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Melbourne, Austrália
31 de março de 2023
Antonio estava correndo mais a frente, sem olhar para trás, pouco se importando com o fato da ruiva estar com as mãos nos joelhos, falta de ar e quase recebendo metade de uma garrafinha sobre a nuca. Quando Thomas falou o quão desligado o Romano ficava ao colocar os fones, ela pensava que ele perceberia quando uma mulher estava morrendo perto dele.
- Puxa pelo nariz, solta pela boca.
Jean falava devagar, como se ela fosse uma criança, olhando na volta, como se pudesse aparecer um monstro a qualquer hora e o engolir vivo. E ele deveria ter confiado em seus instintos, sua mente o avisou que nada de bom poderia vir do pedido para se exercitar com eles de Olivia. Ainda mais quando o novo namoradinho os ameaçou caso algo acontecesse com sua garota. E agora ele estava parado no meio do parque com uma Olivia sedentária.
- Eu... Eu estou bem...
O técnico considerou a situação da mulher. Se qualquer pessoa os visse naquele momento, provavelmente acharia que tinham vindo de uma enorme maratona e, não, desde a entrada até... O quê? Trezentos metros? Jean duvidava que chegasse a isso.
- Eu vou ficar bem quando você deixar de fazer escândalo e levantar.
O loiro sibilou, agarrando o seu braço da maneira mais delicada que conseguia e a puxou para ficar na posição normal e Olivia sentiu como se seus pulmões estivessem sendo apertados. Jean sentiu vontade de esganar a mulher ao vê-la choramingar como um bebê, abaixando o corpo e a erguendo. Ao contrário do que imaginou, Olivia apenas se deixou ser colocada como um saco de batata em seu ombro.
- Por que você queria correr mesmo?
Jean perguntou a ruiva, os olhos já não conseguiam identificar Antonio a distância.
- Ando muito sedentária.
- Oh, não me diga. - ele debochou, pisando por gosto em uma pedra, a ouvindo reclamar.
- Preciso estar mais ativa agora.
Jean suspirou, a arrumando melhor contra seu ombro ao ouvi-la reclamar. Olivia apoiou os cotovelos nas costas grandes do italiano.
- Eu estou namorando o Carlos.
Ela tinha planejado contar aquilo para Antonio, Jean e Thomas junto. Mas, aparentemente, Antonio levava a sério a ideia de correr, porque tinha se sumido e Thomas nem se deu ao trabalho de se levantar assim que ela o convidou para participar.
- Sério? - Jean deu alguns passos até o primeiro banco que achou, a soltando sentadinha nele - Oh, não sabia!
Olivia trouxe o rosto um pouco para trás, uma feição confusa e uma maneadinha para o lado. E Jean sorriu como se fosse o ser mais inocente do mundo.
- Como você sabe?
Jean desviou os olhos, como quem não diria nada.
- Ach du lieber Gott! Charles? Ernst?
De uma maneira que ela não esperava, Jean puxou sua camisa pela cabeça e jogou em seu rosto, a pegando de surpresa, antes de soltar um gritinho. O Esposito riu, se jogando na grama e espichando o corpo. E Olivia finalmente tirou a camisa de sua face, lançando um olhar nada bom ao homem.
- Por que fez isso?
- Você espirrou alguma coisa, precisava me proteger dos germes.
- Ah! Vai tomar...
- Olha a boca! - ele a interrompeu, a vendo cruzar os braços - Como você arrumou um namorado sendo tão boca suja?
- É a primeira vez que ia falar algo desse tipo!
Jean acabou concordando, pois realmente não lembrava da ruiva falando qualquer palavrão.
- Charles que te contou?
O loiro pareceu considerar sua resposta, um leve medo do que poderia vir a acontecer com o mais novo, apenas para dar de ombros ao perceber que a menos de dois meses atrás não se importava nem um pouco com o número dezesseis e, de repente, estava pensando em uma maneira para aliviar sua culpa. O que tinha acontecido? Bem, quem tinha chegado seria a melhor pergunta, pois olhando para a ruiva sentada no banco, a única coisa que pensava era como toda a Scuderia Ferrari precisava agradecer sua presença.
