
⛧ 𝘀𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗼 𝗷𝗼𝗴𝗼
﹙┈─ 𝕮apítulo 02 ﹚︐ . . . ﹕女孩瓷
𝟐𝟎𝟎𝟓 ─ 𝗶n𝘁era𝘁𝗶v𝗼 › ┈─ 💀
𖹭 Fique ciente que esse capítulo específico contém violência, palavras de baixo calão, temas sugestivos e conotação sexual. Boa diversão!
𝐂𝐇𝐄𝐆𝐀𝐌𝐎𝐒 de volta à mansão, e a chuva fina estava tamborilando suavemente contra o teto da caminhonete. Charlie abriu o portão da garagem com o controle remoto, e depois nós entramos, quando descemos do carro, a vampira disse:
— Aí, Enzo, leva ela para o segundo andar. Tem um quarto preparado para ela.
— Tuuuudo bem, morceguinha — ele pareceu cantar essa primeira palavra.
O latino assentiu e se virou para mim com um sorriso.
— Vamos lá, corázon. Vou te mostrar o caminho!
Enquanto subíamos a escadaria dupla, ampla e elegante, senti um misto de cansaço e gratidão. Seguimos para o lado direito, diferente de quando eles me levaram para o escritório do Capitão.
— Sabe... — começou ele, com um sorrisinho nos lábios. — Hades pode parecer durona, mas ela tem um coração de ouro. Bem, mais ou menos. Talvez um coração de prata com um revestimento de ouro... ou algo assim.
Eu ri, a tensão nos meus ombros diminuindo um pouco.
— Ela parece bem intensa.
— Intensa é uma boa palavra! — ele concordou, piscando. — Mas você vai se acostumar. Além disso, a mansão é dela, então ela pode ser um pouco mandona às vezes. Mas acho que você vai gostar e vai conseguir lidar.
Quando chegamos ao segundo andar, ele me levou por um corredor largo e bem iluminado. Notei que haviam várias portas, e meu quarto provavelmente era o último. Eu nem sabia dizer quantos quartos deveriam ter naquele lugar.
Havia uma outra escada no final.
— Aquela escada leva pra onde?
— Pro terceiro andar, que é uma parte proibida da casa — me respondeu. — Se você subir lá sem autorização, pode ser que a Hades beba seu sangue e coma sua pele.
Eu fiquei em choque com aquela informação, não fazia ideia de que aquela vampira era tão animalesca assim.
— Tô brincando! Tô brincando! — ele riu, tirando sarro de mim. — Fica a vontade pra ir lá, tem jardim de inverno, biblioteca, sala de música...
Paramos em frente a uma porta de madeira esculpida, e Enzo a abriu com um gesto teatral.
— E aqui está seu quarto! — anunciou, fazendo uma pequena reverência. "
— Se precisar de alguma coisa, é só chamar qualquer um. Ah, e o banheiro é logo ali, naquela porta.
Era uma suíte.
O quarto era grande e acolhedor, com uma cama de dossel coberta com lençóis azuis num tom escuro e macios. Uma lareira estava ali, mas não tinha lenha, provavelmente só seria acesa à noite, suavemente num canto. Na parede oposta, uma janela grande deixava a luz cinzenta do dia chuvoso entrar, criando uma atmosfera quase onírica.
— Obrigada, Enzo — eu estava sunceramente grata.
Com isso, ele se afastou, fechando a porta atrás de si. Suspirei profundamente, absorvendo o ambiente sereno do quarto, e notei que haviam roupas limpas padronizadas — calça preta de moletom e camisa da mesma tonalidade.
Caminhei até o banheiro, que era enorme, e notei que também havia uma banheira. Mas, optei por uma ducha de água morna. Despi-me lentamente, sentindo cada peça de roupa cair ao chão, como se estivesse me libertando dos eventos do dia. Aliás, que dia!
Quando abri o chuveiro e senti a pressão da água morna, um alívio imediato tomou conta do meu corpo cansado. Fechei os olhos e deixei a mente vagar, tentando juntar as peças fragmentadas do meu passado recente. Está muito cedo ou já posso me sentir esperançosa sobre o meu futuro?
Depois do banho revigorante, me vesti com roupas limpas e peguei o suéter para poder usar.
