
🔮 ˖ ࣪ 𝐀𝐀𝐑𝐎𝐍 𝐓𝐀𝐘𝐋𝐎𝐑-𝐉𝐎𝐇𝐍𝐒𝐎𝐍 ࣪ ⤹
𝐍𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐇𝐀𝐃𝐄𝐒: DEMOROU, EU SEI! Mas veio né, até porque o importante é vir. Aproveitem esse delícia cheiroso gostoso.
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𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄: Ser filha de Afrodite era incrível. Sempre foi divertido bancar a cupido e fazer casais se apaixonarem, mas o jogo muda completamente quando a flecha do amor atinge o peito errado: o seu. Estar apaixonada pelo filho de Hermes não era tão dolorido, dolorido mesmo foi ter que descer até o submundo para buscá-lo.
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★﹐original.﹗﹑
★﹐nsfw.﹗﹑
★﹐contém palavras de baixo calão, uso de drogas lícitas, sexo explícito, sexo desprotegido, sexo oral, slow & deep sex, Aaron sendo muito apaixonado e devoto, dominação masculina, creampie.﹗﹑
⁽⁹⁰⁰² ᵖᵃˡᵃᵛʳᵃˢ⁾
O SOM DA ÁGUA corrente era relaxante, um contraste com a agitação constante do acampamento. Eu e Aaron estávamos sentados na beira do riacho, com nossas pernas penduradas sobre as pedras enquanto o sol poente pintava o céu com tons de laranja e rosa. Nossos corpos e nossas roupas estavam secando depois de termos brincado na água.
O acampamento meio-sangue havia mudado um pouco ao longo dos anos. Antigamente era destinado somente aos semideuses que estavam de férias no ensino médio, agora tinham da faculdade também e alguns adultos, como e muitos outros, que éramos os "supervisores" e "representantes" de nossos chalés. Eu era filha de Afrodite, então estava aqui para representar minha mãe.
Ele jogava pequenas pedrinhas na água, assistindo as ondulações se espalharem, enquanto eu observava de canto de olho o jeito distraído com que ele fazia aquilo. Seu cabelo ainda estava úmido, caindo um pouco sobre os olhos, e ele tinha aquele sorrisinho preguiçoso no rosto.
— Você já parou pra pensar em como seria se fôssemos só... normais? — Aaron perguntou de repente, jogando outra pedrinha na água.
Virei o rosto para ele, arqueando uma sobrancelha.
— Tipo... sem monstros tentando nos matar o tempo todo? Sem profecias, sem maldições? — perguntei.
Ele deu de ombros.
— É. Tipo, eu poderia ser só um cara qualquer. Você, uma garota qualquer. A gente se esbarraria por aí, talvez numa lanchonete, talvez na rua, e eu provavelmente tentaria roubar sua carteira.
Soltei uma risada.
— O que me faz perguntar por que, entre todas as possibilidades, você teve que incluir um crime no nosso cenário de vida normal.
Ele riu também, inclinando a cabeça para me olhar melhor.
— Filhos de Hermes, lembra? Tá no sangue.
Balançei a cabeça, sorrindo, mas a ideia ficou na minha mente. Como seria se fôssemos apenas duas pessoas normais? Será que ele ainda me olharia do jeito que olha agora, com esse brilho travesso nos olhos, esse meio sorriso que sempre me faz sentir um calor estranho no peito?
— Mas, sabe... — Aaron continuou, jogando a última pedrinha na água. — Acho que não importa como, ou onde, ou quando. Eu sempre acabaria te encontrando.
Meu coração pulou uma batida.
Olhei para ele, e por um instante, foi como se o tempo desacelerasse. O vento soprou suave, fazendo com que algumas mechas dos meus cabelos dançassem no ar. O sorriso dele diminuiu, e o que veio depois foi algo mais suave, mais sincero.
— Aaron... — murmurei, sem saber exatamente o que queria dizer.
Ele apenas sorriu e desviou o olhar para o horizonte, como se aquele momento não tivesse acabado de mudar alguma coisa entre nós.
— Amanhã eu vou pro labirinto — ele disse, mudando de assunto, mas seu tom de voz carregava um peso diferente agora. — Junto com aqueles fodidos dos filhos de Ares.
Eu respirei fundo, tentando ignorar o aperto no peito.
— Então é melhor você voltar vivo.
Ele riu baixo.
— Com certeza! Não vou perder a chance de te irritar por mais alguns anos.
Revirei os olhos, mas um sorriso brincou nos meus lábios.
Só que, no fundo, eu sabia que estava com medo. E se eu soubesse o que ia acontecer depois... eu teria segurado sua mão naquele momento.
[...]
O cheiro de terra molhada pairava no ar, misturado ao aroma do fogo crepitando na lareira central do pavilhão. O acampamento estava silencioso, como se todos ali soubessem que algo terrível havia acontecido antes mesmo de alguém anunciar. Eu sentia isso na pele, um arrepio estranho que subia pela espinha.
Foi Quíron quem me chamou. Seu olhar já dizia tudo. Um misto de pesar, cansaço e algo mais, como se ele também se culpasse pela notícia que estava prestes a me dar.
— Querida, preciso que venha comigo.
Engoli em seco e segui seus passos. Meus dedos formigavam, e uma pressão incômoda tomava conta do meu peito. Alguma coisa estava errada. Muito errada.
Quando chegamos à Casa Grande, Chris estava lá dentro, com o semblante pálido. Ele não falava, apenas olhava para mim como se eu fosse um vaso prestes a rachar.
— O que aconteceu? — minha própria voz saiu mais fraca do que eu gostaria.
Foi Quíron quem respondeu.
— Aaron não conseguiu sair do Labirinto.
O tempo parou. Meu coração, que batia rápido momentos antes, pareceu se partir em mil pedaços. Meu corpo ficou gelado, como se alguém tivesse arrancado o sol do céu.
— Como assim? — minha voz quebrou. — Ele... ele estava em missão. Ele deveria voltar.
Chris fechou os olhos por um momento antes de murmurar:
— Ele enfrentou o Minotauro para salvar os outros.
Minha respiração ficou rápida. Meus pensamentos estavam em caos. Aaron. Meu Aaron. O cara que sempre roubava comida da cozinha e piscava para mim do outro lado do campo de treinamento. O garoto que corria como o vento e me fazia rir mesmo nos dias mais cinzentos. O garoto que eu estava começando a amar.
E agora ele estava morto.
Senti um soluço subir pela garganta, mas eu o engoli. Não na frente deles. Não ali. Meu peito doía, como se alguém tivesse enfiado uma lâmina quente entre minhas costelas.
— Onde está o corpo? — perguntei, com a voz quase inaudível.
Chris balançou a cabeça.
— Deimos trouxe o que pôde. Mas o Minotauro...
Ele não precisou terminar. O horror tomou conta do meu corpo, e eu não conseguia mais me segurar. Virei-me e saí da Casa Grande, ignorando as vozes chamando meu nome. Minhas mãos tremiam. Meu peito subia e descia, tentando conter algo que não podia ser contido.
Eu corri. Corri para longe, para a floresta, onde ninguém me veria desmoronar. Meus joelhos cederam ao lado de uma árvore, e um soluço rasgou minha garganta. Eu bati no chão com os punhos fechados, a raiva e a dor se misturando em algo incontrolável.
