou para passear ? Relembro que me convidou para passear .
Ele diz que sim e acabamos por sair , levou-me ao lago de Lugano , parecia um paraíso na terra , ate gostei.
- So isso ? conduzi 3 horas , perdi horas de trabalho para ver água ?
- claro que não ! A seguir vamos fazer Catedral de São Lourenço , também designada Duomo di San Lorenzo, é a principal igreja de culto católico desta cidade e será a nossa segunda paragem. É dedicada a São Lourenço de Roma e corresponde atualmente à sede da Diocese de Lugano.
- que interessante ... - digo desanimada e dou um suspiro.
Burke ignora todas as minhas frustrações , passeamos na tal catedral , o Burke estava a gostar , ao menos isso, para mim estava a ser chato .
E o dia se passou , fomos jantar , restaurante virado para o tal lago , enquanto ele pede o que quer comer , ele sabe que eu como qualquer coisa fico observando o tal lago de Lugano que ele tanto fala .
- Podia evitar fotos ! Não acha ? - ele chega perto do corrimão.
- E voce podia deixar de ser tão chata , estou a tentar ser simpático desde de manha e você só me dá coices . . . você não foi obrigada a vir.
O garçom comeca a servir o jantar , sentamos a mesa , eu evitei falar porque não iria sair coisa boa da minha boca , teria que lembrar ele que abandonou-me no altar e que é casado ? Não achei boa ideia , voltar ao mesmo assunto.
Mas tambem não achava de bom tom estender um tapete vermelho a passagem do rei , sou interrompida por um homem com aparência indiana , parecia ser vendedor ambulante pela quantidade de rosas que trazia.
- Flor ? - perguntava
- Não obrigado ! - Digo dando uma garfada, ignorando a presença dele.
- Sim quero ! - dizia o Burke tirando a carteira do casaco .
Mordo o lábio , Já não conseguia ser mais indelicada , uma flor é uma flor.
Ele me da a flor para a mão.
- ahh obrigado ! - agradecia
O jantar estava excelente " fettuccine Alfred " tava divinal , eu nunca tinha comido mas ... é sempre bom conhecer gastronomia nova , rapidamente acabamos de jantar e ele resolve ir dar mais um passeio a pé.
- isso para ser romântico só faltava ter estrelas no céu. - dizia em tom de brincadeira.
Mas ele ignora por completo a minha simpatia .caminho a frente dele em passos largos , não posso deixar de concordar que odeio esse tipo de passeios mas ele tava feliz , então tento ser ao menos agradável.
Ele puxa-me e segura o meu rosto , olho espantada para ele , claro que sabia o que ia rolar , não era burra nenhuma , tanto não era que aconteceu.
Ele encosta o rosto dele a medo e beija-me , minhas mãos ficam segurando a sua cintura , ele ainda continuava com os lábios carnudos que da vontade de beijar ate entrar em apneia , mas somos interrompidos pelo o som do telefone dele .
Isso já começava a ser habito em mim , ele olha para o ecrã e volta a por no bolso .
- Devia atender , deve ser a tua mulher! - tenho um ataque de consciência.
- Não é a minha sogra ! deve estar com algum ataque de ansiedade , aff - ele desliga o aparelho e guarda no bolso ,caminhamos para o carro.
- onde está o homem de família ? - dizia em tom provocatória. - Nao era você que obrigava me a conviver com a minha mãe? E com a bruxa da sua.. -Logo me calo.
- Cristina...
- Desculpe não era isso que queria dizer , é trauma mesmo! - Não parecia muito chateado , podia ser por me conhecer ou porque concordava.
- O homem de familia esta aqui! Sempre disse se você mostrar-se a cenoura , eu iria atras !
- Eu mostrei ? - olho nos olhos dele com um sorriso nos lábios.
- cenoura , coelho , você mostrou-me tudo , Cristina ! só o seu respirar ... a sua presença. . . Tudo em ti me provoca.
Eu solto uma gargalhada , eu não me encaixava nos padrões de mulheres que gostam de ouvir declarações , havia sempre duas hipóteses , ou soltava uma gargalhada ou punha me a chorar depressiva.
- Ok você lá sabe , então vamos ? - dizia entrando no carro. - eu continuo achar que devia ligar para a sua sogra.
- Cristina a um só motivo para ela me ligar , dor no peito ! Nunca é nada é so ansiedade de uma hipocondriaca.
- Porque não liga para a filha ? Ela não é médica ?
- É mas ...
- É uma falsa médica que nem a mãe confia nela. Eu juro que não entendo como alguem abandona uma carreira para ir atrás de homem.
- muita gente faz isso .
- Pessoas burras sem personalidade, homem nenhum ficará a frente da minha carreira.
- A um mundo para lá da medicina.
Preferi não responder mesmo não concordando com a barbaridade que ele dizia.
Ao mesmo tempo sentia-me mal por andar aos beijos com um homem casado mas continuava achar que a mulher dele era uma burra , mas mesmo que quisesse evitar o sentimento de culpa estava presente em mim mas tambem não fiz nada para evitar a situação .
Entramos no chalé , aos beijos demorou uns minutos para conseguir por a chaves na porta , quando consegui Burke fecha a porta e pega-me ao colo levando-me para o quarto, so consegui mandar a malinha para o sofá.
Claro que tinha mais confiança com ele que com o Red , então mal ele me deita eu tomo conta da situação , pondo me de joelhos com ele em pé tiro-lhe a camisa e a caso deixando o peito dele a mostra , não podia negar que aquele contraste de peles , deixava o meu corpo em embolição.
Burke na cama era um romântico e falava em amor , um piegas mas até havia alturas que gostava mas não agora que tava com fome de loba , eu queria lá saber se ele amava-me desde sempre para sempre , tive que pedir para ele parar com aquela conversa fiada e começar aquilo que tava proposto.
Esse tipo de relações me assustava , porque acabava sempre me iludindo e sofrendo , e a minha carreira como médica descia uns degraus porque não consegui-a me concentrar em pleno.
Acabamos por fazer amor a noite toda , depois de algumas promessas .
De manhã ele acorda e liga o telefone tinha varias chamadas da sogra e da filha .
- estou ?! - dizia ele , colocando em alta voz enquanto preparava o pequeno almoço. - fiquei sem bateria e acabou por desligar , no congresso não tinha onde colocar a carga ...
- Sim pai , mas a mãe sofreu um grande acidente e os médicos não sabem dizer nada , só sabem que ela vai ser operada agora pela neurocirurgia.
Burke fica em silêncio e eu fico sem palavras.
- como assim um acidente? conta pff Vivi.
- Pai eu não sei .. pff venha rápido...
"Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida..."
Aguinaldo Silva
continua.
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