QUAL SUÉTER HADES SEPAROU PARA VOCÊ?
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Vesti-o e me olhei no espelho, vendo que havia servido perfeitamente. Era justamente o meu tamanho, além de ser muito confortável e quentinho.
Em seguida, saí do quarto e segui pelo corredor, até chegar nas enormes escadas, e desci, sentindo um aroma delicioso, que estava vindo da cozinha.
— Olha, eu prefiro de ladinho.
Ouvi uma voz dizer. Voz peculiar, era o Charlie?
— Melhor pra mim é por cima! — agora ouvi a voz do Enzo.
— Por cima? Melhor é quando tá por baixo! — e em seguida, Hades.
Tendo seu desfecho com o Capitão:
— Eu gosto de comer de todo jeito, particularmente.
Do que eles estão falando? Que confusão, e pegar essa conversa sem contexto foi ainda mais estranho.
Me aproximei lentamente da enorme cozinha escura com uma bancada no meio. Ao entrar, vi Hades picando legumes com precisão, numa tábua de madeira, Charlie mexendo uma panela no fogão, entre tantas que estavam lá e Enzo guardando algumas louças, enquanto um pano de prato estava em seu ombro.
Era uma visão tão doméstica e normal que, por um momento, quase esqueci onde estava e o que havia passado.
Aaron também estava lá, encostado na bancada, vestindo um suéter num tom pêssego que contrastava estranhamente com sua expressão sempre séria. Ele segurava um copo de café quente, e o vapor estava subindo em espirais suaves.
— Tá bom, tá bom. Vamos encerrar esse papo de feijão e vamos falar de coisa séria — ele deu um gole do conteúdo da garrafa. — O carregamento tá todo certo?
Charlie não perdeu a chance de brincar.
— Qual é, Capitão? Você deveria relaxar um pouco. Estamos em casa, não num quartel — disse ele com um sorriso travesso. — Além disso, tudo correu bem. O padre é de confiança.
Aaron estreitou os olhos para Charlie, mas não pôde deixar de esboçar um pequeno sorriso.
— Só tô garantindo que tudo tá em ordem.
Hades levantou os olhos do que estava fazendo e olhou para mim.
— Aí, bem, eu tô fazendo feijão com legumes, carne assada, arroz com cenoura e salada. 'Cê gosta?
— Gosto, gosto! Eu gosto muito de comida, pra falar a verdade.
Enzo riu nasal e adicionou:
— Se você sobreviver à comida do Charlie, você pode sobreviver a qualquer coisa.
Charlie fingiu ofender-se, mas seu sorriso permaneceu.
— Ei, minha comida não é assim tão ruim!
A cozinha ecoou com risos leves, e a sensação de medo do dia começou a se dissipar. Aos poucos, eu estava me sentindo incluída, porque querendo ou não, eles são bem acolhedores.
O Capitão terminou seu café e suspirou, deixando a caneca de cerâmica na pia.
— Aí, Charlie, vê se não queima a carne.
O loiro riu e abaixou a cabeça, movendo-a negativamente.
Aaron saiu da cozinha e foi para outra parte, me deixando apenas com aquele trio. Eu me inclinei e apoiei meus braços na bancada, enquanto continuava com eles.
— E, lá vai o homem! — o latino brincou.
— Aonde ele vai? — questionei, curiosa.
— Provavelmente vai lá checar o carregamento... — Charlie revirou os olhos.
— Cara, pensa num homem sistemático — Hades deu ênfase.
— Sistemático, não. Ele se denomina precavido! — o moreno ponderou para a vampira.
[...]
Agora estávamos todos sentados em torno da mesa da sala de jantar, e a atmosfera era estranhamente acolhedora, como fora na cozinha. O candelabro lançava uma luz suave e dançante sobre nossos rostos, criando um brilho quente que contrastava com a escuridão do lado de fora, ainda não era noite, mas estava quase anoitecendo. A ventania que rugia lá fora parecia distante, abafada pelo som dos nossos risos e conversas.
Hades estava à minha esquerda, sentada com uma perna levantada na cadeira, enquanto comia. Charlie estava à minha direita, enquanto Enzo estava na outra ponta da mesa, e esses dois distribuíam piadas como se fossem brindes. O Capitão já estava sentado numa extremidade da mesa, perto de todos nós, e ele parecia mais relaxado que o normal.