Aaron se foi.
E eu não pude salvá-lo.
[...]
Naquela noite, o sono não veio. Meu corpo estava exausto, mas minha mente não permitia descanso. A dor e a revolta me consumiam de dentro para fora. Virei de um lado para o outro na cama, com os olhos fixos no teto da minha cabine, sem realmente enxergá-lo. A respiração pesada, a garganta ardendo de tanto chorar.
Não podia aceitar isso. Não podia deixar que terminasse assim.
Aaron merecia mais. Ele não deveria ter morrido ali, sozinho no escuro, sem ninguém ao seu lado. O Minotauro o levou, mas e se houvesse uma maneira de trazê-lo de volta? Eu era filha de Afrodite. Amor corre em minhas veias. Se o submundo o havia tomado, então eu o arrancaria de lá.
Me levantei de repente, o coração martelando no peito. Eu lutaria por ele. Custe o que custasse, eu traria Aaron de volta.
Fui até meu armário o mais rápido que pude e peguei qualquer coisa decente para vestir. Algo como uma jaqueta jeans e uma camisa de manga comprida, não me importei muito se não estaria belíssima como mamãe sempre me disse para ser. Peguei uma bolsa transpassada e coloquei somente o essencial lá dentro, amarrei bem os cadarços do meu all star lilás e peguei uma pérola de teletransporte que eu tinha. Era a última.
Realmente, uma passagem só de ida.
Em alguns segundos eu já estava no centro de Los Angeles. Já está num horário mais avançado então há poucas pessoas na rua de uma das cidades mais importantes do mundo. Luzes ali e ali, algumas pessoas indo à festas e outras trocando de turno em seus trabalhos, mas nada tão marcante assim como era o centro de Nova York, pelo menos.
Eu estava prestes a fazer algum estúpido é muito arriscado, podendo nem mesmo ter um retorno? Sim, com certeza.
Caminhei mais um pouco até chegar no letreiro de Hollywood. O vento lá em cima parecia mil vezes mais gelado, e olhar as luzes borradas lá embaixo formava um cenário extremamente melancólico. Sem muito esforço, consegui acessar o portal para o submundo que havia escondido ali. Eu sei que há duas formas de acessar esse reino obscuro diretamente e sei que aqui é um dos lugares que irá me levar até lá.
Eu nunca havia ido, em toda a minha vida. Mas de uma coisa eu sei, deve ser um pesadelo.
E, realmente era.
O submundo era escuro, não como se não houvesse nenhum tipo de luz mas como se o próprio céu daquele lugar absorvesse qualquer fonte de energia que entrava em contato. Estava escuro e sem uma estrela ou lua — provavelmente porque era noite, mas haviam alguns trovões e relâmpagos de tonalidade roxa adornando o céu. Senti o solado de meus tênis tocarem em pedras de superfície menos polida e fria, eram como rochas negras.
A temperatura daquele reino era bem mais baixa, o lugar era naturalmente mais frio, como se tivesse um grande ar condicionado aqui dentro. Dei uma boa olhada ao redor e não avistei vivalma caminhando, ao invés disso eu conseguia ao longe ver colinas e montes escuros sem ninguém. Um pouco mais distante, eu vi uma floresta negra com árvores secas que estavam com seus galhos voltados para o chão. Não pude ficar muito tempo analisando o local, pois em poucos minutos, um barco veio, com uma figura de capuz preto remando.
— Não é sua hora ainda. Volte por onde veio.
— Eu vim pra falar com a imperatriz — coloquei minha mão na bolsa e estendi alguns dracmas reluzentes para ele. — Como sei que você não trabalha de graça...
O caronte ergueu sua mão cadavérica e pegou as moedas sem pressa alguma, analisando antes delas sumirem em sua mão e ele fazer um sinal com a mão para que eu subisse no barco. Assim fiz, obtendo apoio para que pudesse ficar confortável e vi ele começar a remar.
Era agoniante estar no rio Estige, vendo aquela água negra e vendo as almas nadando sem rumo ao fundo. Algumas mãos tocavam a proa do pequeno barco. O caronte continuava remando e fingia não perceber, mas aquilo me incomodava. Sei que para ele é muito normal, mas para mim parecia tão estranho, tão triste.
Quando chegamos do outro lado, ele encostou o barco num tipo de cais e me deixou bem aonde eu precisava estar.
— Boa sorte na sua audiência com a imperatriz, garota.
— Obrigada.
Desci do barco e avistei o palácio de Hades, que erguia-se diante de mim, sombrio e alto, com suas torres sinuosas mergulhadas em uma névoa espectral. O silêncio ali era pesado, só quebrado pelo som das águas do Estige batendo contra as rochas. Respirei fundo e segui pelo caminho sombrio até os portões gigantescos que, para minha surpresa, estavam abertos.
Ao cruzar a entrada, fui recebida por duas criaturas que pareciam completamente deslocadas no ambiente lúgubre do Submundo. Uma era magricela, de olhos esbugalhados e dedos longos que se contorciam inquietos. A outra era mais redonda, com uma expressão constantemente angustiada. Reconheci-os pelos nomes ditos nos murmúrios dos espíritos: Pânico e Agonia.
— Ei, ei, ei! — o mais magro, Pânico, se colocou na minha frente, os braços finos agitados como se tentassem me impedir de seguir. — Aonde pensa que vai, mocinha? Aqui não é lugar pra turistas!
— Só entramos em pânico quando é necessário — completou Agonia, enquanto mordia as unhas e olhava ao redor, como se esperasse um desastre iminente. — E isso definitivamente parece um daqueles momentos.
Cruzei os braços, sem paciência para brincadeiras.
— Eu preciso falar com Hades. É urgente.
Os dois trocaram olhares, claramente desconfortáveis. Pânico foi o primeiro a quebrar o silêncio.
— A-ah, falar com a chefe, né? Olha, ela tá meio... ocupada agora. Tem um monte de papelada pra resolver, almas pra condenar, você sabe como é.
— É um trabalho infernal! — Agonia gemeu, puxando as orelhas. — Literalmente!
— Mas se quiser deixar um recado — Pânico sugeriu, forçando um sorriso nervoso — A gente pode anotar. Qual é o assunto mesmo? Nada muito... sério, né?
— Meu namorado morreu e eu quero ele de volta.
O silêncio caiu como uma bigorna. Pânico piscou várias vezes, enquanto Agonia deu um suspiro exagerado e começou a suar frio.
— Ah, então é esse tipo de coisa — Pânico murmurou, coçando a cabeça. — Por que a gente sempre pega os clientes problemáticos, hein?
— Eu sabia que hoje ia ser um dia ruim! — Agonia gemeu, jogando as mãos para o alto. — Devia ter ficado na cama, mas não, eu tive que levantar e agora temos humanos pedindo ressurreição! Como se a chefe fosse gostar disso!
Bufei.
— Vão me levar até ela ou não?
Pânico e Agonia trocaram outro olhar, hesitaram, depois deram de ombros.
— Tá bem, mas se ela explodir em chamas de raiva, a culpa não é nossa! — Pânico disse, enquanto começava a me guiar pelos corredores do palácio.
— Isso nunca acaba bem... — Agonia murmurou baixinho, caminhando ao meu lado.
Revirei os olhos e segui em frente. Hades teria que me ouvir, quisesse ela ou não.
