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11- Who you are -Jessie J

Lá fomos nós dessa vez num BMW e conseguia observar Londres pelo vidro do carro , bem melhor que na ida para lá.
Reddignton tenta me dar uma mala com dinheiro pelo serviço prestado.

-Não quero!

- Não quer ? -dizia ele confuso.

-Não. So quero que prometa que nunca mais procura-me nem para isso nem para mais nada ?! -ele não responde.

Reddignton reservou um restaurante totalmente vazio, Dembe por sua vez ficaria no carro , o engraçado nesse homem e que se notava admiração e fidelidade que ele tinha-lhe, Reddignton disse para ele ir comer a outro sítio, mas o Dembe disse que não.

Mandou o empregado de mesa levar um prato a ele, era recíproco o respeito e o cuidado, o restaurante estava vazio, ele abraçou o dono, aliás ele tem essa mania de abraçar pessoas, algo que não entendo vindo de um homem com um armazém a fazer de hospital clandestino.

Chegamos a mesa parecia um jantar romântico a meia luz, algo que não me agradava, ou melhor, não ligava a isso, ele tira a arma do cinto e tapa com chapéu, automaticamente assusto-me.

-Isso é para quê? -pergunto-lhe

-Auto-defesa , têm medo Cristina ?

-Tenho fobia para ser honesta , faz-me lembrar uma situação que vivi !Ameaçaram-me com uma pistola, no meio de uma cirurgia ou eu parava a cirurgia ou matava-me ! _ fico lembrando aquele momento.

-Você parou , calculo ?

-Não , eu e o meu colega simulamos a morte do paciente e ele foi embora.

-Ele esta preso ou ainda solto? - pergunta ele , com ar suspeito.

-Suicidou-se ! ele so queria vingar a morte da esposa! enfim ... eu não tenho fome ! Não sei o porque de me trazer aqui mas eu quero ir para casa . -tento manter a calma no diálogo.

-Um fraco ! Fez todo um espetáculo para depois se matar! Ja lhe disse que é só jantar e vamos , no jato é rápido ! - ele faz uma pausa para agradecer o vinho que o empregado trazia_ Engraçado Cristina , você é uma mulher que surpreende-me.

-Desculpe não entendi!

Ele solta uma pequena gargalhada.

-Você foi levada para fazer uma cirurgia , refilou mas nunca perguntou o porque de ser clandestino e relembro que em Paris foi igual , nem o meu nome quis saber . você é sempre assim ?

-Bem para que iria perguntar ? ainda por cima todos armados? mas em relação a Paris a culpa foi do vinho francês.

ele ri , mas eu estava a falar verdade , eu não sou de fazer muitas perguntas .

-Vocês não iriam responder o seu fiel cão de guarda nem as pequenas perguntas respondia e Reddignton 1+1 sao 2 . Não é necessário ser muito inteligente para entender a logica da matemática!

-Sim tem razão !

O silêncio invade a sala vazia onde estávamos , só era quebrado pelas garfadas que davamos ,ele encara-me enquanto come , pede licença e vai ate la fora falar com o Dembe e logo volta.

-Sobremesa ?

-Não é necessário , já podemos ir ?

-Não ! Pegue o telefone e ligue para a casa para a Marie dormir descansada . -diz ele pedindo as sobremesas , mesmo eu tendo negado.

Eu assusto-me porque não tinha falado o nome dela , parecia que ele sabia todos os passos que tinha dado,
mais uma vez obedeço , ligo e Yuna atende , aviso que vou chegar mais tarde e que amanhã Marie não necessita de ir para escola.

-A menina ja deve estar preocupada! assim ela descansa. -diz ele - vamos ?

Respondo com a cabeça que sim , ele paga ao amigo e volta por o chapéu e a pistola no sítio .

Não posso negar que ele era cavalheiro, sempre achei uma graça as aberturas de portas pelos homens , chegamos ao carro e o Dembe, já não esta!

-onde ele foi?

ele faz o gesto com o dedo a mandar-me calar .

-Agora ja faz perguntas ?

Eu suspiro , cansada .
Londres era linda de noite , London Bridge iluminada... era de suspirar.

-Estamos a ir para onde pff?

Digo isso porquê desconfiava de não estar a ir para casa.

-Quid pro quo Cristina!_
"é uma expressão latina que significa tomar uma coisa por outra" logo ele diz-Vamos para um casa que tenho aqui.

Ele continua a conduzir , prestando atenção na estrada.

-Para que ?

- Cristina gastando perguntas assim ? -sorri-eu ainda não fiz a minha ! gostou do colar?