— Aí, galera, eu não queimei a carne, né? — ele passou os talheres pelo pedaço no prato, praticamente desfiando.
Sorri, ainda um pouco tímida, mas sentindo-me mais à vontade.
— Porque a Hades tava te supervisionando, né? — ressaltei
— Ah, não! Até você? — ele fingiu estar desapontado.
— É bom ver que você concorda com a gente, querida — Aaron mencionou.
— Ele só fala assim porque sabe que você pode contar com a gente — disse Enzo piscando para mim. — No fundo, ele é um sentimental.
Aaron riu; um som raro e genuíno.
— E vocês são uns palhaços. Mas eu prefiro assim. Mantém a moral alta.
O som dos talheres contra os pratos, e as risadas ocasionais, junto ao murmúrio constante de conversas preenchiam a sala de jantar com uma sensação de normalidade. Eu me pegava sorrindo mais do que tinha feito há tanto tempo, sentindo-me verdadeiramente bem com essas pessoas. Era estranho pensar que, em meio a tanto caos, eu poderia encontrar um tipo de família aqui.
Após almoçar, eles falaram que iriam cuidar da louça, e eu poderia ficar despreocupada. Subi ao segundo andar e segui pelo corredor que havia me chamado atenção antes, e caminhei até a biblioteca.
Era enorme, escura e chique.
Haviam vastas estantes dos mais diferentes exemplares de todos os livros possíveis, além de duas poltronas pretas e um divã da mesma coloração sobre um tapete persa, junto à vidraça belíssima na parede. Tinha também uma mesinha de madeira envernizada, com um abajur de luz opaca e uma gaveta.
Charlie e Enzo pegaram um baú no cemitério hoje mais cedo, e limparam sua poeira. Dentro dele, haviam alguns papéis amarelados pela idade, em que estavam escritos possíveis cânticos do Grande Livro do Destino. Junto deles, também tinha um papel preto, com tinta branca onde estava desenhado um símbolo.
Era o mesmo símbolo que Aaron havia me mostrado mais cedo, no escritório.
O símbolo era uma combinação enigmática de formas e figuras, liberando uma sensação de antigo e proibido, que causou um arrepio em minha espinha. Haviam alguns lapsos de memória em minha mente, onde eu conseguia ver uma capa preta, com ele cravado.
No centro, havia um círculo grande e perfeito, representando a eternidade e o infinito. Dentro desse círculo, uma estrela de oito pontas, cada ponta estendendo-se em direção ao limite do círculo, como se buscasse alcançar os confins do universo. No meio da estrela, um olho aberto, olhava fixamente, como se enxergasse a alma de quem lia. Esse olho parecia vivo, com uma pupila afiada e detalhada, cercada por intricadas linhas que formavam um padrão hipnótico e vigilante, guardando segredos milenares.
Ao redor do círculo, quatro símbolos menores estavam posicionados nos pontos cardeais. Ao norte, um corvo com asas estendidas, provavelmente representando a morte e o presságio. Ao sul, um crânio humano, simbolizando a mortalidade e o inevitável fim. A leste, uma chama, representando a destruição e o renascimento pelo fogo, como uma fênix que renasce das cinzas. E a oeste, uma lua crescente, simbolizando a noite e os ciclos eternos.
Entre esses símbolos, linhas curvas e espirais interligavam-se, formando um padrão quase labiríntico, como se cada linha carregasse consigo um fragmento. No espaço entre essas linhas, pequenas runas e glifos em uma linguagem esquecida espalhavam-se.
Tenho certeza que eu havia conseguido decodificar tudo isso, mas na minha mente não vinha nada no momento, por mais que eu olhasse e me forçasse a lembrar.
[...]
Apesar dos meus esforços, minha mente estava um pouco debilitada, então avisei ao pessoal, para que pudéssemos ir para a faculdade amanhã e ver se ainda tinham alguns cânticos traduzidos guardados. Eles poderiam me indicar pelo menos uma direção, para que eu pudesse começar a decodificar por conta própria.
Não seria fácil, mas eu sei que sou capaz.
