L
Esse capítulo vai ser a maior parte do tempo narrado pela visão do Charles
Monaco-Ville, Mônaco
4 de abril de 2023
Horas antes
Charles estava na casa da sua mãe.
Ele não costumava passar muito tempo na casa onde cresceu, porque tudo parecia o lembrar Jules e seu pai. Sua mãe era uma adepta a carregar de memórias as paredes e ele gostaria de ser futuramente, quando montasse sua família, mas, naquele momento, encarar um retrato seu nos ombros de seu falecido pai o deixava com o peito pesado em saudade e a foto ao lado ser uma de Lorenzo e Jules, ambos com sorrisos grandes o fazia se mexer sem parar.
Charles amava sua família.
Entretanto, em momentos como aquele, se sentia sobrecarregado com toda a expectativa que parecia ser depositada em seus ombros. A maneira como precisava cumprir com suas obrigações, como erros não poderiam ser cometidos - e ele os fazia sem querer - como sua carreira era a coisa mais importante, pois ela sacrificou a de seu irmão.
Tudo aquilo era sufocante. E era por isso que havia fugido de casa na primeira oportunidade. Seu apartamento não era grande como o de Carlos ou Max, mas ainda parecia ser o lugar mais acolhedor quando precisava de um descanso de tudo.
Ele fechou os olhos, uma antiga imagem sendo projetada em sua mente, o cheiro de pizza que parecia se projetar por todo o lugar, enquanto a voz feminina preenchia seus ouvidos. E ele quase podia sentir o gosto daquela sensação familiar de ter alguém consigo e poder compartilhar uma pizza as escondidas de Andreas.
Na manhã seguinte, eles acordavam juntos e iam correr. Ela sempre ficava para trás, desacostumada com o ritmo, enquanto ele volta e meia precisava retornar os olhos para trás, buscando aquele sorriso cansado. Ele costumavam parar depois de algumas quadras, ela retirava o fone de ouvido e a música que compartilhavam parava. Era um sinal básico. Era o sinal deles.
- Você já chegou!
Lorenzo exclamou animado, aparecendo com Charlotte - sua namorada - ao lado e correndo para o abraçar. Charles se apertou no irmão mais velho, tentando conquistar aquela sensação de acolhimento que sempre buscava. O Leclerc mais velho mexeu em seus cabelos ao se afastar e começou a enchê-lo de perguntas.
Charles respondeu tudo o que podia e lembrava, mexendo as mãos de maneira apressada e agitada, coisa que Arthur implicou o fazendo sorrir sem jeito e Lorenzo o pedir para ter menos ciúmes. E os dois estavam sorrindo e o número dezesseis se sentindo solitário de novo, pois eles pareciam ter algum tipo de linguagem própria e se comunicar apenas com uma pequena troca de olhar.
E Charles não entendia o motivo para ter aceitado o convite de Arthur para tomar chá e esperar Pascale retornar para casa se era para ser excluído daquela troca de olhar.
- Tô te dizendo! - Arthur contava ao casal - Eu brinquei com a tal Maurer e o Carlos saiu já com sete pedras na mão, me olhando como se eu fosse nada.
- Isso é mentira. - Charles interrompeu Lorenzo quando abriu a boca, fazendo sua presença ser notada. Ele se sentia invisível dentro de casa. - Carlos te tratou normal.
- Eu brinquei chamando a Maurer de "gata" e ele me sufocou com o braço.
- Ele só passou o braço de maneira protetora em seus ombros. Acredite em mim, se ele quisesse te machucar, teria machucado. Esse jeito mais bruto apenas é ele agindo normalmente. E a Ollie não gosta de ser chamada de Maurer, usa o nome dela.
A namorada de Lorenzo sorriu para o cunhado, tinha dúvidas se não era a primeira vez em que Charles se intrometia no assunto dos dois. Para Charlotte, era confuso de explicar como sempre parecia ver Charles distante de seus irmãos.
Lorenzo costumava justificar as faltas de Charles em reuniões de família ou aniversários no início. Mas depois só dizia algo como "Ferrari" e fazia Pascale suspirar.
- Ela vai vir amanhã almoçar conosco. - Charles acabou comentando - Conhecer a mamãe.
- Que legal, Charles. - Lorenzo sorriu para o irmão do meio - E mudou alguma coisa com a entrada dessa menina?
- Sim, o pessoal começou a reagir, os fãs pareciam ter levado uma carga de energia nova e como os carros estão melhores, estamos conseguindo alcançar o segundo lugar na pontuação dos construtores e...
- Meu Deus! Você só sabe falar da Ferrari!