O corredor do palácio de Hades era extenso e sombrio, iluminado apenas pelo brilho espectral das chamas azuladas que dançavam ao longo das paredes de obsidiana. Meus passos ecoavam pelo piso polido, e cada centímetro daquele lugar emanava uma aura de poder e mistério. Pânico e Agonia caminhavam à minha frente, trocando olhares e cochichando entre si, até que o menor dos dois se virou e, com um sorriso nervoso, anunciou:
— Bom... aqui estamos! A Sala do Trono! Prepare-se para... bom, você sabe... a Imperatriz e tal... hahaha...
Agonia revirou os olhos, bufando.
— O que ele quer dizer é: tente não falar besteira. Nossa chefe é meio... hã... temperamental, e não estamos com paciência para sermos carbonizados hoje.
Antes que eu pudesse responder, as portas gigantescas se abriram sozinhas, e um calor repentino tomou conta do ambiente. Dei um passo adiante, engolindo em seco ao ver a figura sentada no digníssimo trono negro no centro da sala.
Hades.
O salão do trono dela era grandioso, mas o que mais me chamava a atenção não eram os pilares sombrios ou as chamas azuladas que dançavam nos candelabros flutuantes. Era a imperatriz do submundo, sentada no trono, vestida como uma metaleira saindo de um show, com um notebook equilibrado no colo.
Ela usava uma calça preta rasgada, uma camisa da banda Slayer e uma jaqueta preta de couro com vários spikes por cima. Em seus pés haviam coturnos com cadarços vermelhos. Seus cabelos eram pretos em wolf cut e haviam chamas azuis nas pontas.
Pânico e Agonia se afastaram lentamente, visivelmente aliviados por não precisarem mais interagir comigo. Já Hades, por outro lado, parecia muito concentrada na tela, os dedos ágeis clicando enquanto murmurava para si mesma:
— Isso, isso... mais um pedido e minha cafeteria atinge o nível máximo! Hah!
Eu pisquei algumas vezes, tentando processar.
Agonia pigarreou levemente para que ela tirasse a atenção da tela do notebook. Ela estalou os dedos e fechou o notebook com um movimento dramático, soltando um suspiro exagerado.
— Ih, visita? — ela me olhou e questionou a si mesma. — Pânico e Agonia, eu quero um lanche do Burguer King. Hambúrguer de frango, um whopper, nuggets, batatinhas e um milk-shake de chocolate! — ela se preparou para estalar os dedos mas parou. — Ah, e eu vou querer a coroa!
Agora estalou os dedos e fez as criaturas sumirem.
Hades desceu do trono — ou melhor, deslizou por um tobogã que surgiu do nada, descendo com os braços erguidos como se estivesse em um parque de diversões. Assim que seus pés tocaram o chão, ela parou na minha frente e me encarou com um sorriso de canto.
— Você entrou aqui, viu meu gosto refinado pra decoração, apreciou o meu reino e etc e tal. Agora posso saber o que quer?
— Você é mesmo a Hades?
— Ué, quem mais seria?
— É que eu sempre imaginei a Hades como... sei lá... como algo bem diferente de uma metaleira de 18 anos.
— Ah, já entendi...
Algo em sua silhueta começou a mudar por minha visão. Seu corpo se expandiu, os olhos se tornaram fendas flamejantes assim como todo o seu corpo que brilhava naquele fogo azul, a pele adquiriu um tom sombrio e a voz reverberou pelo salão como um trovão:
— É ASSIM QUE VOCÊ PREFERE?!
Eu engoli em seco, arregalando os olhos e sentindo minha alma momentaneamente tentar escapar do meu corpo.
— N-Não! — gaguejei, levantando as mãos. — Tá ótimo do jeito que tava!
Hades deu de ombros e voltou ao seu tamanho normal em um piscar de olhos, alisando os cabelos negros.
— É, eu suspeitei. Enfim, manda aí. O que te traz ao meu belo reino de trevas, dor e formulários intermináveis? — ela passava as mãos pelas madeixas pretas. — Ué, meu cabelo apagou?
E então ela acendeu como se tivesse um isqueiro na ponta de seu dedo indicador.
Eu respirei fundo. Era agora ou nunca.
— Eu... quero trazer alguém de volta.
Hades piscou lentamente. Então inclinou a cabeça, como se estivesse processando minhas palavras.
— Ah. — ela colocou as mãos nos quadris e soltou um assobio baixo. — Tá aí uma frase que eu escuto pelo menos umas cinquenta vezes por semana. E deixa eu adivinhar, você quer um retorno completo, sem apodrecimento, sem o clássico "ele voltou, mas algo está diferente"?
— Sim... — murmurei.
— Pfft. Claro que sim.
Hades começou a andar ao redor de mim, fazendo gestos dramáticos com as mãos.
— Vamos lá, morceguinha, me ajuda a entender. Você teve uma vida toda pra aproveitar essa pessoa, e agora, agora, que ele já fez check-in no Hotel do Além, você quer cancelar a reserva?
Ela parou na minha frente e estreitou os olhos.
— Me diz uma coisa, é um cachorro?
— O quê?! Não!
— Huh. Uma pena, porque eu realmente gosto de cachorros. — ela olhou para Cerberus que estava dormindo, e soltou um ronco alto. — Tá, então é um mortal. Seu pai? Sua mãe? Seu mestre jedi?
Hesitei.
— Aaron... era meu amigo.
Hades arqueou uma sobrancelha.
— "Meu amigo". A-ham.
Revirei os olhos.
— Amigo mesmo.
— Claro, claro. — ela cruzou os braços. — E me diz, esse "amigo" morreu de forma trágica ou foi só burrice? Porque, sinceramente, o que mais tem aqui embaixo é gente que morreu porque não soube atravessar a rua.
Minha garganta apertou.
— Ele foi assassinado no labirinto do Minotauro.
Hades parou de andar.
— Ah. Ouch.
O silêncio durou apenas dois segundos antes que ela voltasse ao seu jeito espalhafatoso.
— Olha, parando pra pensar, vem cá. Quem foi que te falou que seria uma boa ideia vir aqui embaixo tentar me convencer a trazer alguém de volta? Foi algum dos bobinhos lá do acampamento ou o que?
— N-Não foi ninguém. E- Eu só me lembrei do que o tio Zeus sempre falava...
Ela não me deixou terminar e já revirou os olhos, colocando as mãos na cabeça de um jeito super dramático.
— Mas tinha que ser o meu irmão, né — ficou reclamando do jeito mais engraçado que eu já vi. — O rei dos deuses, o gostosão, o mais mais, o Mr. Catra do Olimpo, o rei da cocada grega! Claro que seria ele!
Esperei ela terminar de reclamar. Não quis interromper. A imperatriz levou uma mão até sua têmpora e massageou levemente, voltando a prestar atenção em mim.
— Tá, então você quer que eu abra mão de um dos meus hóspedes, viole a ordem natural das coisas, e provavelmente cause um furdunço na alta cúpula do Olimpo. Só pra você poder... o quê? Ficar sentindo o perfume dele de novo?
Suspirei.
— Ele merecia mais do que isso.
Hades me encarou por um momento. Depois soltou um longo "hmmm" e começou a andar em círculos, balançando a cabeça como se ponderasse.
— Você tá mesmo comprometida com essa ideia, hein? Não acredito que esteja tão interessada em um homem.
— Esse é diferente, é honesto...
— Qual é... — ela revirou os olhos. — É um homem...
— Além do mais, ele nunca me faria sofrer!
— Pelo visto eu não vou tirar a ideia da sua cabecinha oca, né?
Eu assenti. E vi ela suspirar e estalar os dedos.
— Bom, bom, gosto de gente que sabe o que quer! Agora... me diz uma coisinha, só pra eu entender a gravidade da situação. — ela apontou um dedo na minha direção. — Esse Aaron era gato?
Soltei um suspiro exasperado.
— Hades!
— O que foi?! É uma pergunta válida, 'cê acha que eu vou reviver gente feia? De gente feia o mundo já tá cheio!
Não quis soar como uma idiota apaixonada — por mais que eu fosse. Mas foi inevitável. Eu passei as mãos em meus próprios antebraços e ponderei bem a minha resposta.
— Ele é lindo... muito lindo... um dos filhos de Hermes.
— Que não seja como Luke, pelo amor dos deuses!
— Ele não é, eu juro.
Hades me olhou com expectativa, braços cruzados e um sorriso divertido no rosto.
— Tá, tá, tá... mas agora vem a grande questão: por quê?
— Por quê o quê? — perguntei, confusa.
— Por que você quer esse cara de volta?
Suspirei, passando as mãos pelo rosto.
— Porque ele não merecia morrer assim. Ele tinha um futuro, tinha sonhos... e perdeu tudo por algo que nem era culpa dele.
Hades estalou a língua.
— Ah, sim. A velha injustiça da vida. Quer dizer, da morte. Tsc, sempre a mesma ladainha.
Ela começou a andar de um lado para o outro, com os cabelos tremeluzindo em tons azulados.
— Tá, vamos ver se eu entendi tudo certinho. Você quer que eu vá contra a ordem natural das coisas, porque seu "amigo" era um cara legal e morreu de forma trágica.
— Isso.
— E você acha que eu, a toda-poderosa Hades, imperatriz do Submundo, CEO do Além, vou simplesmente... te dar esse favor de bandeja?
— Sim?
Hades parou, piscou e apontou para mim.
— Garota, você tem um otimismo que eu invejo, sabia?
Ela suspirou pesadamente, rolando os olhos como se já soubesse que ia ceder.
— Tá bom, tá bom. Vamos ver o que eu posso fazer. Mas, e é um grande mas, eu não posso simplesmente estalar os dedos e fazer o cara aparecer do nada — ela começou. — Hora da história!
Com sua magia em tons azulados ela fazia algumas sombras e formas, como se quisesse ilustrar algo surgindo entre nós.
— Quando uma pessoa morre, tem toda uma logística. Quem decide o seu destino são as irmãs do destino, que são essas três velhas fofoqueiras do quarteirão só que com muito poder nas mãos — e assim ela ilustrou. — Inclusive, se estamos tendo essa conversa agora é porque elas permitiram que você chegasse em segurança até aqui.
Vi reflexos em meio às luzes azuis.
— Depois de morta, a pessoa passa pelo julgamento com os três juízes. Eles decidem seu destino no pós-morte. São os reis Éaco, Radamanto e Minos, e eu tenho que assistir todos os julgamentos — vi os três juízes sendo mostrados. — Conforme a sentença, as almas seguem para o Campo de Asfódelos, Elísios ou Tártaro.
Eu me sentia numa aula vendo Hades me mostrar tudo aquilo.
— E, eu no caso só tenho que ficar de olho em tudo isso. Eu sou a deusa daqui, esse é meu reino, é meu domínio, sabe? — e as formas sumiram. — Agora que eu te expliquei como tudo funciona, você entendeu que eu vou ter que falar com a galera de outro departamento pra poder trazer o bonitão de volta, né?
Minha respiração ficou presa por um instante.
— Então... você vai fazer isso? — fiquei esperançosa como uma criança numa loja de brinquedos. — Sem cobrar nada?
— Vou fazer cortesia, pode aproveitar que eu tô de bom humor. Nada de uma alma pela outra, nada de sacrifício... só que você vai ficar me devendo uma. E quando eu te pedir, você tem que me prometer que vai cumprir.
Hades sorriu, satisfeita.
— Eu...
Ela me observou por um momento, e estreitou os olhos, me oferecendo sua mão.
— Você aceita a oferta ou não? Porque eu tô com a agenda cheia, tenho que viajar no carnaval, então me responde logo.
Pisquei.
— Eu aceito.
— Aceita? Jura pelo Rio Estige? — ela tinha um sorriso malicioso nos lábios. — Jurar por ele é sagrado, nem os deuses podem quebrar o juramento.
— Eu aceito, e juro pelo Rio Estige.
Imediatamente apertei a mão da deusa do submundo e vi ela com um sorriso largo, satisfeita por essa façanha.
— Boa escolha, morceguinha.
Hades estalou os dedos, e um brilho esverdeado apareceu em sua mão. Quando abriu a palma, lá estava uma pérola negra reluzente, envolta em uma leve névoa sombria.
— Aqui pra tu... uma pérola de transporte. Só jogar no chão, pisar em cima e puf! Você volta pro seu acampamento rapidinho.
Peguei a pérola cuidadosamente, sentindo sua energia fria na ponta dos dedos.
— Obrigada.
— Agora, já que você tá indo. Aproveita e manda um beijo pro meu filho.
Pisquei, surpresa.
— O Nico?
— Não, o Batman! Claro que é o Nico!
Tentei conter um sorriso.
— Eu... posso tentar.
— Tenta não, manda. — Hades cruzou os braços. — Ele vive se esquivando das minhas mensagens, nunca responde um mísero "oi mãe". Uma tragédia!
— Ele não é do tipo que responde mensagens...
— Não me diga — ela revirou os olhos. — Enfim. Vai logo antes que eu mude de ideia.
Assenti e, sem pensar muito, joguei a pérola no chão. Ela se despedaçou em uma fumaça escura que subiu ao meu redor. A morena se despediu de mim, me dando "tchauzinho".
Antes da magia me levar embora para o acampamento meio-sangue, eu pude vê-la virando de costas e dizendo:
— Agora, onde eu parei no meu Hello Kitty Cafe...?
[...]
O sol brilhava intensamente sobre o Acampamento Meio-Sangue, lançando sombras longas no pátio onde eu estava sentada, brincando distraidamente com uma pedra entre os dedos. Cinco dias haviam se passado desde minha ida ao Submundo. Cinco dias desde que negociei com Hades. Desde então, eu tentava agir normalmente, mas a espera estava me corroendo por dentro.
Ao meu lado, Nico Di Angelo observava o chão, parecendo absorto em pensamentos distantes, como sempre. Alguns outros campistas estavam espalhados pelo pátio, conversando ou treinando. Tudo parecia tranquilo... até o céu escurecer repentinamente.
O cheiro de enxofre tomou o ar, seguido por um som alto e estrondoso — como um trovão rasgando tudo.
Quando ergui o olhar, lá estava ela.
A imperatriz do Submundo, descia dos céus montada em uma Harley Davidson envolta em chamas azuis. Sua jaqueta de couro tremulava com o vento, e o capacete escuro escondia parcialmente seu rosto, mas eu ainda podia ver o sorriso convencido que curvava seus lábios. A moto tocou o chão suavemente, como se descer dos céus em meio a labaredas fosse a coisa mais natural do mundo. Os campistas ao meu redor se afastaram, boquiabertos.
Hades tirou o capacete, sacudindo os cabelos negros com pontas azul-fogo, e apoiou um pé no chão, olhando ao redor como se estivesse avaliando a decoração do lugar.
— Nossa, deram uma repaginada do lugar?
Silêncio absoluto.
Mas então, seus olhos pousaram em Nico.
— AÍ ESTÁ MEU BEBÊ!
Antes que alguém pudesse processar o que estava acontecendo, Hades atravessou o pátio em passos decididos e puxou Nico para um abraço esmagador, balançando-o de um lado para o outro como uma mãe que não via o filho há séculos.
Nico congelou. Literalmente. A temperatura ao redor dele caiu alguns graus enquanto ele ficava paralisado nos braços da mãe.
— Mãe... — ele murmurou, a voz saindo mais como um pedido de socorro do que qualquer outra coisa.
Hades simplesmente ignorou.
— Ahhh, olha só pra você! Tão sombrio! Exatamente como eu criei! — ela segurou o rosto dele entre as mãos e encheu suas bochechas de beijos barulhentos, deixando marcas de seu batom preto.
Eu nunca tinha visto Nico tão derrotado.
— Deuses, me matem... — ele resmungou, tentando escapar, mas Hades o segurava firme.
E então ela olhou para ele com um sorriso malicioso e falou alto o suficiente para todos ouvirem:
— E EU SEI QUE VOCÊ TÁ NAMORANDO O FILHO DE APOLO!
Silêncio absoluto novamente. Eu juro que ouvi um grilo. Nico travou no lugar, os olhos arregalados de puro pânico enquanto seu rosto ficava vermelho na hora.
— Q-quê? Como você...?!
Hades revirou os olhos, cruzando os braços.
— Uma harpia me contou.
Atrás de mim, ouvi alguns campistas segurando risadas, e tive que morder o lábio para não fazer o mesmo. Não era engracado, mas era fofo.
Naquela forma de jovem adulta, ela mais parecia irmã do garoto.
— Bom, qualquer hora que você quiser levar o Will lá em casa pra ele conhecer a sogra, sabe que os portões estarão abertos!
Nico cobriu o rosto com as mãos, murmurando algo como "esse é oficialmente o pior dia da minha vida", enquanto Hades continuava sorrindo orgulhosa.
— Ele é a sua cara, imperatriz! — ouvi um campista dizer.
— Ele é, né — ela passou as mãos pelos cabelos pretos do filho.
— Mãe... se importa em dizer porque veio?
— Ah, quase esqueci. Vim fazer uma entrega.
Eu prendi a respiração. Meu coração acelerou. Esse era o momento. Hades ergueu a mão.
— Se liga no Sedex!
Com um estalar de dedos, o chão pareceu tremer levemente, uma energia estranha circulou pelo ar e, então, uma luz escura cintilou diante de nós.
E, de repente, lá estava ele.
Aaron.
Respirando. Vivo.
Ele piscou algumas vezes, como se estivesse saindo de um sono profundo. Seus olhos vagaram pelo ambiente até finalmente pousarem em mim.
— C-Como que...? Onde eu estou?
Meu coração quase parou. Ele estava ali. Realmente ali.
Não pensei duas vezes. Corri até ele e o abracei com toda minha força, sentindo seu calor, seu cheiro, sua presença.
— Você voltou — sussurrei contra seu peito, sentindo as lágrimas arderem meus olhos.
Aaron ainda parecia confuso, mas envolveu os braços ao meu redor instintivamente.
— Acho que sim?
Todos os campistas murmuravam entre si tentando entender o que realmente havia acontecido, e a essa altura, com a presença inesperada da imperatriz ali, eu vi Quíron se aproximar de nós.
— Oi, eguinha pocotó! Bom te ver! — Hades sorriu para o centauro.
— Majestade... o que está acontecendo? Como que...?
— Ah, sei lá. De repente as irmãs do destino decidiram que não era a hora dele, ou foi o próprio Hermes que pediu pra trazer de volta, eu não sei. Só sei que trouxe e tá aí, inteirinho!
Ela estalou os dedos de novo e um óculos escuro apareceu em seu rosto.
— Agora, se me dão licença, eu tô indo pro carnaval. Só volto depois da quarta-feira de cinzas, quem precisa de mim, aconselho que não precise — ela acenou para nós. — Tchau, pessoal e tchau, filhote!
E com isso, Hades montou em sua Harley Davidson flamejante, piscou para Nico e acelerou para o céu, desaparecendo entre as chamas azuis.
— Bem, parece que temos um motivo e tanto para comemorar! — anunciou Quíron, com sua voz ecoando pelo pátio. — Seja bem-vindo de volta, Aaron.
O silêncio se transformou em um estrondo de aplausos e comemorações. Vários campistas se aproximaram, tocando Aaron nos ombros, bagunçando seus cabelos, saudando-o com alegria genuína. Alguns dos filhos de Hermes fizeram questão de puxá-lo para um abraço coletivo, rindo e gritando sobre como sentiram sua falta.
— Não acredito que o falecido voltou mesmo! — um deles brincou, arrancando risadas do grupo.
Aaron, ainda um pouco atordoado, piscava enquanto tentava processar tudo.
— Isso... é real, né? Eu realmente voltei? — ele olhou para mim, buscando alguma confirmação.
Sorri, com o coração aquecido, e apertei sua mão suavemente.
— É real. Você está aqui.
Ele passou a língua pelos lábios, soltando um riso fraco.
— Cacete... morrer foi um péssimo plano, então?
— O pior de todos — respondi, rindo junto com ele.
Os filhos de Apolo surgiram do meio da multidão, oferecendo-se para examiná-lo e garantir que estava mesmo bem.
— Hoje à noite teremos uma grande festa! Até porque, não é todo dia que um semideus volta dos mortos!
O acampamento estava em festa. E, pela primeira vez desde que Aaron morreu, eu conseguia respirar em paz.
[...]
O filho de Hermes foi até seu chalé para tomar um bom banho depois de tudo o que aconteceu e vestir roupas mais confortáveis. Seu chalé privado, completamente exclusivo, estava intacto desde que ele havia falecido.
Aaron estava sentado na beirada da cama, depois de ter secado seus cabelos com algum secador que eu havia emprestado para ele.
Eu estava sentada em uma cadeira perto da janela, observando-o. Ele parecia... vivo. Isso deveria ser óbvio, mas depois do que aconteceu, parecia surreal.
— Então... — quebrei o silêncio, cruzando os braços. — Como foi a experiência de morrer?
Aaron soltou um riso fraco, sem humor.
— Ah, foi incrível. Recomendo fortemente. — ele balançou a cabeça e suspirou. — No começo, foi um apagão. Tipo... num piscar de olhos, eu já estava no Submundo. E, pelo amor de Zeus... aquilo lá é sinistro.
Me inclinei um pouco para frente, interessada.
— O que você viu?
Ele passou uma mão pelos cabelos, olhando para algum ponto distante da parede.
— Eu estava numa espécie de fila. Muita gente. Alguns fantasmas pareciam normais, outros estavam... quebrados, como se tivessem perdido algo essencial. A maioria só ficava ali, esperando.
