ᝰ Obra de consumo +18 por seu conteúdo maduro, os capítulos possui cenas de vivências reais incluindo violências, portanto peço que tomem cuidado ao consumi-la por seus diversos gatilhos e se atentem a seus limites.

Caso se identifique com a vivência de algum personagem da obra, sendo você maior de dezesseis anos ou não, peço encarecidamente que busque por ajuda profissional.

⌇☆ gothvnuz

ꓤOꓷⱯꓤꓤⱯN 𝗣𝗢𝗩'𝗦 ♻️

❝ G-A-R-O-T-I-N-H-O D-A M-A-M-Ã-E
Garotinho da mamãe, garoto da mamãe
G-A-R-O-T-I-N-H-O D-A M-A-M-Ã-E
Garotinho da mamãe, garoto da mamãe
Garotinho da mamãe, garoto da mamãe ❞

O relógio marcava seis horas da manhã e o sol já brilhava forte pelo bairro. Chris tinha das madeixas longas e se preparava para ir à escola quando a porta de seu pequeno barraco abriu mostrando a figura esguia de sua mãe, a mulher estava exausta e repleta de marcas por conta da noite anterior de trabalho, ela abriu um sorriso doce para o filho e deixou um beijinho em sua testa.

ㅡ A mãe vai te levar hoje. ㅡ Anunciou adentrando o banheiro sendo seguida pelo adolescente que estava um pouco confuso, a mulher não costumava lhe levar à escola e as poucas vezes que fazia era porque algo estava acontecendo no bairro.

ㅡ Está acontecendo algo?

ㅡ Não. Nada aconteceu, amor. Eu apenas estou livre hoje o dia todo então vou te levar e se eu conseguir irei lhe buscar no colégio. ㅡ Mentiu.

O adolescente não era bobo. Reparou no corpo magro da mãe ao que ela tirou suas vestes para entrar em um rápido banho e logo se trocou trajando um de seus poucos vestidos, sendo ele na coloração preta e um pouco longo na altura de suas canelas, a albina de um e noventa sorria para o garoto a todo momento, hoje seria o primeiro dia em que teria seu nome social na chamada escolar, Gaya estava orgulhosa, sentia uma grande alegria se apossar de seu corpo.

Antes de sair de casa pegou na mão do filho, ia conversando com seu garoto e o conhecendo mais e mais, já que quase não tinha esse tempo. Aquele pequenos momentos em que conversava com sua mãe sobre seus gostos, ideias e sonhos eram magicos para o garoto sonhador. A mãe amava exatamente cada pedacinho de seu menino e suas ideias e liberdade em expressar sua arte era o que mais gostava, havia criado Chris para ser um grande guerreiro buscando estar presente em sua criação da melhor forma que conseguisse.

ㅡ Sabe mãe, eu quero crescer na vida e nos tirar dessa situação, sabe? Eu ainda vou te dar muito orgulho, velha. ㅡ Disse vendo a mais velha gargalhar por sua forma de falar acabando por sorrir junto.

ㅡ Você por si só, já enche a velha de orgulho. ㅡ Respondeu a mais velha com um sorriso fofo nos lábios grossos.

ㅡ Mãe, você corta meu cabelo hoje?

ㅡ Hoje? Corto sim, amor! Já sabe que corte você quer? ㅡ Indagou ainda com o sorriso lhe moldando.

ㅡ Um mullet, igualzinho ao seu! ㅡ Disse animado vendo a travesti lhe olhar surpresa e baguncar suas madeixas.

ㅡ Vai ficar lindo, amor. ㅡ Falou de forma calma vendo seu garoto sorrir. ㅡ Chegamos bebê, tome cuidado e mamãe te ama! ㅡ E com um sorriso deixou um beijinho na bochecha do menino e o viu ir para dentro do Colégio.

Durante a tarde daquele mesmo dia Christopher finalmente recebia seu primeiro corte de cabelo que lhe agradava, com uma regata preta, uma mini-saia de cintura baixa e uma tesoura junto a um pente em mãos, a maior iniciava o corte nos fios cacheados do filho. O sorriso do - também - albino era bonito, seus olhos ansiosos vagavam pelo reflexo de sua mãe pelo grande espelho. Se sentia livre e aquela experiência era incrível.

ㅡ Mãe, eu esqueci de dizer que Ji vem dormir aqui hoje, elu está tendo problemas com o pai.

ㅡ Puta merda, o pai delu nunca muda? ㅡ Indagou negando com a cabeça enquanto dava os toques finais nos cabelos sedosos. ㅡ Prontinho! Ji sempre será bem-vinde em nossa casa, você sabe disso. ㅡ Finalizou deixando um beijinho na testa de seu adolescente vendo-o sorrir com o novo corte de cabelo, logo escutando a campanhia tocar.

•

Um disparo alto ecoou e o sangue jorrou de sua cabeça e lábios, o pescoço sangrava aos montes, fazendo o corpo esguio cair de imediato sobre o asfalto.
O assassino sorriu em uma falsa doçura para Chris e então fugiu, sumindo por entre os becos de Helly.

O sangue fresco de Gaya dava um certo contraste com o rosto de Christopher, que se contorceu em horror ao ver a cena. Foi possivel escutar um grito lhe rasgar a garganta conforme as lágrimas caiam em abundância.

O corpo já sem vida da mulher de coloração pálida e cabelos crespos estava pintado com o roxo dos diversos hematomas espalhados por sua extensão, uma certa quantidade de sangue ainda escapava pelo grande corte feito no pescoço da albina, tendo seus lindos cabelos grisalhos pintados por um vermelho escuro e vibrante que se espalhava pelo asfalto.