Charles fechou a boca no mesmo segundo, olhando para Arthur. O caçula dos Leclerc entendia que seu irmão deveria estar animado com as pontuações adquiridas logo no início da temporada e tal. Mas ele não podia falar de outra coisa? Era o mesmo assunto até mesmo por mensagens, perguntava a Charles como ele estava, se tinha chegado bem e ele respondia que o carro estava bom e ele tinha grandes chances. Aquilo era chato.
Por que ele não falava que a cama do hotel era ruim?
Por que ele não falava que tinha visto algo legal?
Arthur sabia que ele tinha ido ao zoológico na Austrália, por que ele não falava disso?
Por que ele não o chamou?
Talvez Arthur estivesse irritado com o irmão...
Ou talvez fosse algo mais profundo que isso...
Talvez fosse o fato daquela pessoa estar no zoológico...
Ele viu as fotos, ele viu a maneira como aqueles olhos estavam encarando o outro e sabia bem como era se sentir daquela forma. Ser enrolado na teia de atenção para depois acabar frustrado com a falta até não conseguir mais sair, tal como um mosquito preso pela quieta aranha.
- Muda de assunto. Você era mais legal quando namorava a Charlotte.
Charles se considerava uma pessoa calma, mesmo que a mídia gostasse de usar seus momentos de irritação no ano anterior para justificar ou o chamar de imaturo. E ele admitia que agia de forma fora do padrão e acabava se apegando como uma criança. E tudo isso montava sua personalidade. Mas existia algo... Sua família era a parte mais importante de sua vida. Ele sentia que devia tudo a eles. Sua mãe e seu pai apostaram tudo na sua carreira e ele sentia que devia resultados a eles, mesmo agora sendo adulto.
Ele devia resultados até mesmo a Arthur, pois Arthur precisou ter sua carreira prejudicada, já que a família deles precisaram sacrificar Arthur para que ele pudesse ter o seu futuro. Ele sabia que seu irmão tinha dificuldades em algumas partes do esporte, pois não teve a estrutura necessária. E Charles tinha terminado com sua namorada.
Ele terminou com a Charlotte porque ele precisava se concentrar totalmente ao automobilismo.
A Scuderia Ferrari precisava de um piloto 100% concentrado.
Sua família merecia um piloto focado.
Ele devia isso a sua família... A Arthur... E agora ele precisava ouvir seu irmão, um dos motivos para ter deixado a mulher da sua vida para trás o dizer que era mais divertido quando estava com ela?
- Você é um babaca!
- E você é um workaholic!
Charles franziu a testa, sem entender o que o irmão estava falando e Lorenzo olhava de um ao outro. Lorenzo sempre era a pessoa neutra, talvez por ser o mais velho e ter precisado amadurecer mais rápido por conta da morte do pai deles. E os dois mais novos olharam para ele, buscando uma resposta.
- Certo. - Charlotte, namorada de Lorenzo, suspirou, conhecendo basicamente os dois - O que está acontecendo?
- Nada. - os dois cruzaram os braços.
- Claro. Os dois estão falando coisas que claramente não falariam normalmente e agora vão fingir que nada está acontecendo?
- Quem sabe Charles fale algo se for Olivia e não alguém da família. - Arthur cruzou os braços - Já que ele prefere os amigos dele a nossa família.
- O que você está falando, seu babaquinha? - Charles pulou do sofá - Eu só faço o que faço por vocês!
- Ir para o zoológico com seus amigos serve para que para mim?
- É isso? Está com ciúmes por que fui ao zoológico sem você?
- Eu não estou com ciúmes. - Arthur também se levantou.
- Meninos... - Lorenzo acabou espelhando o movimento.
- Claro que está!
- Quem sabe eu só gostaria de ter qualquer convivência com meu irmão e não ser colocado para escanteio igual em todas as relações que tenho.
- Quando eu te coloquei para escanteio, Arthur? - Charles estava gritando - Eu sempre te coloquei como prioridade. Você, a mamãe, Lorenzo e, até, Charlotte. - ele suspirou antes de se virar para a cunhada - Nós não temos muita convivência, Char. Mas eu te considero da família, você sabe disso né?
- Claro, Char. - ela sorriu, brincando com o fato dos dois terem o mesmo apelido.
- É fácil falar.
- E o que você quer que eu faça, Arthur?
- Eu quero que se importe. - o mais novo falou - Quero que pergunte como estou, quero que saiba sobre minha vida, quero que fale até mesmo de você. Eu não quero saber se essa droga do carro da Ferrari está bom, eu quero saber se você está bem. Você terminou com a Charlotte e só sabe falar da droga da Ferrari desde isso. Você não e importa com nada, não sabe de nada sobre nós e nem aparece aqui em casa. Todos nós sabemos que você só venho hoje, porque quer falar com a mamãe sobre sua nova amiguinha. Ela prefere ser chamada de Ollie e não Maurer. Pode deixar que eu vou lembrar disso amanhã quando precisar fingir que somos uma família feliz na frente das pessoas.