- Estava com saudades de você.
Olivia sorriu, o sol batendo contra sua face, enquanto as bochechas coravam. E Jean tinha certeza que poderia facilmente ter caído nos encantos da mulher se ela tivesse entendido ou percebido qualquer um dos seus flertes na primeira semana. Todavia, agora, parecia errado pensar na Maurer com malícia. Era a Ollie. Apenas a Ollie.
- Também estava com saudades de você.
E ela o atacou, caindo em cima do loiro, em um abraço surpresa, aterrando-se em cima dele. Jean soltou um gemido ao sentir o braço dela cair sem cuidado nenhum. Sua mente pensando de forma automática em como Fredéric o mataria se tivesse qualquer lesão.
- Que cena mais linda!
A voz de Antonio soou, o mais velho finalmente aparecendo, e Olivia pulou de cima de Jean, se atirando contra o outro homem, o pegando de surpresa.
- Eu tô soado!
- Meu corpo está também.
Jean se ergueu, batendo as mãos nas suas roupas.
- Jean disse que estava com saudades de mim.
- Claro que ele estava, querida.
O Esposito quase sentiu vontade de rir ao ver a maneira como o tom usado pelo Romano era o mesmo usado com sua própria filha. E talvez esse fosse o grande poder que Olivia tinha, os trazendo aquela sensação de estarem todos em família que a Scuderia prometia, mas não cumpria.
A maneira como em dois GP's conseguiu juntar todos eles para fazer qualquer coisa juntos, ou como fez sua presença ser aceita toda vez que usava o celular para fazer a pergunta mais infantil ou idiota que conseguia, fingindo estar em live, apenas para puxar conversa fora. O loiro sabia o que rolava pelos corredores sobre sua presença, ou o que tinha rolado entre ela e seu ex-namorado. E parecia meio impossível pensar que aquele pequeno raio de sol tivesse vívido o que falam e ainda estivesse ali com eles.
- Precisamos ir embora. - Antonio os avisou - Vi uns paparazzi tirando fotos nossas.
- Olha aí! - Jean empurrou o braço da ruiva - Primeira manchete após começar a namorar e é de agarramento com dois caras e nenhum é o seu namorado.
Olivia foi fechando o sorriso que exibia com a fala de Jean. Uma memória não tão boa de quando Mick e ela namoravam e alguns fãs da família tiraram fotos suas com uns amigos. Era uma foto inocente, ela apenas estava sentada com seus colegas, rindo de alguma coisa e, bum, seu namoro terminou numa velocidade que a assustou. 2022 foi um ano muito confuso para seu relacionamento, porque Mick terminava a relação em um segundo e no outro estava em seu apartamento, ou ela estava na cidade da corrida. A mera mensagem de Mick com um simples "Acabou" a assustou tanto que pegou o primeiro voo possível para chegar em Silverstone.
- Quero ir pro hotel!
Os dois a olharam sem entender.
- Mas não íamos tomar café depois da corrida?
- Mas eu quero ir pro hotel. - ela bateu o pé.
- Ollie, estava brincando com você. - Jean falou baixo, os olhos percebendo a câmera apontada na direção deles, o paparazzi atrás nem se dando ao trabalho de ser discreto.
- Mesmo assim. Eu quero o meu namorado.
O problema era superior ao fato de Olivia estar no parque podendo ser fotografada de uma maneira errada por qualquer pessoa e levada como errada novamente. Mas o fato de que tinha feito o possível e o impossível para chegar até Mick quando ocorreu na primeira, segunda e terceira vez. Era como uma tradição. E tradições eram difíceis de serem mudadas. E ela precisava chegar até Carlos para explicar com urgência que estava apenas correndo e brincando com seus amigos. Não estava o desrespeitando de maneira nenhuma.