Com o cair da noite, tirei o suéter e vesti um pijama que a vampira havia deixado lá para mim.
QUAL HADES DEIXOU PARA VOCÊ?
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Agora, eu estava na minha cama, com a lareira acesa, e o som da lenha sendo queimada crepitava no ambiente. As cortinas transparentes estavam fechadas, bloqueando um pouco a luz que vinha do poste que ficava ao lado de fora, no jardim.
Minha mente estava inquieta. O sono não viria nem tão cedo, algo estava me mantendo acordada, e eu estava ficando cada vez mais impaciente por não saber como fazer essa sensação parar. É melhor dar uma volta pela mansão, pode ser que ajude a espairecer as ideias, e quem sabe eu fique sonolenta?
OPA, MOMENTO DE ESCOLHA!
Faça sua escolha e procure o banner que indica a sua rota, como no outro capítulo.
A - IR À VARANDA; você encontrará Charlie.
B - IR À SALA; você encontrará Aaron.
C - IR À BIBLIOTECA; você encontrará Enzo.
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A noite estava quieta, exceto pelo constante tamborilar da chuva contra o telhado. Eu não conseguia dormir, então decidi sair do quarto e descer as escadas silenciosas. A mansão estava envolta em sombras, com apenas a fraca luz das lâmpadas para guiar meu caminho pelo corredor.
Chegando no primeiro andar fui atraída por um brilho suave vindo da varanda coberta, segui até lá e encontrei Charlie.
Ele estava sentado num banco de madeira polida, com um cigarro aceso iluminando seu rosto em intervalos rítmicos enquanto ele tragava. A fumaça dançava ao redor dele antes de se dissipar na umidade da noite. O loiro estava observando a parede de vidro, vendo como as gotas da chuva escorriam, e como alguns relâmpagos iluminavam a noite escura.
— Não conseguiu dormir? — perguntei suavemente, andando.
Charlie olhou para mim, um sorriso meio cansado surgindo em seus lábios.
— Nem um pouco. E você?
Balancei a cabeça, me aproximando para ficar ao lado dele.
— Também não. O que você faz acordado a essa hora?
Notei que agora ele usava somente uma camiseta branca, um pouco colada à seu corpo. Vi que havia uma mancha negra em sua pele alva, em seu bíceps direito.
Ele deu de ombros, exalando uma nuvem de fumaça.
— Gosto de refletir durante a noite. O silêncio, a escuridão... tudo isso me ajuda a pensar.
Sentei-me ao lado dele no banco, sentindo a brisa fria e úmida no rosto, que passava por uma pequena parte da parede de vidro que deveria ser uma janela. Ele havia aberto, para que a fumaça da nicotina não ficasse toda concentrada ali.
— Sobre o quê você reflete?
Charlie riu suavemente, um som que se perdeu na noite.
— Sobre tudo e nada. Sobre a vida, nossas missões, o que estamos fazendo aqui. Às vezes, as respostas são mais claras quando o mundo ao redor está dormindo, entende? — assim, ele apagou o cigarro num cinzeiro de pedra escura que estava ao seu lado.
Havia algo profundamente introspectivo e vulnerável na forma como ele falava, uma faceta dele que eu não tinha visto até então.
— É difícil imaginar que você tenha dúvidas, Charlie. Você sempre parece tão seguro de si.
Ele virou-se para me olhar, e aqueles olhos azuis estavam brilhando com um misto de seriedade e suavidade.
— Todos temos dúvidas, meu bem. Ninguém é invencível, nem mesmo aqueles que aparentam ser. O segredo é aprender a conviver com essas dúvidas e seguir em frente.
Não consegui mais conter minha curiosidade, e tomei coragem para perguntar.
— O que é isso no seu braço? Uma tatuagem? — fiz um sinal, apontando no meu braço para sinalizar.
— Isso? — ele levantou um pouco a manga da blusa, expondo mais a pele.
— Uhum...
— Lamashtu.
Por um segundo eu jurei que havia ouvido errado.
— Perdão?
— Lamashtu — ele reafirmou. — É um demônio.
— Você tem um demônio no braço? — aquilo ainda parecia impossível.
Ele abaixou a cabeça e riu baixinho, passando a mão pela nuca, antes de respirar fundo. Eu sentia que algo de muito interessante estava por vir.