E Arthur virou as costas, correndo escada a cima. Charles apontou para o caçula, olhando direto para o mais velho.
- O que aconteceu com ele?
- Charles, se você não entendeu com ele cuspindo tudo isso... - Lorenzo suspirou, odiava quando aquilo acontecia - Olha, Charles, eu não ia falar nada, porque sei que está sempre sem tempo e focado, mas, as vezes, você pode ligar ou apenas perguntar se estamos bem. Sabemos que você está carregando o nome Leclerc e sendo "Il Predestinato", mas não custa as vezes demonstrar e não apenas falar que somos importantes.
Lorenzo acabou fazendo a mesma coisa, subindo atrás do caçula e abrindo a porta do quarto de Arthur sem nem bater.
- Eu me desculpo com ele amanhã e...
- Você não tem o direito de gritar o que bem entende com Charles apenas porque viu uma matéria com uma foto de Oscar conversando com Lando, Arthur! - o mais velho dos irmãos avisou o caçula, o fazendo olhar para ele com os olhos arregalados - Não sei se você lembra, mas aqui de casa o único que soube desse seu relacionamentozinho com aquele garoto fui eu. Então se estiver irritado por conta de um garoto, você não deve descontar em outras pessoas.
- Não falei isso por conta do... Daquele cara. Eu falei porque é a verdade. Charles esqueceu a família desde que essa temporada começou. Eu aposto que ele nunca se quer citou o nosso nome com aquela amiguinha ou Carlos. E ele era bem mais legal quando namorava Charlotte e eu sei que você concorda com isso.
Lorenzo engoliu em seco.
- Charles só está fazendo o que está fazendo para focar e dar orgulho a nossa família.
- Eu não quero que ele me dê orgulho, eu quero que ele seja meu irmão. Eu preciso de um irmão, não de um ídolo para seguir.
No andar debaixo, Charles tinha se movido também, mas, ao invés de correr para seu quarto como Arthur - ele ficou com medo de encontrar os irmãos no corredor -, ele seguiu para a cozinha. Charlotte o seguiu em silêncio, o que ele agradecia, pois não queria acabar sendo grosso com ela sem motivos. E ele começou abrir as portas dos armários, procurando qualquer coisa doce que pudesse colocar na boca. Andrea entenderia.
- Onde estão os doces dessa casa? - ele perguntou a cunhada.
- Sua mãe parou de comprar doces desde que os últimos exames mostraram uma alteração na glicose.
- Como é? - Charles nem sabia que sua mãe tinha feito exames nos últimos dias.
- Faz pouco mais de um mês, por isso Lorenzo e eu estamos em casa de novo.
Charles abriu a boca, sem saber o que dizer, visto que nem sabia que o irmão e a cunhada tinham voltado a morar com sua mãe.
- Por quê...?
- Por que ninguém te contou? - ela completou, ganhando um aceno - Talvez Lorenzo não quisesse incomodar.
- É a nossa mãe. Não é um incomodo.
Charlotte suspirou, dando de ombros. O que ela poderia falar?
- Ela está bem?
- Sim, Charles.
Ele agarrou um saco de pão, bufando irritado ao ver que se tratava de um integral, mas mesmo assim abrindo.
- Acho que você deveria conversar com seu irmão ou com sua mãe sobre isso. - Charlotte se aproximou, tocando seu ombro e sorrindo daquela maneira que o fazia querer se esconder - Talvez parar de tentar apenas orgulhar a eles e apenas ser o filho do meio de Pascale e o irmão dos meninos. E falar com eles para pararem de te poupar por pensarem que irão incomodar.
Sua cunhada se afastou, parando na porta e olhando com um sorriso sugestivo ao falar:
- Quem sabe deveria ir até a cerca que divide nosso pátio com os vizinhos.
Charles a olhou sem entender.
- Talvez você encontre uma maneira de arrumar o primeiro erro que cometeu.
Charles olhou para a porta agora vazia, apertando o pão entre os dedos.
Um...
Dois...
Três...
Ele não deixou sua mente contar até "quatro", porque ele sabia o que ela estava insinuando e ele estava com tanta saudade que não se aguentou, correndo para o lado de fora e precisando percorrer os cinquenta metros que seu pátio tinha e chegando ao pequeno murinho que dava aos fundos da casa do outro lado.
Seu peito estava acelerado e ele viu o carro.
Ele conhecia aquele carro.
E se isso não fosse o suficiente, ele viu o pequeno pontinho dourado.
Ele conhecia aquele cachorro.
E ele parecia tão solitário deitado naquela grama pegando sol.
Ele assobiou.
Charles não se considerava burro, mas era claro que o cachorro tinha apenas olhado na direção do barulho. Porém, ele não se mexeu, apenas abriu a boquinha e continuou o olhando. E Charles assobiou novamente, sendo ignorado dessa vez.
