ᬊ Vida em Risco 💥🩸
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➵ ℬlair ➵
Os dias no mar foram mais prolongados do que imaginei, mas desde a primeira noite não tivemos mais nenhum imprevisto. Minha convivência com Ethan estava melhorando a cada dia, por mais que tivéssemos as nossas desavenças, a maioria das discussões terminavam em risos, dificilmente ficamos calados por muito tempo.
O navio acabou de atracar e desembarquei com ele.
- Segue o planejamento? - digo olhando em volta.
- Sim, faremos o seguinte: vamos comer agora e depois seguimos viajem.
- Então vamos, quero tirar a barriga da miséria logo.
- Você é tão dramática as vezes - ri e segue reto até a pensão mais próxima.
Após o almoço, fomos a uma baia onde haviam muitos cavalos correndo, comendo grama ou fazendo exercícios com uma Beta.
- São muitos... - apoio os braços na cerca observando o lugar.
- Eu já escolhi um - o Alfa aponta para uma égua branca saltando por cima de alguns obstáculos.
- Acho que é o cavalo que deveria te escolher.
Sinto um empurrão no ombro me assustando e quase perdendo o equilíbrio, mas me seguro na cerca e olho para o lado. Um cavalo cor de cobre me encarava relinchando.
- Esse tem senso de humor. - Ethan ri colocando a mão na testa.
- Oras seu abusado! - fico de pé em frente do animal e o mesmo passa a língua em meu rosto
Permaneci com os olhos fechados por um tempo, ouvia as risadas histéricas de Ethan do meu lado. Lentamente pego um lenço no meu bolso e limpo o rosto.
- Entendi, esse gostou de mim. - estendo a mão e ele coloca a cabeça embaixo, sorri passando os dedos por sua crina.
- Ele gostou de você e raramente costuma se aproximar das pessoas. - um Ômega se aproxima de mim e apoia um braço na cerca.
- Devo ser especial então? - olhei para Ethan - Gostaria de levar esse.
- Está bem. - ele sorriu e dá leves tapas nas costas do cavalo.
Em pouco tempo estávamos em uma trilha da floresta, cada um montado no seu cavalo.
- Eu escolhi um nome para a minha égua, Albina.
- Que nome sem criatividade. - debochei.
- Ei, faz sentido! Ela é branca...
- Porque não a chama de...hum - mordo o lábio inferior tentando pensar em algo.
- Ao invés de criticar o nome da Albina, por que não pensa em um nome para o seu cavalo?
- Está bem. Será Rúben. - o mesmo relincha balançando a crina - Viu, ele gostou.
- Pelo menos tem bom gosto.
Quando o dia estava quase no fim, chegamos a um pequeno vilarejo em uma clareira. O lugar tinha uma energia estranha, deveria ser por causa da grande festa que estava acontecendo. Enquanto passava pelas ruas, observei vários Alfas e Betas bebendo com Ômegas dançando em volta. Em um pequeno palco, estavam algumas de olhos vendados e mãos atadas.
- Acho que venceram uma guerra contra outro vilarejo, e trouxeram os Ômegas como "prêmio" - diz descendo da égua e faço o mesmo
- Bem vindos a Hearow viajantes! - um Beta loiro de olhos verdes vem até nós com uma caneca grande de cerveja na mão. - Como podem ver, estamos em celebração, vencemos uma batalha contra o vilarejo, aproveitem a festa ou se acomodem em minha humilde estalagem.
Ethan me olha por alguns segundos e para o sol se pondo atrás das árvores.
- Gostaríamos de passar a noite, um quarto basta. - diz e o loiro abre um sorriso.
- Maravilha! Me sigam. - o Beta gira dando as costas e seguindo para a direita.
Algo em mim me dizia para ficar ali mesmo, não sabia explicar, mas parecia que alguma coisa em meio aquela festa precisava da minha atenção.
- Eu te encontro depois. - o lúpus me olha e suspira.
- Tem certeza?
Ethan perguntei e eu balancei a cabeça decidida.
- Sim.
- Tome cuidado então, se cuide. - Ethan me olhou uma última vez antes de seguir o Beta com nossos cavalos.
Observei por um tempo aquela festa interminável, passei por vários Alfas bêbados dançando e cantando as canções que a banda tocava. Por um momento, a música parou e todos direcionaram o olhar para o palco, um Alfa barbudo grisalho e robusto subiu ficando ao lado das Ômegas, sorrindo para a plateia.
- Companheiros! Enfim, chegou a hora mais esperada da noite. Pedi para que não tocasse em um fio de cabelo desses Ômegas, venho dizer que a espera... - vai até uma mulher do seu lado e puxa cabelo dela para trás deixando um beijo em seu pescoço - Acabou!
A plateia vibrou em resposta, meu estômago revirou com aquela cena, sentia muito nojo. O Alfa continuou:
- Temos belos Ômegas aqui, e essa já é minha. - empurra a mesma para o lado e dois Betas a levam - Começando os valores por quinhentas moedas de bronze!
Vários Alfas elevaram a voz, cada um tentando dar um valor mais alto. Meu olhar parou em uma baixinha de cabelo preto na altura dos ombros, não conseguia parar de tremer, e não deveria ter mais de dezesseis anos. Meu coração pesou e senti pena da mesma. Sem perceber acabo deixando minhas emoções tomarem conta de mim e gritei:
- Eu dou 800 moedas de ouro pela baixinha de cabelo preto! - todos a minha volta se calaram e o Alfa no palco me olha surpreso, mas sorriso surgiu em seus lábios.
- Quem dá mais? Dou lhe uma...dou lhe duas. Vendida! Para a Ômega de capa vermelha, venha aqui em cima pegar seu prêmio.
No caminho ignorei os rosnados furiosos a minha volta e subi no palco, encarei o Alfa nos olhos com desdém e joguei o saco de moedas em suas mãos. Peguei a Ômega pelo braço a levando comigo para longe, a mesma mal conseguia dar um passo sem tropeçar.
- O-o q-que...v-vai fazer c-comigo? - a Ômega sussurrou desesperada.
Chego nos portões do vilarejo e tiro a venda de seus olhos. Pude ver sua aparência mais de perto, sua pele era branca como a mais pura neve, seus lábios vermelhos e carnudos, e olhos azuis como o céu, vestia apenas uma túnica quase transparente até metade das coxas.
- Eu não sei o que fez, mas esse seria o pior destino para uma Ômega tão jovem. - corto as cordas em volta de seus pulsos e ela suspirou aliviada - Agora, saia daqui, vá para longe.
- Eu não tenho para onde ir... - a mesma se virou para mim com os olhos marejados.
- Eu não estou abrigando ninguém, como pode ver, gastei tudo o que tinha com você. Então faça um favor a nós duas: vá embora.
Sem dizer mais nada, ela anuiu e correu para dentro da floresta. Suspiro imaginando a bronca que levaria por "roubar" o dinheiro de Ethan e gasta-lo totalmente, em um único dia.No fim, ri baixo enquanto retornava para a tal estalagem.
- ههههه -
- Como assim você gastou todo o dinheiro!? Eram 800 moedas! - Ethan grito furioso colocando as mãos na cabeça.
- Como disse, foi por uma boa causa. Não me arrependo de nada. - deslizo pelo colchão e coloco a cabeça para fora da cama.
Olhei entediada para o mesmo, o vendo de cabeça para baixo e me encarou com os olhos vermelhos, aquilo o deixou mesmo irritado. Quando iria abrir a boca, escutamos batidas na porta. Ele se levantou e suspirou antes de abrir, dando de cara com uma Beta idosa.
- Maison me pediu para lhe entregar isso. -apontou para mim e entrou com um buquê de lírios em mãos - E solicitou por você, Nathaniel. Ele está lá embaixo no escritório.
O mesmo me olhou e encarou aquela senhora.
- Eu já volto, não saia desse quarto e muito menos faça outra estupidez. - pegou o buquê das mãos da senhora e o jogou pela janela.
- Está bem. - me sento na cama e reviro os olhos.
Quando a porta se fecha, a Beta se aproxima de mim, relutante mas ao mesmo tempo decidida.
- Por que fez aquilo? Se apiedou dela? - se referiu a Ômega de antes
- Eu fiz o que era certo, estava ao meu alcance. - a mais velha juntou as mãos e me olha com lágrimas caindo em suas bochechas.
- Muito obrigada! Não sei como lhe agradecer, por ter feito essa ação tão bondosa!
- Não precisa me agradecer, eu só fiz o que tinha de fazer, era o certo. - sorri sem mostrar os dentes.
- Eu sei que isso pode parecer...loucura. - sussurrou a última palavra e mordeu o lábio - Mas precisa nos ajudar!
Fico quieta por alguns segundos pensando na resposta, as palavras de Ethan soaram nos meus ouvidos, junto com minha consciência.
- E isso também diz respeito a você e a seu Alfa.
- Ele não é meu...
- Os dois correm um sério perigo! - se aproxima mais de mim e meu coração acelera - Todos viviam em paz e alegria no vilarejo, até que Albert chegou com seus companheiros e quiseram ficar, mas logo vimos que se trata de um homem cruel e nojento. Os expulsaram, mas ele jurou vingança e que tomaria o vilarejo inteiro, foi o que aconteceu, a um mês atrás matou quase todos os Alfas e Betas homens. Ele e seus companheiros estão mantendo como escravos os Ômegas e Betas que restaram...e deve imaginar o que fazem com os mesmos.
O silêncio se fez presente no quarto, com um sentimento de luto e angústia. A Beta não conseguia conter suas lágrimas após contar o infortúnio que abrange o vilarejo. Após algum tempo ela continuou:
- Meu filho e os que escaparam da matança, uniram forças com o vilarejo vizinho e pretendem lutar para nos salvar das garras de Albert. A pergunta é: está disposta a nos ajudar?
- Você disse que isso "diz respeito" a mim e ao me...quer dizer o Nathaniel!
- Eu ouvi que vocês não tem mais dinheiro, Maison não tolera esse tipo de situação, ele vai matar seu Alfa e lhe tomar como sua...se já não tiver feito a primeira parte citada. - me levanto rápido e coloco as mãos na boca.
- Isso é horrível! Tenho que salva-lo! - antes que pudesse chegar a porta, a Beta segura meu braço.
- É muito perigoso, vai acabar tendo o mesmo destino que ele! Precisa pensar em um plano.
- Quando seu filho pretende atacar?
- Esta noite.
- Preciso que me passe todo o plano, até os mínimos detalhes.
A mais velha sorriu satisfeita.
♛ ℰthan ♛
Bato na porta do escritório e após ouvir um "entre", sigo para dentro encontrando Maison sentado atrás da mesa com os pés em cima.
- Você parece ser bem rico. Por sua Ômega ter gastado tanto dinheiro comprando mais uma. - riu ascendendo um charuto que estava em seus lábios.
- Isso é problema meu. O que quer tratar comigo?
- Eu quero o dinheiro que me deve, aqui não é um abrigo para sem tetos - o Beta se levantou e anda lentamente até mim.
- Lamento, mas não tenho mais um centavo no bolso. - abri um sorriso amarelo, queimando de raiva por dentro.
A Blair me paga!
- O que!? - o loiro rugiu e me olhou furioso, mas suavizou aos poucos olhando para algo atrás de mim
Sinto uma fisgada nas costas e depois uma dor insuportável, tropeço para frente ficando cara a cara com Maison, que sorria cada vez mais. Levo a mão até o local e engasgo com a própria saliva encarando o sangue. O Beta tira o charuto dos lábios e solta uma pequena nuvem de fumaça em meu rosto.