Ela não queria ser forçada a se afastar de Antonio ou Jean por ser idiota ao ponto de se agarrar em um parque com eles. Não. Ela não queria viver apenas em função de Carlos, sem amigos e apenas sua irmã e sua cunhada. Não que isso fosse ruim, apenas... Não queria ser solitária novamente.
- Certo. - Antonio sorriu de forma calma a ela - Vamos achar seu namorado.
Eles não falavam o nome de Carlos, o fotografo estava próximo demais dessa vez, os dando certo receio de contar algo que não era de sua privacidade. E Jean ofereceu o braço a ela, um gesto simples e, mesmo assim, a viu hesitar por alguns segundos, antes de aceitar.
- Ele está no hotel?
- Estava quando saí...
Era estranho para Antonio pensar o quanto uma pessoa poderia mudar a maneira como se relaciona de um namoro a outro. Existiam tantos comentários dos mecânicos da Prema na época que o Schumacher dirigia por eles, então mínimas aparições da namorada na época da Haas e, então, o grande escândalo do fim, seguido da contratação da Ferrari. Ele recorda de como o pessoal da Prema os dizendo que não podiam confiar na mulher, porque ela e Mick tinham o costume de terminar e que ela fazia de tudo para voltarem depois. Ele se lembra de ter sido uma das principais pessoas a dizer que não a queria na Scuderia e, agora, estava ao lado de Jean a levando para o hotel para encontrar o namorado e nem ao menos era Mick Schumacher o felizardo.
- Ele te pediu em namoro quando?
E existia um sorriso na face corada da ruiva.
- Foi de madrugada, tinha acabado de virar o dia, bem dizer.
- Decorou a hora também? - Antonio a provocou.
- Não tinha relógio por perto, sinto muito.
Parecia confuso para a mente de Jean aceitar que a Olivia que queria se esconder na van até todos estarem a postos, fugindo da entrada coletiva, estava começando uma relação com Carlos. Ia além de sua capacidade a realidade de que o seu medo inicial diminuiu ao ponto de querer fazer algo sabendo que poderá causar muita balburdia se for descoberto. Não que isso fosse ruim, era de certa forma honroso ver sua evolução.
- Você está bem com a ideia de namorar ele?
A mulher mordeu os lábios.
- Gosto de namorar com ele assim... Sem ninguém saber.
- Mas você sabe que em algum momento irão descobrir, certo?
Antonio viu como as mãos dela começaram a trabalhar, uma pequena movimentação provavelmente acompanhada de uma aceleração momentânea do coração. Ele reconhecia os mesmos tiques na sua filha, Louise o fazia quando estava nervosa com alguma coisa, normalmente uma viagem a trabalho onde ele e Thomas sumia por muitos dias.
Eles tinham escolhido aquele parque porque era perto do hotel onde estavam, então parando para pensar não era realmente uma surpresa ter paparazzis os seguindo. Bom, para Jean e Antonio era, mas levando em consideração a maneira como estavam ganhando atenção desde a entrada da ruiva ao grupo social, estavam lidando melhor do que muitas subcelebridades.
- Ollie! - a voz masculina a chamou antes que pudesse prestar atenção a volta e Jean viu Lando Norris colocando o dedo na cara da recepcionista - Quero ver quem não me deixa subir agora!
- Por que eles sempre tem que ser estranhos? - Antonio a perguntou, os três seguindo para a recepção.
- Você sabe quem eu sou? Porque só não sabendo justifica essa sua ação arbitraria em não me deixar subir e...
- Senhor, sua entrada foi proibida. - a recepcionista parecia estar procurando paciência para lidar com ele.
- Eu sou o melhor amigo do Carlos! Não pode me barrar!
- Lando! - Olivia chamou o britânico, sinalizando o salão, onde as pessoas já tinham parado para observar - O que está acontecendo?