- Vem aqui! - ele não sabia o porquê, mas ele sussurrou o chamado.
Sua cunhada disse que ele poderia encontrar uma maneira de arrumar seu primeiro erro e o salsichinha estar ali era um sinal. Deus estava o dando um sinal. Ele sentia isso.
- Leo! - o grito feminino o assustou e ele se atirou no chão, espiando pela fenda do muro vazado e vendo Valentine aparecer - Você está aí, garotão! Achei que pudesse ter sido pego... - Charles murmurou um "burro, burro, burro" porque a Valen claramente tinha o visto como um maníaco chamando o salsichinha - Mas ninguém sabe que você corre para qualquer um se estiver tocando a musiquinha da Patrulha Canina né?
Charles ergueu o rosto, dessa vez de uma maneira que a ex-cunhada pudesse ver e Valentine abanou a mão para ele. O número dezesseis sorriu sem jeito.
- Espere até ela colocar os cartazes.
Valen o avisou, soltando o cachorrinho de sua irmã e voltando para dentro. E Charles pode ter pescado em uma velocidade fora do normal de dentro do bolso, procurando o desenho informado pela ex-cunhada e vendo muito bem quando o cachorrinho procurou pela volta o barulho. E ele sorriu ao se abaixar e pegar o salsichinha pelo muro, oferecendo o pão amassado quando ele tentou se livrar de seu toque e mordeu seu dedo.
- Você não pode morder seu pai!
Charles o avisou, erguendo o cachorro com apenas uma mão, o olhando nos olhos.
- Entendeu, Leo Leclerc Sine?
O cachorro mordeu seu dedo de novo, o fazendo choramingar e, antes que pudesse brigar com o salsichinha, ele ouviu a voz de sua ex-namorada:
- Como assim você não achou o meu filho?
E ele se sentiu um foragido ao correr de volta para casa, se batendo com sua mãe na saída e apenas deixando um beijo em sua bochecha, dizendo que viria na manhã seguinte para conversarem e agradecendo por Arthur ter pego seu carro no apartamento antes de buscá-lo. Então, quando acelerou na rua, não viu Charlotte procurando Leo nos fundos com uma Valentine muito preocupada ao lado.
E Charles precisou parar por um longo, longo tempo na frente de seu apartamento, enquanto seu peito estava acelerado e ele vivia a adrenalina da fuga. E Charles não sabia o que fazer, a única coisa que compreendia era que a Scuderia Ferrari não podia ser o foco de tudo, porque se ela fosse o seu foco, ele esquecia que era filho da Pascale e irmão do Lorenzo e do Arthur.
E o Leo se embolou em seu colo, tinha se ajeitado dentro do bolso de seu moletom e ele tinha um sorriso no rosto, porque sua ex-cunhada tinha o dado todas as armas que precisava para falar com Charlotte e resolver o seu primeiro erro. E, então, ele acabou parando no apartamento de Carlos quando percebeu que não aguentaria toda a ansiedade de viver aquilo sozinho.
- Como assim esse cachorro é de Charlotte, Charles?
E Olivia estava o agarrando pelo moletom e o puxando para dentro, enquanto Carlos ria.
- Como você pegou esse cachorro, Charles?
- Com ajuda. - ele tinha um sorriso radiante no rosto - Com ajuda, Liv.
Olivia abriu a boca, sem saber o que dizer, vendo o cachorrinho mascando o moletom de Charles. E Carlos acabou se movendo para a poltrona a frente do sofá, batendo em sua coxa e chamando a ruiva para sentar consigo. Ela o olhou, como quem pedia para ele fazer alguma coisa, mas obedeceu ao pedido silencioso.
- Qual é o plano, niño?
Charles sorriu ainda mais.
- Recuperar a minha garota.
- Eu nunca mais olharia na sua cara se roubasse meu cachorro.
- Mas aceitaria um convite para jantar se eu encontrasse seu cachorro perdido, não?
Olivia sentiu seu queixo cair, enquanto ouvia a risada de Carlos.
Onde ela tinha se metido?
Eu sei que não sou a única que sente falta deles
Então tivemos muitas revelações nesse capítulo
Vocês gostam de capítulos que fogem da Olivia e do Carlos? Ou esse será apenas um especial?
Enfim, Arthur tava revoltando
E tivemos revelações em
Oscar com aquela cara de anjo
Quem diria...
Arthur e Lorenzo só querem mais interação com o irmão
E o Charles tá pecando com a família
Acho que ele só precisava de um puxão de orelha
E a Valentine e a Charlotte (namorada do Lorenzo) entregaram tudo em?
Leo aparecendo
E o Charles acabando indo compartilhar a arte com os pais
Aí, aí, aí
O que podemos esperar disso?
E aí? O que acharam?
Espero que tenham gostado
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro