❝Todos pensam que nós somos perfeitos
Por favor, não deixe eles olharem através das cortinas.❞
- Dollhouse

Ps. Atualização dupla, se você chegou diretamente no epílogo, volte e leia o último capítulo atualizado!

— Oh, você ainda está pintando?

Fecho a porta do quarto e caminho até Taehyung com um sorriso no rosto. Ele está sentado em frente a uma tela rabiscada de várias cores pendurada por um velho cavalete – o único que consegui achar.

— Não se preocupe, não vou te atrapalhar. — beijo sua testa. — Jungkook parece perto de terminar uma música. Ele não me deixa ouvir — ligo a televisão para esperar o noticiário. — disse que quando estiver pronta você será o primeiro a ouvir.

Observo os belos dedos de Taehyung que se encontram manchados de tinta. Tão atraente.

— Sabe, ainda me sinto estranho com essa nova cor de cabelo. — comento tocando as novas mechas loiras que emolduram minha cabeça. — Esse corte também não me cai muito bem. Pelo menos é discreto. Eu tinha que mudar.

Sorrio para Taehyung e me jogo na cama, o cheiro de amaciante emana dos lençóis me fazendo enterrar o rosto nos tecidos.

— Acho que o Jungkook ainda está com raiva de mim. Você sabe — levanto a cabeça e encaro Taehyung. — ele parece bravo pelo modo que as coisas se desenrolaram. — mordo o interior da bochecha. — Mas você não está mais com raiva de mim, consegui fazer uma boa cirurgia no seu peito e estamos nos dando bem há semanas...

A repórter começa a narrar novamente o nosso desaparecimento na televisão. Mas estou olhando para a pintura de Taehyung.

— Hoseok está entusiasmado com sua presença. Já te contei que ele costumava pintar? Ele pintou uma das minhas tatuagens, aquele pavão. — aumento o volume da TV. — Talvez eu leve alguns pincéis para ele, o que acha? — sorrio. — Sabia que ia concordar.

Volto minha atenção totalmente para a televisão.

— A polícia segue investigando o sumiço de Min Yoongi, Kim Taehyung e Jeon Jungkook. — a repórter diz, uma das mãos segurando um guarda-chuva enquanto uma tempestade desaba sobre sua cabeça. — O principal suspeito, Kang So Joon, eletricista há vinte anos em uma das mais antigas empresas da cidade e sua esposa Kim Suk-ja estão sendo acusados de assassinar três jovens. O caso ainda aberto completa um mês no dia de hoje, sendo iniciado quando uma ligação anônima foi feita para a polícia local em uma noite de sexta-feira. Na ligação foi denunciado ruídos estranhos vindo da propriedade de Kang So Joon. Ao investigar a casa, a polícia encontrou roupas e sangue das três vítimas, entre elas Jeon Jungkook, que apenas alguns dias antes havia sido dado como desaparecido, seu carro encontrado capotado na ponte Golden Brigde.

— Em recente entrevista, a polícia afirmou que uma testemunha que trabalhou no hospital em que Min Yoongi atuava como médico, disse "que o médico parecia preocupado com o comportamento de seu paciente, dizendo que estava agindo de forma esquisita e parecia bastante interessado em sua vida pessoal e amorosa". — a repórter faz uma pausa para respirar. — Kang So Joon continua negando todas as acusações, em novo testamento, seu advogado continua a afirmar que um plano muito maior e perverso foi armado para seu cliente e que este é inocente. Os parentes das vítimas foram contatados, mas seus respectivos advogados afirmaram que seus clientes não dariam nenhuma entrevista.

— Viu, Tae? No final até seus pais fizeram alguma coisa. — comento desligando a TV. — Um pouco tarde, tenho certeza que vão se arrepender de não terem sido bons com você.

Seguro o lençol e levanto da cama, parando atrás de Taehyung. Passo o tecido pelos seus ombros e apoio meu queixo em sua cabeça.

— Estamos felizes, não estamos? — beijo seus cabelos com cuidado. — Isso, estamos muito felizes.

Olho para a tela, a tinta vermelha escorre pelo quadro como uma lágrima de sangue. Aperto meus braços ao redor do corpo de Taehyung e fecho os olhos sentindo que estou completamente realizado. Estou feliz.

Esse é o sentimento de fazer parte de uma família perfeita.

Fim.