— Sabe, eu não tenho muitas memórias da minha infância... — ele dizia, olhando para o vidro e para a chuva. — Eu me lembro bem pouco, mas tem uma memória bem clara na minha cabeça... essa nunca some da minha memória, mesmo que eu tente esquecer...
— Tá tudo bem se não quiser falar... — tentei ser o mais gentil possível em minhas palavras.
— Não, não. Tudo bem — ele respirou fundo de novo. — Minha mãe fazia parte de um culto demoníaco — ouvir isso foi um baque. — E, quando eu tinha sete anos, eu me lembro de ver várias pessoas com capuzes vermelhos e velas pretas nas mãos... — e assim ele prosseguiu. — Lembro que eles me acorrentaram à uma cama de mármore, e me sacrificaram pra um demônio.
— O-O que? Mas...
— Ao invés do demônio me aceitar como oferenda, ele me possuiu... e matou todas as pessoas naquele culto — eu sentia um pesar em sua voz. — Às vezes eu tinha uns lapsos de consciência e conseguia "me conectar", assumindo o controle do corpo. Mas, eu nem sempre tinha essa sorte, em alguns momentos ele saía de controle.
Aquela história era triste e mórbida. Caralho, como tem coragem de sacrificar uma criança?
— Aí há dez anos atrás eu conheci o Capitão.
— E por que ele não exorcisou e baniu o demônio?
Ele riu nasal.
— Eu era um pirralho de sete anos, você acha que meu corpo aguentou a possessão? Lamashtu é um demônio muito forte, meu corpo acabou morrendo — aquilo sim era perturbador. — Então, ele optou por só selar ele no meu braço. Porque se esse merdinha for embora, eu morro. É ele que me mantém vivo.
— E-Eu sinto muito, Charlie...
Coloquei minha mão em seu ombro, numa tentativa de consolo.
— Agradeço sua preocupação, de verdade — ele olhou para mim e sorriu sem mostrar os dentes, suavemente. — Mas, tá tudo bem. Ele não tem mais controle sobre mim.
— Que bom, né? — eu sorri com ele, demonstrando solidariedade. — Olha, acho que depois dessa história, eu vou dormir.
Eu me levantei do banco, e o loiro segurou minha mão imediatamente, levando até seus lábios e depositando um beijo no dorso. Minha pele se arrepiou, e eu rezei internamente para não ter deixado isso visível, seria vergonhoso para mim.
— Boa noite, meu bem.
— Boa noite.
Depois disso eu subi as escadas e fui até meu quarto com um sorriso idiota estampado nos lábios. O peso das incertezas parecia um pouco mais leve, e o futuro, um pouco menos assustador.
SE VOCÊ ESCOLHEU A OPÇÃO "A", O CAPÍTULO SE ENCERRA AQUI ;)
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A chuva ainda batia forte contra as janelas, um som constante e hipnotizante que preenchia a mansão com um murmúrio incessante. Eu não conseguia dormir.
As sombras dos eventos recentes ainda dançavam em minha mente, mantendo-me acordada e inquieta. Decidi que descer e me aquecer perto da lareira talvez me ajudasse a acalmar os pensamentos.
Descendo as escadas em silêncio, fui em direção à sala de estar. A lareira estava acesa, as chamas lançando sombras dançantes nas paredes. Escolhi uma poltrona próxima ao fogo, sentindo o calor começar a me aquecer, enquanto eu apoiava meu rosto em minhas mãos.
— Não consegue dormir? — a voz de Aaron me surpreendeu, fazendo-me perceber que eu não estava sozinha.
Ele estava sentado no divã, um copo de uísque na mão e a expressão suave e pensativa.
— Não, não consigo — respondi, tentando sorrir. — Acho que tem muita coisa na minha cabeça.
Ele assentiu, olhando para o fogo por um momento antes de falar novamente.
— É compreensível. Muita coisa mudou para você em pouco tempo.
Eu o observei enquanto ele tomava um gole de uísque. Havia algo de intrigante na maneira como ele se comportava, sempre tão controlado e composto. Decidi que, talvez, essa fosse uma oportunidade rara de conhecê-lo melhor.
— E você? Como você lida com tudo isso?
