10-I'd Rather Go Blind- Etta James
Era errado, eu deveria estar num pequeno surto, Reddignton segura-me o rosto e começa a beijar-me, no me íntimo começo a negar, mas quando vejo já estou toda envolvida, não se podia dizer que ele me obrigava ele segurava de uma forma que eu conseguia soltar-me facilmente.
Reddignton para o beijo e olha-me com aqueles olhos azuis esverdeados, não conseguia descrever eles.
Balbuciou pequenas frases, uma mistura de presente com passado que não se conseguia entender, após essa pausa para respirar e refletir, ele inicia o beijo de novo, eu nessa hora esquecia-me que estava ali contra a minha vontade.
As mãos dele segurava o meu cabelo encaracolado, enquanto eu enquadrava o rosto dele com as minhas mãos, nossas línguas se tocam , estavamos nos conectando outra vez , sentir os lábios dele no meu pescoço era excitante demais , ele nao tinha aquela pegada violenta ao contrário , ele era super respeitador e dava a ideia que não faria isso com todas as mulheres, não parecia ser um homem que fosse galinha.
Eu aconselhava ele a parar.
- é melhor paramos não acha ?
Ele ignorava todas as minhas reclamações mas a culpa tambem era do meu corpo que não parava de enviar sinais de querer continuar , sento-me em cima dele , dava para sentir que não era só o meu corpo a enviar os tais sinais , ele percorria as minhas costas com as palmas da sua mão a minha blusa estava quase fora do corpo e o colete dele também , eu estava a sentir que íamos consumar o ato outra vez , quando o homem de nome estranho e a Liz entram pela sala adentro sem bater, conseguimos nos soltar tão rápido como o vento em dia de temporal, claro que eles viram e eu fico corada e envergonhada.
- Red. Já temos o produto mas precisamos que vá buscar e eu vou consigo! _ diz a Liz numa tentativa de mostar que não tinha visto nada.
Reddignton ajeita a roupa amarrotada, qualquer movimento o amarrota de tão impecável que ele se veste , era impossível não terem visto , ainda para mais o Dembe vira se para a parede em sinal de respeito pelo patrão aquilo soava a submissão.
-Sim, claro vamos! Dembe fica aqui com Cristina a preparar as coisas.
Ele fica-me a olhar e a Liz repara , ela cruza os braços , a unica que não parecia submissa a ele era ela , não era uma conexão de homem e mulher era mais de pai e filha , ela parecia que tinha ele nas palmas da mão , ele fala comigo .
-Esta acabar , brevemente está em casa.
- Ou presa! - falo tendo um rompante de realidade, ele coloca os óculos e o chapéu e sai com ela.
Deixando-me com esse homem que fica de pé, perna aberta e mãos atrás das costas, quando Reddignton saiu com Liz , dava para ouvir ela a brincar com ele, perguntando o que era aquilo, mas esse homem não, ele não diz nada, não sorri e isso era incomodativo.
-Dra. Cristina , vamos ate ao sitio que vai acontecer a operação?- finalmente ele falou.
Eu vejo ele a caminhar para a saída e sigo ele , ele caminhava rápido eu dou uma pequena corrida e toco-lhe no braço.
-Espere ! - ele para e vira se para mim sem sorrir- ele vai me deixar em paz ? e se for presa ? eu tenho uma filha para criar -falo com lagrimas nos olhos .
-E se esse Tom morre ? e depois matam-me a mim e a minha filha .
Eu tava a divagar nos pensamentos, todas as pessoas naquele armazém tinham armas ate a medica legista velha tava armada .
Ele não diz nada e abre a porta para eu passar , ele era super irritante parecia que falava para a parede , levou me para junto da médica legista a quem perguntei o nome mas ela não me disse .
-vocês tem todos os matériais necessário ? máquina de coração-pulmão?
pergunto-lhe
- vamos ate a sala improvisada e você ve - diz ela arrogantemente.
O que separava onde estavamos com o suposto bloco operatório , era uma cortina transparente , não parecia ter o mínimo de condições para uma cirurgia como essa , falo com o Dembe .
-oh você ai eu não posso operar aqui , o homem ainda apanha uma infeção . quero falar com o seu chefe ... -falo cruzando os braços.
-Não se preocupe com isso dra , preocupe em fazer para logo chegar a casa . -ele pega o telefone e liga para alguem .
-Sim tá tudo bem ? falta muito ? - pergunta ele meio desesperado a outra pessoa perguntou algo que não consegui ouvir. -Normalmente quanto tempo o coração aguenta? _ pergunta-me
- Normalmente , nos abrimos e é quando ele chega colocamos na hora , mas o coração vem todo testado e com analises feitas não de mercados negros.
ele transmite metade da minha conversa ao telefone e logo desliga.
-vamos levar o Tom para sala, vão lhe dar roupa para operar e estara la um o anestesista e uma enfermeira .
Nunca tive tão nervosa a fazer uma cirurgia, talvez na altura que operei o Derek, tivesse com a mesma sensação ou pior, la estava em perigo eminente aqui talvez haja uma réstia de esperança.
O tal Tom chegou a sala, eu peço uma caneta para fazer o traço onde ia cortar para não errar, ele tinha-me beijado, mas a viúva negra mata o macho depois da relação.