Engoli em seco.
— E você?
— Eu também estava esperando. Sei lá, era tão triste...
— Aaron... — murmurei, sentindo um aperto no peito.
Ele deu um sorriso cansado.
— Você sabia que existem julgamentos lá embaixo? Dependendo da sua vida, você pode ir para os Campos Elísios, ficar vagando como uma sombra ou ser jogado no Tártaro.
Assenti, e ele continuou:
— Fui encaminhado para os Campos Asfódelos. É... mediano. Nem paz, nem tortura, só... existência. Mas mesmo lá, eu sentia que não devia estar ali. Como se alguém estivesse me puxando de volta.
Fiquei em silêncio, sabendo exatamente o que ele queria dizer.
— Então, um dia... tudo tremeu. — ele franziu a testa. — O chão se abriu e eu fui puxado. De repente, estava diante da Hades.
Soltei uma risada nasalada.
— Grande chefe do Submundo.
— CEO da morte. E quer saber o que ela me disse?
— O quê?
Aaron pigarreou e tentou imitar o tom de voz dela:
— "Garoto, hoje é seu dia de sorte. Tem alguém lá em cima fazendo um inferno por sua causa".
Meu coração disparou.
Ele sorriu, e dessa vez, havia algo genuíno ali.
Aaron ficou em silêncio por um momento, apenas me observando com aqueles olhos azuis tão intensos.
— Foi você, não foi?
Eu suspirei, desviando o olhar. Como que ele sabia disso? Provavelmente Hades acabou contando algo.
— Aaron...
— Foi você — sua voz saiu mais baixa, dessa vez numa afirmação — Você foi até o Submundo.
Assenti devagar.
— Sim.
Ele soltou uma risada incrédula e passou a mão pelo rosto.
— Pelos deuses, isso é loucura.
— E desde quando ser semideusa não é? — cruzei os braços, tentando manter um tom leve, mas sabia que ele não ia deixar barato.
Ele me encarou por alguns segundos antes de perguntar:
— Por quê?
Engoli em seco.
— Porque eu não podia aceitar que você se foi.
O silêncio entre nós ficou pesado. O olhar de Aaron suavizou, e se levantou, indo até mim e fazendo-me levantar também.
— Você...
— Eu não ia conseguir seguir em frente, nem adiantaria tentar. Ia ser em vão... sempre que algo especial pra mim tá faltando eu fico assim...
Aaron respirou fundo e passou a língua pelos lábios, como se estivesse buscando coragem para dizer algo.
— E o que isso significa pra você?
Fiquei sem resposta por um momento. Sabia exatamente o que significava, mas dizer em voz alta tornava tudo muito mais real.
Ele deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre nós.
— Você foi até o Submundo por mim, meu amor. Arriscou tudo. Se isso não significa alguma coisa, eu não sei o que significa.
Levantei a cabeça para encará-lo, e antes que eu pudesse responder, ele sorriu de canto.
— E eu não sou burro. Eu sei que sinto o mesmo.
Meus olhos se arregalaram um pouco.
— O quê?
— Eu tô apaixonado por você. Acho que sempre fui. Mas eu nunca achei que... — ele soltou um suspiro. — Que fosse algo além de amizade. Até agora.
Meu coração batia forte contra o peito.
— Aaron...
Ele não esperou mais.
Com delicadeza, segurou meu rosto com as mãos e se inclinou, pressionando os lábios contra os meus. Eu senti o calor e a maciez apaguizando qualquer pensamento ruim que eu tivesse depois de tudo o que aconteceu. Por quanto tempo eu sonhei com isso?
É difícil dizer, mas foi exatamente como eu imaginei.
Intenso, fazendo um calor inenarrável percorrer todo o meu corpo e me fazer sentir vulnerável mas ao mesmo tempo segura. Sua língua deslizou sobre a minha suavemente e lentamente, me deixando completamente sem ar e me fazendo ansiar por mais. Foi tranquilo mas foi do jeito que deve ser um beijo apaixonado.
Foi honesto. Parecia uma confissão e um agradecimento ao mesmo tempo.
Quando nos afastamos, ainda com os rostos próximos, ele sorriu.
— Obrigado por me trazer de volta.
— Não me faça me arrepender disso — brinquei, tentando controlar o rubor no meu rosto.
— Eu tenho a pretensão de mostrar a minha eterna gratidão... — senti as mãos grandes e quentes dele descerem por minha cintura e se infiltraram por baixo de minha blusa, tocando minha pele. — Começando agora...
— A-Aaron... — suspirei, meu corpo estava em pânico agora. Meu coração não havia batido tão forte assim desde que desci aos confins do submundo.
— Shh... — ele levou o polegar até meu lábio inferior, deslizando pelo mesmo e invadindo minha boca enquanto olhava em meus olhos. Eu estava petrificada pela intensidade de seus olhos. — Me deixa te fazer minha... preciso mostrar o quão grato eu sou... o quanto você mexe comigo...
Minha mente já estava nublada devido a tantos pensamentos difíceis que eu estava tendo que digerir durante todo aquele tempo, mas o Aaron certamente não era algo ruim. Bom, eu sou filha de Afrodite, e nunca pensei que encontraria um semideus que conseguisse me encantar, geralmente esse é o meu trabalho, mas esse garoto consegue me tirar do sério.
Assenti, timidamente.
Isso foi o suficiente para que os dedos grossos e levemente calejados deslizassem pelo tecido de minha camisa e levantassem, tirando de meu corpo com uma facilidade impressionante. Agora meus mamilos estavam completamente expostos, assim como todo o meu torso, que se arrepiou ao receber o olhar impactante dele. Aaron se sentou na cama e deu tapinhas em seu colo, me chamando para que eu me sentasse.
Assim eu fiz, sentando-me ainda meio envergonhada e sentindo a ereção proeminente que estava debaixo daquele moletom cinza que ele usava. As mãos grandes e fortes foram até minhas costas, obtendo um certo apoio enquanto me segurava no lugar e me inclinava um pouco para trás, tendo livre acesso à minha pele sensível. Os lábios do mais velho foram beijando minha pele, como se estivesse me adorando, me venerando, querendo saborear cada mínimo segundo que compunha os minutos que estávamos juntos.
Eram beijos suaves, mas quentes.
Até que sua boca chegou em um de meus seios. Ele abocanhou e sugou numa voracidade impressionante, me fazendo gemer surpresa pela "fome" com que ele fazia aquilo. Era incrível, definitivamente algo que quero sentir novamente, definitivamente algo que vai me deixar pensando sobre isso por dias. Ele grunhia baixinho enquanto eu sentia seus dentes mordiscarem minha pele e se aproveitarem da maciez da minha carne.
— Aaron... hmm — eu estava muito manhosa naquele momento. Me sentia uma completa depravada.
— Isso é tão bom, não é? — o tom luxurioso dele foi uma das coisas mais eróticas que já escutei na vida. — Minha língua no seu corpo... é pura poesia...
Eu levei minhas mãos até a barra da blusa dele, mas ele entendeu o recado e retirou num puxão, sem esforço. Seu peito forte exibia algumas cicatrizes das quais ele se orgulhava, outras nem tanto, mas foram elas que moldaram Aaron como o guerreiro notável que ele é hoje.