Ele olhou para mim, e vi um brilho de surpresa em seus olhos, como se não esperasse a pergunta — acho que ele realmente não esperava.
— Eu... tenho meus próprios métodos — ele disse, com um sorriso cansado. — O uísque ajuda, às vezes.
Ficamos em silêncio por um momento, apenas ouvindo a chuva.
— Você sempre foi assim? Tão calmo e controlado?
Aaron soltou uma risada suave, quase imperceptível.
— Nem sempre. Houve um tempo em que eu era diferente. Mais impulsivo, talvez. Mas a vida tem uma maneira de ensinar a importância da calma e do controle.
— Você parece ter passado por muita coisa — estou me sentindo uma psicóloga. — É difícil imaginar você sendo impulsivo.
— Todos temos nossas histórias, querida — ele respondeu, olhando fixamente para a lareira. — Perdi pessoas importantes. Tive que tomar decisões difíceis. Acho que tudo isso nos molda de maneiras que não podemos prever.
Eu podia sentir a profundidade de suas palavras, e o peso de suas experiências.
— Deve ser difícil carregar tudo isso...
— Às vezes é — ele admitiu, com sua voz mais suave. — Mas estar aqui, com essa equipe, torna tudo um pouco mais fácil. É bom ter pessoas em quem confiar.
Houve um momento de silêncio novamente, mas não era desconfortável. Era como se uma compreensão mútua estivesse sendo construída entre nós.
— Sabe, Capitão...
— Aaron — ele me corrigiu. — Pode me chamar de Aaron.
— Sabe, Aaron.. — eu comecei, hesitando um pouco — Eu sinto que estou bem longe de entender tudo isso. Entender vocês... e entender como o mundo mudou. Mas eu quero fazer parte disso, realmente quero.
Ele olhou para mim, e pela primeira vez, vi algo mais profundo em seus olhos azuis.
— Você já está ajudando. E tenho certeza que vai nos ajudar muito mais.
O fogo continuava a crepitar, lançando luz e sombra sobre nós. Havia uma estranha tranquilidade naquele momento, como se por um breve instante, o peso do mundo estivesse mais leve.
Eu olhava para Aaron, observando a seriedade em seus olhos enquanto ele contemplava o fogo.
— Você não vai dormir? — foi minha vez de perguntar. Notei o cansaço visível em seu rosto.
Ele balançou a cabeça, com um sorriso cansado brincando em seus lábios.
— Como Capitão, é meu dever cuidar da equipe. Nunca me perdoaria se algo acontecesse com qualquer um de vocês — ele deu o último gole do uísque. — Além do mais, eu já estou acostumado a não sentir sono nesse horário. Meu relógio biológico já mudou totalmente.
Havia algo profundamente triste e belo em sua confissão, uma vulnerabilidade que ele raramente deixava transparecer.
— Sabe... — comecei a pensar no que falar. — Cafuné ajuda a dar sono. É uma boa tentativa.
Aaron riu suavemente, uma risada cheia de descrença e algo mais que não consegui identificar.
— Faz muito tempo que não recebo um cafuné. E, sinceramente, não acho que isso funcione.
Eu sorri, sentindo uma pontada de carinho por ele.
— Posso mostrar? — me senti um pouco estranha agora. Não quis soar muito afobada. — S-Se v-você quiser, claro...
Ele hesitou, claramente dividido entre a vontade de recusar e a necessidade de descansar. Por fim, suspirou e assentiu, com um leve aceno de cabeça.
— Está bem. Mas só dessa vez.
Fui até o sofá, sentando-me de forma que ele pudesse deitar a cabeça no meu colo. Com alguma relutância, ele se ajeitou, descansando a cabeça em minhas pernas. Era uma sensação estranha e íntima, tê-lo tão próximo, mas também reconfortante.
Comecei a passar os dedos pelo cabelo dele, movendo-os suavemente, tentando ser o mais gentil possível.
— Vê? Não é tão ruim assim.
Ele fechou os olhos, e a tensão em seu rosto começou a suavizar aos poucos.
— É... melhor do que eu lembrava — admitiu, a voz mais baixa e tranquila.
Sua respiração já estava mais tranquila.
Continuamos assim por um tempo, o som da chuva e o calor do fogo estavam criando uma atmosfera serena. Sentir o peso da cabeça dele em meu colo e a suavidade de seus cabelos entre meus dedos, trouxe uma sensação de proximidade que eu não esperava vinda dele.
Aaron suspirou profundamente; o cansaço finalmente começando a vencer.
— Obrigado, querida. Acho que... eu precisava disso...
— Eu te falei que era bom.
Aos poucos, senti seu corpo relaxar completamente, a respiração se tornando mais lenta e ritmada. Fiz cafuné por mais um tempo, até ele finalmente decidir se deitar. Demos boa noite um ao outro e seguimos para nossos quartos.
Enquanto eu seguia caminho para meu quarto, senti como se borboletas estivessem voando para lá e para cá em meu estômago, e eu brincava com a ponta dos meus dedos. Foi um momento simples, mas repleto de significados.
SE VOCÊ ESCOLHEU A OPÇÃO "B", O CAPÍTULO SE ENCERRA AQUI ;)
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A noite estava silenciosa, exceto pelo som suave da chuva batendo contra as janelas. Incapaz de encontrar paz no meu quarto, decidi explorar a mansão. Subi as escadas até o terceiro andar, atraída pela presença da biblioteca que estive hoje a tarde. Ao abrir a pesada porta de madeira, fui recebida pelo aroma acolhedor de livros antigos e pelo suave brilho das lâmpadas de leitura. A biblioteca era enorme, com estantes que se estendiam até o teto e fileiras de livros sobre todos os assuntos imagináveis.
Enzo estava imerso em um livro, sentado numa poltrona, e a luz suave estava iluminando seu rosto concentrado. Ele parecia alheio à minha presença até que eu me aproximei.
— Corazón, ¿qué pasó? — perguntou ele, erguendo os olhos do livro. Havia uma mistura de curiosidade e preocupação em seu tom.
Suspirei, sentindo o peso do cansaço sem sono.
— Perdi completamente o sono. Achei que talvez um livro pudesse me ajudar.
Enzo sorriu, fechando o livro e colocando-o de lado.
— Bem, você veio ao lugar certo. Quer conversar um pouco? Pode ajudar.
Sentei-me no sofá oposto, sentindo o calor aconchegante da biblioteca.
— Claro. O que você está lendo?
Ele levantou o livro para me mostrar a capa.
— Um romance clássico. Às vezes, as palavras de épocas passadas ajudam a esquecer as preocupações do presente — se isso fosse um desenho animado, uma luz teria sido acesa no topo da cabeça dele agora. — Tenho uma ideia melhor! Quer que eu leia para você? Pode ajudar a pegar no sono.
Achei a ideia encantadora e um pouco reconfortante.
— Por que não? Vou me deitar no sofá e ouvir.
Enzo sorriu e começou a narrar uma história, a voz baixa e ritmada preenchendo a biblioteca. Fechei os olhos, deixando as palavras fluírem ao meu redor. A narrativa dele era envolvente, e logo senti as pálpebras pesadas, caindo em um sono profundo.
A próxima coisa que percebi foi uma sensação de movimento. Abri os olhos brevemente para ver Enzo me carregando gentilmente. Tentei protestar, mas estava muito cansada para resistir.
— Shh, tudo bem, corázon. Vou te levar de volta ao seu quarto — ele murmurou.
Acomodada em seus braços, senti uma sensação de segurança que eu não experimentava há muito tempo. Enzo me colocou na cama com cuidado, ajustando as cobertas ao meu redor.
— Durma bem... — ele sussurrou antes de sair do quarto, fechando a porta silenciosamente.
No silêncio que se seguiu, com o som da chuva ao fundo, finalmente encontrei a paz para adormecer, sentindo-me protegida e segura mais uma vez, desde que tudo havia começado.
FIM DO CAPÍTULO, CONTINUA...
SEGUNDO CAPÍTULO DO JOGUINHO, E ESTAMOS EM PLENA SEGUNDA FEIRA ‼️
que fique bem claro que nunca gostei de segundas, sejam elas feiras, intenções ou opções ☝🏼
E QUEM NÃO TINHA ESCOLHIDO UM BOY AINDA, ESCOLHERAM AGORA?
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