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Berna, Suiça

7 de abril de 2023

Carlos se considerava um homem racional. Sempre soube muito bem quais eram seus desejos e como conquistar aquilo que queria. Seus sentimentos nunca o cegaram quando as coisas estavam fora de seu controle. Olivia era alguém que facilmente se encaixaria como algo "sem controle". Ela era quase como a definição da expressão. Mas ele estava ali, cinco horas da manhã, mexendo nos armários da cozinha procurando qualquer coisa que pudesse o gerar um bom café da manhã, pois perdeu o sono depois que acordou com um sentimento estranho no peito.

Ele sabia que aquilo não era um bom sinal.

— Farinha é no armário de cima.

Ele se voltou assustado para a porta, vendo Lucy escorada no batente, usando um pijama de florzinha de jaqueta de couro. Ele não fazia ideia de onde ela havia arrumado aquilo, apenas que parecia estranho.

— Bom dia.

— Bom dia. — ele devolveu o cumprimento, antes de se mover na cozinha, abrindo a porta indicada e sorrindo a farinha — Obrigado.

— Olivia disse que pediu para ver o contrato de sigilo que ela tem com os Schumacher.

Carlos não esperava conversar sobre aquilo com a irmã da ruiva. Concordando meio desconfiado, antes de ver a loira colocar um envelope em cima do balcão, os olhos em cima de si. 

— Mick já mandou?

— Não, eu tirei uma cópia da cópia dela antes de colocar fora.

— Por quê?

— Porque eu sabia que ela se arrependeria.

Lucy deu uma batidinha no envelope, um pequeno sorriso antes de se virar. Carlos não sabia dizer se deveria aceitar aquela clara oportunidade dada pela irmã de Olivia, ou apenas aguardar até que a ruiva conseguisse uma segunda via vinda diretamente dos Schumacher e o entregasse.

— Se o senhor tivesse a chance de ler algo que deseja muito, mas que não foi dado a você pela pessoa que deveria. O que faria?

— Hijo, son las cinco y media de la mañana. — Filho, é cinco horas da manhã. A voz de Carlos Sênior não era nada boa.

— Sim, sim. Eu sei. Mas o que o senhor faria?

— Socaria você se pudesse.

— Pai!

— ¿Quién es? — Quem é? Carlos reconheceu a voz de sua mãe do outro lado.

— Junior, queriendo saber qué haría en una situación hipotética. — Junior, querendo saber o que eu faria em uma situação hipotética. E Carlos escutou muito bem quando sua mãe praguejou algo como "Fora do quarto agora" e o resmungo mal humorado de seu pai — Repete sua pergunta de novo.

— Se o senhor tivesse a chance de ler algo que deseja muito, mas que não foi dado a você pela pessoa que deveria. O que faria?

— Você quer muito?

— Sim.

— E você está disposto a quebrar a confiança dessa pessoa que deveria te entregar?

— Eu... Não sei... Por isso te liguei...

— Quantos anos você tem?

— Não existe idade certa para parar de pedir ajuda ao pai. — Carlos Sênior ficou em silêncio, pois aquela frase era sua.

— Achei que tinha terminado com a modelo.

— Não é a modelo.

— E é quem?

— La ragazza Ferrari.

— A garota novinha? Junior!

Seria mentira se o número cinquenta e cinco dissesse que não esperava aquela reação do pai.

— Ela não namorava o loiro Schumacher?

— Eles terminaram a alguns meses, pai.

— E terminaram mesmo ou são como você e Isa que volta e meia ainda tinham algo antes dela te dispensar?

— Terminaram mesmo.

— Hum.

— Então, o que eu faço?

— Não sei, meu filho. O que você quer fazer?

— Quero ler.

— E por que ainda não leu?

— Porque parece errado.

— Pois então... Você sabe o que fazer.

— Pero papá... — Mas pai... A voz do homem deixava claro sua indecisão.

— Junior, são cinco horas da manhã, eu já esqueci até o nome dessa garota. Quero dormir, bom dia.