- Essa... mulher, disse que a minha entrada está proibida.
Até a ruiva ficou surpresa dessa vez.
- Quem que proibiu?
- Não posso dizer, senhora.
- Mas foi que quarto? - ela insistiu, vendo a mulher suspirar.
- Quarto 403.
- Não. - a ruiva riu, tirando o cartão do bolso - Esse é o meu quarto, ninguém proibiria a entrada de Lando.
- Viu! - Lando voltou a gritar, tendo a boca tapada por Jean logo depois.
- Mas aqui está a proibição, senhora. - a recepcionista murmurou, procurando no sistema - Foi uma ligação.
- Vocês gravam as ligações. - Antonio murmurou, lembrando da voz irritante de aviso sempre que pegava o telefone para pedir algo - Você tem?
- Sim, mas só um integrante do quarto pode solicitar.
- Eu sou integrante do quarto, querida. - Olivia sorriu, batendo a mão contra a de Jean ao perceber que o loiro estava tapando o nariz e a boca do Norris - Olha ele, idiota! Coitadinho!
- Eu vi a luz! - Lando agarrou os braços da mulher - Eu vi a luz! E a cara do Oscah... Foi muito louco!
Antonio e Jean encararam o número quatro depois de sua confissão envolvendo o colega de equipe.
- O que foi?
- Nada! - os dois falaram juntos, sorrindo ao final.
- Aqui, senhora. - a recepcionista chamou Olivia, localizando a dita da chamada.
"Holla! Aqui es Carlos, quiero block a Lando Norris" Olivia ergueu a mão, antes que o áudio seguisse, porque realmente não precisa escutar até o final e tinha certeza que os demais também não, pois a face vermelha de raiva do número quatro demonstrava que tinha reconhecido de quem se tratava. E se a pronuncia errada não denunciasse, a bendita risada falhada entregou.
- Eu vou matar ele!
Lando chiou tal como uma cobra e Jean sentiu pena do Charles.
- Eh... - Olivia limpou a garganta, vendo o olhar confuso da recepcionista - Você pode liberar a entrada do Lando? Houve um pequeno engano e...
- Esse hotel é uma porcaria se considerou aquilo... - Lando apontou para o computador - Um sotaque espanhol. Sabe o que é um sotaque espanhol? Alguno de estos días voy a escapar... Para jugarme todo por un sueño... Todo en la vida es a perder o ganar... Hay que apostar, hay que apostar sin miedo... Isso é um sotaque espanhol. Não isso aí!
- Liberado. - a mulher falou rápido, querendo se livrar do homem.
- Obrigada! - Olivia sorriu, pegando o braço do Norris e o arrastando para o elevador, não vendo quando Jean deslizou uma quantia boa em cima da mesa, murmurando um "espero que isso baste, sinto muito".
Os quatro entraram no elevador em silêncio, o medo de Olivia quanto a uma foto mal intencionada indo ao chão, porque sabia muito bem o que aconteceria se chegasse em seu quarto e encontrasse o monegasco com o espanhol. E as portas do elevador se abriram.
- Acho que seria interessante vermos se não era uma brincadeira...
- Estou calmo.
- Sim, sim.
Olivia começou devagar, abrindo a porta e dando a visão de dentro.
Charles estava no quarto.
Charles estava no meio da cama.
E...
- Ahhhhhhhhhhhhhh!
E Lando correu até ele, fazendo Carlos cair da cadeira e Olivia riu, mais por conta de já ter avisado ao espanhol sobre não ficar "domando" o móvel, do que pelo susto.
- Olivia! - Charles gritou, tentando escapar quando Lando se atirou em cima dele.
- Eu resolvo isso.
Jean sorriu solícito, se movendo de forma arrastada até os dois, enquanto Carlos se levantava e já tentava puxar o britânico. Antonio passou o braço pelo pescoço da mulher, vendo Jean e Carlos sofrendo um dobrado para tirar Lando de um Charles aos gritos.
