O arquiduque Johannes Franciscus Verstappen não era uma boa pessoa, ou um bom pai, ou um bom marido. Sendo sincero, Max o considerava o ser mais desprezível do mundo. Entretanto, ele ainda era o responsável pelas terras altas de Valência, a mando do próprio rei Michael Schummi Schumacher. E quando uma doença acabou o consumindo, órgão por órgão, até o levar a um estado vegetativo, Max se viu obrigado a ir até Artenas, mais conhecida como terras médias, onde os monarcas viviam, buscar uma autorização para tomar o lugar de seu pai e virar o novo Arquiduque de Valência.

— Eu não acredito nisso.

O loiro sibilou irritado ao chegar cada vez mais próximo a capital, reparando na quantidade de carruagens espalhadas pelas ruas, enquanto Carlos — seu melhor amigo — ria atrás de si. Fazia bons anos que nenhum dos dois não ia até a grande cidade, sede maior do grande reino de Sylvestria, que, acabaram-se esquecendo do grande terror para todo homem solteiro da Corte.

— O velho consegue fazer a minha vida um inferno até quando tá morrendo.

— Não é tão horrível, Max.

— Chegar em Artenas na época da temporada não é horrível, é um inferno.

Ele ouviu um barulho estranho sair de uma senhora que caminhava na calçada, quando os dois passavam. Ele tinha acabado de falar um dos nomes proibidos pela Igreja.

— Perdoe-nos, senhora. — Carlos sorriu caloroso, ato que sempre fazia as pessoas derreterem a sua volta — Estamos a muitos dias na estrada que esquecemos os bons costumes.

Aquilo não era totalmente mentira, levando em consideração o tempo gasto para sair de Valência até Artenas. E Max suspirou, pedindo desculpas a senhora com muita má vontade.

Os dois acabaram se guiando para a mansão dos Sainz na cidade... Max não continha boas memórias de sua antiga casa para se sentir confiante o suficiente para se guiar até ela. Seguindo o melhor amigo e o vendo diminuir o ritmo de galope em seu cavalo com um sorriso caloroso em face.

— Vejamos se não é o pequeno Oscar Jack Piastri Ricciardo!

O menino citado, pareceu ter visto um fantasma, causando um pequeno riso de escárnio de Max. Seu pai teria o torturado se soubesse que expressou tal reação senso tão jovem. Oscar tinha o que? 18 anos? 19 anos?

— Sainz? — ele finalmente reagiu, se erguendo de onde estava sentado juntamente com os outros mais novos e caminhando até o cavalo do mais velho — Carlos Sainz? Quanto tempo!

— Eu quem o diga não? — Carlos soltou uma pequena risada alta, fazendo Max suspirar ao perceber que o amigo tinha decidido ser a bendita pessoa comunicativa de sempre — Vejo que está acompanhado. Quem seriam?

— Esse é o Lando Norris, filho do Conde Norris. — ele puxou o cacheado para seu lado, agarrando seus ombros — Aquele é o meu irmão mais novo, o Franco, lembra? E o Oliver James Bearman Russell, irmão do Conde George.

Max passou os olhos pelo último citado, sua memória boa o suficiente para se recordar do então Conde George. Seus punhos ainda lembravam das intensas lutas com George William Bearman Russell nos tempos de escola.

— George ainda está na cidade? — Max questionou, a postura ereta, olhando suas unhas, como se não tivesse uma rivalidade com o Conde gravada a anos.

— Sim, esse ano nossa segunda irmã debuta. — Oliver respondeu sem imaginar — Fora que a Char parece decidida a encontrar um marido também.

— Já disse a sua irmã, querido. — Lando passou o braço pelo pescoço do mais novo — O coração dela está me esperando.

— Eca! Que nojo!

Oliver empurrou o Norris, uma feição irritada, a mesma que sempre era expressada quando seus amigos insinuavam algo com sua irmã mais velha.