O campeão de rali desligou a chamada, fazendo o filho suspirar. Ele se sentia tentado ao mesmo passo que entendia o quão errado era aquilo. Olivia estava esperando uma cópia do seu contrato vindo de Mick, pois tinha colocado fora, queimado ou extraviado a sua, algo assim. Porém, ele o tinha ali, em mãos, poderia apenas dar uma olhadinha e depois fazer cara de surpresa assim que ela o mostrasse... Não podia?

— Bom dia!

A voz preguiçosa e sonolenta soou pelo espaço, o fazendo erguer os olhos do envelope marrom e encarar a ruiva que vinha pelo corredor. Olivia estava coçando os olhos, quase se batendo na porta, desviando por pouco. Era acostumada com a infraestrutura da casa, vivia nela a bastante tempo para conseguir se mover sem precisar exatamente estar vendo. E ela não tinha entendido muito bem o motivo para sua irmã ter a acordado, apenas a mandando ir para a cozinha com o Carlos. Bom, ela estava ali.

— Bom dia, cariño.

Olivia sorriu daquela maneira doce, fazendo algo dentro de si derreter, como se não tivesse ficado sem dormir por conta dela ter agido estranho na estação e o deixado sozinho ao chegarem. Existiam algumas camadas em Olivia que o deixavam sem entender, quase o fazendo sentir que o errado fosse ele.

— O que está fazendo?

— Panqueca.

— Essa hora da manhã?

— A bagunça da ação me ajuda a entender a bagunça aqui dentro. — ele apontou para a sua cabeça e Olivia deu mais alguns passos, quebrando o espaço que os separava, passando os braços na sua volta e apoiando a cabeça contra seu peito.

Carlos puxou o ar, sentindo aquele cheiro doce que Olivia sempre emanava. Ele acreditava que deveria ser o sabonete, porque não a via passando perfume. Ou talvez fosse apenas sua alma doce. Ele duvidava que seu corpo pudesse ser tão confuso quanto suas atitudes.

— Desculpa por ontem. — Olivia pediu baixo, o fazendo passar os braços na sua volta também, como se antes de ouvir o pedido, tivesse uma barreira o proibindo — Eu só queria que nossa volta a minha casa não fosse assim, só queria que as coisas seguissem seu curso natural e fossem leves. Queria poder estar no seu apartamento, apenas deitada com você, sem precisar de qualquer escândalo.

— Também queria isso.

Seus olhos pararam em cima do envelope na bancada, a ideia de ter o aberto sem a permissão de Olivia parecia uma ofensa. Ele se sentia culpado por ter ficado tentado.

— Eu não entrei na internet desde a estação, acha que alguém pode ter postado algo sobre estar aqui comigo?

— Seria ruim que postassem?

— Não sei como me sinto com isso.

Olivia ao menos estava sendo totalmente sincera, talvez por conta de ainda estar com sono, a deixava sem aquele filtro que o deixava sem ideia se foram palavras programadas ou sua verdadeira opinião. Carlos sentia como se Olivia gostasse de esconder sua verdadeira opinião sobre as coisas, sempre com medo de parecer errada. Ao mesmo tempo que havia c onseguido erguer uma pequena coragem, autoestima para que respondesse certas coisas.

— Tudo parece estar acontecendo tão rápido que me assusta.

Carlos apenas acariciou suas costas, não sabendo bem o que poderia dizer para ajudar na situação. Era a mente dela. Não conseguia parar de pensar como Olivia e ele tinham uma pequena diferença de idade e em como encaravam a mídia e a exposição de maneira diferente. Ele não ligava tanto, desde que não interferisse em seu trabalho. Ninguém tinha o poder de se meter em sua vida pessoal sem ser próximo o suficiente para isso.

— Com Mick foi assim e sabemos como terminou.

Ele não queria ser comparado com um cara que era capaz de abandonar a namorada em um país desconhecido e terminar pelo celular, de maneira que seu corpo ficou tenso. Todavia, não queria a interromper, queria aproveitar aquele momento de sinceridade até o fim.

— Só que é confuso, porque você e Charles parecem ter feito muito mais por mim, do que ele nos últimos anos. 