-Que colar ? -perguntava eu , mas logo me lembrava -Para ser honesta , ele era bonito mas não gostei pode ficar com ele ! eu nao uso essas bugigangas normalmente.

-Você fez uma coisa muito feia , fugiu sem despedir ! -ele põe o carro numa garagem e eu fico a espera que ele acabe a frase.

-E ? -pergunto

_ E ? não vou falar dentro de um carro , eu já não sou um jovem , gosto de falar a saborear um bom uísque escocês.

Que irritante que ele era , odiava a forma que ele comandava , mas cada vez que pensava em retorquir lembrava que ele tinha uma arma.
Acompanho ele para casa , a casa era ate agradavel de cores neutras , mas tudo muito bem decorado.
Ele pousa a arma e o silenciador , tira o chapéu deixando tudo em cima da mesa, pendura o seu casaco na cadeira , ficando so com o colete do terno e arregaça as mangas da camisa , ficando mais informal e confortável ,eu sento me no sofá e ele senta-se ao meu lado.

Pega na arma e da um tiro e foge ! dizia o diabinho a direita.

esta doida Cristina ? acabou de fazer um transplante clandestino e agora matar um homem ainda apanha perpétua , falava o anjinho a esquerda.

Claro que nao havia nada disso , a isso chamava-se a minha consciência que queria ir embora dali.

-uísque? -faço sinal negativo com a cabeça.- Eu nem sou um homem sensível , mas não gostei que tenha ido embora , é de uma falta de educação extrema ! Eu sou uma pessoa que há duas coisas que prezo . Palavra e educação!

mordo o lábio pensando no que podia dizer.

-então eu fui mal educada e oferece me uma prenda ? não consigo entender a logica !

-Você não gostou da prenda ? o seu colar era muito simplório , então resolvi pagar o serviço que fez ! ah e olhe que foi caro a noite foi óptima então o serviço tinha que ter uma boa recompensa.

O sangue fervia-me , ele tava a chamar-me prostituta , agarro-me ao sofá onde tinha me sentado , ate desconfiava que tinha deixado marcas nele com as unhas , a minha direita tinha uma jarra e pego nela no impulso de dar com ela na cabeça dele .

-Não experimente...normalmente não bato em mulheres , isso é para fracos ! -ele faz uma pausa para beber um gole de uísque terminando com um lamber de lábio - normalmente dou um tiro na cabeça mesmo ! menos sofrimentos e menos desgaste físico !

Ele sorri e eu largo a jarra partindo ela no chão.

-Que chatice cristina eu gostava dela , era da vista alegre ! -ele pousa o copo-Não se assuste , eu não quero dar um tiro em você , você passou a linha para o meu mundo .

-ham ? linha para o seu mundo? - Reddignton da um sorriso

-sim, essa menina , bem eu não tenho provas mas sou um homem de intuições e sei ...

-Como voce pode saber se eu fui vista como uma prostituta , pode ser de qualquer um ?! e prefiro que seja qualquer um mesmo , deixe a ninha filha longe desse seu mundo.

-Dramatica você?! sim eu não faço intensão de trazer , sabe se la o que pode acontecer se souberem que ela é minha filha.

-Não sei qual a sua ideia, mas pare , deixe-me ir para casa peço,imploro .

-Ok , era só para saber que eu desconfiava , mas agora tenho a certeza , você é uma péssima atriz ! _ ele fala meio desiludido-Atenção não a vejo como prostituta , só quis que você se senti-se assim para ver que tinha errado!

Ele pede me para esperar uma hora ate o Dembe preparar o jato, eu aceno com a cabeça e vou até a janela ver se conseguia fugir a mais perguntas constrangedoras.

-Nós não somos diferentes , você gosta de sentir o sangue, gosta de ter o poder , a vida das pessoas nas suas mãos , você pega o coração delas e sente rainha , depois gosta de ser bajulada e aplaudida de pé , não é? _ ele chega junto a mim a janela , conseguiria cheirar o perfume caro dele_ Não a condeno , eu também gosto ! Eu não mato por matar...

viro-me para ele e ficamos colados um ou outro .

- você é um psicopata ! -Engracado , eu ja não estava com medo , mesmo tendo dito aquela afirmação.

Ele ajeita-me o cabelo.

-sociopata foi ultimo diagnóstico que me deram ! e Narcisista ! falam muito sem me conhecerem , mas você também e meio narcisista! -ele fala enquanto me da selinhos.

-você está a comparar-me consigo?

