🔮 𝖼𝗁𝖺𝗋𝗅𝗂𝖾 𝗁𝗎𝗇𝗇𝖺𝗆.
𖦹 𝗢𝗿𝗶𝗴𝗶𝗻𝗮𝗹.
𖦹 𝗡𝗦𝗙𝗪.
𖦹 𝗚𝗮𝘁𝗶𝗹𝗵𝗼𝘀: ᴘᴀʟᴀᴠʀᴀs ᴅᴇ ʙᴀɪxᴏ ᴄᴀʟᴀ̃ᴏ, ᴜsᴏ ᴅᴇ ᴅʀᴏɢᴀs ʟɪ́ᴄɪᴛᴀs, sᴇxᴏ ᴇxᴘʟɪ́ᴄɪᴛᴏ, sʟᴏᴡ & ᴅᴇᴇᴘ sᴇx, ᴅᴏᴍɪɴᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴍᴀsᴄᴜʟɪɴᴀ, ᴏʀᴀʟ (ғᴇᴍᴀʟᴇ ʀᴇᴄᴇɪᴠɪɴɢ), ᴀɢᴇ ɢᴀᴘ (ʟᴇɪᴛᴏʀᴀ: 21; ᴄʜᴀʀʟɪᴇ 33).
𖦹 𝗦𝗲 𝘃𝗼𝗰𝗲̂ 𝗻𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗼𝗿𝗱𝗮 𝗼𝘂 𝘀𝗲 𝘀𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲𝘀𝗰𝗼𝗻𝗳𝗼𝗿𝘁𝗮́𝘃𝗲𝗹 𝗰𝗼𝗺 𝗮𝗹𝗴𝗼 𝗰𝗶𝘁𝗮𝗱𝗼 𝗮𝗾𝘂𝗶, 𝗻𝗮̃𝗼 𝗹𝗲𝗶𝗮.
𖦹 𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗶𝗻𝘀𝗽𝗶𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿: 𝗛𝗼𝘂𝘀𝗲 𝗢𝗳 𝗧𝗵𝗲 𝗥𝗶𝘀𝗶𝗻𝗴 𝗦𝘂𝗻 — 𝗧𝗵𝗲 𝗪𝗵𝗶𝘁𝗲 𝗕𝘂𝗳𝗳𝗮𝗹𝗼.
࣪𓏲ּ 𝐔𝐌 𝐃𝐈𝐀 𝐄𝐔 𝐕𝐎𝐔 𝐒𝐄𝐑
𝐎 𝐇𝐎𝐑𝐈𝐙𝐎𝐍𝐓𝐄 𝐏𝐀𝐑𝐄𝐂𝐈𝐀 ter sido pintado a mão na cidade de Charming, na Califórnia. Uma cidade localizada no condado de San Joaquin que era conhecida como "a casa do sol nascente".
Até que para um lugar bem pequeno e pacato, cada esquina escondia um mistério e um segredo a ser revelado. Com um nome que evoca uma sensação de tranquilidade e harmonia, o lugar possui uma atmosfera calorosa e acolhedora que cativa a todos que a visitam.
À medida que você se aproxima do município, é recebido por um cenário pitoresco de colinas suaves e vastos campos verdejantes. A paisagem é dominada pelo sol brilhante, que pinta o céu com tons dourados ao amanhecer, criando uma imagem deslumbrante que dá origem ao seu apelido.
As ruas são arborizadas e ladeadas por charmosas casas vitorianas com varandas convidativas, juntamente a jardins floridos e coloridos que são uma presença constante, preenchendo o ar com perfumes suaves e agradáveis. A cidade é como um livro de contos de fadas ganhando vida, com suas ruas pitorescas e fachadas encantadoras. Uma sensação de magia paira no ar, como se segredos e mistérios estivessem esperando para serem descobertos a cada esquina.
Os arredores são igualmente deslumbrantes, com trilhas para caminhadas que conduzem a cenários de tirar o fôlego, como cachoeiras escondidas e vistas panorâmicas das colinas ondulantes. O centro de Charming é repleto de lojas de artesanato, cafeterias aconchegantes e livrarias independentes, onde é possível encontrar tesouros únicos e obras literárias raras. Os habitantes locais orgulham-se de sua herança cultural e artística, promovendo eventos culturais e festivais durante todo o ano.
Com a chegada da primavera — que é uma estação tão requintada, alegre e colorida —, a cidade se preparava para mais uma edição do Festival das Flores Encantadas.