— Eu só quero você. — Carlos confessou, beijando os fios ruivos.

— Mas e se eu nunca puder ser apenas sua? — ele tensionou.

— Como assim?

— Eu assinei um contrato, Carlos. — Os olhos dele voltaram-se para o envelope. — Eu devo muito aos Schumacher, porque só sou a Olivia Maurer, por causa deles. E se sempre existir essa ligação? Você ainda vai me querer?

Carlos desviou os olhos do envelope, descendo sua atenção para a mulher. Olivia tinha olheiras, os olhos estavam meio inchados do pouco sono, os cabelos meio presos, meios soltos e ele ainda a achava bonita. Não estava maravilhosa, ele não mentiria. Mas estava bonita do seu jeito. Os olhos azuis o deixavam fascinado, a boca o causava alucinações de prazer e era ela. Ele sabia que era ela. Ele só precisava dela. E aquilo era muito, porque ele não lembrava quando foi a última vez que se sentiu assim, talvez no início da relação com Isa? Antes de tudo desandar?

— Temos um jeito de descobrir isso. 

— Como?

Ele sinalizou com o queixo a bancada. Olivia se voltou, os olhos encontrando o envelope. 

— O que...?

— Lucy me entregou.

Ela deu um passo para trás.

— Você iria ler?

— Não sem você deixar.

Meu pai me fez perceber que isso seria errado. Ele completou mentalmente. Olivia suspirou, olhando na direção do envelope ainda, parecendo meio assustada. E ela estava. Ter pedido o contrato para Mick foi uma decisão que exigiu certo esforço, porque estava acostumada apenas a seguir a risca tudo o que lembrava. Ter o contrato em mãos, poderia significar que mudanças poderiam acontecer, e ela não sabia bem se era esse o seu desejo. Muitas coisas já haviam acontecido de uma vez.

— Você parece assustada.

— Talvez você tenha razão e eu sinta medo de me desligar deles.

Okay. Carlos não estava mais tão confiante em sua ideia de querer saber com sinceridade tudo de Olivia. Aquilo poderia o machucar. Mas ele tinha como escapar? Vinha questionando e querendo aquelas respostas a certo tempo.

— Eu estive ao lado deles por tanto tempo, que parece errado toda vez que saio da linha.

— O relacionamento de vocês não era lá o mais saudável, cariño.

— Eu sei. — ela suspirou, se apertando mais ao espanhol.

Os dois ficaram em silêncio, absorvendo a confissão da alemã. Algo como um filme passando pela mente de Olivia, provavelmente daria risada por pensar aquilo, tão clichê, se não estivesse acontecendo consigo.

— Não sei se posso me deixar continuar amando uma pessoa ao qual não tenho certeza se deseja ser apenas minha.

A declaração de Carlos a fez tremer. Eles não se conheciam a muito tempo, as coisas mudavam de uma maneira muito rápido apenas por ter aceitado um contrato. Para início de conversa, se perguntassem a mulher que ficou com medo de entrar na fábrica de Maranello o que esperava, ela diria com uma facilidade impressionante que era voltar a ser a garota do Mick. Porém, agora, a única coisa que queria era ser suficiente para o homem que a mantinha em seus braços.

— As vezes, penso que não consegue ser nem sua. Que todos esses anos com Mick a fizeram esquecer que deveria ser sua. Você é a prioridade. Você é a dona do seu destino. Você esqueceu isso quando aceitou namorar ele e se percebeu pelo caminho. Estou apaixonado por essa Olivia nos meus braços agora, que ri por bobagens e tem carinho por Charles e me deixa animado com sua presença. Mas o quanto essa Olivia é a verdadeira?

Um barulho no corredor fez os dois se afastarem, como se o assunto fosse proibido de ser continuado. E eles ainda se olhavam, mesmo com Clarisse aparecendo, coçando os olhos.

— Por que todos resolveram acordar cedo hoje?

Ela parecia confusa, não tinha ouvido a conversa deles. Apenas acordado com o retorno de Lucy.

— Carlos está fazendo panquecas.

Olivia apontou, não querendo dizer que era por conta do contrato dado por sua irmã a seu namorado. Carlos sorrindo a morena, pegando sua espátula na bancada e erguendo de maneira a fazê-la rir.

— Tá bom.

Nenhum dos dois comentou sobre o fato dela ter refeito seu caminho, tendo os interrompido e ido embora. Carlos não sabia como quebrar o grande silêncio que se formou, respirando fundo e buscando manter sua mente em ordem. Era difícil gostar de alguém como Olivia, tudo o levava a ter ainda mais certeza disso nas últimas vinte e quatro horas.

— Todos os dias desde meu término com Mick, sinto como se estivesse perdida e não sei como fazer para mudar isso.

O que Isa faria no seu lugar? O que sua mãe faria em seu lugar? Eram duas perguntas simples. Carlos sugeriu:

— E se você fosse a um psicólogo?

— Não sou autorizada a dividir nada do que foi vivido com a família Schumacher a terceiros, venho andado na linha tênue disso nos últimos anos.

Carlos apontou para o contrato.

— Se você ler, pode saber até onde pode falar. Quer dizer, você não lembra bem o que tinha no contrato até onde me falou, então, o lendo de novo, pode perceber que muitas coisas foram impostas de forma verbal e não verdadeiramente por conta do contrato de sigilo.

— Você acha?

— É uma ideia. Não quero que leia apenas essa coisa por conta nossa, mas sua também. Você fica se privando e deixando de viver seus desejos por conta de uma família que claramente não liga para você.

— Eu ligo para eles.

— Por isso seria bom uma psicóloga, porque eu não sou a melhor pessoa para te ajudar, pois não consigo entender como ainda os considera sendo que aprontaram tanto com você.

— Eles são minha família.

— Não é porque são família que não pode cortar laços. Não estaria os afastando por capricho ou birra, mas para o seu bem. Mas como eu disse, isso é uma opinião minha. Um psicólogo seria mais imparcial do que eu. Pensa sobre isso.

A ruiva concordou, puxando o banquinho próximo à bancada e se sentando. Carlos mexeu a massa de sua panqueca, antes de questionar sobre o liquidificador. Os dois acordaram Lucy e Clarisse com o barulho. Elas poderiam reclamar e até expulsarem Carlos. Contudo, Olivia chegava se dobrar por cima da bancada rindo com ele. Os dois tendo embarcado em uma conversa sobre a infância depois que o susto do primeiro assunto ter sido finalizado.

E Carlos as comprou com facilidade com as panquecas.

E se não fosse as panquecas, seria a maneira como ele agiu. Não tomando a frente de Olivia com o homem do seguro, mas ficando ao seu lado, oferecendo apoio. Lucy quase acreditou que fora uma péssima ideia ter entregado ao espanhol o contrato dos Schumacher e Olivia, pelo menos, até ver a irmã sentada com um marca-texto e os documentos no sofá.

Carlos não se sentou junto a ela, mesmo parecendo desejar, ficando do outro lado, mexendo no controle e escolhendo um filme para assistir. Foi engraçado os ver se batendo em alguns momentos com os pés, como se o afastamento fosse impossível de forma total.

Elas gostavam daquela razão.

Bem mais do que os anos com Mick.

O Schumacher nunca chegou perto daquela aceitação.

Acho que esse foi um dos capítulos mais difíceis para ser escrito, venho lutando com ele desde novembro, ou outubro. Eu queria que eles tivessem uma conversa sincera, algo que expussesse seus sentimentos de maneira adulta e acredito que consegui

Carlos está a anos luz a frente de todos os meus personagens masculinos, porque ele é mais maduro nessas questões

Ele busca o melhor relacionamento e melhor diálogo, coisa que é difícil de fazer

Mas espero que tenha dado certo

E ? O que acharam?

Estão curiosos com esse contrato?

Olivia vai deixar o Carlos ler?

Lucy deveria ter entregado ao espanhol?

O abuelo aparecendo aqui, faz meu coração acelerar, porque sinto que ele acolherá a Olivia como acolheu a rainha do meu coração, vulgo Lottie...

O que acharam?

Espero que tenham gostado

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