- Sabe, eu dava mais pro vermelhinho.
- Ele tá apanhando.
- O cacheadinho é bom. - Antonio riu ao falar - Meio burrinho, mas bom no braço.
- Meio burrinho o Charz também é.
- Estou falando do "Oscah".
A ruiva olhou o mecânico.
- Ele não sabe ainda né?
- Não.
Os dois trocaram um olhar, muito parecido com o trocado por Jean e o homem ao escutar de primeira mão na recepção. E Carlos finalmente conseguiu afastar os dois, Jean segurando um Charles todo vermelho contra a cabeceira e o espanhol com um Lando todo escabelado do outro.
- Eu vou jogar meu carro no seu!
- Só assim para conseguir ficar na minha frente, Nowins!
Antonio levou a mão ao rir.
- Isso se você não bater sozinho, Lecrash!
Olivia tinha certeza que ouviu Charles rosnar para Lando ao escutá-lo e também não tinha dúvidas que possivelmente o número dezesseis conseguiria uma vantagem em uma nova briga, pois seu rosto estava vermelho de raiva agora e não mais deboche. Por conta disso, resolveu se intrometer antes que recomeçassem:
- Acabou! - a palavra pareceu gelar sua coluna, a mensagem voltando a sua mente - Os dois! Modos! Agora!
- Foi ele que começou! - Lando apontou ao número dezesseis.
- Eu não fiz nada! - Charles gritou junto com o número quatro.
- Deu os dois! - ela passou a mão pelo rosto e Jean se sentiu seguro para soltar Charles.
O monegasco considerou a chance de pular em cima do britânico, mas a maneira como Olivia o olhou, como se colocasse uma expectativa maior de que não o faria, o fez concordar, sorrindo na direção dela. Lando, sinceramente, na visão de Antonio, parecia aquele filho somente da parte do pai - Carlos - que a recém estava aprendendo a como se comportar com a madrasta - Olivia, pois o mecânico reparou como ele fez um gesto parecido com o de Charles, mas os olhos no Sainz.
- Ótimo!
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo?
- Já reparou como sempre que acontece as coisas você não sabe? - Olivia o perguntou - Quando sua namorada estava beliscando Charles, você não sabia. Quando Charles proibiu a entrada de Lando, você não sabia. Quando Lando está se vingando, você não sabe. Precisa ficar mais atento, Carlos. Assim não dá.
Os cinco encararam a ruiva, um pouco impactados.
- Acho que tá na hora de tomar café. - Antonio murmurou, sinalizando o Leclerc e o Norris - Quem quer café?
- Vamos! - os quatro se moveram para a saída.
Charles e Lando nem pareciam que estavam se matando a dois segundos. Olivia tinha vontade de bater na cabeça dos dois. Sua mente a lembrou de quando sua mãe gritava aos quatro ventos que queria matar ela e sua irmã. Finalmente estava entendendo aquela reação.
- Quer conversar sobre o que você acabou de falar?
Carlos parecia bem calmo ao questionar depois que a porta foi batida, voltando a se sentar na cadeira que o derrubou, deixando ela escorada apenas nas pernas de trás e um sorriso irritante no rosto.
- Você vai cair de novo.
- E você parece irritada. - ela estreitos os olhos, o fazendo piscar antes de sentar de forma normal - O que aconteceu?
- Charles proibiu a entrada de Lando.
- Antes disso, o que te deixou nervosa?
- Eu não estou nervosa.
- E eu tirei sua virgindade.
- Vai ver tirou.
O sorriso malicioso e irritante estava de volta na cara de Carlos, uma sobrancelha suspensa de maneira narcisista.
- Sua namorada beliscou Charles.
- Você é a minha namorada, se beliscou ele, teve seus motivos.
- Sabe que não estou falando de mim.
- Vamos lá, cariño. - ele sorriu - Fala o que está acontecendo.