Essa era uma época em que recebiam diversos turistas, e também chegavam as pessoas que alguns moradores da cidade odiavam por puro elitismo: os motoqueiros. Não eram quaisquer motoqueiros, eram The Son's Of Anarchy, os lendários filhos da anarquia, um Motoclube que havia sido fundado em Charming em 1965. Apesar de muitos deles não morarem na cidade, sempre estavam lá para reuniões na sede, era praticamente uma obrigação.
Portanto, durante essa época, se reuniam para discutir algumas questões entre eles e também aproveitarem tempo na cidade com amigos e familiares.
Você estava ansiosa, pois afinal de contas, seu amado Charlie provavelmente chegaria hoje à noite e só iria voltar à Virgin River, cidade em que ele morava, numa segunda quando o sol raiasse, junto com os outros da grande irmandade. Levantou cedo e fez seus afazeres antes de ir até a Sunflower Coffeehouse, que era a cafeteria de sua mãe, no centro da cidade.
As coisas em Charming eram coloridas, tudo lá parecia ser um mundo à parte, bem distante da realidade cinzenta. As únicas épocas em que ficava mais "escura", era no outono e no inverno. As casas pareciam cantar, as janelinhas pareciam sorrir. Isso pelo menos faz sentido?
Chegando na Sunflower, cumprimentou os funcionários que passavam para cá e para lá, e viu um caminhão estacionar na porta, provavelmente tinham carregamento chegando. Sua mãe estava um pouco atarefada, andando com seu iPad em mãos, de um lado para o outro, se certificando de que tudo estava em seu devido lugar. Sempre que esses festivais estavam próximos era um alvoroço sem fim, sempre ficava toda essa agitação durante o festival de primavera, Halloween, festival de verão e Natal.
Tocava Down Under de Men At Work, enquanto todos executavam suas tarefas com rapidez.
— Oi, mãe! Vim te perguntar se está precisando de ajuda.
— Oi, filhota! — ela sorriu. — Não tô, não. Por que você não tira o dia pra se arrumar, hein? Lavar o cabelo, pintar as unhas, comprar alguma roupa nova... sei que o Charlie vai chegar mais tarde.
— Mãe! — você advertiu a matriarca, enquanto sorria sem jeito.
— O que foi? Estou falando alguma mentira? — ela brincou. — Sei que você quer estar bem linda para vê-lo depois de tanto tempo.
— Isso é verdade.
— Então vai lá, boba! A noite a gente se vê de novo!
— Tá bom, mãe! Te amo! — depositou um beijo estalado na bochecha da mais velha.
— Te amo! — ela se despediu, enquanto você se dirigia até a porta principal do estabelecimento.
Decidiu passar o dia inteiro se arrumando e se certificando de que tudo estava em seu devido lugar. Sua mãe conhecia Charlie, assim como quase todos os outros filhos da anarquia, afinal de contas ela era uma moradora antiga da cidade, sua família já tinha raízes bem fixadas no município. Todos conheciam a família Hill.
O loiro em questão não era seu namorado, talvez seu ficante sério? Bom, era difícil ter um relacionamento com alguém que morava em outro município, e ele não iria abrir mão de Virgin River, que era uma cidade pequena porém muito aconchegante, onde ele havia criado raízes. E você não pretendia abrir mão de Charming, porque era seu lugar de conforto, onde tudo dava certo.
Trocavam mensagens quase todos os dias, mesmo que o trabalho dele tomasse um pouco mais de tempo, e sua faculdade também tomasse o seu, além de que você trabalhava na cafeteria, com a logística do estabelecimento.
A noite já estava chegando, e você estava ansiosa demais para ver seu loiro favorito a cada segundo que o sol se punha no horizonte. Morava num casarão que proporcionava uma belíssima visão das colinas, onde observava o sol se esconder.
Tomou um bom banho e se perfumou adequadamente, passando seus cremes e essências. Optou por vestir um vestido rosa claro de um tecido fino, com alças delicadas que podiam dar um laço para adornar ainda mais e deixar um traço maior de sutileza. Ele era cinturado, e tinha alguns desenhos sutis de flores em traços brancos, um pouco transparentes. Nos pés, escolheu os inseparáveis all star, dessa vez brancos de cano alto.
E pegou uma jaqueta jeans clara com alguns bottons aleatórios que gostava muito — só para sua mãe não reclamar que você iria ficar doente ou algo, mesmo que não estivesse exatamente frio. Pegou um cordão de prata que Charlie havia te dado, com um pingente de coração bem sutil e pequeno, mas sabia que o mais velho ficaria com o coração dele quentinho em saber que estava usava. Alguns anéis delicados adornavam seus dedos, e para finalizar passou um pouco de blush nas bochechas, fez um delineado e passou um gloss labial de morango nos lábios, que carregaria na bolsa a noite inteira.
Guardou o celular e sua carteira na bolsa, junto com as chaves da casa, não sabia se voltaria para casa antes ou depois de sua mãe. Sua mãe já havia se arrumado e saído, tinha que terminar de ajeitar algumas coisas na cafeteria para o festival. Era uma empresária sempre na ativa, resolvendo problemas e inventando formas de inovar a cada dia que se passava.
Caminhando pelas ruas da cidade naquela noite tão colorida, via as luzes de diferentes cores se espalhando pelas árvores e pelos postes, alguns enfeites adornando calçadas e arbustos, música boa tocando e crianças felizes correndo para lá e para cá com saquinhos de pipocas com as cores do arco-íris e palitos com algodão doce. Casais andando de mãos dadas, pessoas passeando com seus pets.
Charming certamente era do interior, mas não era pequena.
Enquanto caminhava, foi surpreendida por um abraço caloroso vindo por trás. Sentiu aqueles braços fortes ao redor de sua cintura, ouviu o som das correntes da calça balançando, pôde sentir também a textura do couro da jaqueta e o aroma inconfundível daquele perfume tão marcante inebriando suas narinas. Tinha certeza de quem era, reconheceria aquele abraço em qualquer cidade, qualquer continente.
— Sentiu saudades, gatinha? — ele depositou um beijo no topo de sua cabeça antes de te virar.
Finalmente viu aquele rosto perfeito, do qual sentiu saudade por algumas quinzenas. Os cabelos dourados como o amanhecer adornavam o rosto de pele aveludada e clara do mais velho, numa junção celestial aos seus olhos claros, com aquelas íris tão profundas. A barba era da mesma tonalidade do cabelo e era perfeitamente disposta por aqueles lábios rosados e macios.
Ele trajava uma camisa branca de algodão, com uma jaqueta preta de couro repleta de patches, e atrás com certeza tinha o brasão do motoclube. A calça era preta e tinha um cinto que abraçava a cintura, juntamente às correntes prateadas que estavam do lado esquerdo da cintura, e ele estava com seus tradicionais coturnos. Uma correntinha prateada estava ao redor do pescoço dele, com um pingente de rubi delicado que você havia dado de presente, e também tinham os diversos anéis nos dedos.
Charlie era um espetáculo, um colírio para os olhos!
— Senti muitas saudades, idiota! — o abraçou imediatamente e depositou um beijo demorado e estalado em sua bochecha.
— Puta merda, você tá ainda mais perfeita hoje — ele elogiou tranquilamente, era sempre incrível como ele conseguia ser fofo mesmo que o vocabulário fosse um pouco sujo.
— Gostou? — deu uma voltinha para mostrar seu look da noite, o deixando com um sorriso bobo evidente na face.
— Eu amei! — ele passou um braço ao redor de seus ombros, fazendo você entrelaçar uma de suas mãos ali na dele.
E assim depositou um selar demorado em seus lábios, antes de começarem a caminhar pela calçada.
— E aí, como que tá o pessoal em Virgin River? — você questionou, lembrando-se dos amigos que tinha lá.
— Nah, todo mundo na mesma. A cidade tá passando por algumas mudanças, tá ficando mais legal! — dizia, entusiasmado. — Apoio fortemente que você vá para lá nas férias.
— É? E eu vou ficar aonde?
— Na minha casa, e vai dormir na minha cama!
— Na sua cama? — você zombou. — Tenho até medo do que pode acontecer quando nós dois estamos na mesma cama.
— Meia-noite eu te conto!
Assim, os dois caíram na gargalhada.
Era bom rir com ele, era bom estar com ele e desfrutar de momentos assim, desses de felicidade genuína que te fazem sorrir espontaneamente e ficam marcados na memória por muito tempo.
Enquanto seguiam pela calçada para evitar esbarrarem em muita gente, passaram pela cafeteria e viram sua mãe. Ela estava com um conjunto azul claro elegante e um colar de pérolas ao redor do pescoço, enquanto conversava com a dona da floricultura e a ajudava a terminar alguns arranjos que iriam adornar o estabelecimento — que já estava lotado de clientes passeando pela grande estufa.
— Sra. Hill! — o loiro exclamou, contente.
— Charlie, meu filho! — a mais velha abraçou o loiro com um sorriso no rosto. — Que saudades! Como você tá, menino?