Uma de minhas palmas quentes acariciou sua bochecha, vendo ele fechar os olhos e suspirar tranquilamente, deixando beijinhos em minha mão. Não consigo explicar que tipo de conexão é essa, mas realmente é algo que me deixa pensativa. Depois me puxou de volta para ele de novo e tomou meus lábios naquele beijo intenso, enquanto ambos estávamos gemendo contra os lábios um do outro.
Aaron ainda estava com sua calça jeans, e eu ainda estava com a minha saia um pouco fina, mas ele manteve as mãos em meus quadris, me incentivando a rebolar levemente, movendo-me de forma suave. Eu conseguia sentir a ereção dele pulsando por baixo da calça de moletom cinza, e conseguia sentir como era bom aquele contato com o tecido da minha calcinha fina.
Pelos deuses, aquilo era muito melhor do que eu pensava.
Ele então me move para a cama, me fazendo deitar contra o colchão macio e acabamos rindo um pouco, feito idiotas apaixonados.
— Você fica ainda mais linda assim... — ele disse, com os olhos azuis brilhando em pura luxúria.
Os beijos foram descendo pela minha pele sensível, passeando por meu peito e por minha barriga, até chegar em meu baixo ventre e suas mãos abaixarem minha saia. O tecido saiu voando para algum lugar do quarto assim que ele arremessou longe, e a única coisa que cobria o meu sexo agora era minha calcinha branca de renda, o tecido provavelmente já estava um pouco mais transparente devido à minha excitação.
— Porra... — Aaron gemeu, rouco.
Senti seus dedos massagearem meu clítoris por cima do tecido fino da peça íntima. Como se fosse só um beijo de me provocar, por impulso eu acabei fechando as pernas.
— Não, não. Perninhas bem abertas pra mim... — disse ele, deslizando as mãos pelas minhas coxas e abrindo de novo.
Senti a boca quente dele encostar em meu ponto sensível, ainda por cima do tecido fino, e de alguma forma aquilo era um absurdo de tão excitante. Não sei dizer se ele estava fazendo aquilo de propósito para que eu só sentisse parcialmente a sensação da boca dele no meu corpo, já que o tecido inibia um pouco, mas de qualquer forma era uma loucura. Minha calcinha já estava encharcada antes mesmo disso tudo.
— Muito melhor do que eu imaginei... — ele grunhiu.
Seus dedos ágeis colocaram o tecido para o lado e deixaram agora minha intimidade completamente exposta enquanto beijava tranquilamente antes de finalmente me abocanhar com vontade, me fazendo reprimir um gemido alto com a palma da mão.
Senti a língua dele subir descer em meu interior sem nenhum tempo de pausa. Ele fazia aquilo como um animal faminto, sedento pelo que estava saboreando naquele momento. Eu amava sentir, me dava a sensação de que eu estava nos céus agora, completamente exposta e entregue, como eu sempre quis estar, como eu sempre quis ficar com ele. Sempre quis estar nas mãos de Aaron, e agora eu realmente estava.
Minhas pernas estavam trêmulas, eu estava em completo choque ainda pela forma como Aaron era tão habilidoso assim com a boca.
Instintivamente levei minha mão até o cabelo dele, aquele maldito cabelo macio e tive o imenso prazer de apertar e enrolar meus dedos. Não sei como ele entendeu aquilo, mas ele grunhiu contra meu sexo encharcado e me intensificou ainda mais o que estava fazendo, fazendo com que os estalos molhados ecoassem pelo cômodo.
— Aaron... v-você... — eu nem sabia mais o que estava falando, só balbuciava palavras desconexas e chamava por ele numa falha tentativa de formular uma frase coesa. Minha mente estava tomada por aquele desejo crescente e pela satisfação notável.
— Eu? Eu? — ele brincou, me provocando. Típico de um filho de Hermes. — Não precisa tentar falar algo agora, só aproveita... e pelo amor dos deuses... rebola na minha cara...
Ele dizia isso num tom rouco que deixava completamente evidente como ele estava excitado. Provavelmente aquelas calças de moletom já estavam ficando extremamente desconfortáveis de se usar. Voltou a me devorar como se não houvesse amanhã, e eu senti seu nariz ser esfregado algumas vezes contra meu clítoris, fazendo meu ápice se formar aos poucos, enquanto ele aproveitava cada segundo daquele momento.
Provavelmente, já estando ciente disso, ele intensificou ainda mais o que fazia, esfregando seu rosto contra minha intimidade como um completo selvagem, buscando meu ápice com determinação. Meu coração estava acelerado e minha respiração estava afoita quando eu finalmente obtive meu orgasmo, contendo o gemido novamente com a palma de minha mão e apertei a cabeça dele com minhas coxas. Quando ele se levantou, estava lambendo os lábios e agora retirava minha calcinha de vez, jogando em alguma parte da cama.
Eu estava nua, completamente nua.
Aaron prontamente se levantou do chão e retirou a calça de moletom, e foi aí que eu vi como a ereção dele pareceu saltar. Era grande, grosso, com veias muito aparentes e uma glande rosada molhada pelo pré-gozo, que já se fazia muito presente aquela altura. Só consigo imaginar como aquilo deveria ser muito dolorido para ele.
— Não precisa se preocupar — ele veio até mim, na cama. — Eu sei que é grande, mas vai caber.
Ele se deitou tranquilamente atrás de mim e veio beijando meu pescoço daquele jeito carinhoso, e eu mordi meu lábio inferior por impulso, sentindo ele sorrir da forma mais promíscua possível. Aaron levou uma mão até meu rosto, inclinando um pouco para ele e assim nós selamos nossos lábios novamente. Era um beijo bem mais erótico que o anterior, com mais língua e muitos gemidos entre estalos baixos.
Enquanto eu estava beijando ele, senti que ele movia a outra mão para a minha perna, levantando um pouco enquanto senti sua glande contra meu sexo encharcado. Pelos deuses, eu queria. Eu queria muito sentí-lo.
Senti ele empurrar os quadris devagar, me fazendo gemer contra os lábios dele, assim como ele gemia contra os meus. Gemidos de pura satisfação. Senti centímetro por centímetro até entrar completamente. Ele estava segurando minha coxa para manter minha perna mais aberta enquanto seu peito forte estava contra minhas costas e eu sentia seus batimentos cardíacos afoitos.
Agora ele havia começado a mover os quadris, indo para frente e para trás, fazendo aquele som molhado ecoar entre nós. Aquilo era muito melhor do que eu sonhava, sentir o calor de Aaron era assim era muito melhor do que poderia ser em qualquer sonho maluco que eu tivesse em toda a minha vida.
— Você é o meu sonho, sabia? — ele gemeu contra o meu ouvido, de um jeito tão bom de se ouvir, que caso ele estivesse tentando me seduzir teria facilmente funcionado. — Agora que a vida me deu uma segunda chance, eu estou disposto a te fazer minha... cada centímetro seu vai ser meu...
— Eu sou toda sua...
Eu não sabia que eu precisava ouvir isso até ouvir. Aquilo me fazia imaginar sobre planos futuros ou sobre como seria nossa relação daqui para frente. Aaron fazia aquilo com mais vontade, a cada minuto mais ele me fodia como se não houvesse amanhã, movendo os quadris como um louco e eu sentia cada vez mais o impacto em meu corpo que clamava por mais e mais vindo dele. Eu queria que aquele momento durasse para sempre.
Aaron beijava meu pescoço enquanto fazia isso, e uma mão segurava e apertava minha coxa, enquanto a outra estava em minha mandíbula, mantendo minha cabeça mais elevada para que ele tivesse livre acesso à mim. Estávamos gemendo baixinho, o chalé estava ficando cada vez mais quente devido aos nossos corpos.
Se me dissessem que foder com ele era tão bom assim, eu não iria acreditar, mas aquilo era celestial.
— Aaron! — acabei gemendo o nome dele um pouco mais alto do que antes, porque senti ele acertar um ponto mais sensível.
Ele riu em pura perversão.
— Parece que eu achei... — foi o que eu o ouvi dizer enquanto ele voltava a mover os quadris naquele ritmo mais bruto.
A mão dele que estava em meu maxilar foi até minha boca e eu senti ele enfiar o dedo anelar e o médio para abafar meus gemidos enquanto ele se mantinha firme, acertando aquele ponto tão sensível e que me fazia querer chorar de tanto tesão enquanto minhas pernas ficaram trêmulas.
— É muito bom te ver assim, sabia? Toda sensível, toda entregue... — aquele homem sabia bem como usar as palavras certas. Surtia muito efeito em mim. Ele sabia que sim.
Eu tentei balbuciar alguma coisa, mas era difícil já que os dois dedos dele estavam em minha boca, calando qualquer tentativa minha de expressar algo com minha voz.
— Sinto que eu tô perto também então, vamos mudar um pouquinho.
Aaron saiu de dentro de mim, e me deitou na cama, de barriga para cima enquanto ele vinha por cima de mim e tomava meus lábios daquele jeito luxurioso novamente. Eu nem soube como reagir, só pude me entregar e retribuir aquele beijo intenso enquanto ele se ajeitava no meio de minhas pernas e deslizava novamente para meu interior. Por puro impulso, cruzei minhas pernas ao redor de seu quadril — o puxando para mais perto de mim. Ele sorriu cafajeste contra meus lábios e suas mãos foram até meus pulsos, me prendendo na cama.
O ritmo não era nem um pouco lento, ele já tinha começado a se mover na voracidade de antes e por incrível que pareça, não havia sido difícil encontrar meu ponto g novamente. Aquele homem realmente era um semideus, pois um mero mortal não seria capaz de obter tal façanha com tanta facilidade.
— Você é minha... — ele estava olhando em meus olhos agora, com aquelas malditas íris tão marcantes.
Eu assenti, timidamente. Aquele olhar me intimidava.
Uma das sensações mais prazerosas que eu pude sentir, era ele pulsando dentro de mim. Era imoral, era algo tão pecaminoso quanto divino, eu não sabia explicar.
— Eu amo você... — e novamente, ele estava olhando em meus olhos. Com aquele olhar que agora não era mais tão predatório.
Suas pupilas estavam dilatadas e ele parecia mais "inofensivo".
— Eu te amo, eu te amo, eu te amo... — parecia que ele estava implorando por mim. Dizendo naquele tom tão manhoso assim.
— E-Eu também te amo, Aaron — é difícil não gaguejar quando um cara tá te levando nas alturas.
— Diz de novo? — senti ele beijar meu pescoço e dizer num tom choroso, enquanto seus dedos agora se entrelaçaram nos meus. — Por favor...
— Eu também te amo, Aaron...
Aquilo era tão intenso. Tão único e tão erótico. Estávamos na mais perfeita sintonia, e eu sentia que seria muito difícil de um momento desse se repetir ou acontecer com qualquer outra pessoa. Finalmente tivemos nosso ápice, e eu senti que estava desmanchando no pau dele enquanto eu sentia ele me preencher perfeitamente com aquele líquido quente. Eu nunca havia experimentado isso na vida, então estava sendo algo totalmente inédito.
Sei que minha mente estava confusa agora, nublada por tantas sensações que estavam se misturando nesse pós-orgasmo. Aaron estava do mesmo jeito, com os cabelos bagunçados e a respiração afoita, com o pomo de Adão subindo e descendo enquanto me olhava com os lábios entreabertos.
O calor da pele de Aaron contra a minha ainda me parecia surreal. Cada batida do seu coração, cada suspiro seu, era uma confirmação de que ele estava aqui, vivo, comigo.
Eu estava deitada em seu peito, traçando círculos preguiçosos em sua pele com a ponta dos dedos. Ele mantinha um braço firme ao meu redor, a outra mão deslizando lentamente pelos meus cabelos, como se quisesse memorizar cada detalhe, como se tivesse medo de que eu desaparecesse.
— Eu ainda não consigo acreditar — murmurei, sentindo seu peito subir e descer devagar. — Houve um momento em que achei que nunca mais te veria.
Aaron soltou um suspiro, e sua mão parou nos meus cabelos por um instante antes de voltar ao carinho suave.
— Eu também achei — ele admitiu, sua voz baixa e rouca. — Quando eu morri... eu pensei em você.
Levantei um pouco a cabeça para encará-lo. Seus olhos estavam cheios de algo profundo, algo que me fez prender a respiração.
— Em mim?
Ele assentiu, com um pequeno sorriso brincando em seus lábios.
— Eu fiquei com medo. Não de morrer, mas de nunca mais poder te ver. De nunca mais poder te tocar. Eu tinha tanto pra te dizer, mas não tive tempo.
Aaron deslizou os dedos pelo meu rosto, traçando minha bochecha, minha mandíbula, meu lábio inferior. Ele parecia querer gravar cada detalhe meu em sua memória, como se estivesse tentando recuperar o tempo perdido.
— Você me trouxe de volta — ele disse, com uma intensidade que fez meu coração acelerar. — Você foi até o submundo por mim. Você enfrentou a Hades. Você fez o impossível!
Eu abaixei o olhar, sentindo um calor subir pelo meu peito.
— Eu não podia te deixar lá. Eu não podia aceitar um mundo onde você não estivesse.
Aaron segurou meu rosto com delicadeza, me fazendo encará-lo novamente.
— Eu te amo — as palavras saíram com tanta certeza, tanta devoção, que meu coração pareceu parar por um segundo, mesmo que eu tenha ouvido antes.
Meus lábios se entreabriram, e eu pisquei, absorvendo o momento. Ele sorriu, como se soubesse o efeito que tinha sobre mim.
— Eu te amo tanto. Sempre amei. Sempre vou amar.
Fechei os olhos por um instante, sentindo as palavras dele ecoarem em mim. Meu peito estava tão cheio de emoção que quase doía.
— Eu também te amo, Aaron.
O sorriso dele se alargou antes de ele inclinar a cabeça e selar nossos lábios em um beijo lento e profundo. Suas mãos me seguraram firme, como se quisesse me lembrar que estava aqui, que voltaria para mim quantas vezes fossem necessárias.
Naquele momento, no calor dos seus braços, eu soube: nada, nem mesmo a morte, poderia nos separar.
[...]
OI MORCEGUINHOSSS, POSTEI CAPÍTULO NOVO, AMARAM???? ❤️🩹🥹
inclusive, não faço a mínima ideia de como vocês me imaginam quando eu apareço, mas eu sou assim (foto clean porque ainda não tirei foto toda montada no meu celular novo) 😓
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