As poucas pessoas que passavam pelo local sequer paravam para averiguar o que havia acontecido, afinal, a travesti fez por merecer.

Os gritos do adolescente eram asperos, seu coração doia como o inferno e sua visão se embaçava, tudo doia tanto que sentia que poderia morrer. Seu corpo trêmulo se moveu para perto podendo ver o rosto da mãe, roxo e ensanguentado. Mais uma travesti assassinada a luz do dia em meio ao passeio público, ninguém sequer se moveu para fazer algo.
Sonhos destruídos, corações estralhaçados, vidas roubadas.

Foi possível escutar o choro das almas.

Em um solavanco o rapaz acordou, sua respiração descompassada, olhos arregalados, seu coração batia forte e seu choro já não era tão silencioso assim. Estava tão atordoado que sequer percebeu a presença alheia.

Seu pranto se tornava alto, a garganta se fechava o deixando com dificuldade em respirar, por que ainda dói, tanto? Sua cabeça começava a doer, odiava reviver aquele dia e isso era um dos motivos pelo qual necessitava de drogas para não dormir, sabia que na maioria das vezes seria em vão. Assim que retomou consciência, agradesceu pela preocupação de Changbin e levantou indo direto para o banheiro, sem muita delicadeza se apoiou sobre a pia e respirou fundo, não deveria ter dormido.

Com rapidez lavou o rosto com agua fria, se sentindo mais calmo. Depois de alguns minutos voltou para a sala onde encontrou o seu mais novo inquilino no mesmo lugar onde o deixou antes de sair dali.

ㅡ Como você está?

ㅡ Estou bem.

ㅡ Eu consigo ver. ㅡ O murmurio baixo foi alto o suficiente para o maior escutar e engolir em seco.

ㅡ Vou ter que sair, tudo bem pra você ficar aqui sozinho?

ㅡ Sim. ㅡ Respondeu relaxando o corpo sobre o sofá, suas partes íntimas ainda se recuperavam da manhã anterior e sua mente continuava uma bagunça. Ficou em silêncio até que Christopher saisse e então suspirou alto ao se ver sozinho na grande sala, seria um longo dia, talvez.

O corpo de Seungmin se movia de forma suave, sua dança transmitia sentimento, dava um contraste com a música profunda, o homem dava voltas e piruetas, seus braços se moviam com delicadeza, seu tronco ora contorcido, ora ereto, a forma como o de fios rosados misturava de seu ballet com dança contemporânea podendo assim expressar sua arte era de se admirar. Gritos asperos e grossos, eram de socorro, sua maquiagem borrada, o corpo magro se escolhia indicando angústia, desespero, talvez dor. Corria para os cantos e caia firme, se deitava sobre o palco abraçava o próprio corpo, impulsava suavemente sua pelvis para cima, suas mãos se moviam com pressa para seu pescoço o apertando enquanto contorcia.

Com um sorriso lindo no rosto deixou o palco indo até o marido que assistia seu ensaio para um concurso que iria participar no final do mês, Hyunjin como sempre chorava, batia palmas e repetia que o mais velho tinha sido incrível no palco. O homem de corpo e rosto manchado pela maquiagem deixou um selar nos lábios alheio, e sorriu.

Seungmin não poderia estar mais feliz. Seu coração pulsava forte e sua boca já doia por estar curvada em um sorriso grande por muito tempo, não demoraram tanto no local onde acontecia as apostas durante a noite, subiram para a relativamente grande residência dos Hwang. As crianças da casa já estavam em suas escolas e o casal passaria o dia todo juntos, queriam aproveitar ao máximo daquele tempo tão dificil de se ter entre ambos, o casal se encontrava um dos banheiros da casa, Seung mantinha-se recostado sobre a banheira tendo o maior entre suas pernas enquanto dava beijinhos pelo braço bronzeado.

ㅡ Tenho tanto orgulho de você. ㅡ Mumurou Hyunjin com um bico fofo nos lábios, podendo sentir as mãos firmes vagarem por sua cintura. ㅡ Eu sinto falta, sinto falta de ficar assim com você, sinto falta de te beijar até a boca ca-

ㅡ Você pode matar essa saudade agora, sabia? ㅡ Virou o esposo de frente para si puxando-o delicadamente para um beijo, calmo. Suas mãos subiram para os fios onduladas enquanto as alheia vagavam por seu tronco magro, eram diversas cicatrizes. Seung fazia questão de degustar daquele ósculo da melhor forma que conseguia, podia sentir o gosto da saudade e paixão conforme as línguas afoitas se enroscavam com afinco em uma dança lenta, ambos corações pulsavam fazendo o calor do amor subir por seus corpos, ao findar o beijo com diversos selinhos e mordidinhas.

Um beijinho casto no pescoço do marido, um sorriso grande e juntar de ambos lábios novamente.

•

As pernas já estavam doloridas e parte de seu corpo seminu vazava sangue, Minho corria sem um rumo certo por mais uma vez. Sabia que ele o seguia, os assobios do homem de mais ou menos trinta anos lhe assombrava capaz de causar calafrios e um choro alto,
ele era seu porto seguro e quem melhor a entendia, era tão bonito e doce.

Até tentar lhe matar.

Ela gritava por socorro e ninguém lhe ajudava, queria acabar com todo aquele desespero, a cada passo dado suas pernas falhavam cada vez mais, aumentou a velocidade quando adentrou uma rua conhecida torcendo para que ele estivesse em casa.

Não se esqueçam de dar uma passadinha na playlist da estória que está incrivel e conta com músicas essenciais para a cena em estaremos vivendo dentro desse espaço, a sequência está disponível no spotify (e em breve no eSound) pelo nome 3RD♻️ EYE ou pelo link no meu perfil!

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