— Tô bem, tô bem — ele respondeu. — E a senhora, como tá?
— Ah, tô bem. E aí, vai passar o festival todo aí? — ela questionou.
— Com certeza, só volto para Virgin River na segunda de manhã!
— Que bom, meu filho — ela fez um afago sútil no braço do jovem. — Aproveita bastante, e já que está com essa mocinha, toma conta dela e não a deixa arranjar nenhuma encrenca, hein!
— Pode ficar despreocupada, Sra. Hill! Até porque, não tem como ela arranjar encrenca se ela já estiver andando com uma, não é?
Ele brincou, fazendo vocês três rirem.
— Olha lá, hein, menino! — ela fez um sinal de negação com a cabeça enquanto sorria ainda.
Assim vocês se despediram de sua mãe e continuaram seguindo caminho pela festa viva em cores vibrantes. A noite estava com um clima agradável, e o aroma da pipoca, misturado ao caramelo, chocolate, churros e tantos outros aromas, passava uma sensação de nostalgia e felicidade.
— Adoro a intimidade que você tem com a minha mãe, chega a ser surreal.
— Não tenho culpa se a sogrinha me adora — dizia com seu jeito de malandro.
— "Sogrinha"? — você riu nasal. — Mas você nem é meu namorado.
— Mas um dia eu vou ser — dizia, confiante. — É questão de tempo!
Não demorou muito até encontrarem os amigos dele, outros integrantes do Motoclube que você conhecia como a palma de sua mão. Todos muito queridos e amáveis — cada um com sua desavença, mas de modo geral extremamente gentis. Alguns estavam acompanhados de suas garotas ou irmãs, ou até mesmo amigas.
Hades era uma das que estava junto. Ela também morava em Virgin River e morava até no mesmo bairro que Charlie, sendo amiga dele há uns bons anos.
Enquanto todos vocês interagiam, Charlie estava atrás de você, com os braços ao redor de seus ombros, te abraçando carinhosamente enquanto depositava alguns beijos no topo de sua cabeça durante o decorrer do assunto. Gostava de ter ele por perto; de ter todo aquele carinho que não podia ter no dia-a-dia por conta da distância.
Depois de conversarem na calçada, os motoqueiros eram os "pontos pretos" no meio do saquinho de jujubas que era o festival, em meio àquelas cores tão vibrantes e chamativas. Foram até a área verde do festival, que era no parque com as árvores e os arbustos devidamente enfeitados, além de uma faixa enorme na entrada que dizia "Festival das Flores Encantadas".
Tinham mesas de madeiras com diversos enfeites e havia pessoas sentadas interagindo.
Em um certo momento, Charlie e alguns dos amigos se retiraram para comprar algumas coisas. Ele disse que compraria algo para você, e você até iria junto, mas preferiu confiar que ele saberia o que você gosta e decidiu ficar com Hades, conversando mais um pouco.
— E aí, como tá indo a vida? — ela questionou, levando o cigarro até o cinzeiro para tirar o excesso da guimba.
— Ai, tá ótima. Eu amo Charming, amo morar aqui!
— A cidade do sol nascente... — ela soltou a fumaça pela boca, bem distante de você. — Aqui parece adorável de se viver.
— É adorável de se viver, já falei pra vocês se mudarem pra cá! Virgin River pode ser bacana e tal, mas poxa, Charming vai ser bem melhor pra vocês, além de que a sede oficial é aqui!
— Olha, te juro que se você falar isso pro Charlie pelo menos mais umas vezes, ele se muda pra cá!
— Sério?
— Te juro, o que você manda esse homem fazer, ele faz!
— Nunca tinha percebido isso — uma expressão de contentamento tomou sua face.
— Ah, mas passa a prestar atenção pra você ver só — ela apagou o cigarro. — É perceptível só pela forma como ele olha para você.
— Meu Deus, como eu nunca reparei nessas coisas?
— Você é meio desatenta, né? Vamos ser honestas — Hades tinha uma personalidade excêntrica. — Mas é sério, ele te olha com um brilho... como se, sei lá, sabe?
— Como se ele quisesse me comer? Por que se for isso, já aconteceu várias vezes.
A morena imediatamente começou a rir, e ela riu muito, riu para valer. A risada dela era cômica e inconfundível.
— Menina, eu sei! Eu podia dormir muito melhor sem essa informação!
— Ué, não é meio óbvio?
— É, mas você não precisava ter me dito — ela se recuperava da crise de risos, algumas lágrimas até mesmo escorreram por seus olhos. — Sifudê, até chorei, mano.
— Ah, eu gosto muito do Charlie, sabe?
— Jura? Não me diga.
— Você é uma chata, sabia? — você riu.
— Uma chata reconhece a outra — ela riu também.
Em pouco tempo, Charlie retornou com um saquinho rosa com batatas fritas com cheddar e um garfinho de madeira para que você não sujasse suas mãos, junto à um algodão doce da cor azul bebê. Ele não se importava em segurar o seu algodão doce enquanto você comia as batatinhas que ele havia comprado, e soltava a fumaça do cigarro para outra direção.
Outra coisa que havia notado na forma como ele se importava com você, era que ele fumava, mas sempre estava com um chiclete de hortelã ou menta no bolso, para que o sabor da nicotina nos lábios não te deixasse enjoada.
Estava tocando agora a música Friday I'm In Love da banda The Cure. Em um determinado momento, o mais velho cantarolou uma parte do refrão enquanto olhava em seus olhos, antes de depositar um leve selar em seus lábios.
— I don't care if monday's black, tuesday, wednesday heart attack, thursday never looking back, it's friday, I'm in love...
Você corou ao ouvi-lo cantando e ver aquele sorrisinho idiota se formar naqueles lábios tão lindos. Ele não estava mentindo para ser honesto; era sexta-feira e ele estava apaixonado.
A noite rendeu diversos momentos marcantes, como jogos, danças com músicas do festival, beijos apaixonados, fotos para deixar marcadas na memória, conversam aleatórias com os amigos, alguns goles de cerveja, alguns doces... meu Deus, quanta coisa!
Já estava de madrugada, por volta das duas da manhã, mas mesmo assim a rua continuava muito movimentada. Só que a maioria dos motoqueiros estavam cansados, porque haviam seguido o dia normalmente, completando seus expedientes e depois pegando as motocicletas e pilotando de um município para outro. Porém não teriam problema em aproveitar os outros dias, já que poderiam desfrutar melhor no sábado e no domingo que seria o último dia.
Todos iriam dormir na pousada de Bobby, um dos fundadores do Motoclube que morava na cidade. Ele era bem conhecido, e além de ser dono dessa pousada — que ele havia destinado aos motoqueiros nessa data, também possuía uma loja de instrumentos no centro.
— A gente tá indo pra pousada do Bobby, vem com a gente? — Hades subiu em sua Harley Davidson e colocou o capacete.
— Hm... não sei... — você permaneceu um pouco relutante.
— Dorme lá, manda mensagem pra sogrinha avisando — o loiro deslizou o dedo por seu queixo levemente.
— Vish, tá chamando de sogrinha já? — um dos motoqueiros disse, fazendo os outros dizerem algo como "iiihh".
Você riu daquela cambada de idiotas que eram seus amigos também, e aceitou. Afinal de contas, sua mãe conhecia Bobby, ele era praticamente um amigo de infância. E ela estranhamente confiava em Charlie, então estaria segura em saber que você estava com ele.
— Tá bom, eu vou.
— Eba! — todos exclamaram em uníssono, inclusive seu loiro favorito que sorriu e te entregou um capacete extra que ele guardava.
Você agradeceu e pegou o mesmo, subindo na garupa enquanto terminava de ajeitar o capacete. Ouviu o ronco do motor enquanto aproveitava o trajeto, com suas mãos ao redor da cintura do mais velho, abraçando de forma que te deixava segura e contente. Os observava virando as esquinas, e observava novamente como amava a arquitetura da cidade em que morava.
Chegando na pousada era enorme, era branca por fora com janelas azuis grandes e chamativas junto com uma porta amarela dupla. Eles entraram e estacionaram as motocicletas, você desceu e retirou o capacete, sentindo o aroma da grama e ouvindo a sinfonia sutil dos grilos.
— Finalmente voltaram! E não acredito que conseguiram trazer essa mocinha junto! — o mais velho te abraçou. — Não me diga que veio dormir com o Charlie.
— A Sra. Hill disse pra eu tomar conta da preciosidade dela, só que acontece que ela também é minha preciosidade. Então tô tomando conta! — o loiro passou o braço ao redor de sua cintura, te fazendo rir levemente.
Um sorriso se formou no rosto de Bobby também.
— Certo, certo. Entrem aí, meus pequenos gafanhotos!
E todos entraram, apreciando o interior rústico da bela construção. A maior parte era composta por madeira, com cores em tons de branco, azul, amarelo e até mesmo laranja. Haviam tapetes, quadros com obras abstratas nas paredes, fotografias importantes, como o dia em que o Motoclube foi fundado, uma moldura com uma arte do brasão que carregavam nas jaquetas, luminárias devidamente localizadas, um crânio de um veado na parede também.
O quarto dele ficava no primeiro andar, assim como a cozinha, e as salas de estar. Havia também uma porta dupla de vidro que dava acesso ao quintal enorme.
As enormes escadas de madeira levavam ao segundo andar, e no segundo andar também haviam escadas que levavam ao terceiro e último andar da construção. Subiram pelas escadas e foram até seus respectivos quartos. O quarto de Charlie ficava no segundo andar, e era bem decorado e aconchegante, com paredes num tom sutil de bege.
O chão de madeira era até gostoso de pisar, havia uma cama de casal com lençóis brancos e alguns detalhes azuis e vermelhos sutis, trazendo ainda mais o ar de aconchego. Tinha uma mesinha de cabeceira com uma luminária em cima do lado esquerdo. Um tapete de crochê branco estava disposto no centro do cômodo, e em frente à cama tinha um guarda-roupa espaçoso com espelho na porta.
As janelas grandes estavam fechadas e a luz do poste branco do quintal adentrava um pouco o cômodo, mas isso não era um problema já que tinha as cortinas densas para diminuir a intensidade da claridade. Havia um quadro que tratava-se de um campo de alecrins pintado a tinta óleo. Viu a bolsa de viagem de Charlie num canto, e seus outros pertences provavelmente estariam no guarda-roupa.
A porta de madeira que dava acesso ao banheiro estava envernizada, e o cômodo em questão tinha azulejos azuis claros no box, enquanto as outras paredes eram de um tom de creme. Havia um enorme espelho em frente a pia, a privada e o box que era bem espaçoso, com um tapete que absorvia a água.
— Vai tomar banho agora? — o mais velho questiona, retirando a jaqueta e jogando sobre uma poltrona.
— Eu estava pensando muito nisso, mas não trouxe nenhuma roupa, fui pega de surpresa, né, motoqueiro?
— Ah, sendo assim... você pode pegar uma das minhas camisas então... — Hunnam disse, depositando um beijo delicado em seu pescoço.
Ele sabia jogar sujo.
— Por mais que você fique mais confortável dormindo nua.
Os braços fortes dele abraçaram sua cintura enquanto ele continuava a depositar aqueles beijos quentes em sua pele macia.
— Me ajuda a tirar a roupa, então — você sorriu maliciosamente.
— Com prazer — a voz rouca do loiro soou em seu ouvido.
As alças de seu vestido faziam um caminho por seu pescoço, e o laço era na parte de trás, então com uma mão só ele tratou de desamarrar aqueles tecidos numa rapidez, enquanto a mão foi para frente novamente, agarrando o tecido na região de seus seios e abaixando enquanto lambia seu pescoço com volúpia. Seus seios estavam expostos, até ele poder te virar — fazendo seus olhos apreciarem aqueles olhos azuis por breves instantes, antes dele te puxar para um beijo apaixonado e sedento. Sentiam muita saudade um do outro, isso era perfeitamente nítido já que os municípios os separavam.
Os lábios dele pareciam massagear os seus, enquanto a língua dele acariciava a sua de um jeito voraz, e os estalos baixos desse ato ressoavam no cômodo parcialmente escuro. Seus mamilos estavam enrijecidos e sendo pressionados contra o peito dele, coberto pelo tecido da blusa já que ele te abraçava com vontade, te deixando bem perto para que pudesse te sentir melhor.
O máximo de tempo que ele pudesse ficar tendo todo esse contato com você, ele iria.
Os lábios dele se distanciaram dos seus, enquanto dessa vez dirigiam toda a atenção aos seus seios, adornando-os com a boca quente que trazia sensações incríveis. Você gemeu com esse contato — foi simplesmente inevitável —, enquanto suas mãos foram até os cabelos loiros, deslizando os dedos pelos fios dourados. Já as mãos dele foram até sua bunda, agarrando com vontade e subindo a parte da saia para ter livre acesso à sua pele macia.
Estava começando a sentir calor, talvez fosse pela temperatura de seus corpos juntos, e por estarem tendo tanto contato assim.
Ele foi subindo mais e mais a peça de roupa até poder retirar de seu corpo, te deixando seminua, somente com a calcinha preta cobrindo sua intimidade molhada. O loiro aproveitou para retirar a camisa, afinal de contas eram justos um com o outro na maioria das vezes.
Hunnam te deitou na cama enquanto vocês riam levemente num misto de tesão e satisfação, fazendo com que você sentisse os lençóis macios e o colchão confortável em suas costas. Os lábios dele foram de encontro aos seus novamente, fazendo você apertar suas coxas ao redor do corpo forte do mais velho e passar suas mãos por aqueles cabelos sedosos novamente, enquanto ele apertava suas coxas. Você sentia a ereção que se formava por baixo daquelas calças jeans pretas, e sentia a fivela fria do cinto em sua pele quente.
Estava nas nuvens, envolvida em delírios eloquentes com aquele homem, sempre conseguia sentir como se ele te levasse ao céu e ao inferno em questão de segundos.
Suas mãos foram até o cinto do mais velho, o fazendo retirar o mais rápido possível e jogar em cima da poltrona, junto com a jaqueta.
— Meu Deus, como eu senti sua falta — ele beijava e lambia seu pescoço, dizendo num tom plenamente necessitado enquanto descia os lábios até seus seios.
— Como não sentir saudades de mim? — você riu levemente.
— Princesinha atrevida... — ele se apoiou com os cotovelos e olhou em seus olhos enquanto apertava suas bochechas levemente com uma mão. — Vamos ver se vai continuar com essa pose enquanto eu estiver te chupando.
Você sorriu enquanto mordia levemente seu lábio inferior em antecipação. O mais velho deslizou levemente pelo colchão, ficando mais em baixo e podendo jogar suas pernas por cima do ombro dele, depois de ter retirado sua calcinha com uma mão — Charlie era bem habilidoso. Agora que estava completamente nua e exposta para ele, o mais velho admirava sua intimidade molhada. Não tinha como, ele sempre seria completamente apaixonado por cada mínimo detalhe sobre você.
— Só tente não gritar, princesa — ele disse com a voz rouca de tesão. — Afinal de contas, não queremos acordar o pessoal.
Você engoliu em seco quando sentiu a língua delgada do mais velho deslizar por seu sexo encharcado. As mãos grandes apertavam suas coxas com vigor enquanto ele permitia desfrutar seu sabor com os olhos fechados e se concentrando apenas em te dar prazer. Suas mãos foram até os lençóis, apertando com força para que não gritasse e chamasse a atenção de alguém, já que os quartos eram muito próximos.
Os lábios dele pareciam fazer maravilhas em sua intimidade, e a cada movimento você ficava ainda mais molhada e se entregava ainda mais ao momento. Seu coração batia veloz dentro do peito pela adrenalina que corria por suas veias, pela forma precisa como ele movia a língua em seu interior molhado e apertado. As mãos dele permaneciam em suas coxas, apertando com vigor enquanto ele enterrava o rosto no meio de suas pernas.
Por impulso você empurrou um pouco seus quadris para frente, buscando mais contato, o fazendo se afastar levemente com um sorriso malicioso.
— Sabia que não iria se conter — ele disse de um jeito travesso.
As mãos dele deslizaram por sua barriga, indo até seus seios e apertando dessa vez, enquanto voltava a te chupar vorazmente. O som da sucção no quarto era completamente aceitável, por outro lado, você não poderia gemer alto já que não estavam afim de perturbar os hóspedes da pousada. Seu ápice parecia se aproximar e logo te atingiria brutalmente, mas você precisava se conter por motivos óbvios.
Para não permitir que nenhum som indesejado viesse à tona, você levou uma de suas mãos até sua boca, cobrindo seus lábios, enquanto fechava os olhos com força, se entregando ao turbilhão de sensações que te atingiram em seguida. Seus quadris tremeram, e sua mão livre foi até os cabelos dourados do mais velho, apertando com vigor.
Charlie aproveitou cada gota de sua satisfação enquanto "te limpava" com a língua.
Aqueles olhos azuis foram em direção ao seu corpo, vendo como seu sexo e o meio de suas pernas estavam encharcados, seu peito subia e descia ao se recuperar do orgasmo — que foi discreto no quesito sonoro, e muito intenso no quesito de sensações. Ele sorriu maliciosamente e retirou um preservativo do bolso traseiro da calça.
O mais velho se levantou rapidamente para poder retirar aquela peça de roupa junto com a cueca. E, puta merda, ele era grande!
Ele pegou o pacotinho do preservativo e abriu rapidamente para que pudesse "se vestir", não dava para descrever o quão satisfatório era ver o látex envolvendo a extensão. O loiro se deitou na cama novamente, em cima de seu corpo de um jeito confortável, fazendo com que você passasse as coxas ao redor dos quadris dele. Os olhos claros se mantinham fixos nos seus quando ele segurou seu queixo para poder te beijar vorazmente.
Estava envolvida naquele momento tão prazeroso, e sentiu ele deslizar para dentro de você devagar, de forma que você sentisse cada centímetro, e gemesse contra aqueles lábios macios. Seus lábios abafavam os gemidos dele, e vice-versa, afinal de contas era uma causa completamente compreensível.
Os quadris dele se moviam vagarosamente para frente e para trás num ritmo massivamente delicioso e ideal, que te fazia sentir muito bem o membro dele em seu interior.
Aquilo era uma grande surpresa para falar a verdade, em todas as outras vezes que tinham fodido, ele havia sido bem mais bruto — e você amava —, não que não amasse essa forma mais "tranquila" e suave que estavam fazendo, mas definitivamente não esperava isso vindo de Charlie, foi realmente surpreendente.
Ele parou de te beijar por alguns instantes e levou os lábios até seu pescoço, escondendo o rosto ali enquanto sentia seu perfume e movia os quadris naquele ritmo ideal. Você gemia bem próximo de seu ouvido, fazendo ele apreciar os sons incríveis que saiam de seus lábios enquanto ele te fodia com carinho dessa vez.
Já que estavam daquele jeito, você estava abraçando as costas dele, e pôde observar o reflexo no espelho do guarda-roupa, que ficava em frente a cama. Viu perfeitamente as costas tatuadas e fortes dele que cobriam seu corpo que era menor que o dele, enquanto seus dedos deslizavam pela pele macia e suas pernas estavam em cada lado dos quadris dele.
Só aquilo já era erótico o bastante para te fazer gozar, mas não era exatamente o ideal.
— Porra, eu queria tanto que você gritasse agora... — ele depositou um beijo quente em sua pele exposta.
— Da próxima vez nós vamos fazer muito melhor, meu amor — você disse baixo entre gemidos, ansiando pela próxima vez que fossem foder.
— Você é tão perfeita — ele riu levemente, de um jeito apaixonado e doce.
Num movimento rápido, você aproveitou que já estava com as pernas ao redor dos quadris dele e virou-se, ficando por cima. Ele estava surpreso e intrigado em saber como fariam isso sem nenhum barulho tão alto, e assim estavam ali, entregues àquele prazer tão específico.
Você rebolava no colo do loiro, enquanto mantinha as mãos no peito dele como apoio. As mãos dele foram até sua cintura, apertando levemente sua carne enquanto você mantinha seus joelhos apoiados no colchão e inclinava levemente sua cabeça para trás.
Ainda estava pensando na forma como era estranho estarem transando daquele jeito, considerando que ele tinha daddy kink, breeding kink e mais uma lista de fetiches que sempre estavam presentes nesses momentos mais íntimos. De qualquer forma, aquilo estava sendo fantástico, indescritível.
O som de sua intimidade molhada soava um pouco baixo no cômodo enquanto você ia para baixo e para cima no membro dele, isso do jeito menos "evidente" que conseguia, melando ambos e o deixando cada vez mais próximo do ápice, assim como você.
— Puta merda, eu vou gozar... — ele anunciou, mordendo levemente o lábio inferior e virando o rosto no travesseiro enquanto fechava os olhos e apertava sua cintura com vigor.
— Eu também... — você disse, cobrindo sua boca novamente pois não confiava muito em si mesma, e sabia que iria fazer barulho.
Você se abaixou um pouco, indo de encontro aos lábios dele para abafar o orgasmo pela segunda vez naquela noite. O mais velho segurou em sua nuca, te puxando para bem perto e aprofundando o beijo que abafava os gemidos de ambos. Seus quadris tremeram levemente mais uma vez, e suas pernas pareciam canudos de gelatina enquanto a mão dele apertava os cabelos de sua nuca, e a outra apertava sua coxa.
Estavam suados e ofegantes — porém, muito felizes.
Você se deitou sobre o peito do mais velho, e dessa vez foi ele quem te virou, fazendo você rir levemente na hora, enquanto sua cabeça ia até o travesseiro novamente e suas costas sentiam os lençóis sedosos.
— Minha... — o loiro sussurrou, entrelaçando uma mão na sua, e deixando um beijo demorado e apaixonado no dorso.
— Sua... — você respondeu, com um olhar demonstrando paixão.
[...]
GENTE, ASSISTAM SONS OF ANARCHY PRA VOCÊS SE APAIXONAREM PELO JAX TELLER (PERSONAGEM DO CHARLIE) 😭😭😭😭😭😭✋🏼✋🏼✋🏼✋🏼💖💖💖💖💖
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