Olivia suspirou, caminhando até a cama e deixando os ombros baixos.
- Tiraram fotos minhas de agarramento com os meninos no parque.
- E daí?
- E daí que sabemos o que vão falar.
- Sabemos?
- Vão me chamar de piranha dos mecânicos, parece que já estou vendo... E aí você vai ficar irritado e vai pedir para que eu me afaste deles e eu não vou querer e nós vamos começar a brigar e nisso não vamos mais estar na mesma sintonia, você vai me meter um enorme chifre e eu vou chorar e meu contrato com a Ferrari vai para a merda e...
- Uou! Uou! Uou! - ele se abaixou na frente dela, a vendo com um biquinho choroso que provavelmente o causaria riso em outro momento - Primeiro, por que eu ficaria irritado com umas fotos suas com os mecânicos, sendo que você trabalha com eles e é amiga deles? Segundo, por que eu vou querer que se afaste dos seus amigos? Terceiro, dificilmente vamos ficar sem "sintonia". E fechamos que somos adultos o suficiente para trabalhar juntos caso alguma coisa de errado.
- Você fala isso agora, mas depois vai estar gritando comigo.
Carlos deitou a cabeça para trás, os olhos estreitos ao perceber que não se tratava dele e, sim, dele.
- Mick gritava com você?
A face de Olivia ficou branca.
- Não, não. Ele era um bom namorado.
Existia alguma coisa no interior da ruiva que ainda a deixava com uma vontade de manter proteção a Mick. E ela sabia que Carlos já estava irritado com o Schumacher, por que ela alimentaria isso?
Carlos passou a língua pelo interior de sua bochecha, irritação presente em seu rosto. Não com ela. Nunca com ela. Mas cada vez que achava que o reserva já tinha aprontava demais, mais uma camada era descoberta e ele descobria mais. Ele se perguntava como a sua mulher tinha aguentado por tanto tempo. E o porquê continuava o protegendo.
- Não me importo que tirem fotos suas com os mecânicos, só vou me importar se estiver nua ou seminua e estejam longe de qualquer praia. - ela riu ao escutá-lo e ele inclinou o corpo, encostando a cabeça a dela - Não precisa ficar nervosas com essas coisas, ok? Sempre que acontecer qualquer coisa, sempre vou perguntar primeiro a você. Somos um casal.
- Promete?
- Nunca vou gritar com você, cariño.
Ela sorriu, o puxando para si, fazendo suas costas caírem em cima do colchão. Carlos se arrumou de maneira a ir por cima dela sem a machucar, os narizes se tocando, o que segundo Olivia poderia a vir ser um problema aos filhos toda vez que Carlos citava o assunto - o que foi uma quantidade absurda pela quantidade de dias que estavam juntos. E ela levantou o rosto um pouco mais, apanhando os lábios do espanhol.
Eu me sinto uma mãe orgulhosa com esses dois
Carlos e Olivia
Não Charles e Lando, eles são umas pestes
Eu não sabia como começar esse capítulo, e quando comecei, não sabia como o fazer e acabou resultando nisso
Eu achei que ficou bom
Os meninos - Antonio e Jean - estão preocupados com a ideia de Olivia acabar meio que surtando com todos esses avanços
Sabe quando você passa por um momento meio traumático, demora para passar e acaba avançando muito rápido de repente? Eles estão com medo disso, de que esse avanço seja rápido ao ponto dela acabar regredindo se der algo errado
Eles vão ajudar muito nessa parte do "e se outros souberem" que é a mídia com o relacionamento deles
Podemos ver que ela ainda tem umas pequenas coisas a evoluir e passar depois de tantos anos vivendo uma relação nada boa com Mick
Temos os irmãozinhos brigando
Sei que estavam com saudades desses dois
E temos um Carlos maduro, que vai ajudar a Olivia com o que ela sente medo, vai ter a cabeça mais no lugar, mais calmo e protetor
O que acharam?
Espero que tenham gostado
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