- Resposta errada. - disse balançando a cabeça lentamente em negação- eu estava começando a gostar de você...mas não misturo trabalho com sentimentalismo.
Com a dor eminente, acabo caindo para o lado, me apoio na cadeira tentando suportar aquilo e discretamente coloco a mão no cabo da espada esperando o momento para atacar.
- Já sabem o que fazer - escuto ele dizer e alguns passos atrás de mim.
Deixo me guiar pelos extintos e levanto lentamente desembainhando minha espada, me viro para eles e corto a garganta do Alfa que estava com a pistola. A minha frente estavam cinco Alfas me olhando furiosos, ignoraram o outro agonizando no chão e partiram ao meu encontro.
Giro minha espada no ar e corto a mão de outro em minha direção, pego sua espada e a enfio pouco acima do umbigo, com a outra corto a cabeça de um homem ao meu lado. Só restam dois. Mais um disparo é dado e atinge minha mão, me fazendo soltar a espada, gritei de dor mas não perdi o controle, o Alfa me joga contra a mesa a quebrando em baixo de mim, colocou seu corpo contra o meu e aproximou a adaga do meu pescoço enquanto dominava meu braço esquerdo.
Com a mão livre seguro a dele impedindo sua lâmina de rasgar minha garganta, cuspo em seu rosto o fazendo perder a visão por alguns segundos e afrouxar o aperto em minha mão, passo os dedos sobre a madeira e pego uma estaca enfiando em seu olho, não dando tempo dele reagir a puxo e cravo em sua testa. Jogo seu corpo para o lado e pego minha espada do chão bloqueando o ataque de uma Alfa, a mesma me colocou sobre a parede rosnando baixo, soco seu rosto e a chuto para o lado enquanto pego minha pistola, disparo três vezes contra seu peito e a mesma caí sem vida no chão.
Respiro fundo tentando me manter de pé por mais tempo, olho para o lado e vejo Maison olhar assustado para os corpos no chão. Quando nossos olhares se cruzam, o mesmo corre para fora, mas sou mais rápido e jogo a espada na porta, a fechando de uma vez. O loiro bateu as costas contra a porta, tirando uma pistola do cinto, apontando para mim com as mãos trêmulas.
- Agora somos só eu e você... - ando lentamente em sua direção.
- Para trás! Estou a-avisando! - disparou contra mim mas desvio das balas, tinham muita pouca precisão, graças as suas mãos trêmulas.
- É uma pena mesmo, estava gostando de você. - pego a espada e enfio a lâmina em seu peito, o mesmo grita mas tampo sua boca.
- E-eu posso perdoar sua dívida!... - murmurou agonizando de dor.
- Sinto muito, mas não vou reconsiderar - movimento a espada para o lado rasgando seu peito, o Beta tentou lutar, mas parou ao atingir seu coração.
Limpo a lâmina na blusa dele e o jogo para o lado, ao abrir a porta a fecho rapidamente vendo as balas quase me atingirem. Olho para os lados e paro em frente a janela.
- Vamos então. - dou alguns passos para trás e corro, escondi meu rosto com os braços e pulei para fora quebrando o vidro.
Caí no lado de fora e tossi colocando as mãos nas costelas, mal podia sentir o meu corpo de tanta dor, mas levantei rápido com as últimas forças que restavam e corri para a floresta. Quando estava a uma distância segura, me apoio em uma árvore e sinto minhas pernas ficarem fracas, caio de joelhos no chão me apoiando no chão, o sangue escorria das minhas costas para os ombros. Minha visão ficou turva e vejo alguns vultos a minha frente, mas perco lentamente os sentido.
/ Nossa, essa cena de ação ficou melhor do que eu imaginei, foi a melhor que já escrevi. Kkkk eu revisei essa parte ao som de "Eletric Love" kkk amei. Agora está tocando "Here Without You"...que brisa kkk
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