O processo de extração do coração fraco correu bem, logo o coração chega e a Liz é que entrega a tal enfermeira, ela coloca uma máscara e fica assistir.
-Está a correr bem? -pergunta ela.
-Ate aqui sim, mas isso é a parte mais fácil o pior vem agora -peço que me limpem o suor- mas agradeço que me deixem trabalhar e espere la fora pff!
Ela sai sem me responder, consegue-se ouvir todas as conversas lá fora e oiço a Liz a falar.
-Essa mulher é muito amarga! -dizia ela.
-Não é não, só ta nervosa. -parecia a voz de Reddignton, mas tento desligar-me dos barulhos e concentrar-me na cirurgia.
Mal termino de colocar o coração no sítio, peço o desfibrilador e olho para o monitor a espera que os batimentos apareçam, volto a usar o desfibrilador e olho de novo para o monitor.
Aqueles segundos pareciam horas e logo o coração começa a bater, dou um suspiro que se ouvia na sala.
- Vamos fechar! - logo fecho e peço a enfermeira para fazer o penso, tiro as minhas luvas e touca e vou para fora do bloco.
Aquelas cortinas eram horríveis, mas ao passar por elas senti-me aliviada, o Tom era novo se fosse bem acompanhado brevemente estaria no ativo, seja la o que isso significa para essa gente.
-Está feito! Mas ele precisa de recuperar, um transplante cardíaco não é igual a um renal! - falo enquanto lavo as minhas mãos, nem um lavatório tinha lá dentro.- agora posso ir? Ou precisam de mim para operar mais alguém?
Tenho noção que o meu tom é arrogante, mas eu sinto-me exausta e sem certeza se vou para casa ou não, Marie já deve estar a pensar que fugi, a babá já deve pensar que abandonei a minha filha.
-Red devíamos esperar que ele acorde? _ diz Liz.
Não por favor não... Penso eu sem transpor o meu medo.
- Julgo que não, temos médicos aqui, eu sei onde ela mora, facilmente vou a buscar. -Ele fala a olhar para mim.
Tom passa na maca com a enfermeira e o outro médico, Liz, da-lhe um beijo na testa, Reddignton franze a sombracelha em sinal de desaprovação, não conseguia entender porque se ele não gostava dele porque tanta coisa, talvez ela seja filha dele?
O tempo passava e nenhum sinal de ir para casa, então sussurro a um dos homens dele careca e com tatuagens no pescoço, que preciso ir ao wc, ele acompanha-me até a sala onde fui tomar um duche. Dembe segura-me o braço porque não ouviu a conversa.
-Aonde pensa que vai? Ainda não tem ordem de sair.
-vou ao wc! So se quiser que urine aqui a frente de todos?-e solto o meu braço e sigo o careca.
Fico no WC muitissmo tempo porque mal chego la as lágrimas rolam, eu nem tinha vontade de fazer nada, mas sabia fica se mais minutos ali ia desabar.
Batem a porta com muita força, limpo os olhos com água, quando abro a vejo ser o Reddignton.
-tem fétiche comigo na casa de banho não é? Nunca me deixa estar descansada.
-Não seja arrogante, quer ir embora ou não? - abro um pequeno sorriso
- Só se for agora!- digo eu
-Primeiro ainda vamos jantar, são 21h ainda podemos ter sorte de encontrar o restaurante que pretendo aberto. -ele passa-me um cabide com uma roupa tapada com uma capa preta para eu vestir-me.
-Agradeço, mas Eu não tenho fome, quero só ir para casa mesmo.
-Vista-se! - Não tive opção de responder, ele vai embora antes de eu pestanejar.
Eu tinha noção que era bastante submissa mesmo com os meus rompantes de humor negro, eu não me reconhecia, mas eu estava com medo.
________Zurique________
-onde está a minha mãe Yuna? - perguntava a Marie.
-Não sei menina!
Ela não sabia de mim desde ontem a tarde, já estava deitada porque amanha seria dia de escola, mas o sono não vinha, Yuna fica sentada no cadeirão em frente a cama.
-Eu nunca acreditei nessa reunião! Será que fui abandonada? Deixe-me ligar por favor.
Falava Marie com lágrimas nos olhos, algo muito estranho nela, porque ela nunca chorava, a Yuna passou-lhe o telefone para as mãos, mas sempre ia parar a caixa de correio e ela na sua inocência deixou mensagem.
"Mãe, volta para casa por favor, eu prometo que nunca mais lhe faço perguntas, eu vou ser uma boa menina, oh! Mãe volta"
Logo ela solta um choro muito intenso.
______Londres______
A roupa até era bonita e ficava-me bem , mas ao mesmo tempo a minha dignidade tinha ido pelo cano abaixo , ate uma roupa era escolhida por ele , e eu não consegui-a nem pensar em comida.
-Eu só quero ir para casa ! -penso alto.
"Um ancião índio norte-americano, certa vez, descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira:
- Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom, e eles estão sempre brigando.
Quando lhe perguntaram qual cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e respondeu:
- Aquele que eu alimento mais frequentemente."
Paulo Coelho
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro