LIII
Monaco-Ville, Mônaco
5 de abril de 2023
Casa dos Leclerc's
Pascale parecia maravilhada com o fato da amiga de seu filho estar sentada com os álbuns de fotografia em cima de suas pernas, folheando sem pressa nenhuma. Uma taça de vinho em sua mão esquerda, segurando a Carlos, que bebia com Lorenzo, pois o espanhol tinha ido ao banheiro.
- Oh meu Deus! - Olivia riu ao passar a página - Esses são o Arthur e o Charles?
Ela encarou a imagem do Charles com o braço na volta de Arthur, apertando a bochecha do mais novo, próximo a covinha. Eles não pareciam ser muito velho. E era uma imagem muito fofa, ainda mais levando em consideração aquelas gravatinhas no pescoço.
- Sim! - Pascale parecia tremer em cima do sofá, ao lado de Olivia, e Carlos surgia do corredor, sentando ao lado da namorada - E olha essa.
Olivia entregou a taça de Carlos a ele, soltando a lateral do álbum para rir. Lando espichou o pescoço, abrindo a boca em surpresa e Charles escondeu o rosto.
- Você tinha o corte cogumelo?
- Era moda na época. - Pascale saiu em defesa do filho.
- Você também tinha. - Lando sorriu para Arthur, um sorriso malicioso - Que fofinho! Estava olhando para cima. O que era?
- Sei lá. - Arthur murmurou, as bochechas coradas.
- Fofinho. Era loirinho.
- Algumas partes ainda são.
Lorenzo bateu contra a cabeça do caçula, enquanto Pascale soltou uma gargalhada. Carlos estreitou as vistas para Arthur, não gostando dos modos do Leclerc com Lando.
- Aí que queridos! - Olivia tossiu, tentando desviar o assunto - Vocês sabem esquiar?
- Você não sabe? - Charlotte continuou, visto que os meninos ainda pareciam impactados com a rápida jogada de Arthur para cima de Lando.
- Oh, não. Não esquiamos.
- Você não esquia, Carlos? - Lorenzo o perguntou.
E era confuso e acolhedor a Olivia deixa-los pensar que quando falou no plural, tinha sido ligada a Carlos. Entretanto, não era dele que falava.
- Na verdade, eu sou muito bom.
- Muito bom também é um hipérbole. - Lando finalmente se recuperou, se mexendo em cima da poltrona que estava sentado - É mediano. Quando fomos fazer aquela marketing para a McLaren, chegou a cair um monte de vezes antes de conseguir.
- Nós trabalhamos duro e viramos o jogo.
Olivia riu, porque aquilo era muito uma fala de Nick. E era engraçado pensar em como estava passando tanto tempo com o namorado que percebeu a piadinha antes de todos. Porém, não era como se ela tivesse comentado com outro dos presentes sobre seu amor por "Zootopia". O fazendo piscar para si.
- Raposa esperta... - ele murmurou contra seu ouvido - Coelhinha burra.
Ela ergueu seus olhos até o do namorado, o vendo sorrir para si e ela queria se arrumar melhor no sofá de maneira a leva-la mais para cima e deixar sua boca encostar a dele. Carlos estava ali. Parecendo entender seus pensamentos, sua ideia.
- Poderíamos marcar de esquiar um dia.
A fala a fez acordar daquela energia magnética que a deixava ligada à Carlos. Começando a negar de maneira automática.
- Não, não. Não esquiamos.
- Esquiamos...? - Lorenzo a incentivou, já que Carlos e Lando acabaram de citar uma história na neve - Coletivo de...?
- Tenho um contrato com os Schumacher, enquanto estiver ligada a eles, não posso esquiar.
Ela não entendeu o porquê de todos terem trocado um olhar, até Carlos esclarecer.
- Não esta mais ligada a eles, cariño.
Olivia riu, porque aquilo era uma loucura. Ela tinha terminado com Mick, estava em uma nova relação, mas ainda era ligada aos Schumacher. Eles... Era difícil de explicar.
- Sempre serei ligada a eles, cariño.
Carlos a encarou, não era mais como antes, a eletricidade voando para longe e ele apenas negou, a língua apertando as "costas" de seus dentes frontais, segurando a tempo de não falar algo errado.
- Preciso de mais vinho.
Carlos declarou, se levantando e Olivia franziu a testa, vendo Charles apontar para a cozinha, como quem dizia "Já sabe o caminho" e ela falou um "Licença" baixo ao se erguer depois que ele sumiu de suas vistas.
Ela deu duas batidinhas no pulso ao ver como Charles e Lando queriam a seguir. Pedindo um tempo. Que Lando pareceu entender, diferente de Charles que a fez empurrar seu ombro ao passar, o fazendo voltar a sentar.
- O que foi?
Olivia perguntou ao entrar na cozinha e ver Carlos apoiado na bancada, bebericando seu vinho. Ele deu de ombros.
- Vamos lá, cariño.
- Estamos na casa da mãe do Charles. Não é o momento para conversarmos sobre isso. Por isso vim para cá, para não acabar falando algo que pudesse acabar com um almoço legal.
- Cariño...
- Estou dizendo que agora não, Olivia. - ele pediu, a sentindo o abraçar, suspirando antes de passar o braço na volta do corpo feminino, a outra mão levando o vinho a boca.
- Podemos resolver, certo?
- Certamente.
Olivia sorriu para ele, encostando seu queixo contra o peito de Carlos. E o espanhol pensou que era uma injustiça que ela o olhasse com aqueles grandes olhos azuis e aqueles lábios quando estava frustrado com as ações da alemã.
- Quer voltar?
- Eles devem achar que estamos brigando...
- Ou que estamos nos beijando. - Carlos sorriu ao ouvir a ruiva, a vendo se movimentar, fazendo sua mão correr pelas costas, enquanto ela ficava na ponta dos pés, cara a cara consigo - Acha que podemos fazer isso antes de voltar?
- Nos beijar?
- É.
- Na casa da mãe do Charles? - ela concordou - Se sente bem com isso?
- Mais do que bem.
Carlos soltou a bendita taça de vinho e Olivia nem sabia que sentia raiva daquele objeto até conseguir a atenção completa do Sainz. E ele prendeu uma das mãos em sua cintura, sorrindo daquela maneira que a fazia se sentir mole, antes de a virar, a colocando na bancada e ela abriu as pernas, o deixando se encaixar.
- Tão receptiva...
- Tão surpreso...
Ele prendeu a mão em seus cabelos, puxando os fios e fazendo pender um pouco, a boca chegando a sua depois disso. E ela nem ao menos pode aproveitar, porque as duas pestes apareceram.
- Isso é sério? É onde minha mãe faz café!
Esse era Charles, seguido de Lando:
- Eu disse que eles estariam se pegando.
Carlos deixou a mão cair dos fios ruivos, se encontrando com o outro braço e ele abraçou a namorada, o rosto indo ao encontro do peito de Olivia, a deitando para olhar Charles e Lando.
- Vocês deveriam tentar isso. - Carlos sugeriu - Talvez parassem de me interromper.
- Não fale isso a Lando, ele está quase enfiando a língua na boca de Arthur. - Olivia falou, fazendo Carlos a olhar sem entender, juntamente com Charles - Qual é? Vocês não perceberam mesmo?
- Perceber o que?
Para o choque total da mulher, foram os três homens que perguntaram - Carlos, de forma previsível, Charles, um meia boca e, surpreendentemente, Lando.
- Arthur e você estão flertando. - ela pontuou ao britânico, o vendo rir.
- Você é tão engraçada.
- Eu pensei a mesma coisa. - Charles comentou, parecendo aliviado por Lando não ter embarcado na loucura de Olivia - Onde já se viu, Ollie! Arthur e Lando... Bobagem.
- É! Eu nem sei o que sou ainda.
Os dois se viraram, saindo juntos e ela voltava a se lembrar dos gêmeos de Alice nos Países das Maravilhas. Eles realmente não tinham percebido?
- Isso não vai prestar.
Ela avisou a Carlos, pulando da bancada, os dedos sendo entrelaçados ao dele. Sainz sorriu, como quem dava de ombros, não ligando. Ele sabia que poderiam resolver o que quer que preocupasse Olivia. Ela tinha uma pequena tendência a exagerar ou puxar tudo a ela. Esperava que isso mudasse com o tempo.
- Cariño... - ela o chamou no corredor, ele estava dois passos a frente, a mão meio espichada para manter entrelaçados os dedos e ele a olhou, a face concentrada, esperando ela falar - Lewis tem um filho, por isso estava nervosa. Ele pediu para não contar, mas não consigo esconder de você. Por favor, não conta a ninguém.
Carlos sentiu uma espécie de orgulho ao perceber o que acabava de acontecer. Olivia estava compartilhando consigo, sabia que ela de certo modo já vinha confiando em si, mas era um sabor diferente ver e ouvir isso sendo confirmado.
- Não irei contar, cariño.
- Eu sei.
Ela entrou na sala, vendo como as coisas tinham sido reorganizadas e todos acabaram na volta da mesinha de centro, sentados no tapete felpudo Pascale, enquanto ela entregava mais fotos de dentro do álbum.
- E foi uma coisa meio louca... - Lorenzo não conseguia parar de rir ao lembrar, sorrindo para a chegada dos dois, mas seguindo a contar para Lando sobre um pequeno perrengue no inverno com os irmãos - Porque o Arthur magicamente sumiu, deixando o Charles e a Charlotte no meio do nada, porque nenhum tinha equilíbrio o suficiente para mover os skis, porque tinham perdido os bastões e era a primeira vez e...
Carlos se sentou ao lado de Charles, deixando o espaço entre ele e Lando a ela. Olivia se sentou, deitando levemente o corpo na direção do namorado, encostando a testa no pescoço de Carlos, a risada saindo de maneira meio bêbada - ela nao havia bebido, mais como a sensação eufórica por nao ter mais o peso do segredo. Charles estava vermelho, parecendo envergonhado, enquanto escutava Lando falar como manejava os bastões com simplicidade e costume.
- As vezes, é indício.
Arthur soltou do nada, fazendo Lando colocar os cotovelos na mesinha que separava, encostando o queixo em cima das mãos e sorrindo para o Leclerc mais novo.
- Você bem que queria né?
Não era a primeira, provavelmente nem seria a última, que Lando e Arthur soltavam frases daquele estilo. Olivia estava deixando rolar, já havia compartilhado sua opinião sobre aquela troca de flerte e ouvido risos. Entretanto, ainda assim, resolveu dar um pitaco a Lando.
- Tem certeza que não sabe o que é?
O britânico arrumou a postura, as bochechas ficando vermelhas e alguns cachinhos caindo em sua testa.
- Estou sendo eu mesmo.
- Então você é uma vadia. - Ele se sobressaiu, fazendo todos o encarar e ele murmurar uma desculpa qualquer, mas os olhos de Arthur ainda estavam fixos nele - Talvez devesse tentar parar de tentar colocar um nome para o que é e perceber como é. Arthur está devolvendo mais seus flertes do que Oscar...
- Não sei o que está falando.
- Claro, cachinhos.
Ela beijou a bochecha dele, se sentindo a vontade para deitar a cabeça no ombro do namorado novamente. Lando saberia o que fazer no final. Ela tinha fé.
Segundo meu celular
Ainda postei antes da meia noite
Então não estou tão atrasada
E eu parto do princípio que se estou acordada, o dia ainda não findou
Capítulo dois de sete
O que acharam?
Espero que tenham gostado
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