— Deus me livre da desgraça de ser seu cunhado. — Oliver fingiu tremer o corpo em pavor, ao mesmo tempo que a porta da grande casa se abriu e uma jovem surgiu da mansão Piastri-Ricciardo.

Max viu a maneira como os olhos de Oscar encararam em conflito o fato dele e Carlos estarem vendo a mulher, sem entender nada. Entretanto, quando a jovem ergueu o rosto, os cabelos castanhos não escondendo mais a face e os olhos claros pararam em cima dos dois cavalheiros, não foi apenas o segundo filho da família Piastri-Ricciardo que tinha a feição assustada.

— Cavalheiros! — Kelly fez uma pequena reverência, a capa escura tapando o vestido bem bordado que a modista havia feito na semana anterior, praticamente correndo pela rua, não os dando tempo de receber o cumprimento adequado.

— Essa é a...?

— Lady Kelly Tamsma Piquet Souto Maior, filha do Marquês Piquet. — Lando respondeu, ganhando um tapa de Franco — Aí! O que foi? Ele perguntou quem era...

— Ela veio visitar nossa irmã. — Oscar parecia nervoso ao declarar — Caroline e Kelly são muito próximas e...

— Mas a Carol não estava em minha casa com Charlotte? — Oliver perguntou confuso. E Max cruzou os braços, uma expressão séria, vendo os mais novos se encolherem.

— Kelly está visitando Caroline. — Oscar sibilou de forma pausada — Que outra pessoa poderia visitar em nossa casa?

— O Marquês Ricciardo não estava em cas... Aí! — Lando gritou com o amigo ao ter o pé acertado. E tudo pareceu desandar a partir daí, porque um começou a acusar o outro, deixando os dois mais velhos meio perdidos.

— Cala a boca!

Franco ordenou ao próximo conde.

— Bom, rapazes. — Max resolveu tomar a frente da situação, antes que Carlos começasse a enrola-lo mais uma vez — Uma... honra... Vê-los, no caso de Carlos, e conhecê-los, no meu. Mas estamos cansados da viagem e ainda preciso conseguir uma audiência com a Corte e...

— Você pode falar com a rainha ou o príncipe hoje a noite. — Franco sugeriu — Ela está dando o primeiro baile da temporada, toda a Corte está convidada a participar, visto que é um evento importante para o futuro.

— Como um baile é importante ao futuro do reino?

— É onde conhecemos as futuras duquesas, marquesas, viscondessas e condessas do Reino. A rainha estima muito os participantes. Normalmente, os pedidos só são atendidos por aqueles que participam da cartela social.

— Como é? — Verstappen sentiu o corpo tremer ao entender — A rainha somente acata pedidos se a pessoa participa da temporada social?

— Ela nega... — Lando encolheu os ombros, com medo de ganhar outro chute se falar — Mas todo mundo sabe que sim.

— Oh, meu querido amigo! — Carlos realmente pareceu agraciado com a noticia, parecendo cômica em sua cabeça, visto seu conhecimento as práticas sociais de seu melhor amigo — Parece que precisaremos participar da temporada social da Corte.

E Max sentia que podia morrer somente em pensar naquilo. Como ele poderia participar daquele pesadelo, quando deveria estar nas terras altas preparando seu povo para passar por mais um inverno rigoroso?

Ele odiava a Corte.

E odiava ainda mais ao pensar que teria de deixar suas atribuições de lado, apenas porque seu pai era monstruoso o suficiente para continuar vivo, mesmo estando de cama.

Talvez, tudo seria mais fácil, se apenas contratasse alguém para matar o atual Arquiduque de Valência.

O pouparia tempo... E, talvez, seu coração.

Ora, ora, ora

Nossos meninos chegaram a cidade

Te falar, Jos tem que ser uma praga até em fanfic de época

Sem condições

Max só querendo assumir as terras e o velho demorando até para morrer

Carlos, uma pessoa comunicativa

As crias todas reunidas

Kelly saindo escondida da casa do Daniel

E essa é a vida

Fazer o que

O que acharam?

Espero que tenham gostado