Mordo-lhe o lábio inferior num dos selinhos dele , ele segura-me a cintura enquanto volta me a beijar , eu deveria estar doida mas eu gostava daquela loucura acho que o ocultismo dele me eloquecia , seria a ultima vez , logo estaria em Zurique , espero!

-Nunca , você é um peixinho dourado num aquário redondo , eu sou um tubarão , é so nessa situação é que voce me ganha ou então não... -Ele agarra-me na cabeça , despenteando os meus cabelos com pequenos puxões e dá-me um beijo rapido- Ganhamos os dois , chegando os dois a meta ao mesmo tempo? o que me diz ?

Achei ele meio fora de control nessa altura.

-Acho que isso não é apropriado ! -As outras jarras que tavam no aparador junto a janela caiem quando ele me senta la em cima. -Você trouxe para aqui contra a minha vontade !

-Para Londres talvez , para os meus braços pela segunda vez hoje , não foi nada contrariada! Só que agora não vai entrar ninguém! e agora ? - pergunta ele encaixando-se nas minhas pernas abertas, eu as fecho prendendo ele a mim , agarro ele pelo colarinho da camisa beijando ele intensamente.

-Agora não sei ! mas ja nem interessa saber ! que se lixe a razão , a logica que tinha para parar , eu sou uma mulher da ciência -falo entre suspiros-E a ciência diz que o meu corpo quer o seu agora!

Ele leva-me para o quarto enquanto nos beijavamos ,sou a primeira a entrar de costas e ligo a luz , logo ele desliga.

-Não gosta de ser visto é em situações constrangedoras? -ele abre-me o fecho do macacão, enquanto me beija o pescoço.

- Acha constrangedor ? você fala tanto Cristina! -da um pequena gargalhada.

-Eu gosto de falar , já que não acende a luz , guarda a minha voz na mente para toda eternidade. - Ele empurra-me para cima da cama e tira o colete e a camisa e deita-se em cima de mim .

pele com pele , o que separava o meu peito do dele era o sutiã que ele logo tira .

- o que mais gosto é do seu sabor , do tato e do cheiro ... a seis anos que tinha vontade de voltar a repetir essa sensação !

Não conseguia responder mais , ele comandou a situação , como sempre , meu corpo era invadido pelos lábios dele , não havia canto dele que ele não toca-se , ainda tentei tomar conta da situação mas ele não deixou , não que disse-se alguma coisa mas simplesmente os gestos dele provavam isso .

Ele estava ali para me dar prazer e não tinha pressa de o receber , os dedos deles a dedilhar sítios que a muito que não eram tocados ,a minha roupa interior preta tirada para dar caminho a boca dele.

Caminho esse que chegou com uma facilidade brutal , as minhas mãos amarrotavam a colcha da cama a cada onda de prazer que tinha.

Fui obrigada a implorar para ele entrar em mim , ja tinha as pernas trémulas , ele sobe encostando a testa dele a minha, eu tiro-lhe o cinto das calças , a mão dele segura-me o rosto e ele beija-me, desabotoou o botão e abro o fecho da mesma .

Um misto do sabor da boca dele com o meu sabor , tento ir para cima dele mas ele não deixa , ele entra em mim , sem precisar de direcionar o membro erecto , parecia que os nossos corpos completavam-se, dali em adiante , era melodia dos gemidos , até ao auge da união de dois seres.
**
Deitados nus , enrolo-me no lençol e vou acender a luz a procura da minha roupa.

-Ja quer ir embora não é? vamos ,vou so tomar um duche.

Eu tomei a frente dele e fui primeiro, logo em seguida vai ele , o caminho todo ate Zurique foi um silêncio , mal chego ao meu carro estacionado ao pé do lago .

-Cristina , não se preocupe com a cirurgia ! -ele volta ajeitar-me o cabelo e despede-se com um sorriso fraco -Adeus! -coloca o chapéu e vai embora .

Ja era segunda feira , chego em casa a Yuna ,ja estava a fazer o almoço.

-Mãe! você chegou -ela abraça-me com muita força e mal que ve que esta abraçada solta-me e cruza os braços - A sua reunião foi na Coreia? So pode - diz ela toda indignada e vai se sentar amuada no sofá .

E eu vou para o meu quarto deito-me na cama de braços abertos.

-Tenho que mandar mensagem ao Burke!

"⁠Inteligência para entender cada ponto e vírgula que a vida oferece.
Sabedoria para poder agir com cautela, a cada dificuldade ou algo que venha a ser positivo.
Não desista no primeiro degrau
persista na escada por completo
E no final desfrute de tudo que ganhou em forma de aprendizado."

Ilmar Cardoso

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